
Secretário estadual de Agricultura afirma que governo da Bahia está pronto para destravar gargalos como outorgas, licenças e acesso a crédito e reforça importância dos créditos de carbono e da agricultura regenerativa para o futuro da produção no Cerrado
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Durante o Cerrado Summit, evento realizado nesta terça-feira (15) em Luís Eduardo Magalhães, o secretário estadual de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, defendeu uma atuação mais ágil e sensível do Estado diante dos desafios enfrentados pelo setor agropecuário. Em entrevista exclusiva ao portal Caso de Política, Barrozo afirmou que o papel do governo é ser um “braço amigo” dos produtores e ajudar a destravar os gargalos históricos, como a burocracia nas outorgas de uso da água, licenciamento ambiental e acesso a linhas de crédito.
“O Estado precisa ser parceiro de quem produz, e isso inclui escutar mais, resolver com agilidade e respeitar a legalidade. Um produtor não pode esperar meses ou anos por uma outorga de água que trava sua lavoura. Isso é um atraso que a gente precisa enfrentar com seriedade”, destacou o secretário.
Barrozo também enfatizou que o agronegócio precisa de segurança para crescer de forma sustentável, com regras claras, previsibilidade jurídica e apoio técnico. Para ele, o Cerrado Summit marca um novo momento, onde a Bahia começa a construir sua proposta concreta para levar à COP30, que será realizada no final do ano, em Belém.
“Nós não vamos à COP30 só com discurso. Vamos com propostas. A agricultura regenerativa é o eixo dessa construção, mas ela só é viável se houver diálogo com quem está no campo, se houver política pública coerente com a realidade de cada território”, explicou.
Entre os pontos centrais da agenda do governo, o secretário destacou a necessidade de facilitar o acesso a financiamento e a novos mercados, como o de créditos de carbono, que ainda é pouco explorado na região. Segundo ele, essa pode ser uma oportunidade estratégica para pequenos e médios produtores, que muitas vezes ficam fora das políticas mais estruturadas.
“A gente precisa falar de carbono com a mesma seriedade que fala de produtividade. O mundo está mudando, os investidores querem compromisso com o clima. E se a gente conseguir transformar isso em renda para quem está cuidando do solo e da água, melhor ainda.”
Barrozo também fez questão de pontuar que o governo da Bahia não vai impor soluções de cima para baixo. Segundo ele, a função do Estado é ouvir, mediar e transformar sensibilidade em ação, especialmente em regiões como o Oeste, que combinam alto desempenho produtivo e forte identidade política.
“Aqui no Oeste, o povo trabalha, gera riqueza, cuida da terra e quer ser ouvido. Meu papel é esse: escutar e ajudar a traduzir isso em ação governamental. Esse evento foi um marco. Estamos aqui para somar, e não para atrapalhar.”
Questionado sobre bastidores políticos e a possível entrada do ex-prefeito de São Desidério, Zé Carlos, no governo, o secretário desconversou, mas elogiou a trajetória do aliado.
“Zé Carlos é um homem preparado. Não tem nada formal, mas ele tem muito a contribuir. Quem sabe essa pergunta não provoca uma conversa futura?”, respondeu.
Com 33 anos de vivência no Oeste e carreira política consolidada em Salvador, Barrozo finalizou reafirmando o compromisso do governador Jerônimo Rodrigues com a região.
“A missão que recebi é clara: dar voz a quem precisa, destravar o que está emperrado e fazer com que o governo funcione para quem acorda cedo e põe a mão na terra”, resumiu.
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