Maestro João Carlos Martins leva música clássica para público de mais de 3.500 em Ribeirão Pires

Espetáculo em homenagem a Heitor Villa-Lobos democratizou acesso do público à música clássica

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes, imagens: ASCOM/RP – Neste domingo (23), o Paço Municipal de Ribeirão Pires foi palco de um concerto gratuito que reuniu aproximadamente 3.500 pessoas. O espetáculo intitulado “Na Roda com o Maestro – Uma Homenagem a Heitor Villa-Lobos”, apresentou o renomado maestro e pianista João Carlos Martins e a Orquestra Camerata Bachiana com um repertório emocionante em homenagem a Heitor Villa-Lobos. Seu trabalho como pianista é reconhecido mundialmente, especialmente suas gravações das obras de Johann Sebastian Bach.

Do palco, maestro que possui mais de cinco mil apresentações em 60 países, destacou a beleza da cena ao ver o público reunido em uma noite de domingo para ouvir música clássica.

O espetáculo contou com comentários feitos pelo Maestro sobre a vida do compositor homenageado, explicando a importância e contribuições de Heitor Villa-Lobos para o cenário da música clássica brasileira. Durante o concerto o maestro também falou sobre a sua trajetória pessoal e sua história de superação e amor pela música.

Com 11 anos, João Carlos Martins já estudava piano por seis horas diárias, aos 13, já tinha uma carreira nacional como pianista, aos 18 vieram os primeiros concertos internacionais. Aos 21, fez sua estreia no Carnegie Hall, a casa de concertos mais tradicional de Nova York. Com 18 anos, foi diagnosticado com distonia, um distúrbio neurológico que causa contrações involuntárias dos tecidos musculares.

Outros problemas vieram: o maestro rompeu um nervo jogando futebol no Central Park, sofreu com uma agressão na cabeça após um assalto na Bulgária… Os movimentos de uma mão foram ficando mais difíceis, depois os da outra. Hoje João Carlos Martins tem 82 anos de idade e continua ativo na arte da música.

O prefeito Guto Volpi avaliou a importância do evento para a cidade e afirmou que a democratização da cultura é fundamental para o desenvolvimento social. Segundo ele, “a arte está ocupando espaços públicos em Ribeirão Pires, incentivando o surgimento de novos talentos e proporcionando momentos culturais únicos”.

O concerto gratuito foi promovido pelo Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da empresa Atacadão, e apoio da Prefeitura de Ribeirão Pires e produção cultural da D’color Produções Culturais. O sucesso do evento evidencia a crescente valorização da cultura na cidade e o papel fundamental da arte na construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.

Web resgata vídeo de 2016 em que Dalai Lama toca partes de Lady Gaga

Cantora Lady Gaga parece constrangida ao receber toques de Dalai Lama; Assista ao vídeo de 2016

Internautas divulgaram um vídeo antigo do líder espiritual Dalai Lama, de 2016, em que ele aparece tocando a cantora norte-americana Lady Gaga durante uma conferência em Indianápolis. O vídeo voltou a viralizar após a recente repercussão do caso de pedofilia envolvendo o Dalai Lama.

Segundo relatos, o líder espiritual teria pedido a uma criança que chupasse sua língua, o que gerou grande constrangimento para a vítima e causou indignação e revolta entre seus seguidores e a comunidade internacional.

O vídeo em questão registra um momento descontraído entre Dalai Lama e Lady Gaga, que participavam de uma mesa redonda com perguntas e respostas durante a conferência de 2016.

A divulgação do vídeo antigo tem reacendido o debate sobre o comportamento do líder espiritual e suas atitudes questionáveis. Ainda não há informações sobre medidas que serão tomadas em relação ao caso de pedofilia, mas a divulgação do vídeo tem aumentado as críticas e as cobranças por uma postura mais contundente por parte das autoridades religiosas.

Veja:

Mais Livros: Governo quer retomar políticas públicas para leitura

Este domingo (23) é marcado pelo Dia Mundial do Livro e do Direito Autoral, data instituída há 17 anos pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) que surgiu em homenagem a dois nomes da literatura mundial: Miguel de Cervantes e William Shakespeare. E fazer uma nação leitora, este é o desafio do atual governo.

Em entrevista exclusiva para a Agência Brasil, o secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba, destaca as ações de retomada das políticas para a área, assim como aponta propostas da pasta para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com ele, a formação leitora dos brasileiros é uma das prioridades da gestão.

“O próprio presidente Lula, no processo de campanha, trouxe muito essa pauta quando falava menos armas e mais livros, menos clubes de tiro e mais bibliotecas. Eu creio que essa política ganha um relevo desde o fato de estar numa secretaria como também em uma agenda social e política do governo federal”, afirma.

Reduzida a uma diretoria dentro da Secretaria de Economia Criativa durante o governo Bolsonaro, a pasta recupera agora um grau institucional maior, segundo Piúba. Uma das atribuições da atual Secretaria é implementar o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), de forma articulada com o Ministério da Educação. O PNLL trata de diretrizes básicas para a democratização do acesso ao livro e para o fortalecimento de sua cadeia produtiva.

“Nós estamos com um grupo técnico específico para a construção desse PNLL e uma das linhas é a implementação e a modernização de bibliotecas, tanto da rede pública como da rede escolar”, explica o secretário.

Criar e recuperar bibliotecas

Para Fabiano Piúba, é preciso modernizar o próprio conceito de biblioteca. “Ela deve ser vista como um dínamo cultural, conforme diz a Unesco, não como um depósito de livros”, defende.

Uma das propostas para levar essa inovação adiante é a implementação das chamadas Bibliotecas Parque, atualmente em fase de estudo. Criadas na cidade de Medellín, na Colômbia, essas bibliotecas são centros culturais que desenvolvem diversas atividades educativas e lúdicas, com forte envolvimento da comunidade.

O secretário também aponta a experiência das Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro, inauguradas nos anos de 2010 e 2011. “A gente quer desenvolver também uma ação para as Bibliotecas Parque em áreas de periferia, em áreas de vulnerabilidade, não necessariamente nas capitais”, especifica.

Outro desafio é recuperar as bibliotecas públicas fechadas nos últimos anos. Segundo o Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais (2009), empreendido pela Fundação Getúlio Vargas, 1.152 municípios não contavam com este aparelho cultural.

“Em 2010, a gente zerou o déficit de municípios sem bibliotecas. Isso era uma meta que estava vinculada à presidência da República à época”, afirma.

Segundo a pasta, atualmente faltam bibliotecas públicas em pelo menos 991 cidades brasileiras e apenas dois estados, Amapá e Sergipe, estão contemplados em todos os municípios. A ideia agora é abrir uma linha, por meio de edital, para que os municípios apresentem seus projetos.

Bibliodiversidade por princípio

Para Piúba, o fomento ao livro e à leitura deve ser pensado a partir da bibliodiversidade. Esse conceito faz referência à diversidade da produção editorial de um país.

“Uma política de aquisição e de atualização de acervos [para bibliotecas públicas] tem que compreender essa bibliodiversidade, isto é, uma diversidade regional, de editoras, mas compreendendo também que há autores e autoras independentes, além de uma diversidade cultural e étnica”.

A proposta é que as aquisições de livros para bibliotecas públicas possam abranger obras variadas e não se concentrar apenas na produção de poucas editoras da Região Sudeste, como costumava ser feito.

Também para incentivar a diversidade, a Secretaria lançou o Prêmio Carolina Maria de Jesus em abril deste ano. O edital prevê a seleção de 40 obras inéditas escritas por mulheres, destinando o valor de R$ 50 mil reais por agraciada.

“Esse edital já deu o tom do que vem por aí. Ele estabeleceu cotas importantes, 20% no mínimo para mulheres negras, 10% para mulheres indígenas, 10% para mulheres com deficiência, 5% para mulheres ciganas e 5% para mulheres quilombolas”, detalha o secretário. De acordo com ele, as políticas afirmativas também compõem as estratégias da Secretaria e seguem as diretrizes da ministra da Cultura Margareth Menezes.

PAC e livros para exportação

A Secretaria tem apresentado propostas para o novo PAC do governo federal. “Um dos projetos é que, ao receber a chave da casa [no programa Minha Casa, Minha Vida], a família receba também um kit com uma biblioteca básica de literatura brasileira, universal e infantil”, explica Piúba.

Outra proposta é retomar o programa Agentes de Leitura, que operou entre 2009 e 2011: “São jovens entre 18 e 29 anos, com ensino médio completo, que passam por um processo de seleção e formação contínua para criar ambientes favoráveis para a leitura dentro das casas, só que agora queremos conectar isso com a escola, em parceria com o MEC”. Esta seria uma ação desenvolvida no âmbito do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER).

Literatura nacional

A promoção da literatura brasileira também está na agenda da Secretaria. Dentre as prioridades, está a participação estratégica de autores em feiras literárias internacionais importantes, como a Feira de Guadalajara e a Feira de Frankfurt, que realizam rodadas de negócios para compra e venda de direitos autorais.

“As editoras brasileiras ainda vão muito mais comprar direitos do que vendê-los e a gente quer fazer uma via de mão dupla”, explica.

Além disso, existe a expectativa de destacar recursos orçamentários para o programa de tradução de obras de autores brasileiros, coordenado pela Fundação Biblioteca Nacional. Dessa forma, a pasta espera repercutir nossa criação literária em línguas diversas.

Desafios de um país que lê pouco

Um dos desafios apontados por Piúba é a formação leitora. Publicada em 2019, a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, revelou uma redução no percentual de leitores entre 2015 e 2019. De acordo com os dados divulgados, passamos de 104,7 milhões de leitores para 100,1 milhões – uma queda de 4,6 milhões. Além disso, o Brasil continua no patamar de quase 50% de não leitores.

“A escola brasileira não tem sido capaz de formar um leitor para a vida inteira e esse é um desafio”.

Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) de 2018, três em cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos sofrem de analfabetismo funcional, isto é, não são capazes de compreender aquilo que leem.

“A criança precisa ser alfabetizada no tempo certo e os jovens têm que chegar ao ensino médio não com analfabetismo funcional, mas aptos a dar um salto maior para chegar à universidade com essa capacidade de leitura e escrita”, avalia.

Para Piúba, um eixo importante para a alfabetização plena é justamente o da formação leitora. Doutor em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ele defende que os programas de alfabetização enfatizem essa formação específica, com destaque à literatura infantil e juvenil, o que vem sendo tratado com o MEC.

“Muito mais importante do que saber quantos livros a gente lê ao ano, comparando o Brasil com outros países, é saber o que somos capazes de fazer com aquilo que se leu”, conclui.

Fonte: Agência Brasil

Os perigos da impunidade e a necessidade de desmonetizar canais extremistas

A monetização de discursos extremistas gera economia paralela que financia a radicalização na política

Luís Carlos Nunes – A política sempre foi uma arena de debate e discussão ideológica, mas infelizmente, nos últimos anos, tem havido um aumento no uso das redes sociais como uma forma de ampliar a visibilidade e a audiência de políticos extremistas. Esses políticos usam discursos encharcados de ódio, que propagam o preconceito e a discriminação contra diferentes grupos da sociedade, como judeus, homossexuais, pessoas com sobrepeso, mulheres e negros.

A extrema direita é um arquétipo claro disso, e tem usado a retórica do ódio como um modelo de negócio rentável, o que é extremamente preocupante. Por exemplo, líderes extremistas como Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos fizeram uso frequente de discursos homofóbicos, gordofóbicos, misóginos e anti-semitas. Esses discursos têm o objetivo cristalino de dividir a sociedade, fomentar o medo e o ódio e assim, consolidar suas bases de apoio.

A radicalização política tornou-se uma forma de monetização, e a extrema direita tem sido bem-sucedida em produzir uma aparência de força nas redes sociais. No entanto, essa visibilidade vem acompanhada de práticas ilegais, como invasões de reuniões, disseminação de fake news e outras formas de desrespeito às instituições democráticas.

Para combater essas práticas, é necessário adotar medidas mais rigorosas. Uma delas é a desmonetização dos canais de políticos extremistas. Isso significa retirar as fontes de financiamento desses canais, como patrocínios, doações ou receita por visualizações, o que diminuiria a motivação para espalhar o ódio e a desinformação.

A desmonetização desses canais é fundamental porque a monetização dos discursos extremistas gera uma economia paralela que financia a própria radicalização política. A retirada de fontes de financiamento reduziria o incentivo para que esses políticos continuem a espalhar discursos de ódio e desinformação, e isso teria um impacto significativo no combate ao extremismo político.

Por exemplo, um político extremista pode ter um canal no YouTube em que receba patrocínios de grupos anti-indígenas, que financiam seus discursos racistas e incentivam a perseguição e violência contra essa população. Se esse canal for desmonetizado, a perda de financiamento pode reduzir a sua motivação para continuar espalhando o ódio contra a referida comunidade.

No entanto, não basta apenas adotar medidas legais para combater a radicalização política. É preciso que a sociedade como um todo esteja atenta aos perigos das práticas extremistas e esteja disposta a rejeitá-las. É preciso fortalecer a educação e a cultura democrática, para que as pessoas possam identificar discursos de ódio e desinformação e se protegerem deles.

Também é importante punir aqueles que cometem crimes e não ceder à interpretação falsa da imunidade parlamentar. A impunidade é um dos fatores que levaram ao surgimento de líderes extremistas, como Bolsonaro, que cometeram crimes sem sofrerem as devidas sanções. A interpretação errônea da imunidade parlamentar é um dos obstáculos no caminho para combater a impunidade de políticos extremistas. A imunidade parlamentar é um direito legítimo dos parlamentares, mas não deve ser interpretada como uma licença para cometer crimes.

Aqueles que usam a imunidade parlamentar como escudo para cometer crimes devem ser responsabilizados e punidos de acordo com a lei. A impunidade cria um ambiente propício para a proliferação do extremismo político e a disseminação de discursos de ódio e desinformação.

Além disso, é preciso fortalecer as instituições democráticas para garantir que a justiça seja feita. Isso envolve a criação de mecanismos para investigar e punir políticos que cometem crimes, bem como a garantia de independência e autonomia das instituições responsáveis pela aplicação da lei.

Por fim, é importante enfatizar que o combate ao extremismo político não é uma tarefa fácil, mas é essencial para a preservação da democracia e dos valores democráticos. A desmonetização dos canais de políticos extremistas é uma das medidas que podem ser tomadas, mas é preciso que haja uma mobilização social e política para rejeitar as práticas antidemocráticas e fortalecer as instituições democráticas.

A educação e a cultura democrática também desempenham um papel fundamental no combate ao extremismo político. É necessário fornecer às pessoas as ferramentas necessárias para identificar discursos de ódio e desinformação e para protegerem-se desses discursos. A promoção de valores democráticos, como a tolerância, a igualdade e o respeito, também é importante para criar uma sociedade mais justa e pacífica.

Operação Escola Segura prende mais de 300 suspeitos de ameaçar escolas, aponta balanço

Operação Escola Segura promove ações preventivas contra a violência e a criminalidade

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou na quinta-feira (20) o balanço da Operação Escola Segura, que tem como objetivo monitorar, investigar e cumprir mandados de busca e apreensão de suspeitos de ameaçar ou arquitetar ataques a escolas pelas redes sociais, seja em grupos ou individualmente.

A operação, que foi deflagrada em 5 de abril após o ataque à Creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), já realizou 302 prisões ou apreensões e 270 buscas e apreensões de armas letais, não-letais e artefatos que sugerem ligação com grupos extremistas, sobretudo nazistas e neonazistas. Até o momento, são investigados 1.738 casos e 1.072 pessoas já foram conduzidas às delegacias. A operação conta com 27 delegacias especializadas da Polícia Civil e agentes da Polícia Federal, totalizando 4.253 policiais envolvidos.

Além dos órgãos de segurança e inteligência do Brasil, a operação conta com a cooperação da Homeland Security Investigations (HSI), dos Estados Unidos. A operação, que inicialmente era temporária, agora não tem prazo para ser encerrada, uma vez que o principal objetivo é punir os responsáveis pelas ameaças. Até o momento, foram lavrados 2.593 boletins de ocorrência e instaurados inquéritos da Polícia Federal. Além disso, também foram apresentados os números referentes às solicitações feitas às redes sociais em relação a conteúdos que incitem ou façam apologia a crimes.

Até o momento, foram 812 pedidos de remoção ou preservação de conteúdo para investigação. No âmbito da prevenção, o MJSP assinou dois editais para a segurança comunitária. Um é referente à adesão ao Programa Nacional de Segurança nas Escolas, que prevê R$ 150 milhões para o fortalecimento das capacidades institucionais dos órgãos de segurança pública para atuação nas escolas, por meio de ações preventivas das patrulhas das polícias militares ou das guardas civis municipais.

Outro, assinado em 12 de abril, libera R$ 100 milhões para fortalecimento das Guardas Municipais. Os projetos serão analisados pelo MJSP até o fim de maio, e, a partir daí, os recursos serão liberados.

O que é a Operação Escola Segura?

A Operação Escola Segura é um programa do Governo Federal brasileiro que tem como objetivo garantir a segurança nas escolas públicas do país, por meio de ações conjuntas de diversos órgãos governamentais, como as polícias Militar, Civil e Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário, as secretarias estaduais e municipais de Educação, entre outros.

Lançada em 2003, a Operação Escola Segura busca prevenir a violência e a criminalidade nas escolas, promovendo ações de policiamento ostensivo e preventivo, ações educativas e campanhas de conscientização, além de estimular a participação da comunidade escolar na promoção da segurança.

Entre as atividades desenvolvidas pelo programa estão o patrulhamento ostensivo nas escolas e em seus arredores, a realização de palestras educativas e ações de conscientização sobre segurança, a capacitação de professores e funcionários para identificar sinais de violência e a promoção de programas de prevenção ao uso de drogas e à violência.

Projeto que determina remuneração de veículos jornalísticos gera divergências

Jornalistas defendem remuneração como forma de combater desinformação e ódio na internet, Google sugere comissão especial para debater artigos do PL das fake news com outros segmentos da sociedade

Repórter ABC – Associações e federações de jornalismo têm opiniões divergentes sobre o projeto de lei 2630/2020, conhecido como PL das fake news, que determina a remuneração de veículos jornalísticos por parte das grandes empresas de tecnologia. Embora a maioria das entidades sejam favoráveis à aprovação do projeto, há quem defenda a criação de um fundo de financiamento a partir da taxação dessas empresas. O texto é de autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), aprovado em 2020 no Senado Federal e sofreu alterações na Câmara dos Deputados. O Google sugeriu a criação de uma comissão especial para ampliar o debate dos artigos com outros segmentos da sociedade.

Onze associações de jornalismo de todo o Brasil divulgaram uma nota conjunta em 18 de abril declarando apoio ao PL 2630 de 2020, ressaltando “preocupação” em relação à sugestão de inclusão dos direitos autorais de produtores culturais no projeto. As entidades defendem que a remuneração do jornalismo pode ser um elemento decisivo para a formação de um “ecossistema jornalístico amplo, diverso e saudável, capaz de se opor à difusão da desinformação e dos discursos de ódio”.

“Por sua relevância, o pagamento de direitos autorais pelas chamadas big techs a produtores culturais demanda uma discussão à parte, de modo que possa vir a ser devidamente debatido e, oportunamente, acolhido pelo Congresso brasileiro”, diz trecho do texto.

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Já a Federação Nacional dos Jornalistas defende a criação de um fundo de fomento ao jornalismo a partir da taxação das big techs. Os recursos seriam repassados aos veículos a partir da publicação de editais, com critérios de acesso e um conselho de gestão desse fundo vinculado ao Ministério das Comunicações. As plataformas digitais são contra o PL e sugeriram a criação de uma comissão especial para ampliar o debate dos artigos com outros segmentos da sociedade. O projeto pode entrar na ordem do dia e ser votado caso a urgência seja aprovada, sendo necessários 257 votos favoráveis.

China é grande rival na corrida por tecnologia, admite presidente da Microsoft

Repórter ABC – A China está avançando rapidamente no desenvolvimento de novos sistemas de inteligência artificial e pode se tornar a maior rival das empresas e organizações de pesquisa dos Estados Unidos, segundo afirmou o presidente da Microsoft, Brad Smith, em entrevista ao jornal japonês Nikkei Asia. Smith, que está no Japão para acompanhar reuniões do G7, ressaltou que as companhias chinesas de tecnologia estão prontas para entrar na competição com as gigantes americanas Amazon, Google e Microsoft, bem como com a OpenAI, startup que criou o ChatGPT.

De acordo com Smith, existem três empresas que estão na vanguarda absoluta do desenvolvimento de inteligência artificial: a OpenAI, a Microsoft e o Google, seguidas de perto pela Academia de Inteligência Artificial de Pequim. No entanto, Smith alertou que a diferença entre quem está na frente e quem está atrás é medida em meses, não em anos.

“Quem está à frente e quem está atrás é algo que pode mudar um pouco de tempos em tempos, mas uma coisa tem sido absolutamente constante: a diferença é quase sempre medida em meses, não em anos. Tudo é muito rápido”, disse o presidente da Microsoft.

A rápida evolução da tecnologia de inteligência artificial na China é uma preocupação crescente para as empresas americanas e para os líderes mundiais que se reúnem no G7. Smith destacou a necessidade de se manter vigilante e atento às ameaças à liderança tecnológica americana, especialmente no campo da inteligência artificial. Com as empresas chinesas prontas para entrar na disputa, a corrida para a liderança em inteligência artificial se intensifica cada vez mais.

Solução para Cracolândia passa por moradia, apontam especialistas

Agência Brasil – Moradias em primeiro lugar. Essa foi a resposta apontada por diversos especialistas reunidos desde sexta-feira (21), na capital paulista, para discutir os problemas, caminhos e soluções para a Cracolândia, nome pelo qual ficou conhecida uma região de São Paulo que reúne usuários e dependentes de drogas.

São Paulo (SP), 22/04/2023 – O cientista social Marquinho Maia participa do seminário Cracolândia em Emergência, Caminhos e Ações, no Teatro de Contêiner Mugunzá, em Campos Elísios. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

“É impossível resolver a situação de qualquer pessoa em situação de rua sem pensar em moradia em primeiro lugar”, disse o sociólogo Marquinho Maia, em entrevista à Agência Brasil, logo após participar do seminário Cracolândia em Emergência. O evento prossegue até domingo (23), no Teatro de Contêiner Mugunzá, no centro da capital paulista.

“A partir do momento em que a pessoa tem um lugar para estar, a assistência social e a saúde conseguem atender melhor. O cuidado tem que ser feito em liberdade. Não existe cuidado sem liberdade”, reforçou.

Limpeza urbana

São Paulo (SP), 22/04/2023 – O psiquiatra Flávio Falcone participa do seminário Cracolândia em Emergência, Caminhos e Ações, no Teatro de Contêiner Mugunzá, em Campos Elísios. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O psiquiatra Flávio Falcone concorda com a afirmação. Ele também é palhaço e coordena o projeto Teto, Trampo e Tratamento e integrante do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Proad-Unifesp).

Para o médico, é impossível resolver o problema da Cracolândia sem que seja resolvida primeiramente a questão da moradia “porque tudo o que você precisa fazer, que é gerar renda e fazer algum tipo de tratamento, sem a moradia não é possível na prática”.

Falcone citou um exemplo que tem sido recorrente no tratamento contra as drogas voltado para moradores de rua. “Por conta do rapa, que é o que a prefeitura chama de limpeza urbana, hoje eu prescrevo uma medicação para a pessoa. No entanto, o rapa leva tudo e a pessoa fica sem medicação. Aí, no sistema do SUS [Sistema Único de Saúde], consta que passei medicação para dois meses. E enquanto não se passarem esses dois meses, a pessoa não pode pegar o medicamento de novo”, contou ele.

“Não tenho dúvidas de que todas as outras questões, como trabalho e tratamento na perspectiva da redução de danos, sem ter o mínimo, que é a moradia, é impossível de serem resolvidas”, disse.

Segundo Falcone, essa moradia precisa ser livre de exigências e burocracias. “A primeira coisa que se deveria fazer é oferecer moradia com baixa exigência, que é diferente da moradia que o governo atualmente oferece, de alta exigência, em que você precisa estar abstinente e fazer testes de urina para comprovar que está abstinente. E se o seu teste estiver positivo, você volta para a rua e passa por todo o ciclo de novo que é a internação e comunidade terapêutica”, explicou.

Remoção de famílias

Para os especialistas, as soluções adotadas pelos governos para a Cracolândia, historicamente, privilegiaram a remoção das pessoas e das famílias do centro de São Paulo ao invés do diálogo com os moradores locais.

“[A remoção] é uma solução para expulsar essa população daqui. O que de fato está em jogo, neste momento, é a tentativa de expulsar essa população do centro da cidade”, falou Falcone à Agência Brasil.

Durante uma mesa que discutiu a questão da moradia e territorialidade, Toni Zagato, mestre em políticas públicas e especialista em patrimônio cultural, reforçou que as remoções forçadas são estratégias que vem sendo utilizadas para a região central há muitos anos e por diversos e diferentes governos, sem resolver o problema.

“O Poder Público usa milhões para desapropriar. Nesse processo, ele despeja todo mundo e lacra os imóveis. Esses imóveis, muitas vezes, são considerados patrimônios culturais e não podem ser lacrados, que é uma descaracterização do imóvel. Eles nem disfarçam que isso é um teatro: eles deixam somente a fachada, feito uma cenografia de teatro, e atrás fazem uma construção que despejou 300 famílias e que não vão habitar mais esse lugar. Eles vão conceder isso para outras pessoas, que são de fora. Isso é um feudo, é arcaico, é colonial, e acontece no centro de São Paulo. Mas isso não aconteceria no bairro de Pinheiros [que concentra atualmente um grande número de novos empreendimentos na cidade], por exemplo”, argumentou.

Perpetuação da pobreza

“Estamos em uma guerra que não escolhemos lutar. Fomos jogados para essa situação. Essa guerra em que fomos colocados explica muita coisa sobre quem tem casa e quem não tem hoje em dia, quem tem acesso a banheiro e quem não tem”, falou Diva Sativa, que vive em uma ocupação no centro de São Paulo e integra a Bloc Feminista da Marcha da Maconha de São Paulo.

Diva relembrou do passado escravagista brasileiro e reforçou que a situação atual atinge principalmente a população negra.

“Quem foi empurrado para as áreas de risco porque estava aqui nesse país e não tinha estudo? Quem mora hoje em locais sujeitos a incêndios? Qual é a cor da pele dessas pessoas? Isso é um ciclo de perpetuação da pobreza e da discriminação. Esse ciclo que começou lá atrás, chega hoje na gente. Quando falamos hoje em droga, temos que fazer esse resgate”, destacou.

“Barril de pólvora”

São Paulo (SP), 22/04/2023 – O arquiteto Aluízio Marino participa do seminário Cracolândia em Emergência, Caminhos e Ações, no Teatro de Contêiner Mugunzá, em Campos Elísios. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, Aluízio Marino, pesquisador do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (LabCidade), lembrou que muitos projetos já foram construídos envolvendo a região central da cidade, mas ignoraram a população da região.

“São projetos que se dizem de renovação ou de revitalização que partem do pressuposto de que esse é um território sem vida, o que é uma grande inverdade. Esse território é historicamente ocupado por trabalhadores. É também um território popular. Esses projetos vêm em uma intenção de fazer um projeto de terra arrasada para remover e renovar a população que aqui o habita”, falou. “Isso ganha outros contornos, a partir da década de 90, com a chegada do fluxo da Cracolândia”, reforçou.

Segundo Marino, os projetos foram incapazes de problemas da região. O pesquisador ressaltou que dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que o fluxo de pessoas permanece inalterado.

“A gente continua com essas pessoas cada vez mais vulnerabilizadas e sendo alvos de violência. Temos também uma problemática séria que é o fato de que a presença de usuários, nessa condição, gera uma série de transtornos para comerciantes e moradores aqui do entorno. Então, esse território virou um barril de pólvora”, falou ele.

“Obviamente que precisamos de uma política que pense a questão da droga, mas isso tem que ser trabalhado nacionalmente, seja por meio da descriminalização do uso ou pelo enfrentamento do grande círculo do tráfico de drogas. A gente combater isso apenas nesse território, é pegar peixe pequeno e alimentar uma máquina de moer gente que não resolve o problema”, falou Marino. “Precisamos de uma arena pública para discutir a Cracolândia”, reforçou.

Homenagem ao Dia Mundial do Livro: o poder da leitura

Luís Carlos Nunes – No dia 23 de abril de 2023, o Brasil e todo o mundo celebram o Dia Mundial do Livro. Essa data é uma homenagem a uma das ferramentas mais importantes para a disseminação do conhecimento e da cultura: o livro.

Apesar da era digital e dos avanços tecnológicos, é essencial reconhecer a importância do livro como difusor de ideias e reflexão. No passado, ele foi censurado e combatido porque representava uma ameaça ao controle da informação e do status quo.

Embora a censura e a tecnologia tenham ameaçado a existência do livro, ele resistiu e, como uma Fênix, se reinventou ao longo dos anos. Ele tem o poder de transportar o leitor para outras realidades, de proporcionar sonhos e de transformar a realidade.

Em tempos de desinformação e intolerância, o livro é um valioso aliado. Através da leitura, podemos exercitar a empatia, a capacidade crítica e o respeito pelas diferenças. Além disso, é possível sonhar com um mundo melhor e trabalhar para torná-lo uma realidade.

No entanto, é importante lembrar que o livro por si só não é uma solução mágica para os problemas do mundo. As pessoas precisam estar dispostas a ler e refletir sobre o que é lido e compartilhar o conhecimento adquirido para gerar mudanças e transformações.

Em resumo, o livro é uma fonte inesgotável de conhecimento, cultura e inspiração. Ao comemorar o Dia Mundial do Livro, celebramos não apenas um objeto físico, mas todo um universo de possibilidades e transformação que ele representa.

Portanto, neste Dia Mundial do Livro, vamos celebrar a importância dessa poderosa ferramenta que nos permite viajar, sonhar e transformar o mundo.

Por isso, em homenagem ao Dia Mundial do Livro, gostaria de compartilhar um poema em celebração ao poder da leitura:

Homenagem ao Livro

No dia do livro, uma homenagem merecida
Ao objeto que nos guia e nos ensina
Que nos conduz ao conhecimento verdadeiro
E nos mostra um mundo muito mais inteiro

Páginas cheias de sabedoria e arte
Que nos levam a lugares distantes e fazem parte
De uma vida que se expande em cada leitura
E nos dá poder e liberdade sem censura

Como uma janela para o mundo
O livro nos mostra o que há de profundo e superficial
E nos leva a questionar o que é certo ou errado
A refletir sobre o que é justo ou desigual

Através de histórias e pensamentos
O livro nos ensina a agir com discernimento
A buscar sempre a verdade e a beleza
E a construir uma vida com nobreza

Assim, no dia do livro, agradeço por essa maravilhosa ferramenta de progresso que nos faz voar sem sair do lugar e nos mostra que sempre podemos nos reinventar. Afinal de contas, sem ele, eu simplesmente não seria eu!

“Chá de Outono com Escritores” de Ribeirão Pires será neste domingo (23), em comemoração ao Dia Mundial do Livro

Evento literário reunirá autores da cidade para conversas e trocas literárias

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – No próximo domingo, 23 de abril, acontecerá em Ribeirão Pires o evento literário “Chá de Outono com Escritores”. O encontro reunirá autores da cidade em comemoração ao Dia Mundial do Livro, para uma tarde de conversas e trocas literárias.

A iniciativa é uma oportunidade única para a comunidade literária local se reunir e discutir sobre suas obras, além de trocar experiências e dicas de escrita. O evento será aberto ao público e todos que trabalham ou se interessam por literatura são bem-vindos.

O Centro Histórico e Literário Ricardo Nardelli, que é um espaço cultural importante na cidade, tem como objetivo promover a literatura e a cultura em geral. O local fica na avenida Miguel Prisco, 286, no centro de Ribeirão Pires, e o evento está marcado para as 15 horas.

O “Chá de Outono com Escritores” promete ser um momento especial para a comunidade literária de Ribeirão Pires, que poderá se reunir em um ambiente acolhedor para celebrar a arte da escrita e o Dia Mundial do Livro.