Brasil brilha no Mundial de Robótica nos EUA com conquistas marcantes na competição

Houston/Texas 20/04/2024 Mundial de Robótica 2024 – Houston. Foto: Iano Andrade /CNI

País levou o título de grande campeão na modalidade de 9 a 16 anos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Brasil celebrou uma vitória memorável no Mundial de Robótica realizado em Houston, nos Estados Unidos. O país não apenas conquistou o título de grande campeão na modalidade de 9 a 16 anos, mas também levou para casa sete prêmios técnicos em diversas categorias, demonstrando a excelência e o talento dos estudantes brasileiros nessa área.

O Mundial de Robótica da FIRST, que ocorre anualmente, reuniu neste ano mais de 15 mil estudantes de 6 a 19 anos vindos de 50 países diferentes. O Brasil, com a maior delegação desde a sua estreia no torneio em 2000, enviou um total de 144 alunos de escolas públicas e privadas de dez estados do país.

Um dos grandes destaques foi o desempenho impecável da equipe Los Atômicos, de Araras (SP), que conquistou o primeiro lugar na categoria de 9 a 16 anos. Ana Clara Simionatto, uma das integrantes, expressou sua gratidão pela experiência única e pelo sentimento inesquecível de se tornar campeã do World Festival. “Só temos a agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram”, ressaltou.

Além disso, outro time brasileiro que competia na mesma modalidade, a Pardoboots, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), garantiu o segundo lugar, além do prêmio de técnico/mentor. A equipe, liderada pela técnica Monica Marques, foi reconhecida com o título de Champion’s Award Finalist, destacando seu sucesso em todos os critérios de avaliação.

Para Otavio Andrade, membro da equipe Pardoboots, o prêmio representa a excelência da equipe em todas as áreas, tornando-se o reconhecimento mais importante da competição. “Estamos muito felizes!”, declarou.

Além das conquistas principais, os brasileiros também foram premiados em outras seis categorias técnicas, incluindo projeto de inovação, time estreante, espírito de equipe, inspiração, controle do robô e apresentação do pôster. Esses prêmios adicionais destacam a diversidade de talentos e habilidades dos estudantes brasileiros, consolidando o país como uma potência emergente no cenário mundial da robótica.

A participação e o desempenho brilhante das equipes brasileiras no Mundial de Robótica em Houston são motivos de orgulho para todo o país, representando não apenas conquistas individuais, mas também a capacidade coletiva de inovar, criar e se destacar em um campo tão desafiador e promissor.

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USP entra para o Guinness World Records pela primeira vez após descoberta

Uma equipe de cientistas da Universidade de São Paulo (USP), liderada pelo Dr. Dan Palcu, do Instituto Oceanográfico, fez uma descoberta que entrou para o Guinness World Records: o Paratethys, o maior lago que já existiu na Terra. É a primeira vez que a USP entra para a lista de recordistas.

O volume de água do Paratethys era de 1,8 milhão de quilômetros cúbicos, equivalente a 18 vezes o volume do Mar Negro.

“Durante muito tempo, acreditava-se que ali existia um mar pré-histórico, conhecido como Mar Sármata. Agora, temos evidências de que, ao longo de cinco milhões de anos, este mar tornou-se um lago isolado do oceano e cheio de animais nunca vistos em outros lugares ao redor do globo”, revela Palcu.

Fauna e ecossistema

Segundo a pesquisa do Dr. Palcu, o Paratethys abrigava uma fauna única, com diversas espécies nunca antes registradas em outros lugares. Entre elas, destaca-se a Cetotherium riabinini, a menor baleia já registrada.

O estudo também forneceu insights sobre a resiliência de ecossistemas aquáticos a eventos climáticos extremos.

“Ao explorar os cataclismos que este antigo megalago sofreu, como resultado das alterações climáticas, obtemos informações valiosas que podem elucidar potenciais crises ecológicas. É uma forma de entender as crises desencadeadas por mudanças no clima pelas quais o nosso planeta atravessa atualmente”, explica Palcu.

A pesquisa sobre o Paratethys foi realizada em colaboração com cientistas da Universidade de Utrecht (Holanda), da Academia Russa de Ciências, do Centro Senckenberg de Pesquisa em Biodiversidade e Clima (Alemanha) e da Universidade de Bucareste (Romênia). O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Participação feminina na ciência brasileira cresce 29% em 20 anos, diz relatório

CNN – A participação de mulheres na ciência brasileira, como autoras de publicações científicas, cresceu 29% nos últimos vinte anos. No entanto, essa presença feminina na produção científica cai conforme a carreira avança. Dados são de relatório da Elsevier-Bori lançado nesta sexta-feira (8).

O documento, intitulado “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil“, também mostrou que, em 2022, 49% da produção científica brasileira tem pelo menos uma mulher entre os autores. Em 2002, esse percentual era de 38%.

Com isso, o Brasil ocupa a terceira posição entre os países com maior participação feminina na ciência, entre as nações analisadas (18 países mais a União Europeia). O país fica atrás apenas da Argentina e de Portugal, que possuem, cada um, 52% das publicações científicas com autoras mulheres.

Ainda de acordo com o relatório, a participação feminina na ciência cresceu também nas áreas associadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (conhecida como STEM, na sigla em inglês), passando de 35%, em 2002, para 45%, em 2022.

Por outro lado, o documento mostra que houve uma diminuição da velocidade de crescimento da participação de mulheres nestas áreas a partir de 2009, em comparação com o crescimento total de todas as áreas somadas.

O relatório foi desenvolvido a partir de um levantamento da quantidade de autores homens e mulheres que assinaram publicações científicas entre 2002 e 2022 na base de dados Scopus, a partir de ferramenta da Elsevier.

“São resultados encorajadores ao constatar que nas gerações mais recentes vem crescendo a participação feminina”, comenta Dante Cid, vice-presidente de Relações Acadêmicas da América Latina da editora Elsevier. “No entanto, ainda temos desafios a superar nos aspectos de participação nas Exatas e de participação entre as gerações mais experientes”.

A participação feminina diminui entre as pesquisadoras mais experientes

Apesar dos resultados positivos sobre a participação feminina em produções científicas, o relatório mostrou que a presença de mulheres na Ciência é mais frequente entre as cientistas mais jovens. Conforme a carreira avança, a tendência é de diminuição da participação de pesquisadoras mulheres em trabalhos científicos.

De acordo com o levantamento, de 2018 a 2022, as mulheres que tinham até cinco anos de carreira foram coautoras em 51% das publicações científicas. No entanto, entre aquelas que possuíam mais de 21 anos de carreira, essa participação cai para 36%.

Além disso, o documento também mostrou que ainda existe disparidades na participação feminina em diferentes áreas do conhecimento. A produção científica feminina é maior em áreas como Enfermagem (80%), Farmacologia, Toxicologia e Farmacêutica (62%) e Psicologia (61%), enquanto é menor em áreas como Matemática (19%), Ciência da Computação (21%) e Engenharia (24%).

Caminho para a equidade de gênero na produção científica

Ainda de acordo com o levantamento, algumas áreas científicas estão caminhando para a equidade de gênero. É o caso da Enfermagem e Psicologia, em que houve um decréscimo de 3,4 e 3,1 pontos percentuais, respectivamente, nas autoras mulheres em 10 anos, o que indica que mais homens estão publicando estudos sobre essas áreas.

Já áreas predominadas por cientistas homens, como Economia, Econometria e Finanças, Negócios, Administração e Contabilidade, Ciências Ambientais e Veterinária, apresentaram o maior crescimento no número de autoras mulheres em 10 anos: de 9,2 pontos percentuais (economia), 8,0 pontos percentuais (negócios), 6,6 pontos percentuais (ciências ambientais), 6,0 pontos percentuais (veterinária).

“Nos últimos anos, várias universidades têm criado iniciativas para apoiar e incentivar cientistas mulheres em momentos como a maternidade”, comenta Fernanda Gusmão, Gerente de Soluções para Pesquisa da América Latina da Elsevier. “Acredito que essas ações irão contribuir para acelerar o alcance da equidade em diferentes áreas do conhecimento.”

No entanto, nas patentes de invenção, a participação feminina ainda cresce de forma lenta: as patentes em que todos os inventores são mulheres ficaram com estabilidade nos últimos 15 anos, de apenas 3% a 6%, segundo o relatório.

Esse crescimento não acompanha o aumento das patentes em que os inventores são homens e mulheres: nos últimos anos, houve um crescimento de 24%, em 2008, para 33%, em 2022.

A rara explosão de estrela prevista para os próximos meses por astrônomos

BBC – Enquanto o mundo volta seus olhos para o eclipse solar total de 8 de abril, o distante sistema binário Corona Borealis se prepara para um evento celestial igualmente impressionante: uma espetacular explosão de nova, protagonizada por uma de suas estrelas.

Localizado a aproximadamente 3 mil anos-luz da Terra, este sistema estelar se encontra no hemisfério norte do céu terrestre. Sua formação é composta por uma estrela anã branca já morta e uma gigante vermelha envelhecida.

A estrela anã branca, conhecida como T Coronae Borealis (ou T CrB), está prestes a passar por uma explosão de nova, um evento que, segundo a NASA, ocorre apenas uma vez durante a vida de um ser humano.

Prevista para ocorrer em algum momento até setembro de 2024, esta rara explosão cósmica provavelmente será visível a olho nu no hemisfério norte, dispensando a necessidade de telescópios caros para testemunhar o espetáculo.

As explosões de nova da T CrB são eventos raros, acontecendo aproximadamente a cada 80 anos. A última delas foi registrada em 1946.

A Previsão Cósmica: Por que e como isso está acontecendo?

Como os cientistas conseguem prever essas explosões de nova? Na maioria dos casos, a NASA não tem ideia de quando esses eventos ocorrerão. No entanto, existem cerca de 10 “novas recorrentes”, eventos que ocorrem periodicamente. A T Coronae Borealis é um exemplo proeminente desses fenômenos.

No caso específico da T CrB, a previsão é embasada em cálculos matemáticos e observações visíveis. A última explosão de nova da T CrB foi em 1946, ou seja, 78 anos atrás. Além disso, a estrela começou a diminuir seu brilho em março de 2023, um sinal claro de que está se preparando para a explosão.

Mas por que e como ocorre essa explosão? A T CrB faz parte de um sistema binário, orbitando em torno de uma gigante vermelha. À medida que a gigante vermelha expele matéria, a gravidade da T CrB atrai e retém esse material em sua superfície. Quando a quantidade de material acumulado atinge um limite crítico, ocorre uma reação termonuclear na superfície da anã branca, resultando na explosão de nova.

Um Show Celestial Esperado por Décadas

O espetáculo cósmico promete deixar o sistema estelar Corona Borealis temporariamente mais brilhante. Enquanto normalmente tem uma magnitude de visibilidade +10, durante a explosão, alcançará uma magnitude de +2, tornando-se visível a olho nu.

Os observadores no hemisfério norte podem procurar pela constelação Corona Borealis, onde a explosão surgirá como uma nova estrela brilhante. Espera-se que o brilho atinja seu pico e permaneça visível por alguns dias, possivelmente até mais de uma semana.

No entanto, após esse espetáculo de luz, a T CrB voltará à sua obscuridade, sem ser vista por décadas.

Eclipse total permite ampliar conhecimento sobre estrutura do Sol

Pesquisador conta que momento do fenômeno de hoje foi favorável

EBC – Os eclipses solares totais, como o que aconteceu nesta segunda-feira (8), além de gerar imagens incríveis, contribuem para impulsionar o conhecimento científico. O professor do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Costa, explica se tratar de um momento especial para pesquisadores que estudam a estrutura do Sol.

“No exato instante em que o disco do Sol fica completamente coberto pelo disco da Lua, dá para analisar com precisão a chamada coroa solar, que é aquele envoltório externo do Sol. Ela tem uma luminosidade muito mais fraca que a luz que vem das próprias superfícies do Sol”, explica.

Ele destaca que os eclipses lunares, que também geram belas fotos, oferecem menos contribuições para o avanço das pesquisa. “Não geram o mesmo interesse científico que os eclipses solares”, afirma Roberto.

Um eclipse total do Sol ocorre quando a Lua fica exatamente entre o Sol e a Terra, projetando uma sombra sobre o planeta. Esse fenômeno, quando ocorre, só é observável em uma determinada região do mundo. Dois tipos de sombra se formam: a umbra e a penumbra. Nos locais onde a Terra é atingida pela umbra, é possível ver totalmente o eclipse, enquanto se vê parcialmente na área atingida pela penumbra. Nas demais áreas, o fenômeno não é visível.

Hemisfério Norte

O fenômeno registrado nesta segunda-feira não pôde ser observado no Brasil. Ele foi visível apenas a partir dos Estados Unidos, do México e do Canadá. Roberto destaca que o fenômeno ocorreu em um momento favorável para as pesquisas. “O Sol tem um ciclo de atividade de 11 anos. A cada 11 anos, há uma máxima quantidade de manchas solares, há uma máxima quantidade de explosões solares. E ele está quase quase no máximo, vai chegar nos próximos meses”.

O professor da USP disse ter conhecimento de diferentes grupos que se prepararam para a observação com interesse científico, contando inclusive com a participação de brasileiros, uma vez que muitos dos projetos de pesquisa voltados para a observação astronômica são multinacionais. “Foi um evento muito bem aproveitado. O tempo estava bom em boa parte dos três países. Porque é também uma espécie de loteria. Você pode montar toda uma infraestrutura para a observação e chegar na hora com o céu nublado. E aí não tem o que fazer”.

Ainda de acordo com Roberto, as características de Estados Unidos, México e Canadá foram facilitadores. “Veio a calhar de ser visível a partir de um lugar que tem infraestrutura. Porque pode ocorrer de o eclipse só ser visível no meio do oceano. Ou em locais onde o deslocamento é complicado”.

Ciclo

Os eclipses totais do Sol acontecem a cada 18 meses, mas parecem raros justamente por atingirem apenas estreitas faixas do planeta. O próximo que será totalmente visível no território brasileiro será apenas em agosto de 2045, daqui a 21 anos. Antes disso, porém, eclipses parciais poderão ser observados do país.

“O ciclo dos eclipses é conhecido há literalmente 3 mil anos. Eles não pegam ninguém de surpresa. Existem disponíveis na internet catálogos de eclipse que registram os eventos de milhares de anos para frente e para trás”, destaca Roberto.

O professor da USP lembra um evento no Brasil que exemplifica a importância desses fenômenos para a ciência. “Teve um eclipse famoso observado no país em maio de 1919, a partir do qual houve a primeira validação experimental da teoria da relatividade do Einstein. Havia necessidade de um eclipse solar total e quando ele ocorreu, foi possível observá-lo em Sobral, no Ceará.”, contou.

Nasa lança satélite para monitorar ‘sinais vitais’ da Terra e desvendar segredos dos oceanos

O satélite Pace, que estará a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, será lançado de Cabo Canaveral, no centro da Flórida

Com Agências – A NASA, renomada agência espacial dos Estados Unidos, anuncia o lançamento de um satélite revolucionário nesta terça-feira (06/02), com o objetivo de analisar os “sinais vitais” da Terra, fornecendo uma visão aprofundada da saúde do planeta, com foco especial nos oceanos e na atmosfera. O satélite Pace, transportado pelo foguete SpaceX Falcon 9, será lançado do icônico Cabo Canaveral, situado no coração da Flórida.

A oceanógrafa da NASA, Violeta Sanjuan, em entrevista à agência Efe, descreveu que o Pace será colocado numa órbita mais distante que a Estação Espacial Internacional (ISS), localizando-se a aproximadamente 677 quilômetros da Terra. Sanjuan ressaltou a natureza revolucionária do satélite, destacando sua capacidade de fornecer informações detalhadas sobre o oceano, especialmente em relação às microalgas, conhecidas como fitoplâncton, algo inédito até então.

O fitoplâncton, representando apenas 1% da biomassa total do planeta, é responsável por produzir aproximadamente 50% a 60% do oxigênio disponível na Terra. Sanjuan enfatizou a eficiência desses organismos na captura de dióxido de carbono e na liberação de oxigênio, superando em muito as plantas terrestres.

A missão Pace, cuja sigla em inglês significa Plankton, Aerosols, Clouds and Ocean Ecosystems (Plâncton, Aerossóis, Nuvens e Ecossistemas Oceânicos), é singular por sua abordagem detalhada do fitoplâncton, explorando sua interação com aerossóis e partículas suspensas no ar. Este lançamento representa um marco significativo na pesquisa espacial, prometendo desvendar segredos fundamentais sobre a saúde e o funcionamento dos ecossistemas terrestres.

Santo André recebe o prêmio “Cidades Excelentes” por iniciativas de sustentabilidade

Iniciativas como Moeda Verde, usinas fotovoltaicas e Moeda Pet foram reconhecidas em etapa estadual de premiação realizada pelo Grupo Bandeirantes

No último domingo (12), Santo André conquistou o título estadual na categoria “Sustentabilidade” no Prêmio Cidades Excelentes da Band. Reconhecendo iniciativas como a Moeda Verde, usinas fotovoltaicas e o programa de Troca Pet, este reconhecimento foi concedido durante a etapa estadual dos prêmios realizados pelo Grupo Bandeirantes.

O prefeito Paulo Serra expressou imensa alegria por mais um reconhecimento, desta vez vindo do Grupo Bandeirantes. Ele enfatizou que Santo André não é apenas uma cidade inteligente, mas também um modelo de sustentabilidade. Ele destacou que a verdadeira vitória está na melhoria da qualidade de vida dos residentes da cidade. Esta comenda tem um significado especial, sendo uma honra levar este prêmio para casa em nome de todos os indivíduos que residem em nossa cidade.

Este prêmio serve como um reconhecimento para inúmeras iniciativas da Prefeitura de Santo André voltadas para a preservação do meio ambiente, alinhadas com ações de desenvolvimento sustentável e inclusão social. Com uma pontuação de 75,54, Santo André recebeu a maior nota entre os municípios paulistas com mais de 100.000 habitantes nessa categoria.

Entre essas iniciativas está o programa Moeda Verde, uma parceria entre o Fundo Social de Solidariedade e o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental (Semasa). Celebrando seu sexto aniversário neste mês, o programa troca materiais recicláveis por produtos agrícolas frescos, beneficiando 26 comunidades. Desde 2017, mais de 1.200 toneladas de resíduos foram coletadas, resultando na distribuição de cerca de 250 toneladas de alimentos.

Outra iniciativa de destaque é o projeto em andamento de instalação de um complexo de usinas fotovoltaicas pelo Departamento de Infraestrutura e Serviços Urbanos. Esse empreendimento visa gerar energia limpa, reduzindo assim as contas de eletricidade de edifícios públicos.

O programa de Troca Pet, que troca materiais recicláveis por ração para cães e gatos, também foi reconhecido. Estabelecido em 2019, é uma colaboração entre a Secretaria de Meio Ambiente, o Banco de Alimentos do Fundo Social de Solidariedade e o Semasa.

Para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade, Santo André opera o programa “Ponto Limpo” para combater o descarte inadequado de resíduos. O Semasa engaja ativamente os cidadãos, promovendo o descarte correto de resíduos e incentivando a participação na revitalização de áreas degradadas. Além disso, a cidade hospeda projetos socioambientais como “Breshopping Sustentável” e “Gincana Ecológica”, promovidos por meio de doações nas Estações de Coleta.

OMS: mundo deve se preparar para surto mais mortal do que a Covid-19

Discurso do diretor-geral da OMS destacou a importância da preparação para emergências sanitárias

No sábado (20), durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o lançamento da Rede Internacional de Vigilância de Patógeno, uma iniciativa global com o objetivo de aprimorar os sistemas de coleta de amostras para prevenir doenças. A rede visa utilizar dados que possam contribuir para a formulação de políticas públicas, facilitar a tomada de decisões pelos gestores de saúde e promover um compartilhamento mais amplo de informações dentro da comunidade científica.

Em seu discurso no evento, na segunda-feira (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou a importância da preparação dos países para enfrentar novas emergências de saúde. Ele alertou sobre a persistente ameaça de surgimento de variantes que causam surtos de doenças e mortes, assim como a possibilidade de um novo patógeno emergente ainda mais letal. Adhanom também destacou que as pandemias não são a única ameaça enfrentada, enfatizando a necessidade de uma arquitetura eficaz para a preparação e resposta a emergências de saúde de todos os tipos, em um mundo marcado por múltiplas e interconectadas crises.

A nova rede utilizará informações genômicas de agentes causadores de doenças como base de dados, analisando o código genético de vírus, bactérias e outros microrganismos. O objetivo é obter um melhor entendimento das características das infecções, incluindo sintomas, formas de transmissão e riscos para a saúde.

De acordo com a OMS, cientistas e especialistas em saúde pública poderão identificar e rastrear doenças com base nessas informações. A partir disso, a ideia é prevenir e responder a surtos como parte de um sistema mais amplo de vigilância, além de desenvolver tratamentos e vacinas.

Com a operacionalização da rede, os países poderão detectar e responder a ameaças de doenças antes que elas se transformem em epidemias ou pandemias, segundo destaca a OMS.

“O objetivo dessa nova rede é ambicioso, mas também pode desempenhar um papel vital na segurança da saúde: dar a todos os países acesso ao sequenciamento e análise genômica de patógenos como parte de seu sistema de saúde pública”, afirmou o diretor-geral da OMS.

Defensores de “tratamento precoce” contra covid são condenados a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde

Justiça acolheu ações do MPF contra associação Médicos pela Vida e outros réus; uma condenação foi de R$ 45 mi e a outra de R$ 10 mi

MPF – Ao julgar duas ações ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal no Rio Grande do Sul condenou os responsáveis pela publicação de material publicitário intitulado Manifesto Pela Vida. O grupo, que se identificava como “médicos do tratamento precoce Brasil”, estimulava o consumo dos medicamentos que fariam parte de suposto “tratamento precoce”. O material era divulgado à população em geral, inclusive, com a indicação de médicos que prescreviam o tratamento do denominado “kit covid”.

Nas sentenças, a Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco – ADM/PE), e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves (GJA Participações) foram condenados solidariamente ao pagamento de R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde, nos limites de suas responsabilidades. Em uma das ações (5059442-62.2021.4.04.7100), o montante do pagamento imposto pela Justiça foi de R$ 45 milhões e, na outra (5020544-77.2021.4.04.7100), a condenação foi no valor de R$ 10 milhões.

No informe publicitário, a associação – com sede no Recife (PE), mas que também é integrada por médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) – citava os possíveis benefícios do intitulado “tratamento precoce” para a covid-19, citando expressamente os medicamentos. Tal referência, no entanto, é realizada sem qualquer indicação de possíveis efeitos adversos que podem decorrer da utilização desses medicamentos, além de possivelmente estimular a automedicação, uma vez que era indicado por associação médica.

Segundo o MPF, a publicação contraria a legislação e ato normativo que tratam da propaganda e publicidade de medicamentos. Resolução da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, determina que as informações sobre medicamentos devem ser comprovadas cientificamente, o que não é o caso daqueles elencados no manifesto quando aplicados a casos de covid-19.

Para o julgador, ficou comprovada a cumplicidade entre a Vitamedic e a Associação Médicos Pela Vida, tendo a empresa farmacêutica financiado a propaganda irregular, investindo R$ 717 mil nessa publicidade, conforme, inclusive, admitido pelo diretor da Vitamedic – fabricante do medicamente ivermectina – durante depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.

Segundo o magistrado, tendo sido “configurada a interposição de pessoa ilícita, fica evidenciado que o ‘manifesto pela vida’ foi mecanismo ilícito de propaganda de laboratório fabricante de medicamento, servindo a ré do triste papel de laranja para fins escusos e violadores de valor fundamental, a proteção da saúde pública”.

Ao justificar o valor imposto nas sentenças, o magistrado assevera, ainda, que “a só e pura publicidade ilícita de medicamentos, pelos riscos do seu uso irracional, já representa abalo na saúde pública e sua essencialidade impõe a devida reparação”.

Atuação da Anvisa – Ao analisar a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no caso, a Justiça Federal reconheceu a atuação equivocada do órgão, que se esquivou a todo tempo de aplicar a sua própria norma sobre publicidade de medicamentos.

A Justiça Federal reconhece a omissão da Anvisa ao não ter atuado a associação para aplicar as penalidades previstas no caso, porém também afirma que o valor de indenização da sentença supera o que poderia ser imposto pela Agência, assim sendo, o julgador entendeu ter perdido objeto a parte em que o MPF pediu para que a Anvisa tomasse as providências cabíveis para exercer seu poder de polícia e punir a publicidade indevida.

Própolis melhora imunidade e ameniza inflamação em pessoas com HIV

Envelhecimento precoce de quem vive com a doença também melhora

Um estudo realizado por uma bióloga do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), mostrou que 500 miligramas (mg) diários de própolis para pessoas que vivem com o vírus HIV, resultaram em uma redução significativa na concentração de um marcador de estresse oxidativo. Nesse mesmo grupo foi observado um ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, refletindo no combate aos radicais livres.

Segundo a bióloga Karen Ingrid Tasca, um dos problemas enfrentados pela população que convive com o vírus causador da aids é o envelhecimento precoce, que pode ser de dez a 20 anos, por conta da deterioração da imunidade mais acelerada, além do desenvolvimento precoce de comorbidades, como diabete, hipertensão e tumores. Esse processo de envelhecimento precoce ocorre porque, além de o sistema imunológico ser ativado constantemente, esses pacientes tem inflação crônica.

“O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas.”

Um estudo anterior mostrou que os parâmetros inflamatórios de portadores do HIV diminuíra, as células que são consideradas alvo principal do vírus aumentaram, assim como também aumentou o marcador de células responsáveis por regular a inflamação.

Segundo uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos: “A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica.”

Dados gerais
Ambos os estudos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos, de acordo com dados do ano passado.

De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/aids, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência da doença. A taxa de mortalidade padronizada é de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu caiu 26,4% entre 2014 e 2021.

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo adquiriram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia.