MPBA recomenda ações educativas para prevenção da gravidez na adolescência em municípios do Oeste da Bahia

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Órgão alerta para altos índices de gestação precoce, especialmente na zona rural, e orienta municípios a adotarem medidas para evitar evasão escolar

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) recomendou que as secretarias municipais de Educação e Assistência Social de Bom Jesus da Lapa, Sítio do Mato, Paratinga e Serra do Ramalho promovam ações educativas para a prevenção da gravidez na adolescência. A recomendação foi expedida pela promotora de Justiça Alana Dias Rosendo Vasconcelos e prevê a implementação dessas ações em toda a rede escolar e nos equipamentos da assistência social, envolvendo também as famílias e a comunidade no debate.

Segundo a promotora, a comarca de Bom Jesus da Lapa registra um número elevado de casos de gravidez na adolescência, especialmente em áreas rurais, incluindo situações que envolvem menores de 14 anos. Diante desse cenário, a recomendação orienta os municípios a estabelecerem diretrizes para o acompanhamento de adolescentes gestantes e puérperas no ambiente escolar, garantindo sua permanência nos estudos.

Entre as medidas propostas, estão a implementação de um sistema de busca ativa para evitar a evasão escolar relacionada à gravidez, a articulação com os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) para acompanhamento sociofamiliar das adolescentes, além da criação de grupos de apoio multidisciplinares para acolhimento e orientação. Também foi recomendada a capacitação de profissionais da educação e da assistência social para identificação e acompanhamento dos casos.

As ações educativas devem ser intensificadas na primeira semana de fevereiro, período em que ocorre a ‘Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência’. A recomendação prevê a realização de palestras, oficinas e rodas de conversa com profissionais das áreas de saúde, assistência social e educação, abordando temas como educação sexual, métodos contraceptivos e planejamento de vida.

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Governo do Estado lança Selo Lilás em Barreiras para incentivar valorização das mulheres

Certificação reconhecerá empresas e entidades que promovem equidade de gênero e adotam medidas concretas de inclusão feminina no mercado de trabalho

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O município de Barreiras será palco, nesta sexta-feira (31), do lançamento do Selo Lilás, uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia para reconhecer empresas e instituições que promovem a equidade de gênero e adotam medidas concretas de valorização das mulheres. O evento acontece às 14h, no auditório da CDL/ACEB, e contará com a presença da secretária estadual de Políticas para Mulheres, Neusa Cadore.

A certificação será concedida a empresas e entidades que implementam políticas de inclusão, combate à violência contra a mulher e promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e igualitário. O objetivo é incentivar o setor empresarial a adotar práticas que ampliem as oportunidades para as mulheres e reforcem o compromisso com a responsabilidade social.

Organizado pela Secretaria Municipal da Mulher e Juventude, em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA), o evento será gratuito e aberto ao público. A programação contará com debates sobre a participação feminina no mercado de trabalho e orientações sobre os critérios para adesão à certificação. As inscrições podem ser feitas pela plataforma Sympla.

Empresas que aderirem ao Selo Lilás se tornam referências em boas práticas corporativas, demonstrando compromisso com a construção de ambientes mais inclusivos e acolhedores para as mulheres. O lançamento em Barreiras representa um avanço na promoção da equidade de gênero no ambiente profissional.

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Guerras e riscos ambientais dominam previsões globais para 2025, aponta Fórum Econômico Mundial

Conflitos armados e riscos ambientais são os maiores desafios para o futuro próximo, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial. A pesquisa com 900 especialistas destaca a guerra entre Estados como o risco mais iminente, seguido pela crescente ameaça de desastres climáticos e a ascensão de desinformação

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Fórum Econômico Mundial (FEM) revelou, em seu mais recente relatório, que os conflitos armados entre nações são considerados os riscos mais alarmantes para 2025. Realizada com a participação de 900 especialistas de diversas áreas, a pesquisa aponta que, no cenário global atual, a possibilidade de guerras entre Estados se destaca como a maior ameaça, superando outros riscos como eventos climáticos extremos (14%), confrontos geoeconômicos (8%) e a disseminação de desinformação (7%).

O agravamento de conflitos prolongados, como os da Ucrânia e do Sudão, alimenta essa percepção crescente de insegurança mundial. Além disso, a fragmentação do cenário político global e o aumento de atitudes unilaterais por parte de várias nações ampliam os temores de falhas estratégicas e enfraquecem os mecanismos multilaterais que normalmente ajudariam na prevenção de crises.

O estudo revela também que as projeções para a próxima década são ainda mais preocupantes. Se no curto prazo, apenas 5% dos especialistas apontam riscos catastróficos, esse número sobe significativamente para 17% nos próximos dez anos. Simultaneamente, aqueles que veem o futuro como turbilento aumentam de 31% para 45%. Um dos maiores desafios identificados a curto prazo é o impacto da desinformação, uma ferramenta capaz de manipular intenções de voto, gerar incertezas em zonas de conflito e prejudicar a reputação de produtos e serviços globais.

Outro destaque do relatório é o papel crucial da desigualdade social, que aparece como o sétimo maior risco tanto para o curto quanto para o longo prazo. Embora não seja o principal fator de risco, a desigualdade é vista como um amplificador de outras ameaças. O relatório destaca que a desigualdade pode enfraquecer a confiança social e corroer o senso coletivo de valores compartilhados, exacerbando outros riscos, como as tensões políticas e sociais.

Em relação aos riscos ambientais, embora os eventos climáticos extremos ocupem a segunda posição entre as ameaças para 2025, eles se tornam a principal preocupação no horizonte de dez anos. A perda de biodiversidade, o colapso de ecossistemas e outros impactos ambientais lideram as previsões para o futuro, com os especialistas mais jovens expressando grande preocupação com a deterioração ambiental. O relatório alerta que, entre todos os 33 fatores analisados, os riscos ambientais apresentam o agravamento mais acentuado, especialmente nas perspectivas de longo prazo.

A inteligência artificial (IA), apesar de estar apenas na 31ª posição de riscos no curto prazo, também preocupa os especialistas. A IA deve subir para a 6ª posição nas projeções de longo prazo, refletindo o receio de que, após os benefícios iniciais de desenvolvimento e adoção, a tecnologia possa se transformar em uma ameaça significativa.

O Fórum Econômico Mundial conclui sua análise com um apelo à cooperação global. Diante dos riscos cada vez mais complexos e interligados que os líderes mundiais terão que enfrentar, o relatório enfatiza que a única alternativa para evitar uma espiral de declínio global é buscar caminhos de diálogo e colaboração internacional.

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PM que jogou jovem de ponte matou homem com 11 tiros no ano passado

Soldado, com histórico de violência, está afastado após novo caso na zona sul de São Paulo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O soldado Luan Felipe Alves Pereira, da Polícia Militar de São Paulo, está no centro de mais um caso de violência policial. Após ser flagrado jogando um homem de uma ponte na Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, o histórico do policial revela outro episódio controverso: em 2022, ele matou Maycon Douglas Valério, de 31 anos, com 11 tiros, em uma ação que foi arquivada sob a alegação de legítima defesa.

O incidente mais recente, amplamente divulgado em vídeo, resultou no afastamento imediato de Luan e de outros 12 policiais envolvidos. A ação foi duramente criticada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), que classificaram a atitude como incompatível com os valores da corporação.

Um histórico que questiona a legitimidade da força

O caso de 2022 ocorreu em Diadema, região metropolitana de São Paulo, durante uma perseguição a Maycon, que pilotava uma moto sem capacete e camiseta. Após abandonar o veículo e tentar fugir a pé, ele teria, segundo o PM, derrubado um revólver enquanto corria, o que motivou a abordagem letal. A câmera corporal de Luan registrou 12 disparos, dos quais 11 atingiram o peito e o rosto da vítima.

Embora o laudo pericial confirmasse que os tiros partiram da arma do policial, a perícia foi dificultada pelo transporte do suspeito ao hospital antes da morte ser registrada. A defesa alegou que a ação visava revidar uma “injusta agressão”, justificativa aceita pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça, resultando no arquivamento do caso em janeiro de 2023.

Imagens da câmera corporal, no entanto, não esclarecem se Maycon representava uma ameaça real aos policiais. A dúvida sobre a proporcionalidade do uso da força segue como um ponto de interrogação em um episódio que culminou na morte de um homem desarmado, segundo análises posteriores.

Novo caso reacende polêmicas

O vídeo do incidente na ponte, divulgado na última terça-feira (3), gerou indignação pública. Tarcísio de Freitas afirmou que Luan “não está à altura de usar a farda” e reforçou que a conduta foi inadmissível. Guilherme Derrite declarou que “nenhum tipo de desvio de conduta será tolerado” e garantiu o afastamento imediato dos envolvidos, classificando a ação como fora dos procedimentos operacionais da corporação.

Força ou abuso?

Os dois episódios, separados por apenas um ano, levantam uma questão central: até que ponto atitudes como as de Luan Felipe representam desvios individuais ou refletem problemas estruturais na formação e supervisão da Polícia Militar? Enquanto a legítima defesa é uma prerrogativa do trabalho policial, o histórico de ações letais e a escalada de violência em abordagens colocam em xeque os limites entre proteger a sociedade e abusar da força.

A promessa do governo estadual de investigar e punir os responsáveis é vista como necessária, mas será suficiente para restaurar a confiança pública em uma corporação que, repetidamente, enfrenta acusações de excesso? A ambição de impor autoridade sem considerar o impacto social de tais ações pode custar caro à imagem da PM e à segurança que ela deveria garantir.

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Indignação e repúdio: o dever do Estado transformado em barbárie

Nota de Opinião

É com profundo pesar e revolta que assistimos a mais um capítulo de abuso cometido por quem deveria proteger a população. O crime brutal ocorrido em Camaragibe, Pernambuco, no qual o policial militar Venilson Cândido da Silva, fora de serviço, tirou a vida do jovem Thiago Fernandes Bezerra de 23 anos por míseros R$ 6,98, não é apenas uma tragédia pessoal, mas um retrato da falência moral de parte daqueles que carregam o dever de representar o Estado.

Ao invés de cumprir o juramento de zelar pela segurança, esse agente transformou a farda – ainda que ausente no momento do crime – em um símbolo de opressão e marginalidade. Thiago, um trabalhador que dependia de sua moto para sustentar a família, foi executado à luz do dia em um ato que reflete não só frieza, mas uma perversidade inimaginável. A crueldade não parou com o disparo; ela se estendeu na tranquilidade com que o assassino retornou ao seu cotidiano, apenas para ser desmascarado pela indignação popular.

O Estado, por meio de seus representantes, tem o dever de agir com urgência e transparência. A prisão em flagrante e a abertura de um processo administrativo contra o policial são apenas o início do que deve ser uma punição exemplar. A sociedade clama por justiça, mas também por mudanças estruturais que impeçam que pessoas despreparadas e moralmente falidas ingressem ou permaneçam em corporações que deveriam ser sinônimo de proteção.

Nosso repúdio se estende também à banalização da vida, evidenciada neste episódio. A história de Thiago, como a de tantas vítimas de abusos, não pode ser esquecida. Sua luta como trabalhador precisa ser uma memória que alimente o clamor por um sistema de segurança pública mais justo, humano e alinhado aos princípios que deveriam nortear a Polícia Militar.

A indignação da população de Camaragibe é compreensível e reflete o esgotamento diante de tamanhas injustiças. No entanto, a justiça não pode ser feita pelas próprias mãos, mas pela aplicação rigorosa da lei. Que este caso seja um divisor de águas, um lembrete da necessidade de reconstruirmos a relação entre a população e aqueles que a servem.

Thiago não voltará para casa, mas sua história deve ser o combustível para a mudança. Que sua memória nos inspire a não aceitar mais o que é inaceitável.

Luís Carlos dos Santos Nunes

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PM que assassinou friamente motoboy para não pagar corrida de R$ 6,98 é linchado em Pernambuco

Crime bárbaro expõe a frieza e crueldade de policial militar fora de serviço em Camaragibe (PE)

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um ato de brutalidade e desprezo pela vida humana chocou o Brasil no último domingo (1º), em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O policial militar Venilson Cândido da Silva, de 50 anos, assassinou o motoboy Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, com um disparo a sangue-frio, supostamente para evitar o pagamento de uma corrida de R$ 6,98. O crime, registrado por câmeras de segurança, evidencia uma conduta de extrema frieza e crueldade por parte do agente, que estava fora do horário de serviço e à paisana.

Assista os vídeos ao final

As imagens mostram Venilson descendo da moto de Thiago em frente a um condomínio, momento em que saca a arma e atira no jovem, que nada pôde fazer. Após o disparo fatal, o policial retorna calmamente, recolhe o capacete da vítima e o coloca ao lado do corpo, antes de entrar no prédio.

A comunidade local reagiu com indignação e revolta. Minutos depois, o policial tentou fugir ao embarcar em um ônibus coletivo, mas foi reconhecido por populares que cercaram o veículo. Venilson foi retirado à força e sofreu espancamento por parte da multidão. Mesmo quando agentes da Polícia Militar chegaram para intervir, as agressões continuaram. Ele foi colocado na parte traseira da viatura, mas ainda assim apanhou, antes de ser levado às pressas para uma unidade policial.

Investigações e medidas administrativas

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco confirmou que Venilson foi preso em flagrante e responderá por homicídio. A 10ª Delegacia de Polícia Civil de Homicídios assumiu as investigações. Além do processo criminal, o policial enfrentará um procedimento administrativo que, segundo a pasta, deverá culminar em sua expulsão da corporação.

O caso gerou forte comoção e debates sobre abuso de poder e a necessidade de mecanismos mais rígidos para punir desvios de conduta entre agentes de segurança pública. Para muitos, o crime é um lembrete de que a instituição precisa de reformas para evitar que indivíduos sem controle ou ética manchem a farda e comprometam a segurança da sociedade.

Thiago Fernandes Bezerra, um jovem trabalhador, teve sua vida ceifada de forma brutal por um motivo irrisório, reforçando a urgência de justiça para garantir que tamanha barbaridade não se repita.

General golpista cita SS nazista como exemplo para “kids pretos” em monografia secreta

Documento expõe conexões ideológicas e práticas de Mario Fernandes com táticas extremistas

Editado por Caso de Política, do DCM – O Diário do Centro do Mundo (DCM) revelou com exclusividade o conteúdo de uma monografia escrita pelo general da reserva Mario Fernandes, investigado por participação em uma tentativa de golpe e no planejamento de assassinatos de figuras políticas. O acesso ao documento, restrito pelo Exército, foi obtido em parceria com o pesquisador Ananias Oliveira, da UFCG, e o perfil Camarote da República.

Na tese de 182 páginas, apresentada à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) em 2002, Fernandes analisou o emprego de Forças Especiais, conhecidas como “kids pretos”, em cenários de Guerra Irregular e Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O general destacou ações nazistas como a libertação de Benito Mussolini pela SS e o uso de paraquedistas na Segunda Guerra Mundial, citando essas operações como “exemplos estratégicos”.

Além do conteúdo controverso, o documento menciona sugestões de campos de prisioneiros e referências a Auschwitz, discutidas em grupos de WhatsApp de militares ligados a Fernandes. A Polícia Federal apurou que ele coordenava manifestantes golpistas no QG do Exército em Brasília, além de planejar um golpe de Estado que incluiria o assassinato de Alexandre de Moraes e possível envenenamento do presidente Lula e do vice Alckmin.

Mario Fernandes, um exímio paraquedista e atirador, transitou entre os altos círculos do Exército e do governo Bolsonaro. Apesar de preterido na carreira militar, desempenhou papel central nos bastidores dos atos antidemocráticos, evidenciando as conexões sombrias entre forças armadas e radicalismo político no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra no DCM.

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Time de Israel canta nos estádios “Somos o time mais racista do país” e “Morte aos árabes”

DCM – Nas ruas de Amsterdã, capital da Holanda, uma cena degradante ocorreu 07 de novembro entre torcedores do Maccabi Tel Aviv, de Israel, e do Ajax, válido pela Liga Europa.

Ao menos cinco pessoas tiveram que ser hospitalizadas, enquanto 62 acabaram atrás das grades. O governo de Israel enviou dois aviões para buscar os torcedores do Maccabi.

Tudo começou com a provocação dos apoiadores do Maccabi. Não satisfeitos em apenas assistir ao jogo, eles decidiram dar um show extra atacando um táxi e queimando uma bandeira palestina, conforme relatou o chefe de polícia de Amsterdã, Peter Holla.

E não parou por aí: também resolveram desfilar pelas ruas cantando louvores aos ataques de Israel na Faixa de Gaza e arrancaram uma bandeira palestina de uma casa.

Em Israel, o racismo é parte do futebol. O Beitar Jerusalem, um clube com um histórico de seis títulos nacionais, é o maior exemplo dessa tendência. Apesar dos esforços de diversos proprietários e presidentes para limpar a imagem do clube, o racismo é um adversário difícil de derrotar.

Aviram Bruchian, ex-capitão do Beitar e sobrinho de uma lenda do clube, expressou sua vontade de jogar ao lado de um jogador árabe. Foi rapidamente chamado para uma “reunião de emergência” com La Familia, o grupo de torcedores de extrema-direita do clube.

No dia seguinte, ele teve que pedir desculpas e reafirmar seu compromisso com a torcida, dizendo que se eles não querem um jogador árabe, então não haverá nenhum.

O Beitar foi originalmente formado como um clube de um movimento de direita liberal durante os anos do Mandato Britânico e tinha uma relação até amigável com clubes árabes.

David Frenkiel, responsável pelo primeiro site da Beitar e escritor na revista esportiva Shem Hamisehak, observou que a onda anti-árabe começou na segunda metade dos anos 90. Ele descreve a situação como um efeito cascata de provocações que cresceram porque ninguém queria realmente enfrentar os racistas na arquibancada.

Um dos gritos de guerra é uma ode ao “time mais racista de Israel”. Eles cantam “Morte aos Árabes” sob o lema “Para Sempre Puro” numa faixa. A letra diz o seguinte:

As estrelas no céu são testemunhas / Do racismo que é como um sonho / O mundo inteiro vai testemunhar / Não haverá árabes no time! / Não me importo com quantos e como serão mortos / Eliminar árabes me empolga / Menino, menina ou velho / Vou enterrar todos os árabes bem fundo no chão

O ex-presidente de Israel, Ruvi Rivlin, e o primeiro-ministro Ehud Olmert tiveram suas chances de intervir, mas optaram por não irritar seus apoiadores. Quando Benjamin Netanyahu celebrou um título do Beitar em 1998, ele ignorou os gritos de “Morte aos árabes”.

Em 2013, o clube contratou dois jogadores muçulmanos chechenos, Zaur Sadayev e Dzhabrail Kadiyev, provocando a ira dos torcedores.

Os chechenos foram hostilizados ao longo do campeonato. Depois de Sadayev marcar um gol, parte da torcida abandonou o estádio, um acontecimento inédito no mundo. Eles deixaram o Beitar e Israel ao final da temporada e retornaram para a Chechênia.

CCJ aprova PEC que proíbe aborto legal e reacende debates sobre direitos reprodutivos

Proposta inclui o direito à vida desde a concepção na Constituição, eliminando exceções legais ao aborto e dividindo opiniões na sociedade e no Congresso

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em uma votação marcada por protestos e intensos debates, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27/11) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o direito à vida desde a concepção. Na prática, a medida pode extinguir todas as permissões atuais para a interrupção legal da gravidez no Brasil.

De autoria do ex-deputado Eduardo Cunha, o texto foi articulado pela deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), filha do ex-parlamentar, que defendeu a proposta como um marco para os direitos do nascituro.

“A discussão acerca da inviolabilidade do direito à vida não pode excluir o momento do início da vida. A vida não se inicia com o nascimento e, sim, com a concepção”, justificou a deputada.

Atualmente, a legislação brasileira permite o aborto em casos de risco à vida da gestante, estupro ou anencefalia do feto. Caso a PEC avance no Congresso Nacional, essas exceções deixarão de existir, tornando o aborto ilegal em qualquer circunstância.

Tensões na base governista e estratégia oposicionista

A PEC foi aprovada à revelia da base aliada ao governo, que tentou barrar a votação com um pedido de retirada de pauta na semana anterior, mas foi derrotada. Nesta quarta-feira, após o esgotamento do prazo para o pedido de vista, a proposta foi votada e aprovada pela CCJ.

Deputados da base governista conseguiram, no entanto, negociar com a cúpula da CCJ para evitar que outros projetos polêmicos fossem discutidos no mesmo dia, como pautas relacionadas ao Movimento Sem Terra (MST) e a autonomia de estados para legislar sobre matérias penais.

Com a admissibilidade aprovada, o próximo passo será a criação de uma comissão especial pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), onde o mérito da proposta será analisado.

Protestos e confusão marcam votação

O debate sobre a PEC foi acompanhado por manifestações acaloradas dentro e fora da Câmara. Durante a sessão, manifestantes entoaram frases como “criança não é mãe, estuprador não é pai”, o que levou a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), a transferir a discussão para outro plenário.

Apesar da mudança, a confusão persistiu, obrigando os parlamentares a retornarem ao plenário original para concluir a votação.

Impactos e polarização

A aprovação da PEC reacende o debate sobre direitos reprodutivos no Brasil e tem gerado críticas de especialistas e movimentos sociais, que apontam retrocessos em conquistas históricas para as mulheres. Grupos conservadores, por outro lado, celebram a medida como um avanço na defesa da vida e dos valores tradicionais.

O texto, que ainda precisa passar por outras etapas no Congresso, já polariza opiniões e promete acirrar os ânimos tanto no parlamento quanto na sociedade.

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G20 no Brasil: taxação de bilionários, fome e clima dominam cúpula global

Foto: Agência Brasil

Lula lança aliança contra a fome com adesão de 81 países e R$ 146 bilhões do BID, enquanto líderes debatem reforma global e justiça climática

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A cúpula de líderes do G20 teve início nesta segunda-feira (18/11), no Rio de Janeiro, com o Brasil no centro das atenções. Chefes de Estado e representantes das maiores economias do mundo enfrentam temas cruciais, como a taxação de super-ricos, o combate à fome e às mudanças climáticas, além da reforma das instituições de governança global.

O evento, que se estende até esta terça-feira (19/11), foi marcado pelo lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com adesão de 81 países, a iniciativa pretende ampliar políticas de transferência de renda para alcançar 500 milhões de pessoas até 2030. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um aporte de US$ 25 bilhões – cerca de R$ 146 bilhões – para financiar projetos na América Latina e no Caribe, com apoio de outras nove instituições financeiras.

A fome é uma questão política, não um desastre natural. É responsabilidade dos governantes do mundo que a tratam como invisível”, declarou Lula durante um discurso no último sábado (16/11).

Taxação de fortunas e resistência política

Outro destaque da presidência brasileira no G20 é a proposta de tributar em 2% as fortunas de bilionários, com a receita destinada a reduzir desigualdades nos países mais necessitados. A ideia, defendida por Lula como uma medida de justiça social, encontra forte resistência de líderes como o presidente argentino Javier Milei, que se posiciona contra qualquer tipo de tributação global.

A tensão entre visões opostas ilustra as dificuldades em alcançar consensos dentro do G20. Mesmo assim, a proposta brasileira ganhou respaldo de nações como Alemanha, Noruega, Bangladesh e União Europeia, além do apoio explícito do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

ONU e a urgência de uma reforma global

A cúpula também se debruça sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, alvo de críticas por sua estrutura antiquada e exclusivista. Atualmente, apenas cinco membros permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – possuem poder de veto.

O Conselho reflete o mundo de 80 anos atrás”, afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU, durante o evento. A estrutura atual tem dificultado a tomada de decisões em crises globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza, alimentando o clamor por mudanças.
Clima em destaque: financiamento e sobrevivência global

O combate às mudanças climáticas é outra prioridade do G20, com o Brasil liderando as discussões para ampliar os recursos destinados à mitigação e adaptação aos impactos ambientais. Paralelamente, negociadores da COP29, no Azerbaijão, enfrentam dificuldades para definir um financiamento robusto. Países em desenvolvimento exigem ao menos US$ 1 trilhão das nações ricas para financiar ações climáticas, mas esbarram na relutância dos países desenvolvidos.

Simon Stiell, secretário executivo do Clima na ONU, pediu maior engajamento dos líderes do G20: “A cooperação internacional é nossa melhor e única chance contra o aquecimento global.”

Agenda do G20 e a passagem de bastão

A cúpula começou com a recepção dos líderes pelo presidente Lula no Museu de Arte Moderna. A manhã foi dedicada ao lançamento da Aliança Global contra a Fome e à primeira sessão de debates sobre desigualdade e governança global. À tarde, o foco recai sobre a reforma da ONU e outras instituições internacionais.

Na terça-feira, os líderes discutirão desenvolvimento sustentável e transição energética antes de encerrar a cúpula com a tradicional declaração conjunta. A presidência do G20 será então transferida para a África do Sul, que assume o comando do grupo.

O desafio de transformar discursos em ação

Com temas que vão da justiça social à sobrevivência do planeta, o G20 no Brasil traz uma pauta carregada de simbolismo e urgência. Entretanto, as barreiras políticas e econômicas deixam no ar a dúvida: os acordos desta cúpula serão um marco transformador ou mais um capítulo de promessas não cumpridas?

Lula, no entanto, deixou clara sua intenção:

“Estamos tratando a fome, a desigualdade e o clima como questões políticas, porque é isso que elas são. Não podemos mais esperar.”

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