Bahia conquista quarta melhor colocação nacional na Redação do Enem

Com investimentos em educação e apoio aos estudantes, o estado avança no ranking nacional do exame.

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Os estudantes da rede estadual da Bahia brilharam no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), alcançando o quarto melhor desempenho entre as redes públicas do país na Redação. Com notas que variam de 980 a 1000, eles se destacaram no ranking nacional, superando desafios e mostrando a força da educação baiana.

O feito é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o recorde de 376.352 inscritos no Enem 2024, sendo 140 mil estudantes concluintes da rede estadual. Entre as iniciativas de destaque, o projeto “Tô com Você no Enem” foi um dos principais pilares de suporte. O programa garantiu transporte gratuito, distribuição de kits com água e lanche, e promoveu aulões e atividades extraclasse, como rodas de conversa e feiras de profissões. Essas ações demonstraram o compromisso do Governo da Bahia em proporcionar as melhores condições aos seus alunos.

A secretária da Educação da Bahia, Rowenna Brito, destacou que o resultado reflete os investimentos do estado na formação dos professores, ampliação da infraestrutura escolar e programas de incentivo à permanência estudantil, como Bolsa Presença e Mais Estudo. Para ela, essas medidas não só melhoraram a qualidade da educação, mas também criaram condições para que os estudantes vislumbrem novas possibilidades, como o acesso ao ensino superior.

O projeto “Tô com Você no Enem”, implementado pela Secretaria da Educação, é apontado como um dos principais fatores de sucesso. Além do apoio pedagógico, a iniciativa envolveu a distribuição de materiais didáticos, realização de “aulões” em todas as regiões do estado e atividades voltadas à preparação psicológica dos alunos. Essas medidas reforçaram a confiança dos estudantes e ampliaram suas chances de sucesso no exame.

Além das notas entre 980 e 1000, a Bahia também alcançou a quinta posição nacional nas notas entre 950 e 980, consolidando sua posição de destaque. A participação ativa das famílias e dos municípios na educação também foi citada como fundamental para o sucesso dos jovens.

“Os resultados não são apenas números, mas um reflexo do trabalho conjunto entre o Governo do Estado, as escolas, os professores e as famílias”, afirmou Rowenna. “Nossa meta é continuar investindo e mostrando aos jovens que a educação é o caminho para transformar suas vidas e conquistar seus sonhos.”

Com esses resultados, os estudantes baianos demonstram que, com apoio e investimento, é possível superar barreiras e atingir a excelência acadêmica. A conquista na Redação do Enem é um reflexo do potencial que a educação pode realizar quando colocada como prioridade.

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Governo Federal lança bolsa de R$ 1.050 para estudantes de licenciatura como parte do Programa Mais Professores

Medida visa atrair e reter futuros docentes, com foco em melhorar a qualidade da educação no Brasil; o programa também prevê descontos em hotéis para professores da rede pública

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O governo federal anunciou nesta terça-feira (14) o lançamento da bolsa “Pé de Meia Licenciaturas”, que oferece uma ajuda financeira de R$ 1.050 mensais para estudantes que ingressarem em cursos de licenciatura por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A iniciativa faz parte do Programa Mais Professores, criado para incentivar a formação e valorização dos docentes. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, o programa tem como objetivo atrair, estimular e reter estudantes na área de licenciatura. Durante o anúncio, realizado no Palácio do Planalto, o ministro destacou que essa ação busca reverter um cenário preocupante em que muitos alunos desistem das licenciaturas antes de concluir os cursos.

A bolsa será paga mensalmente aos alunos, sendo que até R$ 700 poderão ser sacados imediatamente, enquanto os R$ 350 restantes serão depositados em uma poupança e só poderão ser retirados após a conclusão do curso e a contratação como professor em uma rede pública de ensino, dentro de um prazo de até cinco anos. A primeira fase do programa será voltada para 12 mil estudantes, com a bolsa iniciando em 2025, logo após a inscrição no Sisu, prevista para começar nesta sexta-feira (17). Para ser elegível, o estudante deve ter atingido a nota mínima de 650 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e se matricular em um curso de licenciatura reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

A medida visa reverter a alta taxa de desistências nas licenciaturas. De acordo com Camilo Santana, no último Enem, 19 mil alunos com nota superior a 650 pontos escolheram cursos de licenciatura, mas apenas 5 mil efetivamente se matricularam. Além disso, os dados indicam que cerca de metade desses estudantes desiste ao longo do curso, o que representa um grande desafio para o setor. A expectativa do governo é aumentar significativamente o número de ingressantes e reduzir as desistências, triplicando os atuais índices de matrícula em cursos de licenciatura com notas superiores a 650 pontos.

Além do apoio aos estudantes, o Programa Mais Professores também inclui a criação da Bolsa Mais Professores, que destina R$ 2,1 mil mensais a professores da educação básica nas redes públicas. O objetivo é aumentar a presença de docentes nas regiões com maior escassez de professores, com uma estratégia similar ao Programa Mais Médicos, que leva profissionais de saúde para áreas desassistidas. Durante o período da bolsa, os docentes deverão cursar uma pós-graduação lato sensu com foco em docência. A abertura das inscrições para essa bolsa está prevista para o segundo semestre de 2025, com adesão das redes de ensino estaduais e municipais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se pronunciou sobre o programa, destacando a dificuldade enfrentada por professores que atuam em áreas periféricas e de risco. Segundo Lula, ser professor em tais regiões é um “risco”, com desafios como a violência e a falta de condições adequadas de trabalho. Ele ressaltou que a valorização da profissão docente é fundamental para o desenvolvimento do país, e que o governo tem o compromisso de proporcionar mais segurança e benefícios para os professores.

Outro ponto importante do programa é a criação da Prova Nacional Docente (PND), que será realizada anualmente pelo Inep. A PND tem o objetivo de melhorar a qualidade da formação dos professores e incentivar a realização de concursos públicos nas redes estaduais e municipais. A primeira aplicação da prova está prevista para novembro de 2025. A PND poderá ser utilizada por estados e municípios em seus processos seletivos de professores, substituindo os concursos tradicionais. Docentes interessados poderão se inscrever diretamente no Inep.

Além dessas iniciativas, o programa prevê descontos em hotéis para professores da rede pública, em uma parceria com o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), embora o valor exato dos descontos ainda não tenha sido detalhado. O MEC criou uma página na internet para fornecer mais informações sobre o programa e seus benefícios.

O lançamento da bolsa “Pé de Meia Licenciaturas” e o conjunto de medidas do Programa Mais Professores refletem um esforço do governo federal para atrair e manter novos docentes nas escolas públicas, com o intuito de fortalecer o ensino no Brasil e reduzir as desigualdades educacionais. O sucesso dessa iniciativa dependerá da adesão dos estudantes e da capacidade do governo em garantir a continuidade do programa ao longo dos próximos anos.

O MEC criou uma página específica na internet com informações detalhadas sobre o programa.  

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Paz, justiça e sustentabilidade: a urgência de um compromisso global contra a fome e as mudanças climáticas

A fome, os conflitos e as mudanças climáticas são reflexos de escolhas políticas e econômicas que perpetuam a desigualdade; enfrentar esses desafios exige um compromisso global com paz, justiça social e sustentabilidade

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Num mundo cada vez mais fragmentado por crises, a fome e as mudanças climáticas são mais do que apenas desafios técnicos: são espelhos das escolhas políticas e econômicas que perpetuam a exclusão, a vulnerabilidade e a desigualdade. Frente ao agravamento desses problemas, emergem como um imperativo global a paz, a justiça social e o compromisso com a sustentabilidade. Quando se discutem temas tão essenciais para a dignidade humana, como o acesso a alimentos e um ambiente estável, as nações não podem ignorar os impactos que suas decisões – ou omissões – geram na vida de milhões.

Fome e desigualdade econômica

Os números sobre a fome no mundo são alarmantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2023, cerca de 735 milhões de pessoas enfrentavam insegurança alimentar, um número que vem crescendo continuamente devido a fatores como a pandemia, conflitos e mudanças climáticas. Esse dado reflete uma triste realidade: apesar de avanços tecnológicos e do aumento na produção agrícola, as desigualdades estruturais e a má distribuição de renda continuam a privar milhões do direito básico de acesso a alimentos.

Além disso, o Relatório sobre a Riqueza Global de 2023 do Credit Suisse apontou que 1% da população mundial detém mais de 45% da riqueza global, enquanto metade da população possui apenas 1%. Essa disparidade revela a concentração de recursos nas mãos de poucos, deixando na margem aqueles que mais precisam de suporte.

Impacto dos conflitos e custos da violência

O contexto de conflitos e guerras agrava esse quadro. Em regiões devastadas por guerras, como o Iêmen e a Síria, o acesso a alimentos, saúde e segurança se torna uma luta diária. Um relatório da ONU estima que em 2023, conflitos e violência foram responsáveis por deslocar cerca de 108 milhões de pessoas em todo o mundo. Em lugares onde a paz é constantemente ameaçada, fundos que poderiam estar sendo investidos em áreas como saúde, educação e combate à fome são desviados para despesas militares.

Os custos da violência extrapolam os campos de batalha, reverberando nas vidas das populações deslocadas, nos orçamentos apertados e no meio ambiente. Segundo o Instituto de Economia e Paz, o custo econômico da violência no mundo em 2022 foi estimado em 12,4% do PIB global, ou aproximadamente US$ 5,6 trilhões. Enquanto bilhões são destinados a armamentos e estratégias militares, falta financiamento para garantir o básico em comunidades destroçadas por essa violência. O redirecionamento de verbas da guerra para programas de desenvolvimento sustentável é, portanto, mais do que uma opção ética; é uma necessidade prática.

Mudanças climáticas e segurança alimentar

As mudanças climáticas ampliam ainda mais a urgência de uma resposta coordenada. Eventos climáticos extremos, como secas, enchentes e incêndios, tornam-se mais frequentes e intensos, devastando plantações e minando a segurança alimentar. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as temperaturas globais aumentaram cerca de 1,1°C desde a era pré-industrial, e a tendência de aquecimento pode ultrapassar 1,5°C até 2030. O impacto disso sobre a segurança alimentar é direto: a irregularidade das chuvas e o aumento das temperaturas comprometem a produção agrícola e, por extensão, a sobrevivência de milhões de pessoas, especialmente nas regiões mais vulneráveis, onde a agricultura de subsistência é o alicerce das economias locais.

Diante desses desafios, propostas concretas surgiram em encontros internacionais, destacando possíveis caminhos para uma transformação real. Entre as medidas mais defendidas está a criação de um imposto global sobre grandes fortunas, que poderia financiar programas de segurança alimentar e iniciativas sustentáveis. Estudos do Banco Mundial indicam que uma taxa de apenas 1% sobre a fortuna dos bilionários do mundo poderia gerar US$ 255 bilhões por ano, recursos suficientes para ajudar a erradicar a fome e implementar práticas agrícolas regenerativas.

Além disso, especialistas sugerem a criação de uma Aliança Global contra a Fome e as Mudanças Climáticas, reunindo países dispostos a investir em um fundo de apoio para a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e mitigação dos efeitos climáticos. Essas propostas visam garantir que as ações sejam sustentáveis e justas, combatendo a fome e as mudanças climáticas em sua raiz.

A transformação estrutural necessária para enfrentar a fome, a pobreza e a crise climática exige mais do que discursos: exige um compromisso genuíno de reconfigurar o sistema político e econômico global. A paz é fundamental, não apenas como ausência de guerra, mas como uma estrutura que permita a redistribuição de recursos, políticas inclusivas e o respeito aos direitos humanos. A mudança não pode ser adiada: governos e grandes corporações precisam ir além de promessas simbólicas, adotando medidas práticas que priorizem a vida e a dignidade humana.

Se o mundo se comprometer com ações que promovam a paz, a justiça social e a sustentabilidade, poderá construir um futuro onde a fome, a exclusão e a degradação ambiental não sejam realidades persistentes. A oportunidade de transformar o curso da história ainda está ao nosso alcance – o que falta é a vontade de agir.

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IFBA Barreiras destaca o Cerrado e Sustentabilidade em Jornada Científica e Tecnológica

Evento promove integração entre ciência e cultura com atividades gratuitas para a comunidade

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Instituto Federal da Bahia (IFBA) realizará, entre os dias 11 e 14 de novembro de 2024, a 16ª Jornada Científica e Tecnológica do Oeste Baiano (JCTOB), com o tema “Bioma Cerrado: diversidade, saberes e tecnologias sociais para o desenvolvimento social e sustentável”. Com sede no campus de Barreiras, o evento visa ressaltar a importância da preservação do Cerrado e promover inovações que favoreçam seu desenvolvimento sustentável.

A programação, voltada para o público em geral e para estudantes, inclui visitas guiadas, oficinas, minicursos, uma feira de produtos eco-sustentáveis e atividades de bem-estar. O IFBA abrirá suas portas para receber a comunidade em Salas Temáticas, onde temas científicos e culturais serão explorados de forma interativa. Também fazem parte do evento a Feira EcoCerrado, com produtos locais inspirados no bioma, e apresentações de trabalhos científicos, incentivando a troca de saberes entre pesquisadores e o público.

O cronograma destaca ainda aulas experimentais de funcional HIT, pilates, hidroginástica, relaxamento e meditação, além de atrações culturais que promovem a arte e cultura da região. Palestras e mesas-redondas abordarão o impacto das tecnologias sociais na sustentabilidade do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do país.

As inscrições, assim como a programação completa, estão disponíveis no site oficial do evento, facilitando o acesso de interessados às atividades. A JCTOB reafirma o compromisso do IFBA com a sustentabilidade e o desenvolvimento local, promovendo uma rica interação entre ciência, cultura e práticas sustentáveis no Oeste da Bahia.

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Deputado acusa escola de promover “magia afro” em aula optativa, e projeto de lei propõe liberar cultos religiosos nas escolas

Discussão sobre ensino religioso em escolas públicas reacende debate sobre a laicidade do Estado e a liberdade de expressão cultural

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma postagem do deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) acusando uma professora do Centro Educacional do Lago (CEL), em Brasília, de incitar “rituais de magia e religião afro” em uma disciplina optativa gerou polêmica. O parlamentar afirmou que a professora estaria “fazendo rituais de magia em sala de aula” e a denunciou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), acusando-a de “incitar crianças a falar nomes de deuses de religiões africanas”. No entanto, a disciplina em questão é uma eletiva sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, facultativa aos alunos e que integra conhecimentos aprovados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O vídeo do deputado nas redes sociais, onde ele alega que a prática “incute religião afro nas crianças” e que “isso é um crime”, foi amplamente criticado pela comunidade escolar, que reagiu com uma nota de repúdio do CEL. A nota destaca que a acusação “fere o direito de expressão cultural e religiosa” garantido pela Constituição, e aponta a medida como um possível caso de intolerância religiosa, diante do histórico de perseguições a religiões de matriz africana no Brasil.

A deputada Missionária Michele Collins quer permitir que alunos ou escolas realizem atos religiosos, como cultos e leituras bíblicas, independentemente de serem iniciativa dos próprios estudantes ou convocados pela escola

Essa polêmica se desenrola no contexto de um projeto de lei protocolado na Câmara pela deputada Missionária Michele Collins (PP-PE), que propõe liberar cultos religiosos em escolas públicas e privadas em todo o Brasil. A proposta visa permitir que alunos ou escolas realizem atos religiosos, como cultos e leituras bíblicas, independentemente de serem iniciativa dos próprios estudantes ou convocados pela escola.

Para Collins, “o Estado Laico deve proteger, e não excluir, a liberdade religiosa”, mas o projeto ignora o princípio da laicidade, essencial para garantir a neutralidade das instituições de ensino. Se aprovado, poderá abrir brechas para a imposição religiosa em um ambiente que, por definição constitucional, deve ser neutro e plural.

A questão central é a manutenção da laicidade do Estado, que deve assegurar um espaço público livre de privilégios religiosos, onde o conhecimento cultural e histórico seja transmitido sem favorecimento ou imposição de crenças. A laicidade é frequentemente confundida com ateísmo, mas, na verdade, representa a neutralidade necessária para a paz social e o respeito à pluralidade. O estudo da história e da cultura, incluindo as mitologias grega e romana, com referências a divindades, há muito integra o currículo escolar, sendo tratado como patrimônio cultural e histórico, sem acusações de “incitação a cultos pagãos”. Entretanto, a abordagem de culturas africanas e indígenas, muitas vezes, recebe reações de repúdio e é tratada com desconfiança, revelando o preconceito contra essas tradições.

Ao permitir manifestações religiosas em instituições públicas, como propõe o projeto, o Estado corre o risco de abrir espaço para favoritismos e para a imposição de determinadas crenças, um retrocesso em direção ao sectarismo. A preservação do Estado Laico não é apenas uma proteção jurídica, mas uma salvaguarda da liberdade e do respeito às diversidades culturais e religiosas que compõem a sociedade brasileira.

Ao contrário do que sugere a proposta, permitir uma religião específica em ambiente escolar público não amplia a liberdade religiosa; pelo contrário, restringe a pluralidade ao favorecer uma perspectiva em detrimento das outras. O ambiente escolar deve permanecer um espaço de aprendizado diverso e inclusivo, onde o ensino de diferentes culturas e religiões seja tratado com o respeito e a imparcialidade exigidos pela Constituição.

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Justiça suspende parceria público-privada para gestão de escolas paulistas e coloca em xeque modelo da gestão Tarcísio

Liminar questiona privatização na educação e expõe controvérsia sobre a terceirização de escolas; concessão à empresa que administra cemitérios é alvo de críticas e protestos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu, em decisão liminar, os efeitos do leilão que concedeu a gestão de escolas estaduais paulistas ao consórcio Novas Escolas Oeste SP, que inclui empresas com experiência em concessões de serviços funerários, como a Engeform, responsável por diversos cemitérios na capital paulista. A suspensão foi determinada pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da 3ª Vara de Fazenda Pública, que expressou preocupação quanto à concessão, apontando riscos para a qualidade do ensino público e para a autonomia pedagógica.

Na decisão, o magistrado argumenta que a concessão, ao desvincular a administração física do espaço escolar da atividade pedagógica, ameaça a essência da educação pública, tratando o ambiente escolar como um mero espaço físico, o que, segundo ele, é um equívoco. “A proposta da concessão parte de uma divisão artificial entre a gestão do espaço físico escolar e a atividade desenvolvida em sala de aula”, afirma o juiz. Ele destaca que, pela Constituição, a educação é um serviço público essencial e dever do Estado, cuja qualidade e acessibilidade devem ser garantidas pelo poder público, especialmente em parcerias que envolvem a iniciativa privada.

O leilão, realizado na última terça-feira (29), fazia parte do projeto de Parceria Público-Privada (PPP) promovido pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o objetivo de transferir a construção e manutenção de escolas estaduais para consórcios privados. O consórcio vencedor arrematou o contrato com uma proposta de R$ 11,98 milhões ao mês, abaixo do teto estipulado de R$ 15,2 milhões mensais. Durante o evento, realizado na B3, em São Paulo, houve protestos de professores e sindicalistas, que se manifestaram contra a privatização do ensino público.

Além da suspensão imediata do contrato do Lote Oeste, a decisão paralisa o leilão do Lote Leste, previsto para ocorrer no dia 4 de novembro. A concessão de escolas a empresas que atuam em setores como o de serviços funerários tem gerado intensas reações entre docentes e especialistas, que alertam para o risco de mercantilização da educação.

A Engeform, integrante do consórcio Novas Escolas Oeste SP, já opera em diversos setores de concessão, sendo sócia majoritária da Consolare, responsável por sete cemitérios na cidade de São Paulo, além de participar de projetos habitacionais na capital e em outras cidades do Brasil. Críticos apontam que a experiência no setor funerário e imobiliário pouco contribui para a gestão de um serviço público educacional, o que, para muitos, evidencia um modelo de privatização que visa apenas a contenção de custos, sem considerar o impacto no ambiente pedagógico.

A decisão judicial expõe um debate que vai além do modelo administrativo e toca questões sobre a essência da educação pública e a quem cabe a responsabilidade de oferecer um ensino de qualidade. A continuidade da PPP dependerá dos próximos desdobramentos judiciais, enquanto a reação dos sindicatos e de setores da sociedade indica que a polêmica em torno da privatização das escolas está longe de ser resolvida.

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Escola da zona norte da capital de SP fica no top 3 entre as melhores do mundo em 2024

Escola Estadual Deputado Pedro Costa, de São Paulo, foi a única representante brasileira na final da premiação

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Escola Estadual Deputado Pedro Costa, de São Paulo, ficou entre as três melhores escolas do mundo na categoria Colaboração Comunitária. O anúncio da escola vencedora do World’s Best School Prizes 2024 (Prêmio Melhores Escolas do Mundo, na tradução) foi divulgado nesta quinta-feira (24). A unidade de ensino, localizada na zona norte da capital paulista, atende a 300 alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental e foi a única representante brasileira na etapa final da premiação.

O anúncio foi acompanhado pelo secretário da Educação, Renato Feder.

“Essa é uma escola com um time que nos dá muito orgulho e todos os alunos estão de parabéns e, por tudo isso, devemos comemorar esse feito”, diz.

A escola, que oferece ensino integral, conquistou a marca graças às suas iniciativas, como o clube de xadrez e as aulas de atletismo, que envolvem estudantes, familiares, educadores e a comunidade local.

Temos muito a comemorar, nós somos a melhor escola do Brasil neste ano e estamos emocionados. O nosso legado é fazer uma educação para nossos alunos, sempre transformar a educação para que eles tenham o melhor. A gente já é vitorioso e todo dia na Pedro Costa é uma festa e hoje é a culminância dessa festa, com as crianças felizes, brincando e alegres por terem chegado onde chegamos”, comenta a diretora da escola, professora Janaína Freire.

As atividades se unem às iniciativas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) para os anos iniciais e a unidade de ensino tem registrado avanços em indicadores educacionais, como o Saeb (de 222,2 em 2021 para 246,4 em 2023), o Saresp (de 213,65 em 2022 para 228,65 em 2023) e o Idesp (de 5,23 em 2022 para 6,18 em 2023).

Para implementar as iniciativas que levaram a EE Deputado Pedro Costa ao top 3 entre as melhores escolas do mundo, a unidade contou com o apoio da ONG Parceiros da Educação, que se dedica a impulsionar a qualidade da educação básica em São Paulo. Este suporte inclui capacitações em gestão escolar, formação para a equipe de professores, suporte com materiais didáticos e melhoria na infraestrutura escolar.

O modelo de atuação da Parceiros da Educação na Escola Estadual Deputado Pedro Costa e em mais de 60 outras unidades estaduais de SP se baseia em quatro pilares: gestão, pedagógico, infraestrutura e envolvimento da família e comunidade.

Ensino profissionalizante a alunos de baixa renda

Na final do prêmio, outra unidade latinoamericana, o Colégio María de Guadalupe, em Buenos Aires, na Argentina, foi anunciada como a Melhor Escola do Mundo. A escola desenvolve projetos de ensino profissionalizante para alunos de baixa renda, com a oferta de bolsas de trabalho após a conclusão do Ensino Médio, entre outras ações.

No Estado de São Paulo, uma iniciativa que segue padrão semelhante à da escola argentina foi lançada neste ano pela Secretaria da Educação. Além da ampliação do número de matrículas no Ensino Médio Técnico para 2025, a partir do ano que vem, os estudantes desse modelo de ensino terão acesso ao programa BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio). Por meio do programa, os estudantes serão encaminhados ao trabalho em empresas na sua área de formação, e receberão até R$ 1.000 em bolsas de estágio.

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Enem 2024 terá 140 mil salas de provas em 1.753 cidades

Exame ocorrerá nos dias 3 e 10 de novembro

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 nos dias 3 e 10 de novembro, em 1.753 municípios.

Dados preliminares do Inep, relativos à logística e segurança do Enem 2024, apontam que os mais de 5 milhões de inscritos (4,3 milhões confirmados) neste ano farão as provas em cerca de 10 mil locais, como escolas e faculdades, que abrigam cerca de 140 mil salas.

O candidato já pode consultar o local de prova no Cartão de Confirmação de Inscrição na página do participante do Enem, com login no portal único de serviços digitais do governo federal Gov.br.

Segurança

Em setembro, o Inep concluiu o ciclo de quatro reuniões técnicas regionais sobre logística do Enem com objetivo de capacitar envolvidos e alinhar operações do exame.

Ao todo, a aplicação das provas nos dois dias contará com 10 mil coordenações e mais de 300 mil colaboradores, como aplicadores de provas, assistentes de aplicação, fiscais de banheiro, de corredor e portão, além de colaboradores que auxiliam candidatos que pediram atendimentos especializados, como os intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e ledores certificados de prova para, por exemplo, candidatos com deficiência visual.

Na edição deste ano do Enem, o Inep prestará cerca de 65,7 mil atendimentos especializados. E entre os mais de 115.501 mil recursos de acessibilidade disponibilizados estão a prova em Braille, prova com a fonte ampliada, leitura labial, auxílio para transcrição, mobiliário acessível, sala de fácil acesso a pessoas com mobilidade reduzida e sala para lactantes.

Logística

A distribuição segura dos cerca de 9 milhões de provas impressas, folhas de respostas e materiais de identificação para os locais de aplicação fazem parte do cronograma antes da aplicação do Enem.

O Inep calcula que para levar os 65 mil malotes de provas serão adotadas 10,8 mil rotas de transporte com destino aos municípios de todas as 27 unidades da federação. A estimativa é que sejam empregados 2,5 mil contêineres desmontáveis leves e 60 carretas transportadoras.

Há mais de 15 anos os Correios realizam a operação logística para a entrega das provas, com mais de 300 milhões de páginas impressas. Após as provas, a estatal também é a responsável pela coleta dos cartões-resposta dos candidatos. 

Essa etapa, chamada de logística reversa, leva todos os malotes com os documentos para os locais onde serão realizadas as correções. 

Enem

Instituído em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio.

Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como treineiros e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.

As notas do Enem podem ser usadas em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação (MEC), como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.

O desempenho no Enem também é considerado para ingresso em instituições de educação superior de Portugal que têm acordo com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior naquele país.

Em dois dias, os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que ao todo somam 180 questões objetivas. Os participantes também devem redigir uma redação.

A política de acessibilidade e inclusão do Inep garante atendimento especializado com diversos recursos de acessibilidade, além do tratamento pelo nome social. Há também uma aplicação para pessoas privadas de liberdade (PPL).

Para mais esclarecimentos, o edital do Enem 2024 está disponível no Diário Oficial da União.

Rui Costa desembarca em Barreiras, anuncia investimentos, aborda incêndios e relação com governo municipal

O ex-governador da Bahia e atual Ministro Chefe da Casa Civil, Rui Costa, concedeu entrevista coletiva no aeroporto de Barreiras, onde destacou sua visita para apoiar a candidatura de Tito e Emerson

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na tarde desta sexta-feira (20/09), o ex-governador da Bahia e atual Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), chegou a Barreiras e concedeu uma coletiva de imprensa no aeroporto. Durante a entrevista, ele anunciou uma série de investimentos significativos, reafirmou seu apoio à candidatura de Tito e Emerson, e discutiu a preocupação com os incêndios que têm afetado a região.

Rui iniciou sua fala destacando a importância de sua visita:

Estou aqui hoje como cidadão e para pedir ao povo de Barreiras uma oportunidade para que possamos governar juntos e fazer Barreiras acelerar e voar mais alto.” Ele anunciou que, em breve, estará na condição administrativa de ministro para anunciar investimentos, como a assinatura do contrato para a licitação do aeroporto de Barreiras, que deve ser publicada na próxima semana.

Sobre a infraestrutura, Rui detalhou:

Estamos falando da ampliação do terminal de passageiros e da duplicação da pista, tanto em largura quanto em comprimento, para que fique no mesmo padrão das aeronaves de Vitória da Conquista. Isso proporcionará mais mobilidade.” Ele também confirmou que a empresa de aviação Azul retornará com voos diretos de Salvador para Barreiras a partir de janeiro.

A coletiva ganhou novo tom quando a reportagem do Portal Caso de Política questionou Rui sobre os incêndios na cidade e se o governo municipal havia buscado apoio federal. Rui esclareceu que se reuniu com os governadores da região norte e centro-oeste para discutir a questão nesta sexta-feira (20).

Infelizmente, a constatação é que boa parte dos incêndios são provocados por pessoas que agem de forma criminosa.” Ele mencionou que muitos já foram presos e que a Polícia Federal está investigando os casos.

Rui Costa de maneira sutil e polida, criticou a postura do governo municipal, que tem se mostrado relutante em dialogar com outras esferas de poder.

Quando fui governador, sempre tive indiscriminadamente as portas abertas e isso não é diferente com o governador Jerônimo e com o presidente Lula. O que precisamos é de uma mobilização máxima dos Bombeiros e da Defesa Civil. Muitos municípios têm pessoal para combate a incêndios, e estamos pedindo que mobilizem suas equipes.” Essa declaração ressalta uma postura unilateral da administração municipal ante as necessidades urgentes da população que carecem de um melhor atendimento em saúde por exemplo.

Em um evento oficial realizado em 06 de junho em São Desidério, em comemoração à Semana do Meio Ambiente, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) entregou 100 kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC) ao Corpo de Bombeiros da Bahia. A ação fez parte da Caravana Bahia Sem Fogo, que visa fortalecer as ações de combate a incêndios florestais na região.

Ainda durante a cerimônia, foram entregues 1.197 equipamentos, incluindo: 90 balaclavas, 90 máscaras, 90 óculos, 90 luvas, 90 meiões, 91 calças, 91 gandolas, 90 cantis, 90 mochilas PQD, 91 bloqueadores solares, 2 sopradores, 38 mochilas costais, 37 ferramentas combinadas, 39 pás de bico, 40 enxadas, 38 abafadores, 100 coturnos e 71 facões.

O ministro Rui Costa, também dedicou atenção à Universidade Federal do Oeste (UFOB), um pilar importante para o desenvolvimento educacional e econômico da região. Ele destacou que as obras no campus visam ampliar laboratórios e criar novos módulos de aula, fundamentais para a formação em áreas essenciais como saúde e agronegócio.

Estamos garantindo que a universidade tenha os recursos necessários para que continue a oferecer educação de qualidade e se tornar um centro de excelência no Oeste da Bahia,” concluiu Rui.

Finalizando, Rui Costa reforçou seu apoio a Tito, afirmando: “Tito é o candidato do presidente Lula, do governador Jerônimo e meu. Com a vitória dele, teremos um avanço significativo para Barreiras.”

Ao final da entrevista, Rui Costa seguiu em carreata que saiu do bairro São Pedro com destino ao bairro Santa Luzia onde participou de comício em apoio a candidatura de Tito.

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“Estudantes de Escola Municipal no Rio Branco em Barreiras recebem apenas mandioca e suco como merenda”, denuncia um pai

Pai denuncia que alunos estão passando fome em escola recém-inaugurada, onde crianças ficam sem alimentação adequada durante o turno integral

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um pai da região do Rio Branco, a mais de 60 km de Barreiras, denunciou nas redes sociais que seus filhos e outros alunos da Escola Municipal Maria Aparecida da Silva Piau estão passando fome. Inaugurada em 30 de junho de 2024, a escola oferece educação em período integral, mas, segundo relatos, a merenda escolar estaria limitada a suco e mandioca dura, deixando as crianças sem uma alimentação adequada durante todo o dia.

Em um áudio que circula em grupos de mensagens, o pai expressou indignação ao relatar que seus filhos, estudantes da escola, chegaram em casa afirmando que os alunos receberam apenas suco com mandioca como refeição.

“Estou besta com isso, não é fake news, é verdade. Meu filho chegou em casa dizendo que a única coisa que teve na escola foi suco e mandioca dura. Isso é revoltante”, desabafou.

O relato também menciona que as crianças saem de casa de madrugada, por volta das 4h, para pegar o transporte escolar e retornam apenas no final da tarde, sem receber uma refeição adequada durante o período.

“Tem aluno saindo 4 horas da manhã de casa para chegar de volta às 5 da tarde, e ainda passam fome no colégio. Isso é um absurdo!”, afirmou.

A denúncia gerou revolta entre os moradores da comunidade, que cobram uma solução imediata para a falta de alimentação adequada na escola. “A escola é integral, nossos filhos ficam lá de 7h da manhã até 3h da tarde. É inaceitável que estejam passando fome”, concluiu o pai, reforçando a necessidade de providências urgentes.

A Prefeitura de Barreiras ainda não se manifestou sobre o caso.

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