Denúncias de maus-tratos ou tortura policial atingem recorde em São Paulo

Audiências de custódia registram aumento de presos e de denúncias, a cada 22 detidos, um alega violência policial

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O estado de São Paulo enfrenta um aumento no número de denúncias de maus-tratos ou tortura policial no primeiro trimestre de 2023. De acordo com o monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre audiências de custódia, foram registrados 954 casos, o maior número da série histórica.

No mesmo período, também foi registrado um recorde de 20,4 mil audiências de custódia, que buscam combater a política de encarceramento em massa e coibir casos de violência policial no ato da prisão. Desde 2015, a legislação brasileira determina que o preso seja apresentado a um juiz em até 24 horas.

As estatísticas de 2023 revelam que, a cada 22 pessoas detidas, uma alegou ter sido vítima de tortura ou agressão policial, um aumento de 27% em relação ao primeiro trimestre de 2020. As denúncias foram feitas pelos presos na presença de um juiz, um promotor do Ministério Público (MPSP) e um representante da Defensoria Pública de São Paulo.

Entretanto, a análise dos dados também indica que houve um aumento na tendência de os juízes confirmarem a prisão em vez de concederem liberdade provisória, que é considerada prioritária pela legislação. Em 2023, 69% dos casos resultaram em prisões preventivas, em comparação com 62% em 2020.

O crescente número de prisões no estado de São Paulo já afeta o sistema prisional, onde três em cada quatro unidades estão superlotadas. A situação foi agravada durante o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Ministério Público investiga casamento de prefeito do Paraná com adolescente de 16 anos

Investigação também abrange nomeação da sogra do prefeito como secretária de Cultura e Turismo. Ministério Público alerta sobre prejuízos do casamento precoce para meninas e mulheres

Repórter ABC – O Ministério Público do Paraná anunciou nesta terça-feira (25) que está investigando o casamento do prefeito de Araucária, Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), de 65 anos, com uma adolescente de 16 anos. Além disso, também está em investigação a nomeação da sogra do prefeito, Marilene Rode, como secretária municipal de Cultura e Turismo.

Segundo a prefeitura de Araucária, a cerimônia de casamento ocorreu em 15 de abril e dois dias antes, em 13 de abril, Marilene Rode assumiu o cargo na secretaria municipal. Legalmente, o casamento é permitido, desde que haja autorização dos responsáveis, conforme a lei 13.811 de 2019, sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

No entanto, a questão do casamento entre um homem de 65 anos e uma adolescente de 16 anos, além da nomeação da sogra do prefeito, geraram polêmica e discussões na sociedade. O Ministério Público do Paraná republicou uma postagem em suas redes sociais alertando sobre os prejuízos do casamento precoce e como ele pode afetar negativamente aspectos educacionais, profissionais e sociais das meninas e mulheres envolvidas.

Por se tratar de um caso envolvendo uma menor de idade, as informações sobre a investigação são sigilosas, como prevê a legislação. O MP-PR segue investigando o caso para obter mais detalhes sobre o casamento e a nomeação da sogra do prefeito, a fim de esclarecer a situação.

Abandono de bebê em Ribeirão Pires: reflexões sobre o direito à entrega legal para adoção prevista em lei

Luís Carlos Nunes – O caso do bebê recém-nascido e ainda com o cordão umbilical abandonado na tarde desta terça-feira no bairro Quarta Divisão em Ribeirão Pires chocou a população de Ribeirão Pires e repercute em diversos jornais digitais do pais. Nas redes sociais, há muita indignação, revolta e condenação.

Neste texto, não pretendo aqui tecer julgamento ou mesmo falar deste ato estranho por se tratar de uma criança com tão pouco tempo de vida.

Quero usar um pouco deste espaço para celebrar que ele, um menino tão pequeno, foi socorrido por populares em ato heroico que sem exitar, encaminharam o anjinho para atendimento médico.

Informações da prefeitura noticiam que o pequeno passa bem, está sendo cuidado e não corre risco de vida.

Quero falar sobre lei, sobre direito, sobre uma alternativa menos dolorosa.

Conversando com minha irmã nesta noite, após ter enviado a ela o link da matéria e o vídeo que registrou o resgate da criança, ela que por muitos anos trabalhou em uma maternidade de referência da rede pública de saúde em São Paulo, lamentou pelo ocorrido, mas sem fazer julgamentos ou reprovações pelo ato acontecido, me disse: se ela não queria o bebê, poderia ter ido dar a luz no hospital e te-lo deixa lá para adoção.

Sem entender sobre o que ela me falava, ela me disse as frases:

  • Podia ter ido ao hospital e deixado lá. Tem uma lei, ninguém julga;

  • Lá na maternidade tem cartazes no pré-parto;

  • Só não pode jogar fora como este;

  • Muita gente crítica, julga;

Vale aqui lembrar – antes de qualquer questionamento – tanto eu, como minha irmã, temos filhos bem criados e sempre foram bem assistidos. O texto não trata de defesa ao ato ocorrido, apenas objetiva orientar que em um momento tão difícil, existem saídas menos traumáticas, extremadas, que prezam pelos direitos humanos e pela vida digna.

Resolvi então fazer uma pesquisa na internet atrás desta lei que me foi dita, e encontrei!

A Lei 13.509, que alterou o Estatuto da Criança de do Adolescente (ECA), garante o direito de entregar um bebê para a adoção a todas as mulheres que assim desejam de forma sigilosa e acompanhada de equipe especializada multidisciplinar.

Na referida Lei, é definido que a gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude, onde será ouvida pela equipe interprofissional que apresentará um relatório à autoridade judiciária. Essa é a entrega legal para adoção, que é prevista em lei.

Lendo o texto legal, percebi o cuidado que se deve ter nestes casos, vi que o objetivo da legislação é saber se esse é mesmo o interesse, se a mãe está passando por algum transtorno de ordem psíquica e quando ela melhorar vai desejar esse filho, até mesmo porque uma decisão tão delicada como esta pode não ter volta uma vez que um processo de adoção não tem retorno.

O caso é dos mais delicados e exitem e talvez sejam mais comuns do que pensamos, portanto não podem ser julgados a partir de moralismos, mas tendo como referência o bem-estar da criança e da mãe. Vivemos em um país carente de muitas coisas, principalmente de informação e excesso ignorâncias. Então não sejamos paladino da moralidade, devemos nos acalmar e raciocinar como verdadeiros humanos de coração tranquilo. Afinal, Quem somos nós para atirar a primeira pedra ou apontar para o erro alheio?”

O que é entrega legal de bebês e como funciona

Fazem parte do “Programa Entrega Legal”, instituições preparadas para fazer o acolhimento da mulher sem constrangimentos que a encaminhará à Vara da Infância e Juventude, sendo: conselhos tutelares, maternidades, programas de saúde da família, centros de referência de assistência social, Ministério Público, Defensoria Pública, órgãos de defesa da mulher e grupos de apoio à adoção.

O direito de fazer a entrega voluntária deve antes de mais nada, garantir o sigilo sobre a entrega da criança e o direito a receber assistência psicológica fornecida pelo Estado às mães que optarem por entregar o filho para adoção.

Clique aqui e leia a íntegra da Lei 13.509, que alterou o ECA, garante o direito de entregar um bebê para a adoção a todas as mulheres que assim desejam de forma sigilosa e acompanhada de equipe especializada multidisciplina.

Já quase terminando aqui, quero desejar que o pequeno bebê tenha a felicidade de encontrar um família que o ame, que ele cresca feliz e que não carregue sobre si o trauma desse doloroso ocorrido!

Abandono de incapaz

O artigo 134 do Código Penal define o crime de abandono de recém-nascido. “É aquele famoso abandono, coloca em uma lixeira, deixa na porta na casa de alguém. Isso sim pode dar pena de dois a seis anos, se for abandono. Se a criança machucar, de dois a três anos. Se ela morrer, de dois a seis anos.”

Policiais prendem suspeitos de integrar grupo neonazista com ligações internacionais em Santa Catarina

Investigadores apuram ligação de neonazistas com grupos internacionais em Santa Catarina, onde um jovem havia dito que todos os ‘mendigos, negros, nordestinos devem ser fuzilados’

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu novamente dez homens suspeitos de participação em um grupo neonazista interestadual com ligações internacionais no estado. A ação sigilosa dos agentes policiais ocorreu na última semana, mas foi divulgada na segunda-feira (24).

Segundo a polícia, o grupo havia sido detido em novembro de 2022, mas foi solto em março de 2023. As prisões foram realizadas em um momento em que há uma discussão em torno da criação de uma política nacional contra a violência nas escolas, especialmente após o massacre ocorrido no dia 5 de abril, em que um homem invadiu uma creche e matou quatro crianças em Blumenau (SC).

Nos últimos meses, a polícia catarinense descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil. De acordo com informações divulgadas pelo programa Fantástico, da Globo, um jovem que usava o nome Aniversário de Führer interagia no celular e disse:

“todos os mendigos negros nordestinos devem ser fuzilados”. A reportagem mostrou que o grupo tinha um plano para implantar no Brasil uma célula radical de supremacia branca.

As investigações apontaram que o grupo é adepto e integrante de uma organização skinhead neonazista transnacional. Durante a ação policial, toda a vestimenta utilizada por eles foi localizada, bem como toda a indumentária que os identifica como um grupo neonazista. O delegado Arthur de Oliveira Lopes afirmou:

“De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional”.

Os 10 homens apontados por neonazismo em Santa Catarina eram responsáveis pelo recrutamento de jovens já radicalizados, segundo a Polícia Civil.

“Eles buscavam futuros integrantes na internet ou em encontros entre células brasileiras e, depois, iniciavam o período de aprovação com os convidados”, conforme o delegado Arthur de Oliveira Lopes.

Outras pessoas também estão sendo investigadas como suspeitas de fazerem parte da organização. As prisões foram mais uma demonstração do combate da Polícia Civil de Santa Catarina contra a violência e o extremismo, especialmente após o recente massacre em uma creche no estado. A sociedade aguarda ações mais firmes das autoridades para coibir esses grupos e garantir a segurança e a proteção de todos os cidadãos.

Bebê recém-nascido encontrado no mato passa bem e não corre risco de vida (VÍDEO)

Criança do sexo masculino não corre risco de morte e está sob cuidados no Hospital Maternidade São Lucas

Repórter ABC, com informações ASCOM-RP – Um bebê recém-nascido do sexo masculino foi encontrado abandonado em um terreno do bairro da Quarta Divisão, em Ribeirão Pires, nesta terça-feira (25), por volta das 13 horas. Dois trabalhadores que estavam em uma obra próxima ouviram os choros do bebê e imediatamente o enrolaram em roupas e buscaram ajuda médica. A criança foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi realizada a higienização e o clampeamento do cordão umbilical, e constatado que não corria risco de morte. Em seguida, o bebê foi transferido para o Hospital Maternidade São Lucas, onde foram realizados os procedimentos de neonatal e vacinação contra a Hepatite B.

A Secretaria de Saúde realizou o Boletim de Ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil.

“Inicialmente fizemos o registro e estão sendo adotadas todas as medidas de cunho policial para apurar a responsabilidade do abandono de incapaz”, detalhou o delegado Wagner Milhardo Alves. O secretário municipal de Saúde, Audrei Rocha, falou sobre o trabalhos da prefeitura em relação ao caso. “Estamos colaborando de todas as maneiras com a Polícia Civil para elucidação do caso. Quero parabenizar a equipe da UPA, Hospital São Lucas, GCM, Polícia Militar, assistência social, equipe jurídica, que ofereceram de forma rápida e eficiente os cuidados para o bebê e também parabenizar os trabalhadores que localizaram e acionaram prontamente a saúde de Ribeirão Pires”, concluiu.

O abandono de recém-nascidos é considerado um crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, e pode resultar em detenção de seis meses a três anos para o responsável pelo abandono. A criança agora ficará sob responsabilidade da promotoria e do Ministério Público, que possuem uma divisão específica para tratar de situações como essa.

Veja o vídeo do momento em que o bebê foi encontrado:

Os perigos da impunidade e a necessidade de desmonetizar canais extremistas

A monetização de discursos extremistas gera economia paralela que financia a radicalização na política

Luís Carlos Nunes – A política sempre foi uma arena de debate e discussão ideológica, mas infelizmente, nos últimos anos, tem havido um aumento no uso das redes sociais como uma forma de ampliar a visibilidade e a audiência de políticos extremistas. Esses políticos usam discursos encharcados de ódio, que propagam o preconceito e a discriminação contra diferentes grupos da sociedade, como judeus, homossexuais, pessoas com sobrepeso, mulheres e negros.

A extrema direita é um arquétipo claro disso, e tem usado a retórica do ódio como um modelo de negócio rentável, o que é extremamente preocupante. Por exemplo, líderes extremistas como Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos fizeram uso frequente de discursos homofóbicos, gordofóbicos, misóginos e anti-semitas. Esses discursos têm o objetivo cristalino de dividir a sociedade, fomentar o medo e o ódio e assim, consolidar suas bases de apoio.

A radicalização política tornou-se uma forma de monetização, e a extrema direita tem sido bem-sucedida em produzir uma aparência de força nas redes sociais. No entanto, essa visibilidade vem acompanhada de práticas ilegais, como invasões de reuniões, disseminação de fake news e outras formas de desrespeito às instituições democráticas.

Para combater essas práticas, é necessário adotar medidas mais rigorosas. Uma delas é a desmonetização dos canais de políticos extremistas. Isso significa retirar as fontes de financiamento desses canais, como patrocínios, doações ou receita por visualizações, o que diminuiria a motivação para espalhar o ódio e a desinformação.

A desmonetização desses canais é fundamental porque a monetização dos discursos extremistas gera uma economia paralela que financia a própria radicalização política. A retirada de fontes de financiamento reduziria o incentivo para que esses políticos continuem a espalhar discursos de ódio e desinformação, e isso teria um impacto significativo no combate ao extremismo político.

Por exemplo, um político extremista pode ter um canal no YouTube em que receba patrocínios de grupos anti-indígenas, que financiam seus discursos racistas e incentivam a perseguição e violência contra essa população. Se esse canal for desmonetizado, a perda de financiamento pode reduzir a sua motivação para continuar espalhando o ódio contra a referida comunidade.

No entanto, não basta apenas adotar medidas legais para combater a radicalização política. É preciso que a sociedade como um todo esteja atenta aos perigos das práticas extremistas e esteja disposta a rejeitá-las. É preciso fortalecer a educação e a cultura democrática, para que as pessoas possam identificar discursos de ódio e desinformação e se protegerem deles.

Também é importante punir aqueles que cometem crimes e não ceder à interpretação falsa da imunidade parlamentar. A impunidade é um dos fatores que levaram ao surgimento de líderes extremistas, como Bolsonaro, que cometeram crimes sem sofrerem as devidas sanções. A interpretação errônea da imunidade parlamentar é um dos obstáculos no caminho para combater a impunidade de políticos extremistas. A imunidade parlamentar é um direito legítimo dos parlamentares, mas não deve ser interpretada como uma licença para cometer crimes.

Aqueles que usam a imunidade parlamentar como escudo para cometer crimes devem ser responsabilizados e punidos de acordo com a lei. A impunidade cria um ambiente propício para a proliferação do extremismo político e a disseminação de discursos de ódio e desinformação.

Além disso, é preciso fortalecer as instituições democráticas para garantir que a justiça seja feita. Isso envolve a criação de mecanismos para investigar e punir políticos que cometem crimes, bem como a garantia de independência e autonomia das instituições responsáveis pela aplicação da lei.

Por fim, é importante enfatizar que o combate ao extremismo político não é uma tarefa fácil, mas é essencial para a preservação da democracia e dos valores democráticos. A desmonetização dos canais de políticos extremistas é uma das medidas que podem ser tomadas, mas é preciso que haja uma mobilização social e política para rejeitar as práticas antidemocráticas e fortalecer as instituições democráticas.

A educação e a cultura democrática também desempenham um papel fundamental no combate ao extremismo político. É necessário fornecer às pessoas as ferramentas necessárias para identificar discursos de ódio e desinformação e para protegerem-se desses discursos. A promoção de valores democráticos, como a tolerância, a igualdade e o respeito, também é importante para criar uma sociedade mais justa e pacífica.

Operação Escola Segura prende mais de 300 suspeitos de ameaçar escolas, aponta balanço

Operação Escola Segura promove ações preventivas contra a violência e a criminalidade

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou na quinta-feira (20) o balanço da Operação Escola Segura, que tem como objetivo monitorar, investigar e cumprir mandados de busca e apreensão de suspeitos de ameaçar ou arquitetar ataques a escolas pelas redes sociais, seja em grupos ou individualmente.

A operação, que foi deflagrada em 5 de abril após o ataque à Creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), já realizou 302 prisões ou apreensões e 270 buscas e apreensões de armas letais, não-letais e artefatos que sugerem ligação com grupos extremistas, sobretudo nazistas e neonazistas. Até o momento, são investigados 1.738 casos e 1.072 pessoas já foram conduzidas às delegacias. A operação conta com 27 delegacias especializadas da Polícia Civil e agentes da Polícia Federal, totalizando 4.253 policiais envolvidos.

Além dos órgãos de segurança e inteligência do Brasil, a operação conta com a cooperação da Homeland Security Investigations (HSI), dos Estados Unidos. A operação, que inicialmente era temporária, agora não tem prazo para ser encerrada, uma vez que o principal objetivo é punir os responsáveis pelas ameaças. Até o momento, foram lavrados 2.593 boletins de ocorrência e instaurados inquéritos da Polícia Federal. Além disso, também foram apresentados os números referentes às solicitações feitas às redes sociais em relação a conteúdos que incitem ou façam apologia a crimes.

Até o momento, foram 812 pedidos de remoção ou preservação de conteúdo para investigação. No âmbito da prevenção, o MJSP assinou dois editais para a segurança comunitária. Um é referente à adesão ao Programa Nacional de Segurança nas Escolas, que prevê R$ 150 milhões para o fortalecimento das capacidades institucionais dos órgãos de segurança pública para atuação nas escolas, por meio de ações preventivas das patrulhas das polícias militares ou das guardas civis municipais.

Outro, assinado em 12 de abril, libera R$ 100 milhões para fortalecimento das Guardas Municipais. Os projetos serão analisados pelo MJSP até o fim de maio, e, a partir daí, os recursos serão liberados.

O que é a Operação Escola Segura?

A Operação Escola Segura é um programa do Governo Federal brasileiro que tem como objetivo garantir a segurança nas escolas públicas do país, por meio de ações conjuntas de diversos órgãos governamentais, como as polícias Militar, Civil e Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário, as secretarias estaduais e municipais de Educação, entre outros.

Lançada em 2003, a Operação Escola Segura busca prevenir a violência e a criminalidade nas escolas, promovendo ações de policiamento ostensivo e preventivo, ações educativas e campanhas de conscientização, além de estimular a participação da comunidade escolar na promoção da segurança.

Entre as atividades desenvolvidas pelo programa estão o patrulhamento ostensivo nas escolas e em seus arredores, a realização de palestras educativas e ações de conscientização sobre segurança, a capacitação de professores e funcionários para identificar sinais de violência e a promoção de programas de prevenção ao uso de drogas e à violência.

Alexandre de Moraes pede mais tempo para analisar processo de contribuição assistencial

Plenário virtual da Corte analisa o caso desde o último dia 14

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta sexta-feira (21) mais tempo para examinar um processo que pode validar a cobrança da contribuição assistencial pelos sindicatos. O caso está sendo analisado no plenário virtual da Corte desde a última sexta-feira (14). Até agora, os ministros Gilmar Mendes, relator do caso, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia se manifestaram a favor da cobrança, que foi considerada inconstitucional pelo próprio Supremo em 2017.

O processo em questão trata da possibilidade de cobrança da contribuição assistencial nos casos de trabalhadores não filiados aos sindicatos de sua categoria. A contribuição está prevista no Artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e deve ser instituída pelos sindicatos por meio de acordos e convenções. Vale ressaltar que a contribuição não deve ser confundida com a contribuição sindical, mais conhecida como imposto sindical, que foi extinta com a reforma trabalhista de 2017 e não está em análise pelos ministros neste julgamento.

Se a maioria do STF aprovar a volta da contribuição assistencial, acordos e convenções coletivas poderão ser impostos a toda a categoria de trabalhadores, conforme prevê a lei, inclusive aqueles que não são filiados ao sindicato, desde que seja dada a opção de recusa. Porém, com o pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes, não há um prazo definido para a retomada do julgamento, que estava previsto para ser encerrado na próxima segunda-feira (24).

Medida protetiva à mulher passa a ser concedida no momento em que a vítima fizer a denúncia à polícia

O texto diz que as medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir o risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (20) um projeto de lei que altera a Lei Maria da Penha, permitindo o direito à medida protetiva de forma sumária. A partir do momento em que a vítima fizer a denúncia à polícia ou apresentar suas alegações por escrito, as mudanças garantem que as medidas protetivas de urgência sejam concedidas em juízo de cognição sumária, independente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência. As medidas também vigorarão enquanto persistir o risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

As alterações incluem três novos incisos no Artigo 19 da Lei Maria da Penha, que trata das medidas protetivas de urgência. Segundo o texto, as medidas protetivas de urgência serão indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

Especialistas afirmam que a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma forma de violação de direitos humanos, independente da orientação sexual. A violência ocorre quando há qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Além disso, a violência também ocorre nos casos de qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

A Lei Maria da Penha estabelece que todo caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado em inquérito policial, remetido ao Ministério Público e julgado nos juizados especializados de violência doméstica contra a Mulher e, nas cidades em que ainda não existem, nas varas criminais. A lei também tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social.

A Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006, em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, cujo marido tentou matá-la duas vezes e que, desde então, passou a se dedicar à causa do combate à violência contra as mulheres.

Foco e visão na política econômica: governo Bolsonaro x governo Lula, por Luís Carlos Nunes

Em economia não há erros, tudo depende da visão

Luís Carlos Nunes – A política econômica de um país pode ter diferentes abordagens e prioridades, dependendo do enfoque e da visão de cada governo. No Brasil, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a atual administração de Luiz Inácio Lula da Silva ilustram essas divergências de foco e suas consequências sociais.

Bolsonaro privilegiou o mercado financeiro e o capital especulativo, com uma política de austeridade fiscal, desregulamentação e privatizações. Em seu mandato, o país enfrentou uma recessão econômica e uma piora nas desigualdades sociais e regionais. As políticas de cortes em investimentos sociais, como educação e saúde, e a flexibilização das leis trabalhistas foram alguns dos pontos controversos desse período.

Por outro lado, o atual governo de Lula tem se destacado por uma postura mais voltada para o social e o desenvolvimento econômico inclusivo. O presidente tem anunciado investimentos em áreas como educação, saúde, habitação e geração de empregos, com a meta de reduzir as desigualdades e a pobreza no país. Nesse sentido, a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais anunciada recentemente é um exemplo de compromisso com a educação.

Outro ponto importante da gestão de Lula tem sido a defesa do papel do Estado como indutor do crescimento econômico e do bem-estar social, por meio do fortalecimento do mercado interno e da política industrial. Para isso, o governo tem lançado programas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Minha Casa, Minha Vida, que buscam incentivar o empreendedorismo e a construção de moradias populares.

O contraste entre as duas visões de política econômica fica evidente na comparação das consequências sociais. Enquanto no governo Bolsonaro a pobreza e a desigualdade aumentaram, com um índice recorde de desemprego e uma queda na renda média da população, o governo Lula tem como prioridade a inclusão social, o investimento em serviços públicos e a retomada do crescimento econômico. A expectativa é de que essas políticas possam gerar mais empregos, aumentar a renda das famílias e fortalecer a economia como um todo.

Em resumo, a política econômica de um governo pode ter impactos significativos na vida das pessoas e na trajetória do país. A escolha entre priorizar o mercado financeiro ou o social pode ter implicações de longo prazo e deve ser objeto de um debate amplo e democrático. O que fica claro é que não há erros ou acertos absolutos em política, mas diferentes visões e escolhas que devem ser avaliadas em termos de seus efeitos sociais e econômicos.

O equilíbrio político como caminho para o desenvolvimento nacional

É comum em tempos de polarização política, que a análise econômica seja tomada como um dogma absoluto, ignorando outros aspectos importantes que afetam a vida da população. No entanto, é necessário reconhecer que a economia é apenas uma das áreas que contribuem para o desenvolvimento do país. É importante um olhar abrangente, que leve em conta o social, cultural e ambiental, para conduzir os destinos da nação.

A frase do ex-líder chinês Deng Xiaoping “não importa a cor do gato, o que importa é que ele cace o rato” se refere à efetividade das ações em detrimento da ideologia que as embasa. Ou seja, o mais importante é que as políticas públicas funcionem e atendam às necessidades da população, independentemente da corrente ideológica que as sustenta.

Outras frases importantes para se pensar em uma política de centro são:

  • “O extremismo é sempre negativo, sempre, não há exceções”, de Luiz Inácio Lula da Silva;
  • “O problema com a política é que ela atrai os mais idiotas entre nós”, de William Edward Simon;
  • “A política é a arte de obter dinheiro dos ricos e votos dos pobres, prometendo proteger uns dos outros”, de Oscar Ameringer.

A polarização política, com discursos extremados, leva a uma fragmentação da sociedade e à dificuldade em encontrar soluções para os problemas nacionais. A política de centro é a que busca unir diferentes setores em torno de objetivos comuns, buscando o equilíbrio entre os interesses conflitantes.

No entanto, é preciso destacar que essa política de centro não deve significar uma falta de posicionamento ou a ausência de valores éticos e morais. Ao contrário, é possível ter posições firmes e defender os interesses do país sem, contudo, adotar uma postura extremada e inflexível.

Portanto, é necessário buscar um equilíbrio entre as diferentes áreas e interesses da sociedade, sem que isso signifique a adoção de uma visão extremada e simplista. A política deve estar a serviço do bem comum e, para isso, é preciso buscar uma ampla coalizão que possibilite a construção de um projeto nacional que atenda às necessidades de todos os brasileiros e brasileiras.