Fiscais Ambientais de Ribeirão Pires passam por capacitação geral

Plano da prefeitura é todos os servidores passarem por capacitações para melhorar o atendimento ao público

Repórter ABC, com informações ASCOM-RP – Na manhã desta segunda-feira (24), os fiscais da Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Ribeirão Pires receberam uma capacitação geral no Teatro Arquimedes Ribeiro. O objetivo da atividade foi aprimorar o serviço de fiscalização ambiental na cidade e garantir a preservação do meio ambiente.

O palestrante Doutor Marcelo Gollo ministrou orientações jurídicas sobre o trabalho realizado pela fiscalização ambiental e explicou as mudanças na legislação vigente na cidade. O prefeito Guto Volpi, o secretário de Assuntos Jurídicos, Rangel Ferreira e a secretária de Meio Ambiente, Andreza Araújo, participaram da capacitação.

Prefeito Guto Volpi também conversou com os fiscais durante a capacitação

Para o prefeito Guto Volpi, a capacitação é fundamental para melhorar os serviços prestados à população.

“Iremos realizar esse tipo de ação em todas as áreas. Precisamos estar cada vez mais profissionais e preparados para atender os munícipes”, afirmou o prefeito.

A secretária de Meio Ambiente, Andreza Araújo, destacou a importância da ação para aprimorar a atuação dos fiscais na cidade.

“A capacitação é fundamental para que os fiscais possam realizar um trabalho de qualidade e atender as demandas da população. Estamos empenhados em oferecer o melhor serviço para os nossos munícipes”, disse a secretária.

Com a capacitação, os fiscais estarão mais preparados para fiscalizar e garantir a preservação do meio ambiente na cidade, atuando de forma eficiente e eficaz para proteger o patrimônio ambiental da região.

Polícia Militar Ambiental apreende cachorro, aves silvestres e armas de caça em Ribeirão Pires

O homem foi multado em R$ 6 mil por manter animais em cativeiro sem autorização e posse ilegal de armas

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Nesta segunda-feira (17), o 2° Pelotão da Polícia Militar Ambiental realizou uma operação na Quarta Divisão, em Ribeirão Pires, e apreendeu um cachorro da raça foxround americano, diversas aves silvestres em gaiolas e armas de caça em uma residência. Segundo informações, o homem que estava no local não possuía autorização para a criação dos animais.

Abordagem

Os militares avistaram o cachorro e as aves silvestres ao redor da residência e decidiram realizar uma abordagem. Durante a vistoria, foram encontradas sete espécies de aves silvestres em gaiolas e três tipos de armamentos, sendo uma carabina de pressão 4.500 mm e duas espingardas, uma calibre 28 e outra semi-automática calibre 20.

Multa e apreensão

O homem foi encaminhado para a delegacia ambiental de Santo André, onde recebeu uma multa no valor de R$ 6 mil por manter animais silvestres em cativeiro sem autorização e por posse ilegal de armas de fogo. Os animais e as armas foram apreendidos pela polícia.

Conscientização

A Polícia Militar Ambiental destaca a importância da conscientização da população sobre a necessidade de se respeitar as leis de proteção à fauna e flora. A criação de animais silvestres sem autorização é considerada crime ambiental e pode gerar multas e sanções penais.

Cidades do ABC apresentam grandes riscos de inundação, aponta pesquisa

Pesquisadores apontam a necessidades de aplicação do conceito de cidade inteligente e melhor planejamento

Repórter ABC, com EBC – Uma combinação de modelos de previsão de expansão urbana e de mudança do uso do solo e hidrodinâmicos resultou em uma metodologia capaz de fornecer informações geográficas que identificam os locais com maior risco de inundações em cidades, inclusive as provocadas por chuvas extremas.

O estudo é pioneiro e foi realizado com base em dados de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo. A cidade foi escolhida por ter passado por eventos extremos de inundações.

Em parceria com as universidades federais da Paraíba (UFPB) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) e órgãos locais, os pesquisadores testaram o modelo com dados da Defesa Civil do município, considerando a enchente de 10 de março de 2019, quando três pessoas morreram afogadas e diversas ruas em São Caetano do Sul ficaram com quase dois metros de altura de água.

Os resultados preliminares do estudo, que recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram publicados na revista Water. Eles são parte do trabalho do doutorando Elton Vicente Escobar Silva, também do Inpe, primeiro autor do artigo, orientado por Claudia Maria.

Para a modelagem hidrodinâmica, o grupo de pesquisadores utilizou o software Hec-Ras (Hydrologic Engineering Center’s River Analysis System, na sigla em inglês). É um programa de computador que consegue simular o fluxo e a elevação da superfície da água, além do transporte de sedimentos.

Na análise da extensão de áreas inundáveis foram adotados dois modelos digitais de terreno (DTM, na sigla em inglês) com diferentes resoluções espaciais – de 0,5m e 5m. O DTM é uma representação matemática da superfície do solo, que pode ser manipulada por programas de computador e geralmente representada em forma de grade retangular, na qual um valor de elevação é atribuído a cada pixel.

Vegetação, edifícios e outras características são removidas digitalmente. Além disso, quatro diferentes intervalos de computação (1, 15, 30 e 60 segundos) foram adotados para avaliar o desempenho das saídas das simulações.

Os melhores resultados foram obtidos com as simulações de resolução espacial de 5m, que mostraram os mapas de inundação com maior cobertura dos pontos alagados (278 em um total de 286 pontos, ou seja, 97,2%) nos menores tempos de cálculo. Chegaram a mapear pontos de inundação que não foram observados pela Defesa Civil, nem por pessoas de São Caetano do Sul durante a inundação que atingiu a cidade.

“A nossa ideia foi criar uma metodologia de suporte para os tomadores de decisão. Simulamos como será a mudança do solo nos próximos anos e também o que isso impacta na rede de escoamento fluvial. A partir daí, é possível fazer simulações com cenários. Um exemplo é cruzar os milímetros de chuva em um determinado intervalo de tempo para projetar o que pode ocasionar em uma área do município. Com isso, os gestores poderiam tomar decisões visando evitar danos tanto econômicos quanto de vidas perdidas”, disse o pesquisador Elton Vicente Escobar Silva.

Ligado com a capital e com os vizinhos São Bernardo do Campo, Santo André, o município de São Caetano do Sul tem um histórico de inundações – foram 29 ocorrências entre 2000 e 2022, segundo os pesquisadores. Não diferente, a cidade de Mauá também vem registrando alagamentos ao longo dos anos.

Por outro lado, São Caetano do Sul é a cidade mais sustentável entre as 5.570 do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC). E, com uma população estimada em 162 mil moradores, apresenta 100% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 95,4% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 37% em vias com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O experimento pode vir a ser usado por outros municípios na construção de políticas públicas e na tomada de decisões para enfrentar os impactos desses fenômenos, podendo evitar, além da destruição de edificações e de infraestrutura, a morte de moradores, apontam os pesquisadores. Além disso, tem baixo custo.

A plataforma e a capacitação de pessoal técnico são investimentos de baixo custo. “Os dados, caso estejam disponíveis, não implicam inversões de recursos públicos. No entanto, a obtenção de dados não disponíveis pode demandar custos, que, a depender do porte da prefeitura, serão facilmente cobertos”, explicaram os pesquisadores Cláudia Maria de Almeida e Elton Vicente Escobar Silva.

Cidades Inteligente e Planejamento das Cidades

Para a pesquisadora Claudia Almeida, um diferencial do estudo é, além de aliar modelagem hidrodinâmica para área urbana à complexidade da rede de drenagem subterrânea pluvial, usar dados reais para parametrizar e validar o modelo.

“Conjugamos imagens de altíssima resolução espacial e deep learning [aprendizado profundo]. Tudo isso está ligado à big data e às smart cities”.

O conceito de smart cities (cidades inteligentes) começou a ser discutido nos anos 2010, envolvendo questões tecnológicas, como semáforos integrados ou paradas de ônibus com wi-fi. Recentemente, passaram a incluir temas voltados à sustentabilidade e qualidade de vida dos moradores.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial atingiu oito bilhões de pessoas no ano passado, sendo que 56% vivem em áreas urbanas. Estima-se que até 2050 a população crescerá para 9,7 bilhões de pessoas, das quais 6,6 bilhões estarão em cidades (cerca de 68% do total).

O estudo alia modelagem hidrodinâmica para área urbana à complexidade da rede de drenagem subterrânea pluvial, utilizando dados reais para parametrizar e validar o modelo. Além disso, o estudo conjugou imagens de altíssima resolução espacial e deep learning, em uma abordagem que está ligada à big data e às smart cities (cidades inteligentes).

O conceito de smart cities começou a ser discutido nos anos 2010, focando em aspectos tecnológicos, como semáforos integrados e paradas de ônibus com wi-fi. Entretanto, atualmente, o termo engloba temas relacionados à sustentabilidade e qualidade de vida dos moradores. A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para a crescente população mundial, que atingiu oito bilhões de pessoas no ano passado, com 56% vivendo em áreas urbanas. A estimativa é que até 2050, a população mundial chegue a 9,7 bilhões de pessoas, sendo que 6,6 bilhões estarão concentradas em áreas urbanas, cerca de 68% do total.

Nesse cenário, torna-se imprescindível um melhor planejamento urbano das cidades para que possam ser transformadas em cidades inteligentes, com tecnologias que permitam o uso eficiente dos recursos naturais e infraestruturas urbanas. Uma gestão eficiente de água, energia, resíduos, transporte e mobilidade, além de áreas verdes e espaços públicos, são fatores-chave para a qualidade de vida dos habitantes e o desenvolvimento sustentável das cidades.

O estudo realizado pode ser considerado um importante avanço para o desenvolvimento de cidades inteligentes, uma vez que oferece soluções para o gerenciamento de águas pluviais e contribui para a redução de impactos ambientais e sociais. É necessário que governos, empresas e sociedade civil estejam alinhados e comprometidos com um planejamento urbano sustentável e inovador para enfrentar os desafios das cidades do futuro.

Aves silvestres recebem implante de penas e recuperam capacidade de voo

Repórter ABC com informações do Cetras – O Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres (Cetras), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), no Parque Ecológico do Tietê, atende cerca de 10 mil animais silvestres resgatados ou entregues voluntariamente por ano, dos quais 85% são aves que sofreram lesões causadas, principalmente, por interferência humana. Para ajudar a reintroduzir esses animais à natureza, a equipe do Centro aplica a técnica de “implante de penas”, que consiste na inserção de uma nova pena, através de uma haste leve e flexível, na base da pena perdida.

Embora pouco difundida no Brasil, a técnica tem sido essencial para restaurar a capacidade de voo em aves de rapina e outras espécies, como Psittaciformes (papagaios, periquitos, araras, maracanãs, jandaias, caturritas, cacatuas, calopsitas, entre outras), Piciformes (como tucanos e pica-paus), Galliformes (jacus, jacutingas, urus perdizes) e Nyctibiiformes (urutaus). Mais de cem indivíduos de 19 diferentes espécies já foram submetidos ao implante, recebendo entre 3 e 37 penas implantadas, dependendo do tipo de acidente e da espécie.

Banco de Penas

O Cetras mantém, há treze anos, um banco de penas de rêmiges primárias e secundárias de 272 indivíduos de 43 diferentes espécies, coletadas de carcaças que passam por higienização, organização e identificação por tamanho, coloração e origem. O implante, especialmente em espécimes recém-capturados, reduz o estresse, melhora o tônus muscular e evita o aparecimento de diferentes problemas no manejo de aves silvestres.

Parques naturais do Brasil não têm água, banheiro nem estrutura para turistas, aponta estudo do Instituto Semeia

Os principais desafios são a falta recursos humanos, financeiros e a carência de estrutura para a visitação, aponta pesquisa do Instituto Semeia

Instituto Semeia – Com um rico e diversificado patrimônio natural, os parques brasileiros reúnem atrativos como fauna, flora e trilhas para a sociedade. No entanto, os profissionais que atuam na gestão desses espaços enfrentam grandes desafios para fazer com que eles sejam, de fato, reconhecidos e apropriados pela população.

É o que revela a 6ª edição do Diagnóstico do Uso Público em Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão, que contou com a participação de 371 parques, ou seja, 73% dos registrados no Cadastro Nacional das Unidades de Conservação (CNUC), abrangendo esferas administrativas nacional, estadual e municipal. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que atua em prol da valorização das unidades de conservação do país, para os profissionais que atuam no cotidiano dessas áreas, os principais desafios são a falta recursos humanos, financeiros e a carência de estrutura para a visitação.

“Os parques possuem diversos atrativos naturais. Porém, a pesquisa revela que a concretização da experiência dos visitantes para vislumbrar essa riqueza esbarra em desafios de infraestrutura e gestão enfrentados pela administração desses espaços. Vale lembrar que a conexão das pessoas com a natureza compreende uma das missões dos nossos parques”, afirma Mariana Haddad, Coordenadora de Conhecimento no Instituto Semeia e responsável pela realização da pesquisa.

A pesquisa constatou que 58% dos parques não possuem estrutura de apoio à visitação ou a estrutura é precária e não atende às necessidades básicas. Mesmo entre os parques onde há estrutura de apoio, uma parcela significativa dos profissionais ligados à gestão desses espaços declara que a manutenção é inadequada (29%).

Em grande parte dos parques, faltam itens básicos como banheiros (46%), bebedouros (56%) e centro de visitantes (56%). Entre os itens de infraestrutura mínima considerados, as trilhas apresentam maior disponibilidade, estando presentes em 84% das unidades.

Já a avaliação sobre os dois pontos principais de qualquer gestão, recursos financeiros e humanos, releva uma situação ainda mais crítica. A maioria (62%) discorda que tenha à sua disposição o necessário em termos de dinheiro e pessoal para realizar as suas atividades.

“As parcerias são uma importante ferramenta à disposição dos gestores para contornar os desafios de infraestrutura, gestão dos parques, e oferecer melhores serviços aos visitantes. O importante é que não sejam vistas como um fim em si mesmo nem como substitutas do órgãos gestores, que precisam ser fortalecidos e capacitados para gerir adequadamente esses instrumentos.””, diz Fernando Pieroni, diretor-presidente do Instituto Semeia.

Segundo a pesquisa, independentemente da modalidade e contrato firmado, 76% dos parques já possuem ao menos uma parceria com atores tais como: universidades, instituto de pesquisa, terceiro setor, empresas e/ou entidades privadas, associação de amigos, entre outros.

Entre os respondentes há uma constatação de que as parcerias com empresas, entidades privadas e/ou terceiro setor melhoram aspectos funcionais de sua administração. No caso da “gestão em geral”, essa percepção é reconhecida por 72% dos participantes. Na opinião de 80%, melhora também a conservação da natureza, e quase 60% concordam que otimiza o atendimento aos usuários.

“A avaliação geral sobre as parcerias é positiva. Mesmo os parques que não possuem qualquer modalidade de parceria, sinalizam expectativas de melhoria. Para que esses objetivos sejam alcançados, é primordial que todo o ciclo de planejamento e implementação desses projetos leve em consideração a participação dos atores interessados”, explica Mariana Haddad.

No que tange ao fortalecimento dos órgãos gestores, a maior parte já conta com profissionais qualificados e experientes: 59% atuam há mais de 6 anos na área de parques. Outro dado importante é que 73% têm formação focada em gestão de parques, incluindo temas como uso público, pesquisa, fiscalização, planejamento e gestão de conflitos.

Potencial ainda não explorado

Na visão dos entrevistados, os principais atrativos que os parques oferecerem à população possibilitam o contato com a natureza: flora (84%), fauna (70%) e trilhas (75%).

Entre as principais atividades disponíveis estão: observação de fauna, caminhadas de até um dia, piquenique e banho de mar/cachoeira/lago. Entretanto, considerando 26 atividades e a vocação do parque para desenvolvê-las, em apenas 4 há uma proporção maior da presença da atividade do que o potencial para sua implantação. A observação da fauna, por exemplo, já está presente em 60% dos parques e vista como vocação para outros 37%.

Para as demais 22 atividades, os parques relatam uma proporção maior de vocação para desenvolvê-las do que a existência de um aproveitamento efetivo. É o caso de atividades mais complexas, pois demandam requisitos de segurança e constante manutenção de estruturas, como tirolesa, presente em apenas 3% das unidades, mas vista como vocação em 59%.

Sobre a pesquisa

O objetivo principal do Diagnóstico do Uso Público em Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão é mapear a situação da visitação nos parques naturais brasileiros a partir da perspectiva dos profissionais que atuam no cotidiano dessas áreas –principalmente gestoras e gestores. O levantamento é realizado pelo Instituto Semeia desde 2012 e passou a ser realizado bianualmente a partir de 2019.

O universo amostral compreende os parques naturais brasileiros registrados no CNUC – Cadastro Nacional das Unidades de Conservação, no 2° semestre de 2021. Esta edição contou com a participação de 73% dos parques do CNUC, e teve uma boa representatividade nas esferas administrativas (nacional, estadual e municipal), biomas, estados e regiões brasileiras. O período de coleta de dados foi de 20/06/2022 a 29/09/2022.

Os aspectos mapeados pela pesquisa estão relacionados à visitação, disponibilidade de recursos humanos, financeiros, a situação dos instrumentos específicos relacionados à gestão dos parques (plano de manejo, regularização fundiária, conselho consultivo e regularização fundiária), a existência e as expectativas com as parcerias e contratos que apoiam a administração desses espaços.

Sobre o Instituto Semeia

Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país.

Lula e Xi Jinping emitem declaração conjunta sobre combate às mudanças climáticas

O encontro entre o presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, resultou em uma declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas. Nessa declaração, ambos os líderes se comprometeram a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima.

Esse compromisso é extremamente importante, pois o Brasil e a China estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, e a cooperação entre esses países pode ter um grande impacto na redução dessas emissões.

Além disso, essa declaração conjunta pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar o problema das mudanças climáticas. Como uma das maiores economias do mundo, a China desempenha um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, e a sua disposição em cooperar com outros países é um sinal positivo para o futuro.

Em resumo, a declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas é um passo importante na luta global contra as mudanças climáticas. O compromisso de ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima pode ter um impacto significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa, e pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar esse problema global.

Leia na íntegra:

  1. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping reuniram-se em Pequim em 14 de abril de 2023. Durante sua conversa, os presidentes Lula e Xi reconheceram que a mudança climática representa um dos maiores desafios de nosso tempo e que o enfrentamento desta crise contribui para construir um futuro compartilhado de prosperidade equitativa e comum para a humanidade.
  2. A comunidade científica internacional tem mostrado, de maneira inequívoca, que a atividade humana está mudando o sistema climático global e criando novos desafios para o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos têm responsabilidade histórica pelas emissões de gases de efeito estufa e devem assumir a liderança na ampliação das ações climáticas, alcançando a neutralidade climática antes de 2050, fornecendo financiamento climático e respeitando o direito ao desenvolvimento e o espaço político dos países em desenvolvimento.
  3. O Brasil e a China enfatizam a necessidade de combinar uma ação urgente para o clima com a conservação da natureza para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a erradicação da pobreza e da fome, sem deixar ninguém para trás.
  4. Brasil e China comprometem-se a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima, bem como esforços conjuntos para uma melhor governança global no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), de acordo com a equidade e o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais, no contexto do desenvolvimento sustentável, do inalienável Direito ao Desenvolvimento e dos esforços para erradicar a pobreza e a fome.
  5. Sob a égide da UNFCCC, o Acordo de Paris nos oferece um guia para coletivamente manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e para perseguir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras comerciais verdes, e que esteja firmemente fundamentado em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional.
  6. Saudamos a mensagem política central da COP27, em particular a necessidade de meios de implementação para os países em desenvolvimento, em momento em que o Acordo de Paris está sendo implementado em conformidade com a melhor ciência disponível e com base na equidade e no princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais.
  7. Os países em desenvolvimento requerem apoio previsível e adequado dos países desenvolvidos, incluindo financiamento climático com escopo, escala e velocidade necessários e comensuráveis, bem como acesso à tecnologia e aos mercados para garantir e possibilitar seu desenvolvimento sustentável. Considerando que a implementação de uma transição justa para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima nos países em desenvolvimento custará trilhões de dólares, como apresentado no primeiro Relatório sobre a determinação das necessidades dos países em desenvolvimento relacionadas à implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris, continuamos muito preocupados com que o financiamento climático fornecido pelos países desenvolvidos continue a ficar aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como tem acontecido todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo quando o montante real necessário ultrapassava de longe esse compromisso. Exortamos os países desenvolvidos a honrarem suas obrigações não cumpridas de financiamento climático e a se comprometerem com sua nova meta quantificada coletiva que vai muito além do limite de US$ 100 bilhões por ano e fornecer um roteiro claro de duplicação do financiamento da adaptação. Tal provisão de meios de implementação para os países em desenvolvimento é a ambição climática que o mundo precisa para fortalecer a implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris.
  8. Estamos determinados a contribuir para uma COP28 bem sucedida com o foco na implementação, em Dubai, no final deste ano. Como principal mecanismo para promover a implementação e ambição em todos os aspectos do Acordo de Paris sob a UNFCCC, o Estoque Global deve ser eficaz na avaliação e identificação de lacunas de implementação no âmbito do regime climático, enquanto prospectivamente lança as bases para que os países desenvolvidos assumam a liderança na redução de emissões e preencham as lacunas pendentes nos meios de implementação para os países em desenvolvimento.
  9. Os resultados do Estoque Global e do 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (AR6) serão importantes para informar os países na apresentação de sua próxima rodada de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs) ao Acordo de Paris em 2025, de forma determinada nacionalmente e levando em conta as diferentes circunstâncias nacionais, na COP30. A China apoia a candidatura brasileira para sediar a COP30, já que a cúpula de 2025 será fundamental para o próprio futuro da resposta global às mudanças climáticas.
  10. Saudamos os esforços de cientistas brasileiros e chineses para participar ativamente da eleição do Escritório AR7 do IPCC e sua dedicação às avaliações científicas sobre a mudança climática global.
  11. Congratulamo-nos e estamos determinados a continuar nossos respectivos e ambiciosos esforços e progresso climático em nossos países, e nos comprometemos a ampliar, aprofundar e diversificar nossa cooperação bilateral em questões climáticas, em áreas como transição para uma economia global sustentável e de baixo carbono; cidades inteligentes; infraestrutura verde; desenvolvimento de indústrias verdes; energias renováveis, incluindo acesso e apoio a comunidades isoladas; mobilidade elétrica; inovação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes; e finanças e investimentos verdes. Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais. Continuaremos a cooperar no desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias, incluindo o novo satélite CBERS 6, que permitirá um melhor monitoramento da cobertura florestal. Além disso, promoveremos o intercâmbio de conhecimentos, melhores práticas e outras formas de cooperação para conservação e manejo sustentável das florestas, regeneração e reflorestamento de áreas degradadas.
  12. O Brasil e a China promoverão diálogos políticos e compartilhamento de experiências sobre investimentos e finanças climáticas.
  13. O Brasil e a China decidem estabelecer um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudança Climática sob o Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN).
  14. O Presidente Lula agradeceu ao Presidente Xi e ao governo chinês pela calorosa acolhida dada à delegação brasileira durante sua visita.

Um dos três países que mais avançam em metas de água, Brasil vê crescer sua responsabilidade

A iniciativa ONU Água informa que no Brasil, os cursos de água tiveram um padrão de qualidade de referência ao aumentar oito pontos percentuais entre 2017 e 2020.

De acordo com as Nações Unidas, o país está entre os três casos de sucesso do mundo pelos progressos alcançados rumo a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, durante o período. Os dados foram ressaltados na Conferência da Água, que termina esta sexta-feira, em Nova Iorque.

Maiores desafios globais

No evento, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse à ONU News que a posição do país evidencia também sua responsabilidade perante um dos maiores desafios globais.

“O Brasil recentemente recebeu uma boa notícia. Foi o fato de estar entre os três países considerados os que mais avançaram na agenda justamente do ODS 6, que é o nosso Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que trata de água e saneamento. O Brasil, Gana e Cingapura foram considerados pela avaliação das Nações Unidas como os três países que promoveram avanços. E isso é muito positivo.”

A avaliação aponta decisões de investimento positivas para melhorar a qualidade da água e a construção de 900 novas estações de tratamento de águas residuais desde 2013.

Os detalhes dos progressos serão apresentados no Fórum Político de Alto Nível da ONU, em julho.  Para Capobianco, a água é também uma questão de qualidade de vida.

Reconhecimento das Nações Unidas

“Claro que esse reconhecimento por parte das Nações Unidas é muito importante para nos estimular a fazer mais porque nós sabemos o quanto ainda estamos longe do nosso objetivo. De resolvermos esse problema, que para nós é como uma chaga. Como uma mancha na nossa trajetória porque uma pessoa sem a água de qualidade e sem escoamento sanitário não pode ter uma qualidade de vida adequada.”

O secretário-executivo aponta um percurso longo para atingir 99% dos brasileiros com acesso à água e 90% com saneamento até 2033, que é o plano do governo.

Para tal, ele ressaltou que políticas públicas devem promover a inovação nesses setores essenciais.

A descentralização baseada em ecossistemas deve ser prioridade para “garantir o acesso à água em qualidade e quantidade para todos, especialmente para as populações mais vulneráveis, povos indígenas e comunidades rurais”.

Na Iniciativa de Monitoramento Integrado para o ODS 6, a ONU ressalta o propósito de informar e inspirar com “exemplos concisos e acessíveis” que demonstram, por meio de casos reais, que o progresso acelerado é possível.

Alimentação e veganismo: uma filosofia de vida que preza pelo respeito à vida e é mais nutritiva e saudável

Uma das principais dúvidas das pessoas em relação à alimentação sem nada de origem animal é, sem sombras de dúvida, a questão nutricional, suplementação, ”será que posso ficar doente?”, e como ter uma alimentação balanceada sendo vegano.

Essa preocupação é legítima e importante, para qualquer forma de se alimentar, sendo vegano ou não, ninguém quer ter um tipo de alimentação que possa oferecer riscos à saúde, complicações e deficiências nutricionais. Embora a nossa sociedade não seja tão saudável e se alimenta muito mal, ao falar de veganismo surge quase que de forma espontânea a questão da alimentação.

Só julgamos o veganismo porque nos falta informação

O que de certa forma é paradoxal, porque muita gente com essa preocupação tem uma alimentação no dia a dia bastante deficiente em vitaminas. Mas não vamos concentrar o texto nesse paradoxo, vamos abordar de forma individual, a questão nutricional e também buscar em artigos e especialistas o que eles têm a nos dizer sobre a questão nutricional da alimentação vegana.

Já adianto de antemão que ter uma alimentação vegana não só é nutricionalmente adequado, como em muitos casos é melhor para a saúde. Primeiro vou falar sobre os benefícios que obtive, as mudanças da minha alimentação, como me adaptei.

No primeiro dia que mudei minha alimentação, ela passou de 3 (arroz, feijão e carne animal) ingredientes no prato, para cerca de 6 (legumes e vegetais folhosos). É impressionante o quanto a alimentação fica mais diversificada, nutritiva.

Claro que tem pessoas que vão comer só arroz e batata frita com ketchup, e provavelmente vai ter deficiência de vitaminas, mas se a alimentação for rica em vegetais, legumes e grãos e cereais, essencialmente arroz, feijão e folhas escuras, o único suplemento necessário, não encontrado na alimentação vegana, será a vitamina B12, que é de origem bacteriana e encontrada em produtos animais, já explicamos a sua importância em um artigo exclusivo aqui no Portal.

Meus últimos exames estão excelentes, níveis de vitamina ótimo. Até hoje não tive nenhum problema de saúde, minha imunidade melhorou bastante, nunca tive anemia, fraqueza, muito pelo contrário, minha energia, força e disposição nunca esteve melhor.

Em vários artigos científicos de nutrição já é comprovado que uma alimentação sem nada de origem animal e 100% vegetariana não é prejudicial à saúde e se feita de maneira correta, apresenta diversos benefícios.

A Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos (ADA), estabeleceu que uma alimentação vegana e vegetariana, se bem planejadas, são nutricionalmente adequadas e saudáveis.

Além de ser nutricionalmente adequada, uma alimentação sem nada de origem animal é extremamente saudável em comparação com a alimentação tradicional, que em sua maioria é baseada em gordura saturada, colesterol, embutidos, ultraprocessados, e baixo consumo de vegetais.

Apesar de o veganismo estar muito além da alimentação, de questões relacionadas à dieta e estilo de vida saudável, os benefícios de não consumir produtos de origem animal são infinitos.

Fonte: Terra