Maravilhado pelas belezas, Emerson mostrou a icônica cachoeira do Acaba-Vida foi por estudo como uma das 10 cachoeiras do Brasil que devem ser conhecidas
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em um vídeo emocionante publicado nas redes sociais, o vice-prefeito de Barreiras e pré-candidato a prefeito, Emerson, destacou as deslumbrantes belezas naturais da cidade e enfatizou o potencial do turismo ecológico durante as comemorações do Dia Nacional do Turismo. O vídeo capturou não apenas a exuberância da paisagem local, mas também revelou um encontro surpreendente de Emerson com um camaleão em seu habitat natural.
“Essa semana foi comemorado o Dia Nacional do Turismo. Barreiras tem muitas vocações. Turismo de lazer, turismo de entretenimento, turismo religioso, turismo de negócios”, afirmou Emerson, destacando a diversidade de oportunidades que a cidade oferece.
Emerson foi presenteado com a aparição de um lindo espécime de camaleão, além de toda a exuberância natural do local
Em sua exposição, Emerson ressaltou o potencial do ecoturismo, mostrando a icônica cachoeira do Acaba-Vida, apontada como uma das 10 cachoeiras imperdíveis do Brasil pelo jornal Folha de São Paulo. Ele enfatizou a importância do planejamento, gestão e engajamento da comunidade para transformar esses recursos naturais em atrações turísticas de destaque.
“Foi tão importante que conquistamos a certificação pelo Ministério de Turismo como uma cidade em pleno desenvolvimento e que necessita de investimentos para a dinâmica do nosso turismo”, acrescentou o pré-candidato, destacando os seus esforços em direção ao desenvolvimento do turismo local e regional.
“Nenhum plano foi feito para ficar dentro da gaveta. É necessário realmente trabalho, disposição e acreditar realmente nessa vocação. E não apenas em palavras, mas em ações concretas”
Emerson também ressaltou a necessidade de parcerias público-privadas e investimentos estratégicos para impulsionar o setor turístico, destacando os impactos positivos que o turismo pode ter na economia local.
“Nenhum plano foi feito para ficar dentro da gaveta. É necessário realmente trabalho, disposição e acreditar realmente nessa vocação. E não apenas em palavras, mas em ações concretas”, enfatizou Emerson, conclamando a comunidade a transformar as ideias em realizações tangíveis.
O vice-prefeito expressou confiança no futuro do ecoturismo em Barreiras e na região circundante, afirmando:
“É com esse trabalho que nós vamos potencializar o ecoturismo na nossa cidade e na nossa região. Mais do que continuar, Barreiras vai avançar.”
Emerson encerrou sua exposição otimista, prometendo empenho contínuo para promover e desenvolver o turismo, visando não apenas à preservação das belezas naturais, mas também ao crescimento econômico e ao bem-estar dos barreirenses.
Os recursos são provenientes do novo PAC Seleções e prevê 30 ônibus elétricos
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Governo Federal anunciou um importante passo para a mobilidade urbana em Barreiras com a renovação da frota de ônibus da cidade.
Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Seleções), que é coordenado pelo Ministro chefe da Casa Civil, o baiano Rui Costa, serão disponibilizados 30 novos ônibus elétricos, trazendo uma perspectiva moderna e sustentável para o transporte coletivo local.
Essa iniciativa faz parte de um esforço mais amplo que contempla 842 equipamentos e obras em diversos municípios da Bahia, abrangendo áreas como cidades, saúde, educação, cultura, justiça e esporte. Para Barreiras, cidade com quase 160 mil habitantes, essa renovação da frota é uma medida crucial para melhorar a mobilidade e reduzir impactos ambientais.
Enquanto isso, a Viação Cidade de Barreiras (VCB) apresentou recentemente dois novos ônibus que se somam à frota municipal. Esses veículos climatizados e equipados com videomonitoramento são parte de um processo gradual de modernização do transporte público na cidade, iniciado no ano passado.
A renovação da frota proporcionará maior conforto aos passageiros, com ar-condicionado e elevadores para cadeirantes, e cumprimento às normas ambientais mais rigorosas, reduzindo significativamente as emissões de poluentes.
Os modelos dos novos ônibus elétricos promovem maior eficiência energética melhorarando o atendimento à população, contribuindo com a redução das emissões de CO2 e com a qualidade de vida. A diminuição da idade média de veículos de transporte urbano contribui também para o fortalecimento da produção dos veículos e componentes da cadeia na indústria nacional.
Esses avanços refletem um compromisso do Governo Federal em promover mobilidade sustentável e oferecer um serviço de transporte mais eficiente e confortável para os cidadãos de Barreiras.
A renovação da frota é um passo importante rumo a uma cidade mais moderna e conectada com a atualidade.
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma cena triste marcou a manhã desta quarta-feira (01/05) nas margens da BR-242, próximo a Muquém do São Francisco, onde uma jaguatirica foi encontrada sem vida após ter sido atropelada. O local do trágico incidente fica a aproximadamente 6 km ao norte de Ibotirama, no sentido de Barreiras.
O felino, identificado como um macho da espécie jaguatirica, nativo das Américas e reconhecido por sua bela pelagem manchada, foi descoberto às margens da rodovia, levantando questões sobre a segurança dos animais selvagens em áreas próximas a estradas movimentadas.
Detalhes precisos sobre o momento e as circunstâncias do acidente ainda não foram divulgados pelas autoridades locais. A investigação sobre o ocorrido está em andamento.
A jaguatirica é uma espécie de porte médio, com hábitos solitários de caça e uma presença marcante em nossas paisagens naturais. Sua morte lamentável destaca os desafios enfrentados pela vida selvagem diante da crescente interferência humana em seus habitats.
É inadiável ampliar unidades de conservação e melhor alocar a vegetação legalmente protegida para salvar espécies nativas
O Eco – A eliminação galopante da savana brasileira complica os planos para concretizar uma rede de passagens verdes que reforçaria a conservação da onça-pintada, o maior carnívoro do continente. Ampliar a proteção ambiental, restaurar e conectar a vegetação natural abreviaria o risco.
Entidades civis querem assegurar até 2030 um mega corredor entre áreas conservadas através de países das américas do Sul e Central para reforçar a sobrevivência no longo prazo de grandes mamíferos. Além da “pintada”, serão amparados animais como a anta, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.
“Grandes impactos como o desmatamento fazem com que os animais se coloquem em riscos desnecessários”, alerta o biólogo Felipe Feliciani, analista e responsável pela estratégia para conservação da onça-pintada (Panthera onca) da ong WWF-Brasil.
A destruição expõe os felinos à caça, mortes por devorar gado ou atropelamentos, complica sua alimentação e também fragiliza populações isoladas pela cruza de animais aparentados. Isso aumenta as chances de que genes problemáticos passem entre gerações.
O problemão tira o sono de conservacionistas, mas o fracionamento e o corte raso da vegetação nativa aceleram no centro do país, uma ponte natural entre outros biomas e peça-chave do corredor americano das pintadas. “A falta de conectividade é um enorme desafio para a conservação”, ressalta Feliciani.
A situação se complica numa das últimas grandes parcelas íntegras do Cerrado, a Chapada dos Veadeiros, onde crescem cidades, mineração, geração de energia, lavouras e pastos. Desde 1985, a agropecuária tomou 230 mil hectares de seus ambientes naturais, quase metade da área do Distrito Federal.
O número é do MapBiomas e mostra o ocorrido até 2022 nos municípios do nordeste goiano onde se espalha a região de montanhas, campos, florestas e savanas – Alto Paraíso, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Monte Alegre, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina.
Do total, 191 mil hectares (83%) estão na Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, uma reserva estadual de “uso sustentável” que deveria tornar ações humanas mais amigáveis ao Cerrado e reduzir delitos ambientais ao redor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
O desmate (vermelho) por agropecuária na APA do Pouso Alto (cinza) até 2022. Ao centro, o traçado do Parna da Chapada dos Veadeiros até 2017, quando passou de 65 mil ha para 240 mil ha. À esquerda (azul) o lago da Hidrelétrica de Serra da Mesa. Imagem: MapBiomas/O Eco.
Áreas naturais apartadas por lavouras prejudicam grandes espécies, como no oeste baiano e em inúmeras outras regiões do Cerrado. Imagem: Google Earth/O Eco
Um desmate regional que subirá se planos diretores municipais mudarem para ampliar manchas urbanas e atender à disparada de loteamentos e turismo. Ano passado, só o parque nacional teve 80,2 mil visitas, 900% a mais que as 8 mil contadas em 2000, aponta o Governo Federal.
Isso não enxotou delitos ambientais. Desde 2017, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lista mais de R$ 2,7 milhões em autos de infração por desmatamento, caça e entraves à fiscalização dentro da área protegida, mostrou ((o))eco.
Já as multas aplicadas desde 2019 em Goiás pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) somam R$ 100 milhões. Em Veadeiros, os principais crimes são “parcelamento irregular do solo e uso da água sem outorga”, conta a agência estadual.
“A Semad está atenta ao crescente interesse no potencial da região nordeste do estado e tem feito fiscalizações periódicas e intensificadas (…) a fim de coibir o uso irregular e ilegal dos recursos naturais”, afirma a Assessoria e Imprensa da Semad.
Em janeiro, com imagens de satélite e comprovação em campo, a fiscalização estadual goiana flagrou quase 1.000 hectares desmatados entre a APA do Pouso Alto e o território quilombola Kalunga, onde descendentes de escravizados mantêm história, cultura e o Cerrado.
“Veadeiros está sob pressão muito forte. Qual é a capacidade de suporte dos recursos naturais da região?”, questiona Adolpho Kesselssing, dono de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na Chapada dos Veadeiros.
Desmatamento ilegal flagrado pela fiscalização estadual na APA do Pouso Alto, em 2021. Foto: Semad/Divulgação
Bioma apagado
O drama de Veadeiros é comum ao passado e assombra o futuro de outras porções do Cerrado. Metade dele já foi para o beleléu e o agronegócio cresce sobretudo entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O desmate do bioma é licenciado principalmente pelos estados, permite uma lei federal de 2011.
“Metade das licenças tem ilegalidades, como incidir em áreas griladas ou sem análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR)”, lembra Pedro Bruzzi, engenheiro florestal pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, representante de ongs do Centro-oeste no Conselho Nacional do Meio Ambiente e superintendente-executivo da Fundação Pró-Natureza.
O CAR é um registro obrigatório da legislação florestal. A norma federal permite desmatar de 50% a 80% em fazendas no Cerrado. Já na Amazônia, as derrubadas são de no máximo 20% dos imóveis rurais. Isso é parte grossa da conta da eliminação do Cerrado, hoje superior a 10 mil km2 anuais, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“Esse desmatamento tem alto impacto no clima global, pois o bioma estoca em média o dobro do carbono mantido por hectare na Amazônia, ainda mais priorizada em políticas de conservação”, alerta Bruzzi.
Não bastando, no Cerrado a lei florestal mostra um “excedente” de 1,84 milhão de hectares em Reservas Legais. Ou seja, uma área similar a ⅓ do território da Paraíba ou à metade de Taiwan ainda pode ser desmatada. O balanço é do Observatório do Código Florestal.
“O descontrole do desmatamento no bioma é uma catástrofe”, ressalta Bruzzi. “Isso afronta as convenções de biodiversidade, clima e desertificação, mas é uma crise ainda pouco reconhecida. Podemos estar perto de um ponto de não retorno para o Cerrado”, sublinha.
A escassez de parques e outro tipos de unidades de conservação é outro flagelo do Cerrado. Só 8,68% dele é abrigado nessas terras, sendo apenas 2,89% com proteção mais restrita. Os dados são de um painel sobre reservas ecológicas brasileiras. Mas a conta é ainda maior. Metas internacionais de conservação pedem que ao menos 30% da biodiversidade seja formalmente protegida até 2030. Pedra no caminho da proteção da onça-pintada, em terras brasileiras apenas a Amazônia se aproxima do percentual, com 28,5% em unidades de conservação.
A soja ronda o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no norte de Minas Gerais. Foto: Lalo de Almeida/Folhapress
Ligando pontos
A onça-pintada é um animal poderoso. Pode pesar 150 kg e atingir 2,5 metros do focinho à ponta da cauda. O maior felino americano só fica atrás dos leões e dos tigres. Apesar disso, a fera tem suas fragilidades, como precisar de grandes áreas para caçar e reproduzir.
Esses traços naturais explicam porque suas maiores populações estão no Pantanal e Amazônia, enquanto foram quase zeradas nos devastados Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. No Pampa não existem mais. No continente americano, o território original da espécie já foi encolhido pela metade.
Reverter esse quadro alarmante é o grande alvo do corredor abraçado por um número crescente de entidades americanas.
“A escala do projeto é tão grande que precisamos de mais apoio de ongs locais, governos e setor privado”, diz Felipe Feliciani, analista de conservação do WWF-Brasil.
Em amarelo, azul claro e verdes, o corredor e as áreas mais relevantes para conservar a onça-pintada nas Américas. Mapa: Jaguar 2030 Roadmap (WWF/WCS/Panthera/UNDP)/O Eco
Tornar real e manter essa poderosa “malha rodoviária verde” depende de uma articulação desses setores para espremer a criminalidade ambiental, conter o desmate legalizado, ampliar a área em unidades de conservação e respeitar a legislação florestal.
Com cerca de oito em cada dez hectares em terras privadas e a falta crônica de orçamento de órgãos ambientais para desapropriar esses imóveis e criar áreas protegidas públicas, as reservas privadas despontam para juntar os caquinhos do Cerrado.
É o que fez o professor de Geografia e consultor de entidades ambientalistas Adolpho Kesselssing. Mais de 40 anos de trabalho acumularam dinheiro para comprar terras e criar a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santuário Beija Flor, em Colinas do Sul (GO).
Seus quase 9 hectares se conectam aos 90 hectares da Reserva Legal de uma fazenda vizinha, compondo um maciço rico em fauna silvestre rumo ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
“Estamos tentando convencer mais vizinhos a engrossar o corredor”, conta. Alguns fazendeiros temem perder as terras e topam com dura burocracia para criar RPPNs, que na realidade seguem com os donos, abrem alas a desconto em impostos e turismo. “Mas tem uma ordem trocada no país. É muito mais fácil desmatar do que criar uma reserva”, reclama Kesselssing.
Onça-pintada numa reserva privada em Cavalcante (GO). Imagem do Programa de Conservação de Médios e Grandes Mamíferos (UnB) cedida por Flávia Cantal (RPPN Avá-Canoeiro)
Corredores são citados na lei federal de parques e outras unidades de conservação, de 2000, e no código florestal de 2012, mas sua implantação não foi regrada nessas normas. Isso poderia incentivar a interligação de maciços de vegetação nativa, conservada ou a recuperar.
Por isso é fundamental acelerar a implantação da legislação florestal, defende o biólogo, mestre em Geoprocessamento Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB) e analista no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Samuel Schwaida.
“É estratégico que os estados acelerem a validação de cadastros ambientais para disparar planos de recuperação da vegetação nativa. Esse é hoje um grande gargalo”, analisa.
Outro possível pulo do gato para conectar áreas conservadas são as grandes trilhas. Elas se espalham por milhares de quilômetros no Brasil graças à ação pareada de governos e sociedade, amparada por enquanto em portarias federais. Em outros países, elas já fazem história. Como trouxe reportagem nossa em 2018, nos Estados Unidos trajetos como a Appalachian Trail, pensada desde 1900, unem conservação de animais e plantas, turismo e geração de empregos. Ela tem 3,5 mil km.
“É a mais longa unidade de conservação dos Estados Unidos”, pontua Schwaida.
As grandes trilhas unem conservação, economias e qualidade de vida. Foto: Aldem Bourscheit
Essas rotas não crescem ainda mais no Brasil por entraves legais e preconceito. Desde 2017, um projeto de lei tramita no parlamento federal para regrar o trânsito por trilhas em propriedades privadas rumo a montanhas, cavernas, praias, rios e cachoeiras.
“A cultura nacional não entende e valoriza as grandes trilhas. Muitos fazendeiros se fecham desconfiados de quem está circulando por suas terras. É importante valorizar e recompensar os proprietários parceiros das trilhas de longo curso”, destaca Schwaida.
Nesse sentido, Pedro Bruzzi, superintendente-executivo da Fundação Pró-Natureza, lembra que “conservar a natureza é um bom negócio que pode ser remunerado por exemplo com pagamentos por serviços ambientais, turismo sustentável, créditos de carbono e de biodiversidade”.
Para unir as pontas da conservação e uso sustentável da natureza, um mosaico é planejado há 6 anos na Chapada dos Veadeiros. Ele promoveria a gestão integrada e conjunta de unidades de conservação, fazendas e cidades. O modelo serve outros pontos do país, como no norte e noroeste de Minas Gerais e sudoeste da Bahia, onde o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu foi reconhecido pelo MMA em 2019.
“É uma ação fundamental para conservar uma das últimas fronteiras do Cerrado”, pontua Pedro Bruzzi, da Fundação Pró-Natureza. Os estudos do mosaico Veadeiros-Paranã são apoiados por entidades e recursos nacionais e internacionais. Azeitar a iniciativa beneficiará de pessoas a onças-pintadas.
“A presença da espécie indica que os ambientes estão saudáveis, favorecendo a extração sustentável de recursos da biodiversidade, o ecoturismo, a produção rural e outras atividades econômicas”, destaca Felipe Feliciani, analista de conservação do WWF-Brasil.
Que a onça-pintada possa seguir seu caminho histórico pelas Américas. Foto: Ana Cotta/Creative Commons
Coletivo é contrário à lei municipal que ignora estudos de impacto ambiental e de sombreamento para construção de edifícios na orla
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em um esforço conjunto para preservar o litoral de Salvador, líderes políticos e defensores do meio ambiente se unem em um protesto marcante nesta sexta-feira (12) em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O movimento, encabeçado pela Frente Parlamentar composta por membros do PSOL, PT, PCdoB e PSB, em conjunto com representantes do movimento SOS Buracão, busca expor uma preocupante realidade: a construção desenfreada de grandes empreendimentos imobiliários na orla marítima da cidade.
O foco principal desse ato é a denúncia contra uma legislação municipal controversa que facilita a erupção de imponentes edifícios à beira-mar sem a devida avaliação de impacto ambiental. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi protocolada no Tribunal de Justiça da Bahia, contestando os artigos 103 da Lei 9.148/2016, conhecida como Lei de Uso e Ordenamento do Solo do Município de Salvador, e o 275 da Lei 9.069/2016, o Plano Diretor.
Os críticos dessas leis argumentam que elas foram aprovadas pela Câmara Municipal de Salvador sem o necessário debate público e violam princípios constitucionais tanto estaduais quanto federais. Em particular, as disposições dispensam estudos de sombreamento para empreendimentos na área costeira, abrindo a porta para a construção de estruturas verticais que comprometem o ambiente natural.
Um exemplo emblemático é o projeto da OR Imobiliária Incorporadora, que planeja erguer um luxuoso complexo residencial na Praia do Buracão, com até 16 pavimentos. O deputado Hilton Coelho (PSOL), figura proeminente nessa causa, destaca a urgência de impedir danos irreparáveis ao patrimônio ambiental e à função social da propriedade imobiliária. Ele denuncia o uso de artifícios legislativos questionáveis que priorizam interesses privados em detrimento do bem-estar público.
“É imprescindível deter essas iniciativas que comprometem nossa cidade. Não podemos permitir que empreendimentos como esse se aproveitem de brechas para privatizar o que é de todos”, enfatizou o deputado.
Além da exposição pública dessa questão, a Frente Parlamentar e os ativistas solicitaram ao TJBA a concessão de uma medida cautelar para suspender os efeitos das normas municipais consideradas inconstitucionais, buscando assim proteger o ecossistema costeiro de Salvador para as gerações futuras.
Empresa também afirmou que pagará um prêmio sobre o valor de mercado aos produtores que venderem à companhia soja, milho e trigo cultivados com técnicas sustentáveis
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Bunge, gigante do agronegócio, anunciou nesta quinta-feira sua intenção de expandir significativamente seu programa de agricultura regenerativa no Brasil, em uma iniciativa que visa incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis e com menor emissão de gases de efeito estufa. Segundo a empresa, a área plantada abrangida pelo programa deve aumentar em 140% até 2026.
Além da expansão da área de cobertura, a companhia também revelou que pretende premiar os produtores que adotarem técnicas sustentáveis na produção de soja, milho e trigo, com um prêmio sobre o valor de mercado.
Rossano de Angelis Jr., vice-presidente de Agronegócio da Bunge para a América do Sul, explicou em entrevista à Reuters que o projeto, iniciado em 2023 com 250 mil hectares no Cerrado, será ampliado para 600 mil hectares até 2026, abrangendo estados das regiões Sul e Sudeste.
Para viabilizar essa expansão, a empresa planeja investir pelo menos 20 milhões de dólares ao longo de três anos. Esses recursos serão destinados não apenas ao pagamento dos prêmios, mas também à implementação de ferramentas tecnológicas, rastreabilidade, coleta de dados, assistência técnica e auditoria.
Angelis destacou que os pilares da agricultura regenerativa incluem práticas como plantio direto, cultivo de cobertura, rotação de culturas, uso de bioinsumos e fertilização natural, contribuindo para o sequestro de carbono e a redução de emissões de gases.
A Bunge também busca engajar seus clientes, incluindo indústrias de alimentos e biocombustíveis, no processo de transição para uma agricultura mais sustentável. Alguns clientes já expressaram interesse em não apenas adquirir produtos cultivados de forma sustentável, mas também investir na adoção dessas práticas nas fazendas participantes do programa.
Para isso, a empresa está em discussões avançadas com diversos clientes, embora os nomes ainda não possam ser divulgados devido a questões contratuais de confidencialidade.
Além da ampliação do programa, a Bunge também tem metas ambiciosas em relação à descarbonização e à preservação ambiental em sua cadeia de fornecimento. A empresa pretende ter sua cadeia de fornecimento livre de qualquer desmatamento até 2025, em conformidade com metas baseadas na ciência validadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi).
Essa iniciativa reforça o compromisso da Bunge com a sustentabilidade e a busca por um modelo agrícola mais responsável e amigável ao meio ambiente.
A soltura da lobo-guará Jurema ao seu habitat ocorreu no dia 4 de abril. Com essa ação, o projeto em parceria com o agro – que está em sua segunda edição e iniciou em 2020 – contabiliza a sua terceira reabilitação bem-sucedida
O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental da região, idealizado pela Galvani Fertilizantes, promoveu, com o apoio de parceiros, mais uma importante etapa do projeto que está em sua segunda edição: a soltura da lobo-guará Jurema à natureza. A ação, realizada nos dias 3 e 4 de abril, reforça os esforços para conservação da espécie e reafirma o êxito do programa, que associa propostas de conservação do Cerrado a uma agricultura responsável e engajada. O Parque é responsável pela execução do protocolo de reabilitação e soltura de lobos-guará em vida livre no Oeste da Bahia, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A bióloga e coordenadora do Parque, Gabrielle Bes da Rosa, explica que o momento é extrema importância para o manejo e a conservação da espécie, que está ameaçada de extinção na região.
“Esta é a nossa terceira experiência. Em 2021, reabilitamos e soltamos os primeiros animais (Caliandra e Baru). Em abril do ano passado, renovamos o contrato para realização da segunda edição do projeto, iniciando ali a transferência da Jurema para o recinto de reabilitação. Um ano depois, ela está apta para ser devolvida à natureza: expressa comportamentos de forrageamento, caça e demarcação de território – característicos da espécie. Temos certeza de que essa soltura será novamente um sucesso, assim como foi com a Caliandra, que permanece em vida livre e já se reproduziu”, destaca.
Ainda de acordo com Rosa, todo esse aprendizado e experiência são de grande importância, pois os resultados gerados vão se somar a outras iniciativas e tornar o protocolo uma referência para todas as regiões de ocorrência da espécie e beneficiar outros canídeos silvestres. “É importante lembrar que tal protocolo é urgente e beneficiará não apenas um animal, mas toda a espécie que, inclusive, está ameaçada de extinção em nossa região”, reforça.
Para o porta-voz das patrocinadoras oficiais do projeto (Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem), Celito Missio, o projeto demonstra o comprometimento do agronegócio com a sustentabilidade ambiental.
“Estamos imensamente honrados por abrigar o recinto e participar da realização desse protocolo inédito e de grande importância que beneficiará toda uma cadeia, possibilitando que animais possam ser devolvidos para a natureza. Da nossa parte temos aprendido muito a olhar a nossa cadeia produtiva e como podemos ter processos mais justos com a fauna local. O agronegócio tem consciência de sua responsabilidade e nesse projeto nós demonstramos que é possível produzir com sustentabilidade, mantendo-se um ambiente favorável à fauna e flora do bioma, deixando um legado para as futuras gerações”, avalia.
O processo de reabilitação
O processo para reabilitação inicia-se com a chegada do lobo-guará às dependências do criadouro conservacionista do Parque Vida Cerrado e tem continuidade com a transferência para o recinto de reabilitação em Área de Preservação Permanente (APP) da propriedade rural parceira do projeto (Irmãos Gatto Agro, em Barreiras). Neste local, o animal permanece pelo período de, no mínimo, dez meses, com disponibilização de abrigo e oferta diária de água e alimentação. Além disso, o recinto conta com condições adequadas para propiciar uma transição bem-sucedida. Com 3 mil m², o recinto de treinamento está totalmente imerso no Cerrado e permite que o animal esteja em contato com a realidade que vai encontrar. A propriedade escolhida é referência na adoção de diversas práticas sustentáveis e dispõe de árvores e arbustos com frutas da região que estão entre as preferidas dos lobos-guará, bem como paisagem característica com a presença de presas naturais, como pequenos mamíferos, aves, lagartos e anfíbios.
Nesse local, o animal é monitorado por câmeras trap para avaliar a evolução comportamental, com especial atenção ao aprimoramento das técnicas de captura. Além disso, o isolamento do recinto permitiu a diminuição do imprinting à presença humana, o ajuste ao horário de atividade e o reconhecimento dos demais animais de vida livre presentes na região. Por se tratar de uma espécie territorialista, esse processo busca minimizar os possíveis conflitos. A soltura para a vida livre ocorre de forma gradativa, até que se perceba a total independência do recinto, que permanecerá aberto nos primeiros dias, garantindo o sucesso adaptativo da soltura.
O Projeto
Realizado pelo Parque Vida Cerrado, o projeto de reabilitação de filhotes de lobos-guará para vida livre no Cerrado do Oeste baiano teve início em 2020, com apoio das empresas Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro, Condomínio Agrícola Santa Carmem e Galvani Fertilizantes, após tratativas entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), para receber três filhotes órfãos de lobos-guará (Caliandra, Seriguela e Baru) e conduzir o desenvolvimento de um protocolo para reabilitação e posterior soltura dos animais no meio ambiente. Na sua segunda edição, o projeto alcançou a marca de sua terceira reabilitação e soltura, contando ainda com o valioso apoio técnico e científico do ICMBio/CENAP.
O Parque Vida Cerrado
Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa da Galvani Fertilizantes – sua principal mantenedora, o Parque Vida Cerrado mantém um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado, um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais e um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres. Em 18 anos de atuação, distribuiu milhares de mudas para reflorestamento urbano e rural, capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações e reproduziu, com sucesso, mais de 40 animais silvestres.
Sobre a Galvani
Empresa 100% brasileira que atua no setor de fertilizantes desde a década de 1960. É líder em produção e distribuição de fertilizantes fosfatados no Matopiba, região agrícola que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Possui unidades de mineração e beneficiamento em Angico dos Dias e Irecê, um complexo industrial em Luís Eduardo Magalhães, todos na Bahia, e escritórios corporativos em Campinas (SP) e na capital paulista.
Sobre a OILEMA
A Oilema Comércio de Sementes LTDA é uma empresa brasileira que atua no ramo de comercialização de sementes de soja e sorgo. Fundada em 1998, a empresa se destaca no mercado pela qualidade dos seus produtos e pelo compromisso com a inovação e sustentabilidade. Seu foco principal é fornecer sementes de alta qualidade para agricultores e empresas do setor agrícola, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura no Brasil. Além disso, a empresa busca constantemente expandir sua atuação e investir em tecnologias que promovam a produtividade e a eficiência no campo.
Em sua primeira visita ao Brasil, líder francês terá agenda em 4 cidades
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em uma visita marcada por significados ambientais e políticos, o presidente da França, Emmanuel Macron, chegou ao Brasil nesta 3ª feira (26/mar), para uma série de encontros bilaterais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo da visita é abordar temas de interesse mútuo, incluindo questões relacionadas ao meio ambiente, defesa e cooperação econômica.
A visita de Macron, que marca sua primeira viagem oficial ao Brasil, destaca a importância das relações entre Brasil e França, segundo a secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luísa Escorel. Em Belém, os líderes embarcaram em uma agenda diversificada, iniciando com uma visita à Ilha do Combu, onde puderam conhecer de perto a produção sustentável de cacau na região amazônica.
O encontro também incluiu diálogos com representantes indígenas, reforçando a relevância da preservação ambiental e do respeito aos povos originários. Macron teve ainda a oportunidade de condecorar o líder indígena Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, em reconhecimento à sua luta pela proteção da floresta e dos direitos dos povos indígenas.
Após a visita à floresta, Lula e Macron seguiram para o Rio de Janeiro, onde participarão da inauguração do terceiro submarino construído no Complexo Naval da Marinha. Este projeto, fruto de cooperação entre Brasil e França, representa um marco na cooperação militar e tecnológica entre os dois países.
O presidente francês também terá compromissos em São Paulo, incluindo participação no Fórum Econômico Brasil-França, que reunirá empresários dos dois países em busca de oportunidades de investimento e comércio. Além disso, Macron deverá interagir com artistas e personalidades culturais brasileiras, demonstrando o interesse mútuo em fortalecer os laços culturais entre França e Brasil.
A visita de Estado do presidente Macron a Brasília marcará o encerramento dessa importante jornada diplomática, destacando o compromisso mútuo com a cooperação bilateral e o fortalecimento das relações internacionais. Temas de interesse global, como reforma das instituições multilaterais e situações políticas regionais, também serão abordados durante os encontros entre os líderes dos dois países.
Apesar das divergências em relação ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, a visita de Macron prioriza as convergências entre Brasil e França, ressaltando a importância de uma parceria estratégica baseada no diálogo e cooperação mútua.
Antes, acreditava-se que apenas humanos e primatas fossem capazes de realizar gestos mais avançados
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma descoberta surpreendente na Universidade de Tóquio, no Japão, revelou um novo capítulo na comunicação entre animais. Um estudo liderado pelo professor Toshitaka Suzuki e seu colega Norimasa Sugita revelou que os pequenos pássaros, conhecidos como chapins japoneses (Parus minor), usam gestos gentis e educados para se comunicarem enquanto chegam ao ninho acompanhados.
Ao contrário do que se pensava anteriormente, de que apenas humanos e grandes primatas usavam gestos simbólicos, como apontar ou acenar, essa nova pesquisa sugere que até mesmo aves selvagens têm habilidades surpreendentes de comunicação não verbal.
A observação dos pesquisadores revelou que quando um par de chapins japoneses chega ao ninho com comida, um deles frequentemente agita as asas em direção ao outro, como se estivesse dizendo “você primeiro”. Essa descoberta desafia as noções anteriores sobre a comunicação gestual em animais e amplia nosso entendimento sobre a linguagem visual entre as espécies.
A pesquisa, que durou mais de 17 anos, revelou que essas aves não apenas usam vocalizações específicas para se comunicar, mas também combinam gestos físicos de maneira surpreendente.
Para os pesquisadores, essa descoberta é um grande avanço na compreensão da comunicação animal e sugere que a capacidade de usar gestos simbólicos pode ser mais comum no reino animal do que se pensava anteriormente.
Essa nova forma de comunicação entre os chapins japoneses não só revela a complexidade das interações sociais entre as aves, mas também destaca a importância de continuar explorando e aprendendo sobre o mundo incrível dos animais ao nosso redor.
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um estudo liderado pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, lançou luz sobre as ameaças que os microplásticos representam para a vida marinha, desafiando conceitos anteriores e ressaltando a urgência de soluções abrangentes para combater essa forma de poluição.
Os microplásticos, minúsculos fragmentos plásticos menores que 5 milímetros, são resultantes da degradação de plásticos maiores e da produção deliberada para uso em cosméticos e produtos industriais. Diferentemente dos materiais naturais, esses plásticos não se decompõem; em vez disso, eles se fragmentam em pedaços cada vez menores, representando uma ameaça persistente para os ecossistemas marinhos.
Surpreendentemente, o estudo revelou que não são apenas os organismos filtradores que estão em risco pela ingestão de microplásticos, como se acreditava anteriormente. Na verdade, são os predadores, onívoros e necrófagos dos oceanos que enfrentam maior perigo. Caranguejos, estrelas-do-mar, pepinos-do-mar e até lulas são mais propensos a conter microplásticos em seus sistemas. Essa descoberta desafia conceitos prévios sobre os mecanismos de ingestão e expulsão dessas substâncias.
Além disso, o estudo ressalta a importância da localização na determinação do risco de exposição aos microplásticos. Regiões altamente poluídas, como o Mediterrâneo e o Mar Amarelo, apresentam níveis alarmantes de ingestão de plástico por parte dos animais marinhos. Essa variação geográfica nos níveis de poluição oferece novos insights sobre a distribuição global e os impactos dos resíduos plásticos nos oceanos.
As implicações dessas descobertas vão além da saúde das espécies marinhas. Criaturas do leito marinho desempenham um papel vital na reciclagem de nutrientes e na sustentação da teia alimentar marinha. A ingestão de microplásticos por esses organismos pode ter efeitos cascata no ecossistema, afetando a saúde geral do oceano.
Para resolver esse problema complexo, é necessária uma abordagem multifacetada. A professora Tamara Galloway, da Universidade de Exeter, destaca a urgência de reduzir drasticamente a produção de plástico, especialmente os plásticos de uso único. Embora ações individuais, como a adoção de itens reutilizáveis, sejam importantes, mudanças sistêmicas e melhorias na infraestrutura de gerenciamento de resíduos são cruciais para conter a maré de poluição plástica nos oceanos.
As descobertas do estudo, publicadas na revista Nature Communications, servem como um chamado à ação. Elas destacam a complexidade da questão da poluição por microplásticos e a importância contínua da pesquisa e do desenvolvimento de políticas para proteger os oceanos e a diversidade de vida marinha que eles sustentam.