Igreja Católica dá passo em direção à igualdade de gênero: mulheres poderão votar no Sínodo dos Bispos

Pontífice também cria grupo de representantes não-bispos para o Sínodo, Decisão mostra esforço do papa em incluir participação feminina na Igreja

O papa Francisco anunciou uma medida histórica nesta quarta-feira (26), permitindo que mulheres possam votar na reunião global de bispos em outubro deste ano, durante o Sínodo dos Bispos, evento que discute e decide questões ideológicas e regimentais da Igreja Católica. Antes, as mulheres só podiam participar do Sínodo como auditoras, sem direito a voto.

A decisão foi um pedido antigo das mulheres e uma mostra do esforço do papa em incluir a participação feminina nas decisões da Igreja Católica. Além disso, o pontífice também solicitou a inclusão de um grupo de 70 pessoas, que não são bispos, mas representantes de coletivos com alguma relação à Igreja Católica, para participarem ativamente do Sínodo. O colegiado será formado por indivíduos escolhidos a partir de uma lista com 140 nomes recomendados por sete conferências internacionais de bispos. O Vaticano recomendou que metade dos nomes sejam de mulheres.

O Sínodo dos Bispos acontecerá de 4 a 29 de outubro deste ano e, segundo o cardeal Mario Grech, secretário-geral do secretariado geral do sínodo, a decisão não é uma revolução, mas sim uma importante mudança. O papa Francisco já havia indicado em 2021 a freira Alessandra Smerilli ao segundo cargo mais alto no escritório de desenvolvimento do Vaticano e Raffaelle Petrini ao segundo cargo mais alto no governo, o de secretária-geral de governança.

Web resgata vídeo de 2016 em que Dalai Lama toca partes de Lady Gaga

Cantora Lady Gaga parece constrangida ao receber toques de Dalai Lama; Assista ao vídeo de 2016

Internautas divulgaram um vídeo antigo do líder espiritual Dalai Lama, de 2016, em que ele aparece tocando a cantora norte-americana Lady Gaga durante uma conferência em Indianápolis. O vídeo voltou a viralizar após a recente repercussão do caso de pedofilia envolvendo o Dalai Lama.

Segundo relatos, o líder espiritual teria pedido a uma criança que chupasse sua língua, o que gerou grande constrangimento para a vítima e causou indignação e revolta entre seus seguidores e a comunidade internacional.

O vídeo em questão registra um momento descontraído entre Dalai Lama e Lady Gaga, que participavam de uma mesa redonda com perguntas e respostas durante a conferência de 2016.

A divulgação do vídeo antigo tem reacendido o debate sobre o comportamento do líder espiritual e suas atitudes questionáveis. Ainda não há informações sobre medidas que serão tomadas em relação ao caso de pedofilia, mas a divulgação do vídeo tem aumentado as críticas e as cobranças por uma postura mais contundente por parte das autoridades religiosas.

Veja:

“O Brasil quer construir a paz” Lula reforça sua posição de mediador na guerra da Ucrânia e Rússia

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado (22) o apoio do Brasil à solução negociada para a paz na Ucrânia, em declaração à imprensa no Palácio de Belém, em Lisboa, onde esteve em encontro com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.

Em meio à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que começou em 2014 com a anexação da Crimeia pela Rússia, Lula defendeu a importância de um diálogo pacífico para a resolução do conflito. “Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, afirmou o ex-presidente.

Lula também condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e afirmou que o Brasil é contra a guerra. “É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”, disse ele.

Além disso, Lula ressaltou o potencial de aumento do fluxo de comércio exterior entre Portugal e Brasil, que atualmente gira em torno dos US$ 6 bilhões. “É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países”, afirmou.

O presidente português, por sua vez, destacou a necessidade da retirada imediata das forças armadas russas do território ucraniano como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que sofreu a agressão, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura.

Por fim, ambos reafirmaram o apoio ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Mortos em confrontos no Sudão chega a 180 e há mais de 1.800 feridos, diz enviado da ONU

O ministério das Relações Exteriores do Sudão agradeceu na segunda-feira a ajuda de outros países para mitigar a situação no país

(Foto: MOHAMED NURELDIN ABDALLAH/REUTERS)

Repórter ABC, com ONU News – O número de vítimas dos combates no Sudão superou 180, com mais de 1.800 pessoas feridas, disse o representante especial do secretário-geral da ONU para o Sudão, Volker Perthes, nesta segunda-feira (17).

“Mais de 180 mortes, mais de 1.800 feridos, incluindo três colegas do World Food Program, que foram mortos enquanto tentavam servir o povo sudanês”, disse Perthes.

Os confrontos entre as forças armadas sudanesas e o grupo paramilitar Rapid Support Forces (RSF) eclodiram no sábado (15), com epicentro na capital do país, Cartum. As forças do governo acusaram o RSF de motim e lançaram ataques aéreos contra suas bases.

O RSF reivindicou o controle do palácio presidencial da capital sudanesa e dos aeroportos de Cartum e Merowe. O exército nacional negou que o palácio presidencial tivesse sido tomado.

Perthes disse estar decepcionado com o fato de o cessar-fogo humanitário proposto pela ONU no país ter sido apenas parcialmente observado, com confrontos entre os lados em conflito continuando nesta segunda-feira, disse a Missão Integrada de Assistência à Transição das Nações Unidas no Sudão (UNITAMS).

O ministério das Relações Exteriores do Sudão agradeceu na segunda-feira a ajuda de outros países para mitigar a situação no país, mas classificou o assunto como uma questão interna, que deve ser resolvida sem interferência internacional.

Os Estados Unidos pedem um cessar-fogo imediato sem pré-condições entre as partes em guerra no Sudão, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, na segunda-feira.

Moscou defende um cessar-fogo imediato no Sudão e uma resolução pacífica da atual crise no país, disse o ministério das Relações Exteriores da Rússia na segunda-feira.

Conflito entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido resulta em mortes no Sudão

Situação de instabilidade no Sudão preocupa a comunidade internacional. Ataques aéreos realizados pelo Exército deixam ao menos 59 civis mortos

Repórter ABC com informações de Reuters – No último domingo (16), o Exército do Sudão entrou em conflito com as Forças de Apoio Rápido (RSF) em uma sangrenta luta pelo poder do país. Os ataques aéreos realizados pelo Exército resultaram na morte de pelo menos 59 civis, incluindo três funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU). Os combates eclodiram no sábado, após um desacordo sobre a integração da RSF às Forças Armadas como parte de uma transição para o governo civil. Esta é a primeira vez que ambos os lados entram em confronto desde que derrubaram o antigo presidente Omar Hassan al-Bashir em 2019.

A situação de instabilidade no Sudão tem preocupado a comunidade internacional. Países como Estados Unidos, China, Rússia, Egito, Arábia Saudita, União Europeia, União Africana e Conselho de Segurança da ONU pediram pelo fim imediato das hostilidades que ameaçam piorar a instabilidade em uma região já volátil.

Os países vizinhos e os órgãos regionais estão intensificando esforços para acabar com a violência, incluindo uma oferta do Egito e do Sudão do Sul para mediar entre as partes em conflito. No entanto, o paradeiro do general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, que lidera a RSF, segue desconhecido neste domingo, enquanto o chefe do Conselho Soberano do governo de transição, general Abdel Fattah al-Burhan, está dentro do quartel-general do Exército no centro de Cartum.

Testemunhas e moradores relataram que o Exército realizou ataques aéreos em quartéis e bases da RSF, inclusive em Omdurman, do outro lado do rio Nilo, e conseguiu destruir a maioria de suas instalações. O Exército também retomou o controle de grande parte do palácio presidencial de Cartum, que estava nas mãos da RSF, e outras instalações importantes na capital. No entanto, membros da RSF permanecem dentro do aeroporto internacional de Cartum, que está sitiado pelo Exército.

O problema crucial é que milhares de membros fortemente armados da RSF estão posicionados em bairros da capital Cartum e de outras cidades, sem nenhuma autoridade capaz de controlá-los. O Exército afirmou em um comunicado neste domingo que “a hora da vitória está próxima” e que terá boas notícias para o povo sudanês em breve.

“Estamos perdendo o Brasil para a China”, diz Trump (VÍDEO)

Brics fortalecem parceria econômica e caminham para a liderança na economia do hemisfério sul

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Durante uma entrevista ao programa Tucker Carlson Tonight, da Fox News, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas preocupações em relação às parcerias econômicas e cooperações firmadas entre Brasil e China. Ele afirmou textualmente: “Estamos perdendo o Brasil”.

A declaração de Trump foi motivada pelos mais de 20 acordos firmados entre os dois países e, especialmente, pelo discurso do ex-presidente Lula durante a posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que reúne os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Lula declarou que o NBD vai se tornar o grande banco do Sul Global, criando uma alternativa para o comércio entre os países sem o uso do dólar.

Segundo Lula, “a criação deste banco mostra que a união de países emergentes é capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo”. Ele também criticou a posição hegemônica dos Estados Unidos no comércio internacional, com a imposição do dólar como moeda padrão.

Na entrevista, Trump expôs suas preocupações em relação à possibilidade de a China mudar o padrão monetário global e afirmou que isso equivaleria a perder uma guerra mundial. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão perdendo o Brasil, a Colômbia, a América do Sul, o Irã e possivelmente a Rússia, enquanto a China está ganhando.

A criação do FMI em 1944 e os receios com avanços do comunismo

Durante a Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos, em 1944, a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi vista como uma necessidade para a estabilização do sistema monetário internacional, após a Segunda Guerra Mundial. Na época, os receios em relação ao avanço do comunismo no mundo eram elevados, e o FMI foi visto como uma forma de garantir a estabilidade financeira e, consequentemente, fortalecer o capitalismo.

O FMI foi criado como uma organização internacional para promover a cooperação monetária internacional, facilitar o comércio internacional, promover a estabilidade cambial e fornecer assistência financeira a países em dificuldades econômicas. Seu objetivo principal era evitar crises financeiras que pudessem afetar negativamente a economia global e, dessa forma, contribuir para a manutenção do sistema capitalista.

Desde sua criação, o FMI tem sido alvo de críticas por sua atuação, principalmente em relação às condições impostas aos países que solicitam seus empréstimos, que muitas vezes incluem medidas de austeridade fiscal e política monetária restritiva, que podem afetar negativamente a população desses países. Apesar disso, a organização continua a exercer um papel importante no cenário financeiro global.

PIB dos Brics ultrapassa o dos países do G7

Na imagem, Dilma Rousseff (Brasil), Vladimir Putin (Rússia), Pranab Mukherjee (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul), criadores do banco dos BRICS

Durante a VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza, no ano de 2014, foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS. A iniciativa partiu de Brasil, Rússia, Índia, China – com ingresso da África do Sul posteriomente a criação _, que buscavam fortalecer a cooperação financeira entre países emergentes e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

A instituição, à época foi criada com um capital inicial de US$ 100 bilhões. Ainda em 2014, os Brics reuniam 25% do PIB mundial, mais de 40% da população e um quarto do território do planeta.

Dados mais recentes, levantados pelo site Silk Road Briefing, usando dados da plataforma Megh Updates, com sede na Índia, aponta que as economias dos Brics ultrapassaram as que compõem o G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia). Os cálculos sobre a participação no PIB mundial levam em conta o poder de paridade de compra (PPC).

A tendência deve continuar, mas a distância pode aumentar muito com a expansão do grupo de nações em desenvolvimento, no que é chamado de Brics+. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos acabaram de ingressar no Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, e o México também pode se juntar ao bloco, assim como a Argentina e outros países latino americanos.

Os atuais Brics agora contribuem com 31,5% do PIB global, enquanto a participação do G7 caiu para 30%. Espera-se que os Brics contribuam com mais de 50% do PIB global até 2030, com a ampliação proposta quase certamente antecipando isso. O PIB da China ultrapassou o dos Estados Unidos em 2015 ao comparar as economias em termos de paridade de compra.

O Banco do BRICS tem como objetivo principal fornecer recursos financeiros para projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países membros e em outras nações em desenvolvimento, visando promover o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais. Além disso, o NBD busca diversificar as fontes de financiamento internacionais, reduzindo a dependência de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A criação do Banco do BRICS representa uma importante alternativa para países em desenvolvimento que buscam financiamento para projetos de grande envergadura, sem as exigências impostas por outras instituições financeiras internacionais. Apesar das críticas iniciais, o NBD vem conquistando espaço no cenário financeiro global e fortalecendo a cooperação Sul-Sul, contribuindo para a diversificação do sistema financeiro internacional.

Brasil e China fortalecem parceria econômica, enquanto banco dos BRICS ganha destaque como alternativa ao atual sistema financeiro global

Embora ainda haja receios e muita tentativa de manipulação sobre o que é comunismo. Nesse sentido, o que é importante objeto de análise são os importantes acordos firmados pelo Brasil com a China e que o Banco dos BRICS caminha a passos largos para comandar a economia do hemisfério sul. Essa mudança de cenário econômico internacional está gerando grandes receios em alguns países desenvolvidos, assim como acontecia quando foi criado o FMI, em 1944.

É preciso destacar que, atualmente, não existem mais os clássicos países comunistas. Hoje em dia, existem países que procuram a prática da social-democracia, uma forma de governo de centro que busca conciliar a economia de mercado com políticas sociais e uma distribuição mais equitativa de renda e riqueza.

Ao criar o Banco dos BRICS e firmar acordos com a China, o Brasil se reafirma aliado de um grupo de países emergentes que buscam mais autonomia e independência em relação às instituições financeiras tradicionais controladas pelos países desenvolvidos. Essa união pode gerar receios em alguns países, como os Estados Unidos, que já manifestaram preocupações com o fortalecimento da China e a perda de influência do dólar no comércio internacional.

No entanto, é importante notar que essa mudança no cenário econômico pode representar uma oportunidade de desenvolvimento econômico e redução da dependência em relação aos países desenvolvidos para os países emergentes. Embora os receios ainda existam, é preciso compreender que o mundo mudou desde a criação do FMI em 1944, a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética e que novos atores econômicos estão surgindo para desafiar a posição hegemônica dos países desenvolvidos.

Lula e Xi Jinping emitem declaração conjunta sobre combate às mudanças climáticas

O encontro entre o presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, resultou em uma declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas. Nessa declaração, ambos os líderes se comprometeram a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima.

Esse compromisso é extremamente importante, pois o Brasil e a China estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, e a cooperação entre esses países pode ter um grande impacto na redução dessas emissões.

Além disso, essa declaração conjunta pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar o problema das mudanças climáticas. Como uma das maiores economias do mundo, a China desempenha um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, e a sua disposição em cooperar com outros países é um sinal positivo para o futuro.

Em resumo, a declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas é um passo importante na luta global contra as mudanças climáticas. O compromisso de ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima pode ter um impacto significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa, e pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar esse problema global.

Leia na íntegra:

  1. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping reuniram-se em Pequim em 14 de abril de 2023. Durante sua conversa, os presidentes Lula e Xi reconheceram que a mudança climática representa um dos maiores desafios de nosso tempo e que o enfrentamento desta crise contribui para construir um futuro compartilhado de prosperidade equitativa e comum para a humanidade.
  2. A comunidade científica internacional tem mostrado, de maneira inequívoca, que a atividade humana está mudando o sistema climático global e criando novos desafios para o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos têm responsabilidade histórica pelas emissões de gases de efeito estufa e devem assumir a liderança na ampliação das ações climáticas, alcançando a neutralidade climática antes de 2050, fornecendo financiamento climático e respeitando o direito ao desenvolvimento e o espaço político dos países em desenvolvimento.
  3. O Brasil e a China enfatizam a necessidade de combinar uma ação urgente para o clima com a conservação da natureza para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a erradicação da pobreza e da fome, sem deixar ninguém para trás.
  4. Brasil e China comprometem-se a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima, bem como esforços conjuntos para uma melhor governança global no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), de acordo com a equidade e o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais, no contexto do desenvolvimento sustentável, do inalienável Direito ao Desenvolvimento e dos esforços para erradicar a pobreza e a fome.
  5. Sob a égide da UNFCCC, o Acordo de Paris nos oferece um guia para coletivamente manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e para perseguir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras comerciais verdes, e que esteja firmemente fundamentado em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional.
  6. Saudamos a mensagem política central da COP27, em particular a necessidade de meios de implementação para os países em desenvolvimento, em momento em que o Acordo de Paris está sendo implementado em conformidade com a melhor ciência disponível e com base na equidade e no princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais.
  7. Os países em desenvolvimento requerem apoio previsível e adequado dos países desenvolvidos, incluindo financiamento climático com escopo, escala e velocidade necessários e comensuráveis, bem como acesso à tecnologia e aos mercados para garantir e possibilitar seu desenvolvimento sustentável. Considerando que a implementação de uma transição justa para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima nos países em desenvolvimento custará trilhões de dólares, como apresentado no primeiro Relatório sobre a determinação das necessidades dos países em desenvolvimento relacionadas à implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris, continuamos muito preocupados com que o financiamento climático fornecido pelos países desenvolvidos continue a ficar aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como tem acontecido todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo quando o montante real necessário ultrapassava de longe esse compromisso. Exortamos os países desenvolvidos a honrarem suas obrigações não cumpridas de financiamento climático e a se comprometerem com sua nova meta quantificada coletiva que vai muito além do limite de US$ 100 bilhões por ano e fornecer um roteiro claro de duplicação do financiamento da adaptação. Tal provisão de meios de implementação para os países em desenvolvimento é a ambição climática que o mundo precisa para fortalecer a implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris.
  8. Estamos determinados a contribuir para uma COP28 bem sucedida com o foco na implementação, em Dubai, no final deste ano. Como principal mecanismo para promover a implementação e ambição em todos os aspectos do Acordo de Paris sob a UNFCCC, o Estoque Global deve ser eficaz na avaliação e identificação de lacunas de implementação no âmbito do regime climático, enquanto prospectivamente lança as bases para que os países desenvolvidos assumam a liderança na redução de emissões e preencham as lacunas pendentes nos meios de implementação para os países em desenvolvimento.
  9. Os resultados do Estoque Global e do 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (AR6) serão importantes para informar os países na apresentação de sua próxima rodada de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs) ao Acordo de Paris em 2025, de forma determinada nacionalmente e levando em conta as diferentes circunstâncias nacionais, na COP30. A China apoia a candidatura brasileira para sediar a COP30, já que a cúpula de 2025 será fundamental para o próprio futuro da resposta global às mudanças climáticas.
  10. Saudamos os esforços de cientistas brasileiros e chineses para participar ativamente da eleição do Escritório AR7 do IPCC e sua dedicação às avaliações científicas sobre a mudança climática global.
  11. Congratulamo-nos e estamos determinados a continuar nossos respectivos e ambiciosos esforços e progresso climático em nossos países, e nos comprometemos a ampliar, aprofundar e diversificar nossa cooperação bilateral em questões climáticas, em áreas como transição para uma economia global sustentável e de baixo carbono; cidades inteligentes; infraestrutura verde; desenvolvimento de indústrias verdes; energias renováveis, incluindo acesso e apoio a comunidades isoladas; mobilidade elétrica; inovação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes; e finanças e investimentos verdes. Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais. Continuaremos a cooperar no desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias, incluindo o novo satélite CBERS 6, que permitirá um melhor monitoramento da cobertura florestal. Além disso, promoveremos o intercâmbio de conhecimentos, melhores práticas e outras formas de cooperação para conservação e manejo sustentável das florestas, regeneração e reflorestamento de áreas degradadas.
  12. O Brasil e a China promoverão diálogos políticos e compartilhamento de experiências sobre investimentos e finanças climáticas.
  13. O Brasil e a China decidem estabelecer um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudança Climática sob o Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN).
  14. O Presidente Lula agradeceu ao Presidente Xi e ao governo chinês pela calorosa acolhida dada à delegação brasileira durante sua visita.

Banda do Exército Chinês toca “Novo Tempo” de Ivan Lins em homenagem ao Brasil durante recepção de Lula (VÍDEO)

Homenagem ocorreu durante encontro entre os presidentes no Grande Palácio do Povo em Pequim

Repórter ABC com informações EBC – Na manhã de sexta-feira (14), a banda do Exército Chinês prestou uma homenagem ao Brasil durante a recepção do presidente Lula e sua comitiva pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo em Pequim. A melodia escolhida foi a música “Novo Tempo” de Ivan Lins, que foi acompanhada por imagens da bandeira do Brasil sendo exibida no telão.

A letra da música escolhida diz: “No novo tempo, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta (…) Pra que nossa esperança seja mais que vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança”. A homenagem foi um gesto simbólico de amizade entre os dois países.

Além da homenagem, o presidente Lula e o presidente Xi Jinping assinaram 15 acordos bilaterais entre os dois países, que totalizam um investimento de R$ 50 bilhões no Brasil. Entre os acordos, destacam-se os memorandos de entendimento entre o Ministério das Finanças chinês e o Ministério da Fazenda brasileiro, voltados para infraestrutura e parcerias público-privadas, além de um protocolo que estabelece a parceria sino-brasileira para fabricação e operação de satélites CBERS-6.

A reunião ocorreu no segundo dia da visita oficial de Lula à China, na quinta-feira (13), o presidente participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICS. Após o jantar oficial oferecido pelo governo chinês, Lula prometeu falar com a imprensa na Embaixada do Brasil em Pequim.

Pescadores artesanais têm papel chave na gestão das águas, diz FAO

Pescadores artesanais, criadores de peixe e trabalhadores do ramo da pesca foram tema de mais de 260 eventos em 68 países. As atividades fizeram parte do Ano da Pesca Artesanal e Aquicultura, encerrado na semana passada.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, considera o grupo essencial na gestão de ecossistemas e na preservação de tradições e culturas milenares.

Pequeno porte, grande contribuição

As atividades são, em geral, realizadas por famílias e pequenas cooperativas. Em nível global, A pesca de pequena escala fornece meios de subsistência para quase meio bilhão de pessoas, 95% delas nos países do Hemisfério Sul.

Segundo a FAO, a força de trabalho ativa neste setor inclui algumas das comunidades mais vulneráveis à degradação ambiental, perda de biodiversidade, impactos climáticos e choques econômicos.

Ao mesmo tempo, são grupos e comunidades com grande contribuição para a gestão dos recursos aquáticos nos oceanos, rios e lagos do mundo.

A campanha liderada pela FAO foi apoiada por uma ampla gama de parceiros. O objetivo é forjar alianças entre pescadores artesanais de pequena escala e trabalhadores da aquicultura com outras partes interessadas.

Tranformação azul 

Exemplos disso são a Rede Ibero-Americana de Pesca Artesanal de Pequena Escala, Ripape, e a Plataforma de Pesca Artesanal do Magrebe e Norte da África.

Todas essas recomendações estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a aspiração da FAO dos 4 Melhores: Melhor Produção, Melhor Nutrição, um Ambiente Melhor e uma Vida Melhor, sem deixar ninguém para trás.

O Ano da Pesca Artesanal e Aquicultura está alinhado com a visão de Transformação Azul da agência. A meta da iniciativa é mudar a maneira como o mundo administra, usa e conserva seus recursos aquáticos para acabar com a fome e a pobreza.

Embora o ano celebrativo esteja terminando, o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu,  acredita que é necessário continuar a “amplificar as vozes” dos pescadores artesanais de pequena escala e apoiar o desenvolvimento de planos e estratégias nacionais.

Pescadores de pequena escala produzem pelo menos 40% da pesca global.

Cerca de 45 milhões de mulheres participam da pesca artesanal, ou seja, representam quatro em cada 10 pescadores.