STJ permite cultivo de cannabis medicinal por empresas, mas exige regulamentação

Decisão histórica reforça uso terapêutico, mas impõe prazo de seis meses para normas da Anvisa

Do STJ, editado por Caso de Política – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) validou, neste sábado (16), o cultivo de cannabis medicinal por empresas, destacando que a autorização deve seguir regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da União, a ser definida em até seis meses. A decisão, proferida pela Primeira Seção no Incidente de Assunção de Competência (IAC 16), estabelece precedentes obrigatórios para tribunais de todo o país e reabre processos paralisados à espera dessa definição.

Cânhamo industrial e maconha: diferenças centrais

O colegiado concluiu que o cânhamo industrial, por conter menos de 0,3% de THC, não provoca efeitos psicoativos e não se enquadra nas proibições da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). A ministra Regina Helena Costa, relatora do caso, destacou que o cânhamo, rico em canabidiol (CBD), possui comprovada eficácia no tratamento de doenças neurodegenerativas, transtornos mentais e sintomas de ansiedade. Já a maconha, com teor de THC entre 10% e 30%, permanece classificada como droga psicotrópica.

“A regulamentação atrasada resulta em prejuízos diretos a pacientes que dependem de medicamentos à base de cannabis e enfrentam custos exorbitantes devido à necessidade de importar insumos”, alertou a relatora, enfatizando a urgência na revisão das normativas atuais.

Impactos da decisão no setor de saúde e na indústria nacional

O julgamento aponta a necessidade de superar entraves legais e burocráticos para fomentar a produção nacional de medicamentos à base de cannabis, reduzindo custos e ampliando o acesso. Apesar do aval ao cultivo empresarial, o uso medicinal do cânhamo segue restrito a aplicações farmacêuticas, com rigorosa regulamentação pendente.

Entre as teses fixadas, o STJ reforçou que:

  • O cânhamo industrial não é considerado droga;
  • A regulamentação deve garantir segurança na cadeia produtiva, com rastreabilidade genética e controle de áreas de cultivo;
  • Empresas precisam comprovar idoneidade fiscal, trabalhista e criminal.
Cenário nacional e internacional

Atualmente, o Brasil permite o uso de medicamentos à base de cannabis, mas veda a produção local de insumos, o que encarece o acesso. Convenções internacionais adotadas pelo país admitem o uso medicinal e industrial da cannabis, desde que regulamentados por legislações internas.

A decisão do STJ representa um avanço na política de saúde pública, mas lança desafios à Anvisa e à União para equilibrar demandas de pacientes, segurança pública e desenvolvimento da indústria nacional. Caso a regulamentação não seja concluída no prazo estipulado, o país poderá enfrentar novos impasses jurídicos e sociais.

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ExpoCannabis Brasil expande estrutura e se firma como referência na América Latina

Evento atrai 300 expositores, espera 40 mil visitantes em São Paulo e mira mercado global de US$ 105 bilhões até 2026, com foco no uso medicinal da erva

Caso de Política | Luís carlos Nunes – De 15 a 17 de novembro, São Paulo será palco da maior feira de cannabis da América Latina, a ExpoCannabis Brasil 2024, que ocupará 20 mil metros quadrados e deve receber mais de 40 mil visitantes. Com a participação de 300 empresas de setores como medicina, indústria, comércio e tecnologia, o evento reflete o potencial do mercado global de cannabis, que projeta movimentar até US$ 105 bilhões até 2026, e coloca em pauta o avanço da regulamentação no Brasil para o uso medicinal da erva.

O evento contará com uma série de expositores de áreas variadas, desde tabacarias e headshops até bebidas com infusões de terpenos, além de acessórios e produtos para o uso medicinal e veterinário. A CEO da ExpoCannabis, Larissa Uchida, destacou o compromisso da feira em fomentar o diálogo com legisladores e especialistas para avançar na regulamentação:

“Estamos comprometidos em colaborar com legisladores, especialistas e a comunidade para promover um ambiente regulatório favorável que estimule o crescimento sustentável e responsável da indústria no país”, afirmou Uchida.

O mercado de cannabis medicinal tem avançado rapidamente no Brasil. Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) apontam um aumento de 93% na importação de produtos em apenas um ano, atendendo cerca de 430 mil pessoas até o último levantamento. A expectativa é que esse número cresça com o desenvolvimento da regulamentação e com eventos como a ExpoCannabis, que promovem educação e conscientização sobre os usos terapêuticos da planta.

Programação diversa e atrações culturais e educativas

Além da exposição de produtos e inovações, a feira oferece uma programação ampla, incluindo desfiles de moda, oficinas para fabricação de concreto e papel com cânhamo, e até massagens e sessões de yoga para o público. A Casa Cânhamo, marca brasileira de produção 100% nacional, exibirá itens decorativos feitos de cânhamo, como luminárias, filtros de café e roupas de cama, destacando o uso versátil da planta, que remonta aos tempos das caravelas portuguesas.

A feira também reserva espaço para discussões sobre regulamentação e uso medicinal. Um HUB voltado ao mercado brasileiro de cannabis trará fóruns sobre legislação e negócios, e uma área médica contará com especialistas para orientar o público sobre tratamentos com canabinoides e a emissão da carteirinha digital de cannabis medicinal.

Abertura para novas perspectivas e experiências

A ExpoCannabis promove não apenas o desenvolvimento econômico da indústria, mas também visa desmistificar o uso da cannabis no Brasil, com um enfoque educativo e cultural. O evento oferece uma experiência sensorial completa, com áreas dedicadas a experimentar aromas e conhecer de perto a planta, além de entretenimento com shows e opções de alimentação para um público diverso.

Com quatro palcos e uma extensa programação cultural, a ExpoCannabis Brasil reafirma seu papel como o principal ponto de encontro do setor no país, promovendo a inovação, a educação e o avanço regulatório em uma indústria em rápida transformação.

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Brasil recupera status de país livre do sarampo após cinco anos

Reforço na vacinação e vigilância epidemiológica foram fundamentais para a recertificação pela OPAS

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Brasil voltou ao grupo de países livres do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) após cinco anos, segundo certificação entregue pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ao Ministério da Saúde nesta terça-feira (12). A recertificação confirma que o país conseguiu interromper a transmissão local da doença desde junho de 2022, quando foi registrado o último caso autóctone no Amapá; desde então, todos os casos detectados foram importados.

Em 2016, o Brasil já havia conquistado o status de país livre do sarampo, mas perdeu a certificação em 2019 devido a um surto que somou mais de 10 mil casos entre 2018 e 2019, resultado de uma queda na cobertura vacinal e aumento da circulação do vírus importado. No auge da epidemia, o país chegou a registrar quase 4 mil casos em um único mês.

Para reconquistar a certificação, o Brasil precisou demonstrar à OPAS a ausência de transmissão local por mais de um ano, além de um compromisso reforçado com a vacinação, a vigilância epidemiológica e uma rápida resposta a surtos importados. “Avançamos em todos os processos, principalmente nas coberturas vacinais”, afirmou Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica de Verificação da Eliminação do Sarampo.

A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, é fundamental para manter o controle da doença e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As crianças devem tomar a primeira dose aos 12 meses e a segunda aos 15 meses. Adultos jovens até 29 anos que não completaram o esquema vacinal devem tomar duas doses, com intervalo de um mês, enquanto para pessoas de 30 a 59 anos, uma dose é recomendada.

Desafios na cobertura vacinal e recuperação da imunidade

A baixa cobertura vacinal foi um desafio nos últimos anos, agravada por movimentos antivacina. Em 2021, a taxa de vacinação para a primeira dose chegou a apenas 74%, muito aquém dos 95% recomendados para a imunidade coletiva. Em 2024, no entanto, a cobertura para a primeira dose subiu para 91%, e a segunda dose, historicamente mais baixa, já ultrapassa os 80%, contribuindo para a eliminação do vírus no país.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, capaz de infectar entre 12 e 18 pessoas a partir de um único caso. Transmitido por secreções respiratórias, o vírus pode provocar sintomas graves como febre alta, manchas vermelhas, conjuntivite e, em casos mais severos, pneumonia e encefalite, podendo até levar à morte. O controle do sarampo depende de uma vigilância contínua e de um alto nível de cobertura vacinal, para que o Brasil permaneça livre da doença.

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Pobreza triplica chances de ansiedade e depressão, indica relatório da ONU

Desigualdade social, jornadas exaustivas e insegurança climática alimentam transtornos mentais

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que pessoas em situação de pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver transtornos mentais, como ansiedade e depressão, quando comparadas a indivíduos em melhores condições financeiras. O documento, intitulado “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental”, expõe as consequências da obsessão pelo crescimento econômico, evidenciando o impacto de condições laborais exaustivas, insegurança financeira e mudanças climáticas na saúde mental da população. Cerca de 11% da população global já enfrenta algum tipo de transtorno mental.

O relator especial da ONU, Olivier De Schutter, autor do estudo, explica que a crescente desigualdade social agrava o estresse e a instabilidade emocional das classes menos favorecidas e da classe média, que teme o rebaixamento financeiro. “Quanto mais desigual uma sociedade, mais a classe média sofre com o medo de cair na pobreza, resultando em altos níveis de estresse, ansiedade e depressão”, aponta De Schutter.

Jornada contínua e trabalho sob demanda

Um dos fatores de risco mais críticos, segundo o relatório, é o que De Schutter chama de “jornada de 24 horas por dia, 7 dias por semana”, em que trabalhadores ficam disponíveis sob demanda. Esse cenário atinge com intensidade trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais, que têm horários de trabalho voláteis, dificultando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A imprevisibilidade das jornadas e a incerteza sobre a carga horária contribuem para quadros de ansiedade e depressão, tornando-se uma fonte constante de tensão e desgaste emocional.

Insegurança climática e saúde mental

Além das condições de trabalho, o relatório também destaca a “ansiedade climática” como um fator crescente para transtornos mentais. Secas extremas, inundações e tempestades destroem meios de subsistência, gerando insegurança financeira e aumento de casos de ansiedade. A destruição dos recursos naturais afeta diretamente comunidades vulneráveis, que passam a viver em um estado constante de incerteza e medo, potencializando o impacto na saúde mental.

Propostas de ação e alternativas para redução de desigualdades

Para combater esse cenário, o relatório recomenda que governos adotem medidas de proteção social, incluindo a implementação de políticas de renda básica universal, apoio à economia social e solidária e regulamentações no mundo do trabalho para proteger trabalhadores sob demanda. Segundo De Schutter, organizações não governamentais, sindicatos e acadêmicos estão colaborando na elaboração de alternativas econômicas que visem a erradicação da pobreza sem comprometer a saúde mental dos indivíduos. Essas propostas estão previstas para serem apresentadas em 2025 e buscam uma reestruturação que permita o crescimento sustentável e o bem-estar populacional.

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Crise na saúde de Barreiras expõe problemas de infraestrutura e falta de insumos

Foto: fiscalização feita pela vereadora Carmélia da Mata

Queixas sobre longa espera e condições precárias na UPA; Secretaria nega desabastecimento

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A saúde pública em Barreiras enfrenta graves desafios, com reclamações crescentes sobre a falta de infraestrutura e insumos nas unidades de atendimento. Em fiscalização realizada no sábado, 9 de novembro, a vereadora Carmélia da Mata (PP) relatou a situação caótica na UPA 24 horas.

“São 29 internados na sala de medicação, dezenas esperando atendimento, ar-condicionado derramando água, banheiros interditados e servidores em condições precárias de trabalho, quase como uma linha de guerra”, desabafou a vereadora, que questionou a gestão sobre até quando a população enfrentará esse caos na saúde.

Além dos problemas de superlotação na UPA, outras queixas de moradores sobre as dificuldades para atendimento vieram à tona, gerando grande repercussão. A influenciadora digital Nauanne Susan, em publicação em seu perfil no Instagram, denunciou a ausência de insumos básicos em um posto de saúde do município. Segundo Nauanne, ao tentar realizar uma reposição de ferro, foi informada da falta de um “equipo de soro” e teve que buscar o item em farmácias da cidade.

Já rodei em três farmácias e não tô encontrando… Como é que a gente que tem que comprar?”, desabafou.

Foto: Reprodução/Tudo Junto

A postagem de Nauanne atraiu comentários e repercutiu nas redes sociais, recebendo apoio de figuras públicas como o ex-candidato a prefeito Danilo Henrique. Ele criticou a atual administração pela construção de novas unidades de saúde sem garantir atendimento de qualidade:

“Construir 14 postos de saúde é importante, mas é insuficiente sem cuidado com as pessoas”, afirmou, esperando que a próxima gestão enfrente esses desafios.

Em resposta às denúncias, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu nota oficial negando qualquer desabastecimento. A Secretaria esclareceu que o problema relatado foi pontual e ocorreu apenas na Unidade de Saúde Cleyton Pignata devido a uma falha de logística.

Segundo a pasta, todas as 53 Unidades de Saúde, incluindo a UPA e outros centros especializados, estão abastecidas com insumos e medicamentos necessários para o pleno funcionamento e que os métodos de controle garantem a rotina de atendimento com qualidade.

Ainda que a Prefeitura afirme ter regularizado o fornecimento de insumos, os relatos recentes evidenciam desafios contínuos que impactam a população de Barreiras. Para os moradores, a esperança é que a próxima administração traga melhorias estruturais e solucione problemas crônicos que comprometem a qualidade do atendimento na saúde pública local.

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São Paulo registra mais de 500 casos de mpox em 2024 e reforça alerta de saúde

Crescimento de 10% em uma semana acende preocupação nas regiões mais afetadas da capital paulista

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A cidade de São Paulo ultrapassou a marca de 500 casos de mpox em 2024, com um total de 515 infecções confirmadas até o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado nesta terça-feira (22). Este número representa um acréscimo de 49 casos em comparação ao relatório anterior, marcando um aumento de cerca de 10% apenas na última semana, entre os dias 11 e 17 de outubro. O aumento concentra-se majoritariamente nas regiões sudeste, central e norte da capital, locais com a maior incidência de infecções.

Desde o início do monitoramento em maio de 2022, São Paulo já soma 3.550 casos de mpox, dos quais duas evoluíram para óbito. A situação epidemiológica estadual contabiliza, até o momento, 800 casos confirmados para 2024, sem registro de novos óbitos. O avanço progressivo das infecções levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificar a mpox como uma emergência global de saúde pública em agosto, mês em que o governo estadual de São Paulo também emitiu um alerta epidemiológico para reforçar a vigilância e os cuidados preventivos.

Impacto da nova variante e resposta das autoridades

Com o surgimento de uma nova variante do vírus, a OMS apontou a necessidade de intensificar as medidas de contenção e monitoramento devido ao aumento expressivo de casos globais. Em resposta, o governo de São Paulo, além de emitir alertas, ampliou as campanhas de informação e diagnóstico nas áreas com maior circulação do vírus na capital, visando ao rápido reconhecimento dos sintomas e à contenção do contágio.

A Secretaria Municipal da Saúde reforça a recomendação para que pessoas que apresentem lesões cutâneas, febre ou linfonodos inchados busquem atendimento médico imediato. Essas ações são consideradas cruciais para evitar a propagação da doença, uma vez que a mpox apresenta alto potencial de transmissão em ambientes de contato próximo.

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Estudo aponta falhas em tratamento tradicional contra drogas

Pesquisas se concentraram na região da Cracolândia, em São Paulo

Caso de Política, com EBC – Um estudo inédito, que entrevistou 90 pessoas que vivem na região conhecida como Cracolândia, pela concentração de usuários de drogas, na capital paulista, mostrou que 70% delas já foram internadas pelo menos uma vez. A equipe de pesquisadores também localizou usuários de crack que foram internados mais de 30 vezes, o que, na avaliação dos pesquisadores, ambas as situações indicam que os especialistas que defendem o tratamento nos moldes atuais estão no caminho errado.

Os dados constam do relatório A ‘Cracolândia’ pelos usuários: como as pessoas que vivem nas ruas do território percebem as políticas públicas, divulgado nesta sexta-feira (25), pelo Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getulio Vargas (NEB/FGV), pelo Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo (CEM/USP) e pelo Grupo de Estudos (in)disciplinares do Corpo e do Território (Cóccix).

As entrevistas foram feitas em julho e agosto de 2022 e, como os autores do estudo esclarecem, ajudam a explicar muito sobre a eficácia dos tratamentos em vigor e sobre a população que vive no local, embora não abranjam uma amostra representativa de toda a Cracolândia.

A maioria dos participantes da pesquisa, mais de 80%, é de homens negros, com idade entre 30 e 49 anos. A parcela que declarou fazer uso de crack passou de 90%, enquanto a parcela restante disse consumir álcool regularmente.

Os pesquisadores também quiseram compreender que relações interpessoais os usuários mantêm, mesmo vivendo na região, e captar sua percepção sobre o serviço de saúde oferecido. Uma descoberta que evidencia que a forma como o modelo foi pensado se distancia do que ocorre na prática é o fato de que muitos entrevistados veem a internação como um local de passagem, que proporciona descanso e recuperação física, mas não significa uma solução para o uso de drogas, ou seja, não cumpre sua finalidade original.

A maioria (69%) dorme nas ruas e quase metade (40%) disse que está na região por vontade própria. De acordo com os pesquisadores, essa parcela tem a Cracolândia como sua casa ou permanece na área por se sentir bem nela.

A publicação ressalta que metade dos participantes segue em contato com a família. Outro dado importante é o de que mais de dois terços realizam atividades produtivas regularmente, como reciclagem e venda de objetos.

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Amanda Nabeshima cobra retomada de castrações e propõe abrigo transitório para animais em Ribeirão Pires

Em sessão da Câmara, vereadora denuncia interrupção das castrações e pede lar transitório para enfrentar o abandono de animais e risco de ataques a moradores.

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em sessão na Câmara Municipal de Ribeirão Pires nesta quinta-feira (24), a vereadora Amanda Nabeshima (PP) criticou a suspensão das castrações gratuitas de animais e questionou o acúmulo na fila de espera para o procedimento pelo aplicativo Ribeirão Pires Digital. Segundo Amanda, o sistema digital da cidade registra uma crescente demanda sem resposta desde o início do ano, o que contribui diretamente para o aumento de animais abandonados nas ruas.

A vereadora destacou a importância do programa de castração para reduzir o abandono, especialmente entre fêmeas, que entram no cio e acabam contribuindo para o aumento da população de animais de rua.

“Minha preocupação é com as fêmeas, cadelas e gatas, que cruzam, reproduzem e acabam abandonadas, o que amplia o problema nas ruas. É fundamental que o programa seja retomado,” afirmou Amanda.

Além das castrações, Amanda Nabeshima também solicitou providências para os cães abandonados na região do Terminal Rodoviário Municipal, local onde um jovem com deficiência foi recentemente mordido por um cachorro. A situação expôs a vulnerabilidade dos animais abandonados e a falta de espaços adequados para seu acolhimento. A vereadora sugeriu a criação de um abrigo transitório para esses animais, além da possibilidade de transferir o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para uma área afastada, após decisão judicial que bloqueou o recolhimento de animais devido a uma denúncia de moradores próximos ao CCZ.

Amanda apelou por apoio dos demais parlamentares para viabilizar emendas destinadas à construção do abrigo transitório e reforçou que denúncias de maus-tratos, muitas vezes, não resultam em melhorias práticas para os animais.

“Os animais não estão na rodoviária porque querem, mas porque foram abandonados. Precisamos de uma solução definitiva para enfrentar o abandono e cuidar dessas vidas,” concluiu.

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Mario Moreira é reeleito e ficará na presidência da Fiocruz até 2028

Ele recebeu 81,8% dos votos válidos dos servidores da instituição

Com 81,8% dos votos válidos, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira, foi reeleito para o mandato de 2025-2028. Ele foi o único a apresentar candidatura: recebeu 2.901 votos de servidores públicos da instituição, em um total de 3.546.

O resultado será encaminhado para homologação do Conselho Deliberativo, depois para a ministra da Saúde, Nísia Trindade e para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidirão sobre a nomeação.

Meu empenho vai ser em torno da manutenção da importância da Fiocruz. Nossa instituição se encontra num momento de inflexão institucional e temos que nos unir e debater para que possamos pactuar o projeto da Fiocruz do futuro. Nós temos uma responsabilidade muito grande pela frente. Temos uma herança nas mãos, um patrimônio do qual não podemos descuidar”, disse o presidente reeleito.

Trajetória

Mario Moreira está na Fiocruz desde 1994. Ele é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, com estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal; mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz); e mestre em Gestão de Tecnologias e Inovação pela Universidade de Sussex, no Reino Unido.

Em 2017, tornou-se vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz. Foi eleito para o cargo de presidente da Fiocruz em março de 2023. O processo eleitoral foi aberto para conclusão do mandato de Nísia Trindade Lima, convidada para assumir o Ministério da Saúde.

Vereadores ligados a Zito e Otoniel rejeitam emendas; oposição denuncia “escárnio” na votação do orçamento

Base do governo Zito Barbosa barra propostas da oposição para construir unidade de atendimento a autistas, nova UPA e clínica veterinária e asfaltamento de estrado no Rio Branco. Vereadores criticam votação “às pressas” e denunciam descaso com a saúde e infraestrutura

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na noite desta terça-feira, a sessão da Câmara de Barreiras foi marcada por um embate acirrado entre vereadores governistas e opositores durante a votação do Projeto de Lei 018/2024, que define o orçamento municipal para 2025, estimado em mais de R$ 912 milhões. A oposição tentou aprovar emendas que previam recursos para áreas cruciais, como a construção de uma nova sede para o CIPROESTE, focado no atendimento a pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA), uma Clínica Veterinária Municipal e a pavimentação da estrada para o Rio Branco. No entanto, todas as emendas foram rejeitadas pelos vereadores da base governista, ligados ao atual prefeito Zito Barbosa, gerando uma onda de críticas nas redes sociais.

Defenderam as emendas, os vereadores: Carmélia da Mata (PP), João Felipe (PCdoB), Beza (PSB), Rodrigo do Mucambo (MDB), BI (PSD), Silma (Progressistas) e Dra.Graça (Solidariedade).

O vereador João Felipe, uma das principais vozes da oposição, não poupou palavras ao expressar sua indignação. Em suas redes sociais, ele atacou duramente os governistas, qualificando o ato de barrar as emendas como um “escárnio” com a população.

“O orçamento de 2025 foi votado às pressas. A bancada de Zito, composta por Otoniel Teixeira, Alcione rodrigues, Dr. Sileno, Adriano Stein, Eurico Queiroz, Sobrinho, Teteia Chaves, Ivete Ricardi, Yuri Ramon, Hipólito, Rider Castro e Valdimiro, votou contra emendas para criar um centro de tratamento para crianças autistas, novas paradas de ônibus e zerar a fila de cirurgias e exames no SUS. Já deu para perceber que os próximos quatro anos serão de muita luta. A saúde não será prioridade do ‘novo’ governo”, desabafou João Felipe.

A vereadora Carmélia da Mata também lamentou a rejeição das emendas, destacando a falta de compromisso da base governista com propostas que beneficiariam diretamente a população.

“Ontem, apresentamos emendas importantes, como a criação de um espaço para atendimento aos portadores de TEA, a construção de um hospital veterinário municipal e a ampliação da rede de saúde com mais uma UPA. Infelizmente, os vereadores da base do governo votaram contra todas elas, demonstrando total descaso com o bem-estar da nossa cidade”, afirmou Carmélia.

A sessão expôs um profundo racha entre os vereadores e deixou claro que a governabilidade de Otoniel Teixeira, prefeito eleito com o apoio de Zito Barbosa, pode enfrentar obstáculos significativos com a oposição que deve ser reforça com novos nomes para a próxima legislatura que terá início em 1º de janeiro de 2025. A rejeição das emendas para setores essenciais, como saúde e infraestrutura, levanta preocupações sobre as prioridades do governo para os próximos anos e a promessa de luta constante por parte da oposição.

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