Mortalidade materna dobra no Brasil e se distancia de meta da ONU

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein – A mortalidade materna no Brasil ainda é um problema crônico de saúde pública. A taxa de morte de mulheres na gestação ou em decorrência do parto mais do que dobrou durante a pandemia de Covid-19, saltando de 55 casos por 100 mil nascidos em 2019 para 113 casos por 100 mil nascidos em 2021, segundo análise do Observatório Obstétrico Brasileiro com base nos dados do Ministério da Saúde.

Os índices atuais distanciaram ainda mais o Brasil de atingir o compromisso de redução de mortalidade materna firmado com a Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A meta estabelecida é reduzir a mortalidade materna para até 30 casos a cada 100 mil nascidos vivos até 2030. Até o momento, os dados de 2022 ainda não foram consolidados e, embora indiquem uma tendência de queda em relação a 2021, eles ainda estão distantes do objetivo estabelecido.

Considera-se mortalidade materna os casos de mulheres que perdem a vida durante a gravidez ou em até 42 dias após o término da gestação. As principais causas são as complicações obstétricas que estão relacionadas ao período de gravidez e ao puerpério, incluindo a hipertensão (pré-eclâmpsia e eclampsia), hemorragia pós-parto, sepse/infecção, complicações do abortamento e disfunções em geral.

“O acesso ao pré-natal tem ainda espaço para melhora, especialmente em relação ao número de consultas realizadas. Em média 71% do total de gestantes realizam sete consultas de pré-natal, e a OMS recomenda pelo menos oito. Há também necessidade de organizar melhor a rede hospitalar. Ainda temos muitos hospitais que realizam menos de 500 partos ao ano e nestes locais é inviável economicamente manter equipe completa em plantões de 24 horas [com enfermeira obstétrica, obstetras, neonatologista, anestesista]. Esse fato coloca em risco as gestantes e seus filhos”, avalia a professora.

Segundo Rossana, os dados de mortalidade materna computados até agora referentes a 2022 mostram uma tendência de queda e de aproximação com os de 2019, mas ainda podem variar porque são de caráter preliminar.

Aprovado Projeto de Valdir Nunes que institui o Cartão de Identificação para Pessoas com Fibromialgia em Ribeirão Pires

Cartão de Identificação garante atendimento prioritário para portadores de Fibromialgia

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Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – A Câmara Municipal da Estância Turística de Ribeirão Pires aprovou nesta quinta-feira, 1 de junho, o Projeto de Lei N.º 0028/2023, de autoria do vereador Valdir Nunes, que institui o Cartão de Identificação para Pessoa com Fibromialgia. O objetivo da lei é garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade nos serviços públicos e privados, especialmente nas áreas de saúde, educação e assistência social, para os residentes no município que sofrem dessa condição.

De acordo com o Artigo 1º da lei aprovada, fica autorizada a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Fibromialgia (CIPF), visando assegurar os direitos mencionados anteriormente. O Artigo 2º estabelece que o Cartão de Identificação será expedido pela Secretaria de Assistência Social do município, sem nenhum custo para o requerente, mediante solicitação do interessado ou de seu representante legal, acompanhado de um relatório médico e outros documentos exigidos pela Secretaria competente.

A Carteira de Identificação deverá conter informações básicas, como nome completo, número de documento de identificação, fotografia e telefone do responsável legal ou cuidador, conforme estabelecido no parágrafo 1º do Artigo 2º. A validade do Cartão será de 5 (cinco) anos, devendo os dados cadastrais serem atualizados e o documento revalidado com o mesmo número, a fim de possibilitar a contagem das pessoas com Fibromialgia em Ribeirão Pires.

Conforme o Artigo 3º, após a verificação da regularidade da documentação apresentada, a Secretaria competente disponibilizará o Cartão de Identificação no prazo de até 30 (trinta) dias. A regulamentação e fiscalização do disposto nesta lei ficam a cargo do Poder Executivo, conforme o Artigo 4º.

A Lei entra em vigor na data de sua publicação, conforme estabelecido no Artigo 5º, e foi aprovada no Plenário “Roberto Bottacin Moreira”.

Representando as pessoas acometidas desta doença, a jovem Larissa Costa de Oliveira ocupou a Tribuna da Casa para falar sobre o assunto e sobre medidas adotadas na saúde pública que visam a priorização no atendimento dos pacientes portadores de fibromialgia.

Acompanhe abaixo:

Leia a íntegra da lei abaixo

 fibromialgia valdir nunes

O que é fibromialgia?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.

A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.

De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres.  A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas.

Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica.

Os critérios de diagnóstico da fibromialgia são:

a) dor por mais de três meses em todo o corpo e

b) presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos).

Deve-se salientar que muitas vezes, mesmo que os pacientes não apresentem todos os pontos, o diagnóstico de FM é feito e o tratamento iniciado.

Estes critérios são alvo de inúmeras críticas – como dissemos anteriormente, quanto mais pontos se exigem, mais mulheres e menos homens recebem o diagnóstico. Além disso, esses critérios não avaliam sintomas importantes na FM, como a alteração do sono e fadiga.

Provavelmente o médico pedirá alguns exames de sangue, não para comprovar a fibromialgia, mas para afastar outros problemas que possam simular esta síndrome. O DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO, NÃO HAVENDO EXAMES QUE O COMPROVEM.

Sintomas

O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo. O paciente sente mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.

Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.

A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial e/ou interrompido.

Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito e a pessoa acorda cansada, mesmo que tenha dormido por um longo tempo – “acordo mais cansada do que eu deitei” e “parece que um caminhão passou sobre mim” são frases frequentemente usadas. Esta má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor.

Outros problemas no sono afetam os pacientes com fibromialgia. Alguns referem um desconforto grande nas pernas ao deitar na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar este desconforto. Este problema é chamado Síndrome das Pernas Inquietas e possui tratamento específico. Outros apresentam a Síndrome da Apneia do Sono, e param de respirar durante a noite. Isto também causa uma queda na qualidade do sono e sonolência excessiva durante o dia.

A fadiga (cansaço) é outro sintoma comum na FM, e parece ir além ao causado somente pelo sono não reparador. Os pacientes apresentam baixa tolerância ao exercício, o que é um grande problema, já que a atividade física é um dos grandes tratamentos da FM.

A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: 1) a depressão é comum nestes pacientes e 2) nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. Por muito tempo pensou-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”. Hoje, sabemos que a dor da fibromialgia é real, e não se deve pensar que o paciente está “somatizando”, isto é, manifestando um problema psicológico através da dor.

Por outro lado, não se pode deixar a depressão de lado ao avaliar um paciente com fibromialgia. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício e aumenta a sensibilidade do corpo. Ela deve ser detectada e devidamente tratada se estiver presente.

Pacientes com FM queixam-se muito de alterações de memória e de atenção, e isso se deve mais ao fato da dor ser crônica do que a alguma lesão cerebral grave. Para o corpo, a dor é sempre um sintoma importante e o cérebro dedica energia lidando com esta dor e outras tarefas, como memória e atenção, ficam prejudicadas.

Como veremos a seguir, imagina-se que a principal causa dor difusa em pacientes com FM seja uma maior sensibilidade do paciente à dor, por uma ativação do sistema nervoso central. Não é de espantar, portanto, que outros estímulos também sejam amplificados e causem desconforto aos pacientes. A síndrome do intestino irritável, por exemplo, acontece em quase 60% dos pacientes com FM e caracteriza-se por dor abdominal e alteração do ritmo intestinal para mais ou para menos. Além disso, pacientes apresentam a bexiga mais sensível, sensações de amortecimentos em mãos e pés, dores de cabeça frequentes e maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes.

O que causa a Fibromialgia?

Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já temos algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.

A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido.

O que não mais se discute é se a dor do paciente é real ou não. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com FM realmente estão sentindo a dor que referem. Mas é uma dor diferente, onde não há lesão na periferia do corpo, e mesmo assim a pessoa sente dor. Toda dor é um alarme de incêndio no corpo – ela indica onde devemos ir para apagar o incêndio. Na fibromialgia é diferente – não há fogo nenhum, esse alarme dispara sem necessidade e precisa ser novamente “regulado”.

Esse melhor entendimento da FM indica que muitos sintomas como a alteração do sono e do humor, que eram considerados causadores da dor, na verdade são decorrentes da dor crônica e da ativação de um sistema de stress crônico. Entretanto, mesmo sem serem causadores, estes problemas aumentam a dor dos pacientes com FM, e devem também ser levados em consideração na hora do tratamento.

Amanda Nabeshima e Rato Teixeira propõem mudança em Lei contra fogos de artifício e cobram aplicação da Lei

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Repórter ABC | Luis Carlos Nunes – Os vereadores, Rato Teixeira e Amanda Nabeshima apresentaram durante sessão legislativa desta quinta-feira (1/6), o Projeto de Lei N.º 0033/2023 que objetiva alterar a redação do artigo 1º da Lei nº 6.578, de 07 de maio de 2021, que dispõe sobre a proibição da soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzem estampido no Município da Estância Turística de Ribeirão Pires. 

A proposta aprovada por unanimidade é uma importante medida que visa a segurança e o bem-estar dos munícipes. Por meio da alteração do artigo 1º da Lei nº 6.578, de 07 de maio de 2021, que trata sobre a proibição da soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos com estampido, novas restrições foram estabelecidas. 

Conforme a redação aprovada, fica terminantemente proibida a queima, soltura e comercialização de fogos de artifício com estampido e quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruídos no município de Ribeirão Pires. A medida abrange tanto recintos fechados quanto ambientes abertos, sejam eles áreas públicas ou locais privados. 

Entretanto, é importante destacar que a nova lei não engloba os fogos de vista, conhecidos por produzirem efeitos visuais sem estampido. Esses fogos estão excluídos das proibições previstas no texto principal da legislação. 

A iniciativa busca garantir a tranquilidade da população, especialmente de idosos, bebês, crianças pequenas, pessoas acamadas e hospitalizadas, pessoas no espectro autista e os animais de todas as espécies além de minimizar os riscos de acidentes e incômodos causados pelos fogos de artifício com estampido. A proibição abrange todo o território do município. 

Com a aprovação desta medida, Ribeirão Pires se junta a outras cidades que adotaram restrições similares, visando promover um ambiente mais seguro e harmonioso para seus habitantes. 

A nova redação do artigo 1º da Lei nº 6.578 será implementada imediatamente e o seu descumprimento estará sujeito a penalidades previstas na legislação municipal. A expectativa é que a conscientização sobre os impactos negativos dos fogos de artifício com estampido leve à adoção de alternativas mais silenciosas e igualmente festivas. 

Dificuldades na aplicação da Lei nº 6.578 

A Propositura da lei nº 6.578 foi de autoria dos vereadores Autoria: Vereadores Rato Teixeira, Amanda Nabeshima e do atual prefeito Guto Volpi quando ainda exercia a vereança. Sancionada pelo ex-prefeito Clovis Volpi em 07 de maio de 2021 e hoje como prefeito e coautor da referida legislação, Guto Volpi não tem demonstrado interesse de que a referida lei seja cumprida na cidade, conforme disse o vereador Rato Teixeira.

Por sua vez, a vereadora Amanda Nabeshima, em complemento a fala de seu antecessor argumentou que há desconhecimento por falta da população sobre a Lei e como proposta, sugeriu que o departamento de fauna e flora silvestre da prefeitura deva atuar realizando palestras de conscientização. Acompanhe abaixo:

Repórter ABC – A informação passa por aqui.

OMS: mundo deve se preparar para surto mais mortal do que a Covid-19

Discurso do diretor-geral da OMS destacou a importância da preparação para emergências sanitárias

No sábado (20), durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o lançamento da Rede Internacional de Vigilância de Patógeno, uma iniciativa global com o objetivo de aprimorar os sistemas de coleta de amostras para prevenir doenças. A rede visa utilizar dados que possam contribuir para a formulação de políticas públicas, facilitar a tomada de decisões pelos gestores de saúde e promover um compartilhamento mais amplo de informações dentro da comunidade científica.

Em seu discurso no evento, na segunda-feira (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou a importância da preparação dos países para enfrentar novas emergências de saúde. Ele alertou sobre a persistente ameaça de surgimento de variantes que causam surtos de doenças e mortes, assim como a possibilidade de um novo patógeno emergente ainda mais letal. Adhanom também destacou que as pandemias não são a única ameaça enfrentada, enfatizando a necessidade de uma arquitetura eficaz para a preparação e resposta a emergências de saúde de todos os tipos, em um mundo marcado por múltiplas e interconectadas crises.

A nova rede utilizará informações genômicas de agentes causadores de doenças como base de dados, analisando o código genético de vírus, bactérias e outros microrganismos. O objetivo é obter um melhor entendimento das características das infecções, incluindo sintomas, formas de transmissão e riscos para a saúde.

De acordo com a OMS, cientistas e especialistas em saúde pública poderão identificar e rastrear doenças com base nessas informações. A partir disso, a ideia é prevenir e responder a surtos como parte de um sistema mais amplo de vigilância, além de desenvolver tratamentos e vacinas.

Com a operacionalização da rede, os países poderão detectar e responder a ameaças de doenças antes que elas se transformem em epidemias ou pandemias, segundo destaca a OMS.

“O objetivo dessa nova rede é ambicioso, mas também pode desempenhar um papel vital na segurança da saúde: dar a todos os países acesso ao sequenciamento e análise genômica de patógenos como parte de seu sistema de saúde pública”, afirmou o diretor-geral da OMS.

Defensores de “tratamento precoce” contra covid são condenados a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde

Justiça acolheu ações do MPF contra associação Médicos pela Vida e outros réus; uma condenação foi de R$ 45 mi e a outra de R$ 10 mi

MPF – Ao julgar duas ações ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal no Rio Grande do Sul condenou os responsáveis pela publicação de material publicitário intitulado Manifesto Pela Vida. O grupo, que se identificava como “médicos do tratamento precoce Brasil”, estimulava o consumo dos medicamentos que fariam parte de suposto “tratamento precoce”. O material era divulgado à população em geral, inclusive, com a indicação de médicos que prescreviam o tratamento do denominado “kit covid”.

Nas sentenças, a Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco – ADM/PE), e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves (GJA Participações) foram condenados solidariamente ao pagamento de R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde, nos limites de suas responsabilidades. Em uma das ações (5059442-62.2021.4.04.7100), o montante do pagamento imposto pela Justiça foi de R$ 45 milhões e, na outra (5020544-77.2021.4.04.7100), a condenação foi no valor de R$ 10 milhões.

No informe publicitário, a associação – com sede no Recife (PE), mas que também é integrada por médicos registrados no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) – citava os possíveis benefícios do intitulado “tratamento precoce” para a covid-19, citando expressamente os medicamentos. Tal referência, no entanto, é realizada sem qualquer indicação de possíveis efeitos adversos que podem decorrer da utilização desses medicamentos, além de possivelmente estimular a automedicação, uma vez que era indicado por associação médica.

Segundo o MPF, a publicação contraria a legislação e ato normativo que tratam da propaganda e publicidade de medicamentos. Resolução da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, determina que as informações sobre medicamentos devem ser comprovadas cientificamente, o que não é o caso daqueles elencados no manifesto quando aplicados a casos de covid-19.

Para o julgador, ficou comprovada a cumplicidade entre a Vitamedic e a Associação Médicos Pela Vida, tendo a empresa farmacêutica financiado a propaganda irregular, investindo R$ 717 mil nessa publicidade, conforme, inclusive, admitido pelo diretor da Vitamedic – fabricante do medicamente ivermectina – durante depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.

Segundo o magistrado, tendo sido “configurada a interposição de pessoa ilícita, fica evidenciado que o ‘manifesto pela vida’ foi mecanismo ilícito de propaganda de laboratório fabricante de medicamento, servindo a ré do triste papel de laranja para fins escusos e violadores de valor fundamental, a proteção da saúde pública”.

Ao justificar o valor imposto nas sentenças, o magistrado assevera, ainda, que “a só e pura publicidade ilícita de medicamentos, pelos riscos do seu uso irracional, já representa abalo na saúde pública e sua essencialidade impõe a devida reparação”.

Atuação da Anvisa – Ao analisar a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no caso, a Justiça Federal reconheceu a atuação equivocada do órgão, que se esquivou a todo tempo de aplicar a sua própria norma sobre publicidade de medicamentos.

A Justiça Federal reconhece a omissão da Anvisa ao não ter atuado a associação para aplicar as penalidades previstas no caso, porém também afirma que o valor de indenização da sentença supera o que poderia ser imposto pela Agência, assim sendo, o julgador entendeu ter perdido objeto a parte em que o MPF pediu para que a Anvisa tomasse as providências cabíveis para exercer seu poder de polícia e punir a publicidade indevida.

Própolis melhora imunidade e ameniza inflamação em pessoas com HIV

Envelhecimento precoce de quem vive com a doença também melhora

Um estudo realizado por uma bióloga do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), mostrou que 500 miligramas (mg) diários de própolis para pessoas que vivem com o vírus HIV, resultaram em uma redução significativa na concentração de um marcador de estresse oxidativo. Nesse mesmo grupo foi observado um ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, refletindo no combate aos radicais livres.

Segundo a bióloga Karen Ingrid Tasca, um dos problemas enfrentados pela população que convive com o vírus causador da aids é o envelhecimento precoce, que pode ser de dez a 20 anos, por conta da deterioração da imunidade mais acelerada, além do desenvolvimento precoce de comorbidades, como diabete, hipertensão e tumores. Esse processo de envelhecimento precoce ocorre porque, além de o sistema imunológico ser ativado constantemente, esses pacientes tem inflação crônica.

“O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas.”

Um estudo anterior mostrou que os parâmetros inflamatórios de portadores do HIV diminuíra, as células que são consideradas alvo principal do vírus aumentaram, assim como também aumentou o marcador de células responsáveis por regular a inflamação.

Segundo uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos: “A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica.”

Dados gerais
Ambos os estudos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos, de acordo com dados do ano passado.

De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/aids, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência da doença. A taxa de mortalidade padronizada é de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu caiu 26,4% entre 2014 e 2021.

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo adquiriram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia.

Fake news sobre vacinas disseminam temor entre famílias, diz pesquisa

Estudo ouviu cerca de mil pediatras no país

Medo de possíveis efeitos adversos e falta de confiança nas vacinas são os principais motivos que levam pais e responsáveis a negligenciar a vacinação de crianças e adolescentes. É o que demonstra pesquisa apresentada pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pelo Instituto Questão de Ciência. Outras alegações comumente ouvidas em consultórios são o esquecimento, a falta de vacinas no serviço público e o preço das doses nos serviços privados.

A pesquisa Hesitação vacinal: por que estamos recuando em conquistas tão importantes? ouviu cerca de mil pediatras brasileiros no intuito de descobrir as dúvidas mais comuns sobre vacinação relatadas pelas famílias durante o atendimento pediátrico. A íntegra do estudo será conhecida no fim de maio, mas dados preliminares indicam influência relevante de informações não confiáveis ou fake news sobre o comportamento das famílias.

“Muitas dúvidas e afirmações falsas baseadas em desinformação têm chegado até os pediatras. Entre as principais estão frases como ‘Minha filha não precisa da vacina para HPV, pois ainda não iniciou a vida sexual’; ‘Vacina para HPV pode gerar efeitos neurológicos graves’; e ainda ‘A doença por rotavírus é leve em crianças’”, destacou a Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio de nota.

Covid-19

De acordo com 81,29% dos pediatras entrevistados, a vacina contra a covid-19 é a que tem gerado maior apreensão entre as famílias, seguida pelas doses contra a gripe (6,7%) e a febre amarela (6,09%), doenças mais conhecidas pela população. Os principais motivos alegados nos consultórios, no caso da vacina contra a covid, são:

  • “A vacina da covid-19 com tecnologia RNA pode trazer riscos à saúde das crianças” (18,09%);
  • “Não aceitar correr riscos, uma vez que imunizações podem causar doenças como miocardite e trombose” (16,58%);
  • “As vacinas de RNA não são seguras no longo prazo” (13%);
  • “Crianças não têm covid grave” (12,84%);
  • “Não conheço nenhuma criança que morreu de covid” (8,8%).

Redes sociais

Segundo a percepção dos especialistas, informações não confiáveis ou fake news são veiculadas, sobretudo, por meio das redes sociais (30,95%). Aplicativos de mensagens como WhatsApp (8,43%) e a internet como um todo (13,6%) aparecem com um poder de influência superior ao da televisão (3,34%).

Análise

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Clóvis Francisco Constantino, lembrou que, ao longo dos últimos seis ou sete anos, o país registrou uma queda “acentuada e perigosíssima” da cobertura vacinal como um todo. O problema, segundo ele, se acentuou durante o período mais crítico da pandemia de covid-19.

“Isso fez com que nos deparássemos com um momento perigosíssimo em relação a crianças e adolescentes, que são alvo da atenção do pediatra. Recém-nascidos, crianças e adolescentes estão correndo risco com doenças infecciosas, algumas erradicadas, e que podem voltar. Estamos na rota de retorno de muitas doenças, alguns gravíssimas.”

“Os pais dessas crianças e adolescentes foram vacinados, mas não estão levando seus filhos para serem vacinados”, disse. “Será que acham que essas doenças, por terem sido algumas erradicadas, nunca mais voltarão? Será que essa é uma pergunta que eles fazem a si próprios? Ou não fazem pergunta nenhuma e se entregam a falsas notícias que veem nas redes sociais sobre ‘perigos das vacinas’?”

A presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, explicou que a proposta da pesquisa é traçar um panorama acerca da dificuldade enfrentadas pelos pediatras no consultório associadas à hesitação vacinal. “É uma coisa nova no Brasil.”

“O pediatra brasileiro estava acostumado a dizer ‘Seu filho está com X anos e está na hora de tomar as vacinas Y e Z’. Não tinha muita discussão. O brasileiro sempre foi muito adepto à vacinação, até pela cultura que temos, de um programa de vacinação muito atuante há 50 anos.”

Segundo ela, a partir dos resultados da pesquisa, o instituto, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, desenhou um curso, já foi realizado, para representantes das regionais de pediatria espalhadas pelo país.

“A gente dividiu com eles várias técnicas de comunicação de ciência e saúde sobre como lidar com essas dúvidas [dos pais], como identificar de onde vêm as dúvidas, por que esses pais estão chegando, onde eles escutaram, como eles foram contaminados pela hesitação vacinal que acaba aparecendo no consultório.”

Agência Brasil

Ribeirão Pires promove atividade de conscientização sobre saúde mental na Praça Vila do Doce

Ativista Antimanicomial Lourdes Siqueira compartilhará sua história de enfrentamento. Palestras, teatro e oficina de geração de renda marcam o evento

Repórter ABC, com informações da ASCOM/RP – Nesta sexta-feira, dia 19, a Vila do Doce, em Ribeirão Pires, será o cenário de uma importante batalha pela Luta Antimanicomial. O evento, organizado pela prefeitura através da Secretaria de Saúde, terá início às 14 horas na Praça Vila do Doce, localizada na Rua Boa Vista, Centro. O objetivo dessa atividade é conscientizar a população sobre a semana da Luta Antimanicomial e defender um tratamento humanizado e digno para indivíduos que necessitam de cuidados com a saúde mental.

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) será o responsável pela promoção do evento, que contará com uma ação teatral utilizando fantoches para entreter as crianças, além de música e atividades psicoeducativas. No local, haverá também a Oficina Geração de Renda do CAPS, apresentando artesanatos, cosméticos e bijuterias produzidos pelos próprios pacientes. Pacientes e profissionais dos CAPS de Mauá também marcarão presença nesse evento.

Lourdes Siqueira, ativista da causa antimanicomial, será uma das atrações na Vila do Doce, nesta sexta-feira, dia 19

Ana Lúcia de Amaral Bueno, diretora da Saúde Mental de Ribeirão Pires, ressalta que essa luta tem como objetivo combater estigmas e discriminações em relação à saúde mental. O evento organizado pela cidade é uma oportunidade de ampliar essa discussão, sensibilizar e engajar a população nas mudanças ocorridas nos cuidados da saúde mental nos últimos anos.

Destaque para a palestra da ativista Lourdes Siqueira, conhecida como Dona Lourdes, uma importante voz na Luta Antimanicomial, aos 70 anos de idade. Ela compartilhará sua história de enfrentamento e realizará um ato teatral relacionado à causa, utilizando sua formação em teatro.

Ribeirão Pires recebe doação de Igreja e inaugura Centro de Especialidades Oftalmológicas

Estima-se que o equipamento tem capacidade para realizar cerca de 800 atendimentos mensais

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Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – A cidade de Ribeirão Pires recebeu uma doação significativa da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que permitiu a inauguração do novo Centro de Especialidades Oftalmológicas. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 12 de maio, e contou com a presença de autoridades municipais e representantes da igreja.

Com o novo centro, os moradores de Ribeirão Pires terão acesso a um diagnóstico completo e atendimento humanizado, sem precisar se deslocar para outras cidades em busca de tratamento. Estima-se que o equipamento tem capacidade para realizar cerca de 800 atendimentos mensais.

A recente doação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias incluiu equipamentos importantes, como topógrafo de córnea, ultrassonografia oftalmológica, auto refrator e microscopia especular. Com isso, a rede municipal de saúde poderá oferecer mapeamentos de córnea e análise completa da anatomia do olho do paciente, exames fundamentais para o diagnóstico de diversas enfermidades oculares, como descolamento de retina, glaucoma, catarata, retinopatia diabética, diagnósticos de tumores, entre outros.

O presidente da estaca da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Rodrigo Catingueira, destacou a importância da parceria. Ele afirmou que a igreja sempre procura projetos humanitários em todo o Brasil e em Ribeirão Pires já realizaram doações de cadeiras de rodas e entrega de mais de 30 mil máscaras durante a pandemia do Covid-19. Todo o trabalho realizado pela igreja é voluntário e busca servir ao próximo.

A entidade religiosa tem sido uma grande parceira de Ribeirão Pires, tendo já feita doação de 300 cadeiras de rodas para a Apraespi e também equipamentos para a montagem de uma cozinha industrial completa com fogões, freezer, batedeiras e diversos utensílios. Também foram doados equipamentos e insumos para a oficina de costura, possibilitando que o centro de formação capacite mais de 800 alunos por ano.

O novo Centro de Especialidades Oftalmológicas está localizado na avenida Humberto de Campos, 70, dentro do Centro de Especialidades Médicas. Com a inauguração, os moradores de Ribeirão Pires terão um importante recurso de saúde à disposição, melhorando a qualidade de vida da população. A iniciativa demonstra a importância da parceria entre setores públicos e privados em prol do bem-estar da comunidade.

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Câmara Municipal aprova Programa de Amparo à Saúde da Mulher em Uso Abusivo de Álcool

Projeto de Lei é de autoria do Vereador Leandro Tetinha e visa assistência psicossocial e reinserção social

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Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – A Câmara Municipal de Ribeirão Pires aprovou, de autoria do Vereador Leandro Tetinha, o Projeto de Lei n.º 0011/2023, que Institui o Programa Municipal de Política de Amparo e Cuidados à Mulher em uso abusivo de álcool e dá outras providências.

Segundo o autor, o objetivo deste programa é oferecer assistência psicossocial à mulher em uso abusivo de álcool, bem como de sua família, no âmbito da Estância Turística de Ribeirão Pires, por meio de um processo de recuperação integral, pautado na redução de danos, com medidas de reinserção social e com reconstrução dos vínculos familiares.

As diretrizes da política estabelecem que serão realizadas campanhas permanentes de orientação e aconselhamento sobre os riscos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, além de campanhas permanentes de orientação para a prevenção do contágio de doenças transmissíveis associadas ao uso de drogas, em especial a síndrome da imunodeficiência adquirida – Aids – e as hepatites. Para isso, haverá uma parceria entre entidades governamentais, organizações não governamentais, instituições educacionais e empresas privadas.

O atendimento será proporcionado, de forma articulada e integrada, à mulher em uso abusivo de álcool, bem como de seus familiares, por meio da Rede do Sistema Único de Saúde, de acordo com as necessidades de cada beneficiada. É garantido um trabalho articulado entre os envolvidos na atenção à mulher em uso abusivo de álcool, visando a manutenção da confidencialidade na atenção em relação aos dados pessoais de cada uma das mulheres assistidas.

Para ressaltar a importância da política de amparo à mulher, a Estância Turística de Ribeirão Pires realizará ações periódicas, de forma intersetorial, com alertas quanto à prevenção do uso abusivo do álcool.

A lei, que tem como autor o Vereador Leandro Tetinha, agora segue para a sanção do prefeito Guto Volpi.

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