Por anistia, Bolsonaro diz que participará do ato por impeachment de Lula no Rio no dia 16/3

Jair Bolsonaro confirmou sua intenção de participar dos protestos contra o governo Lula no Rio de Janeiro em 16 de março, defendendo o projeto de lei que propõe anistia parcial aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, enquanto articulações políticas visam garantir o apoio da oposição para a proposta

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou à coluna de Igor Gadelha, do Métropoles, que tem a intenção de participar dos protestos contra o governo Lula organizados pela extrema-direita, previstos para o dia 16 de março. Em meio às vésperas de ser acusado por seus crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o inelegível ex-presidente afirmou que pretende comparecer ao evento no Rio de Janeiro, onde irá defender o projeto de lei que propõe anistia para os envolvidos nos eventos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A previsão, não é certeza porque tenho que acertar com mais gente… eu gostaria de ir no Rio de Janeiro, no dia 16. E a pauta lá seria anistia e as questões nacionais”, afirmou Bolsonaro.

A escolha do Rio, em vez de São Paulo, ocorre porque na capital paulista o evento está sendo organizado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), com quem o núcleo mais próximo do bolsonarismo prefere não se associar.

Além disso, o PL também está organizando manifestações em outras capitais do Brasil, com o intuito de protestar contra o governo Lula e apoiar a proposta de anistia.

Anistia parcial para atrair o Centrão

Os partidos de oposição no Congresso Nacional estão articulando uma estratégia para garantir apoio ao projeto de lei que propõe uma anistia parcial para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, um dos principais pontos de divergência entre governo e oposição, passará por ajustes para não oferecer anistia total aos condenados, com o objetivo de obter mais apoio de deputados, senadores e da população.

A linha defendida pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é conceder anistia apenas para parte dos crimes pelos quais os acusados foram condenados, como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

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Bolsonaro afirma que OEA garantiu relatório sincero sobre Moraes e ações do Judiciário

Enviado da OEA ouviu oposição e ministros do STF sobre liberdade de expressão e bloqueios de redes sociais. Relatório deve abordar prisões e investigações de atos antidemocráticos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) garantiu um “relatório sincero” sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as medidas adotadas contra opositores do governo Lula. A declaração foi feita após uma reunião entre Bolsonaro e Pedro Vaca Villarreal, relator especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à OEA. As informações são de Paulo Capelli do Metrópoles.

Pedro Vaca Villarreal, relator especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à OEA

A visita de Pedro Vaca ao Brasil ocorre em meio a questionamentos sobre a liberdade de expressão e os limites da atuação do Judiciário em investigações de supostos atos antidemocráticos. O representante da OEA ouviu tanto ministros do STF, como Moraes e o presidente da Corte, Roberto Barroso, quanto parlamentares da oposição. Entre os temas debatidos, estiveram as prisões de apoiadores de Bolsonaro, bloqueios de redes sociais e alegações de censura.

Bolsonaro, que se encontrou com Vaca por cerca de 50 minutos, disse que o enviado da OEA demonstrou interesse nas queixas da oposição e que o relatório deve refletir o cenário brasileiro. O ex-presidente voltou a criticar a conduta de Moraes e acusou o magistrado de perseguir adversários políticos, justificando que as decisões judiciais se baseiam em “narrativas” e não em provas concretas.

A oposição também levou ao relator da OEA a situação dos militantes presos por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. A filha de Cleriston Pereira da Cunha, um dos detentos que morreu no Presídio da Papuda, denunciou que seu pai teria sido “torturado” enquanto esteve sob custódia do Estado.

Ministros do STF recepcionam Pedro Vaca

Por outro lado, Barroso e Moraes defenderam as medidas adotadas pelo STF, argumentando que as decisões visaram proteger a democracia diante de ameaças concretas. Entre as justificativas apresentadas, destacaram o caso do suposto plano de militares para assassinar o presidente Lula no final de 2022, atualmente sob investigação.

Além das discussões sobre as ações do Judiciário, a missão da OEA também analisou temas mais amplos, como a regulamentação de redes sociais no Brasil e os desafios para combater a desinformação. O relator levantou questionamentos sobre o Marco Civil da Internet e a possível ampliação da responsabilidade das plataformas digitais no controle de conteúdos. Também foi debatida a escalada de ataques contra jornalistas e acadêmicos promovidos por setores da direita.

O relatório produzido por Pedro Vaca deverá consolidar os diferentes pontos de vista apresentados no Brasil e poderá influenciar futuras ações internacionais sobre a liberdade de expressão no país. A expectativa é que o documento seja divulgado nos próximos meses e traga recomendações tanto ao governo quanto ao Judiciário.

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General que barrou golpe denuncia ataques: “Defendi a democracia em tempos complexos”

Após resistir a pressões para aderir a uma tentativa de golpe no Brasil, o general Valério Stumpf Trindade revela ameaças e campanhas de difamação que enfrentou, mantendo sua posição em defesa da ordem democrática

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O general Valério Stumpf Trindade, peça-chave para frustrar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, trouxe à tona as perseguições que sofreu de militares e civis envolvidos na conspiração. À época chefe do Estado-Maior do Exército, Stumpf agiu em alinhamento com o então comandante, general Freire Gomes.

“Tudo o que fiz foi com o conhecimento do Alto-Comando do Exército, alinhado com o [então comandante] general Freire Gomes. Existe uma lealdade muito forte no Alto-Comando”, afirmou ao Metrópoles.

Campanha de difamação

Stumpf foi alvo de uma ofensiva nas redes sociais, que incluiu publicações difamatórias com fotos dele e de sua família. Sua filha chegou a ouvir que ele era “traidor da Pátria”. Antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as pressões buscavam cooptá-lo para o golpe. Após a transição pacífica de poder, a narrativa mudou, responsabilizando-o por “permitir” a continuidade democrática.

Entre as acusações, Stumpf foi rotulado de “informante” do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele refutou:

“Por ser chefe do Estado-Maior à época, eu tinha contato com o TSE. Estávamos discutindo métodos para reforçar a segurança e a transparência das urnas eletrônicas.”

O general destacou que o contato era institucional e criticou as distorções promovidas por desinformados:

“Alimentaram a versão de que eu seria ‘informante’, uma coisa bandida. Isso nunca aconteceu. É uma inverdade e uma agressão à minha pessoa.”

Ações em defesa da democracia

Stumpf propôs medidas ao TSE, como o teste de integridade com biometria, posteriormente implementadas pela Portaria 921. “O objetivo era preservar a democracia, fortalecendo a credibilidade das urnas eletrônicas”, destacou.

O general Stumpf foi alvo de ataques em grupo de militares. Foto: reprodução

Ao lado dos generais Tomás Ribeiro Paiva e Richard Nunes, Stumpf foi um dos mais atacados por grupos radicais por defender a estabilidade institucional. Conversas vazadas no WhatsApp mostram que o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto incentivou a divulgação de imagens para desmoralizar os militares.

Esforço articulado e investigação

A Polícia Federal apontou que a campanha de difamação contra Stumpf e outros fazia parte de um plano maior para viabilizar o golpe antes mesmo do fim das eleições de 2022. O inquérito culminou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe.

Hoje na reserva, Stumpf reflete sobre os eventos com tranquilidade:

“Defendi a democracia em tempos complexos. Tenho orgulho de ter agido de forma leal ao comandante do Exército e ao Exército Brasileiro.”

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General golpista cita SS nazista como exemplo para “kids pretos” em monografia secreta

Documento expõe conexões ideológicas e práticas de Mario Fernandes com táticas extremistas

Editado por Caso de Política, do DCM – O Diário do Centro do Mundo (DCM) revelou com exclusividade o conteúdo de uma monografia escrita pelo general da reserva Mario Fernandes, investigado por participação em uma tentativa de golpe e no planejamento de assassinatos de figuras políticas. O acesso ao documento, restrito pelo Exército, foi obtido em parceria com o pesquisador Ananias Oliveira, da UFCG, e o perfil Camarote da República.

Na tese de 182 páginas, apresentada à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) em 2002, Fernandes analisou o emprego de Forças Especiais, conhecidas como “kids pretos”, em cenários de Guerra Irregular e Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O general destacou ações nazistas como a libertação de Benito Mussolini pela SS e o uso de paraquedistas na Segunda Guerra Mundial, citando essas operações como “exemplos estratégicos”.

Além do conteúdo controverso, o documento menciona sugestões de campos de prisioneiros e referências a Auschwitz, discutidas em grupos de WhatsApp de militares ligados a Fernandes. A Polícia Federal apurou que ele coordenava manifestantes golpistas no QG do Exército em Brasília, além de planejar um golpe de Estado que incluiria o assassinato de Alexandre de Moraes e possível envenenamento do presidente Lula e do vice Alckmin.

Mario Fernandes, um exímio paraquedista e atirador, transitou entre os altos círculos do Exército e do governo Bolsonaro. Apesar de preterido na carreira militar, desempenhou papel central nos bastidores dos atos antidemocráticos, evidenciando as conexões sombrias entre forças armadas e radicalismo político no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra no DCM.

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STF analisará recurso de Bolsonaro para afastar Alexandre de Moraes de relatoria de inquérito

Defesa alega que ministro é parte interessada no processo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o próximo dia 6 de dezembro o julgamento do recurso em que o ex-presidente Jair Bolsonaro busca afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

O pedido foi inicialmente negado em fevereiro pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que considerou infundada a alegação de suspeição. A defesa do ex-presidente recorreu ao plenário para insistir que Moraes, apontado como vítima nas investigações, não pode conduzir o caso.

Conforme o Código de Processo Penal (CPP), advogados de Bolsonaro argumentam que um juiz não pode atuar em processos nos quais tenha envolvimento direto ou interesse pessoal. “Essa condição fere a imparcialidade necessária ao julgamento”, sustenta a defesa.

O julgamento ocorrerá no plenário virtual da Corte, modalidade em que os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico sem discussão presencial.

A tentativa de afastar Moraes ocorre em meio ao avanço das investigações sobre o plano golpista. Na semana passada, Bolsonaro e 36 aliados foram indiciados pela Polícia Federal (PF), que revelou indícios de que o ex-presidente sabia de uma conspiração para assassinar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A decisão do STF sobre a relatoria poderá definir os rumos do inquérito, que envolve acusações de atentado contra a democracia e articulações para um golpe de Estado.

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Bolsonaro pede anistia a Lula e Moraes, mas ignora seu passado golpista

Fotomontagem: Luís Carlos Nunes 

Após anos de ataques à democracia, ex-presidente clama por “pacificação” enquanto tenta evitar punições por ações golpistas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Após governar com foco em desestabilizar a democracia e promover descrédito no sistema eleitoral, Jair Bolsonaro agora prega anistia ampla e irrestrita para si e seus aliados. Seu apelo, no entanto, contrasta com o próprio histórico de confrontos contra instituições democráticas, incluindo a tentativa de golpe de Estado que culminou na minuta encontrada em dezembro de 2022.

Esse documento, revisado pelo próprio Bolsonaro segundo fontes, incluía ações extremas, como o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Mesmo assim, o ex-presidente tenta reescrever a narrativa, afirmando que “para pacificar o Brasil, alguém tem que ceder”, responsabilizando Alexandre de Moraes e sugerindo que Lula poderia intervir para evitar mais tensões.

Bolsonaro faz comparações com a Lei de Anistia de 1979, que perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar, mas ignora o contexto histórico. Diferentemente dos que foram perseguidos por lutar contra a ditadura, o ex-presidente e seus apoiadores foram denunciados por atentar contra as instituições democráticas.

O ex-presidente também admitiu, de forma vaga, que discutiu o processo eleitoral com comandantes militares, mas garantiu que “a ideia logo foi abandonada”. No entanto, os meses seguintes à sua derrota nas urnas indicam o oposto: reuniões com militares, recusa em reconhecer o resultado da eleição e sua ausência na cerimônia de transmissão de cargo, seguida de uma viagem estratégica aos Estados Unidos.

As auditorias contratadas pelo Partido Liberal e pelo Ministério da Defesa não apontaram qualquer evidência de fraude eleitoral. Apesar disso, Bolsonaro manteve sua retórica golpista e testemunhou o apoio de alguns militares durante a invasão de 8 de janeiro. Generais do Alto Comando assistiram passivamente aos ataques, enquanto o então comandante do Exército, Júlio César de Arruda, impediu a prisão dos golpistas acampados em frente ao QG do Exército, permitindo que muitos escapassem na madrugada.

O discurso de pacificação parece, na prática, uma tentativa de escapar de responsabilidades. Enquanto isso, os desdobramentos das investigações podem finalmente confrontar o ex-presidente com as consequências de sua gestão focada mais no poder pessoal do que no fortalecimento da democracia.

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Bolsonaro cogita refúgio em embaixada para evitar prisão: trama golpista no centro das investigações

Ex-presidente admite possibilidade de buscar proteção diplomática enquanto nega envolvimento direto em plano golpista apontado pela Polícia Federal

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou que considera buscar refúgio em uma embaixada no Brasil caso venha a enfrentar uma ordem de prisão em decorrência das acusações relacionadas à trama golpista de 2022.

“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, afirmou em entrevista ao UOL. Ele defendeu-se alegando que, se tivesse algo a temer, “estaria nos Estados Unidos” e não teria retornado ao país.

Bolsonaro também admitiu ter discutido “artigos da Constituição” com comandantes das Forças Armadas após sua derrota para Lula (PT) em 2022, mencionando a possibilidade de “rediscutir o processo eleitoral”. No entanto, afirmou que essa ideia foi “abandonada” logo depois.

As declarações vêm à tona em um momento crítico. O relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado concluiu que Bolsonaro liderou a trama para abalar a democracia brasileira. Segundo a PF, o plano incluía atos extremos, como a prisão ou assassinato de líderes do governo eleito, incluindo Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O documento destaca que a tentativa de ruptura democrática não foi concretizada devido a “circunstâncias alheias à vontade” do ex-presidente.

Trecho do relatório da PF sobre trama golpista envolvendo Bolsonaro. Foto: reprodução

“Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que Bolsonaro planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa”, diz trecho do relatório.

Apesar das acusações contundentes, Bolsonaro continua negando qualquer envolvimento direto e tenta reforçar a narrativa de perseguição política. A ideia de refúgio em uma embaixada, embora considerada por ele como uma alternativa extrema, sinaliza a tensão crescente em torno das investigações e a gravidade das consequências que podem estar por vir.

Na diplomacia do desespero, o refúgio vira a última carta de quem desafia o Estado de Direito.

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PF aponta Bolsonaro como mentor de golpe de Estado em relatório detalhado de 884 páginas

Documento destaca articulação para abalar a democracia e aguarda decisão da PGR sobre denúncia

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público nesta terça-feira (26) o relatório final da Polícia Federal (PF) que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de liderar um plano para tentar um golpe de Estado. O documento, que também indiciou outras 36 pessoas, foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise e possível denúncia.

Veja a íntegra do relatório da PF

De acordo com o relatório, a PF concluiu que Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo dos atos executórios realizados pela organização criminosa” com o objetivo de “abolir o Estado Democrático de Direito”. A tentativa de golpe, segundo a investigação, só não foi concretizada devido a fatores externos.

Estratégia e divisão em núcleos

A PF destacou que desde 2019 Bolsonaro articulou a disseminação de uma narrativa falsa sobre vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação. Essa estratégia teria como objetivo criar na população a percepção de fraudes eleitorais, preparando terreno para questionamentos em caso de derrota e justificando ações antidemocráticas após o pleito de 2022.

O relatório aponta que a organização criminosa era composta por seis núcleos com funções específicas, embora detalhes desses grupos não tenham sido divulgados. A investigação reúne aproximadamente 800 páginas e inclui uma delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, cujo teor permanece sob sigilo.

Próximos passos

Com o envio do material à PGR, o procurador-geral Paulo Gonet terá um prazo inicial de 15 dias para se manifestar, podendo solicitar prorrogações ou novas diligências. A complexidade do caso e a volumosa documentação tornam improvável a apresentação de uma denúncia antes de 2025, especialmente com o recesso do Judiciário a partir de 20 de dezembro.

O desfecho deste caso poderá estabelecer precedentes históricos na justiça brasileira, enquanto a sociedade aguarda respostas concretas sobre as responsabilidades pela tentativa de ruptura democrática.

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Bolsonaro nega envolvimento em plano golpista e críticas a Moraes marcam defesa

Ex-presidente refuta acusações sobre conspiração contra Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes e rechaça ligação com atentados

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer envolvimento em supostos planos para eliminar autoridades ou promover um golpe de Estado. Em entrevista à Revista Veja, publicada nesta sexta-feira (22), Bolsonaro rejeitou as acusações que surgiram após a Polícia Federal (PF) revelar detalhes de um suposto plano de militares ligados ao seu governo para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu. Lá na Presidência havia mais ou menos 3.000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso?”, defendeu-se Bolsonaro, alegando não ter ciência de conspirações.

O ex-presidente também negou ter compactuado com qualquer tentativa de golpe de Estado, afirmando que suas ações sempre respeitaram a Constituição. Ele citou a possibilidade de decretar estado de sítio como uma ideia debatida dentro de limites legais, que dependeria do aval do Congresso.

“Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional”, justificou.

As declarações ocorrem em meio à repercussão de documentos apreendidos pela PF, supostamente rascunhos de decretos que poderiam evitar a posse de Lula por meio de medidas excepcionais, como estado de defesa ou de sítio. Bolsonaro sustentou que essas ideias, apesar de discutidas, nunca configurariam um golpe devido à previsão constitucional dessas medidas.

Na entrevista, o ex-presidente também criticou Alexandre de Moraes, responsável por conduzir inquéritos contra ele.

“Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, afirmou Bolsonaro, reiterando sua insatisfação com o ministro.

A defesa do ex-presidente ocorre enquanto ele enfrenta crescente pressão legal e política, com investigações que ampliam as tensões entre Bolsonaro e o Judiciário.

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Prisão de Bolsonaro é necessária, afirma Walter Maierovitch: “Golpismo continua”

Operação Contragolpe da PF desarticula plano para executar Lula, Alckmin e Moraes. Para o jurista Walter Maierovitch, prisão preventiva de Bolsonaro é urgente para proteger a democracia

Caso de Política, com informações de UOL – As investigações da Polícia Federal sobre um plano golpista envolvendo militares da reserva e aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro trouxeram à tona graves revelações. Depoimentos e documentos indicam que, após a derrota nas eleições de 2022, foram discutidos planos para executar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, chegando ao extremo de prever o uso de veneno.

Um encontro na casa do general Walter Braga Netto, em novembro de 2022, teria sido o epicentro das discussões, segundo informações da jornalista Andréia Sadi e depoimentos colhidos pela PF, incluindo a colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Materiais apreendidos com o general Mario Fernandes reforçam a existência da trama. Fernandes, apontado como peça-chave no esquema, foi preso junto com outros três militares e um policial federal.

Diante da gravidade dos fatos, o jurista Walter Maierovitch, em entrevista ao Portal UOL, destacou que as evidências já são suficientes para justificar a prisão preventiva de Bolsonaro.

As provas mostram a participação de Bolsonaro de maneira induvidosa. Estamos diante de uma tentativa de golpe extremamente grave, e o que vemos é a prisão de apenas quatro operadores, enquanto o chefe dessa operação segue livre. Isso é um erro.”

Maierovitch ressaltou que o plano incluía detalhes sobre métodos de execução, como envenenamento, o que torna ainda mais urgente a responsabilização dos envolvidos. Para ele, a manutenção de Bolsonaro em liberdade representa um risco contínuo à democracia brasileira.

Bolsonaro continua violento e antidemocrático. Recentemente, vimos atos como o arremesso de bombas contra o Supremo, que são frutos diretos do bolsonarismo. A sociedade exige uma resposta. Não se trata apenas de punir, mas de preservar a democracia.”

Além disso, Maierovitch apontou que a demora nas ações contra Bolsonaro reflete uma “contemporização” histórica.

Desde o início do governo Bolsonaro, houve uma blindagem construída por figuras como Augusto Aras e Arthur Lira. Essa complacência institucional permitiu que ele agisse livremente, mesmo diante de discursos claramente golpistas e violações à ordem democrática. Agora, com o material robusto apresentado, não há justificativa para adiar ainda mais sua prisão.”

A Operação Contragolpe, que resultou em prisões importantes, promete entregar nos próximos dias um relatório mais conclusivo ao STF. No entanto, o jurista alerta para a urgência de ações imediatas.

A justiça não pode mais postergar. Estamos diante de provas consistentes que indicam materialidade e autoria do crime. Bolsonaro e os cúmplices do alto comando golpista precisam ser responsabilizados. O golpismo não acabou, e a democracia segue sob ataque.”

O jurista também destacou que o uso de veneno como arma golpista é um indicativo do caráter frio e meticuloso do plano. A prisão de Bolsonaro, na visão de Maierovitch, não apenas atenderia às demandas jurídicas, mas também representaria uma resposta necessária a uma sociedade exausta com o estado de polarização e permanência do autoritarismo.

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