Decisão da Justiça argentina sobre foragidos do 8/1 se baseia em tratado de extradição firmado por Bolsonaro e Macri

Acordo de 2019 agiliza processos e elimina vias diplomáticas para casos envolvendo Brasil e Argentina

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A recente decisão da Justiça argentina de ordenar a prisão de 61 brasileiros foragidos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 se fundamenta no tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Argentina em 16 de janeiro de 2019. O acordo foi assinado no Palácio do Planalto pelo então presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri, com o objetivo de acelerar a cooperação judicial entre os dois países.

Os mandados de prisão foram expedidos no último sábado (16) pelo juiz argentino Daniel Rafecas, atendendo a pedidos do governo brasileiro. A medida inclui indivíduos que invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em ações classificadas como golpistas. Dois brasileiros já foram presos na Argentina e aguardam audiência para decisão sobre a extradição.

O tratado de extradição: agilidade e modernização

O acordo de 2019 foi anunciado como um avanço nas relações bilaterais, eliminando a necessidade de mediação diplomática em processos de extradição e facilitando a comunicação direta entre autoridades brasileiras e argentinas. Na ocasião, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, destacou a modernização como essencial para enfrentar desafios contemporâneos.

“Existe um tratado de extradição mais antigo, feito em outra época. As formas de comunicação hoje são outras, e percebemos a necessidade de agilizar esse mecanismo de cooperação”,  declarou Moro durante a assinatura do acordo.

Mauricio Macri, que liderou a delegação argentina ao lado de seus principais ministros, sublinhou a importância do tratado como parte de uma estratégia mais ampla de fortalecimento do Mercosul e de combate a crimes transnacionais.

Foragidos sob a mira da Justiça argentina

Os 61 brasileiros procurados incluem indivíduos que, segundo o governo, teriam fugido para a Argentina após os atos antidemocráticos de janeiro de 2023. Informações preliminares indicam que alguns foragidos quebraram tornozeleiras eletrônicas e ingressaram no país vizinho de forma clandestina.

Embora parte dos investigados tenha solicitado refúgio à Argentina, os pedidos permanecem em análise. O governo brasileiro já havia enviado, em junho deste ano, uma lista com nomes e evidências à Polícia Federal, que preparou um pedido formal de extradição.

Impactos do tratado no combate ao crime transnacional

A decisão argentina ilustra a relevância do tratado de extradição, que desde sua assinatura em 2019 tem sido utilizado em diferentes investigações. Para analistas, o acordo firmado entre Bolsonaro e Macri tornou mais ágil a devolução de foragidos e evidências, fortalecendo a relação jurídica entre os dois países.

A extradição dos brasileiros, se concretizada, será um marco no combate aos crimes contra o Estado Democrático de Direito e reforçará a cooperação judicial no âmbito sul-americano.

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PF desarticula grupo golpista “Kids Pretos” que planejava assassinar Lula, Alckmin e Moraes

Organização criminosa buscava instaurar ditadura no Brasil, segundo investigação da Polícia Federal

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Contragolpe, desmontando a atuação de uma organização criminosa conhecida como “Kids Pretos”, composta por militares e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo é acusado de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como parte de uma tentativa de golpe de Estado para instaurar uma ditadura no país.

A operação resultou em cinco prisões preventivas, incluindo quatro militares — um deles um general da reserva — e um policial federal. Além disso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. Ao todo, 15 medidas cautelares foram impostas, como a entrega de passaportes e a proibição de contato entre os investigados. O Exército Brasileiro colaborou na execução das diligências.

Plano “Punhal Verde e Amarelo” e ações golpistas

O grupo, que se autodenominava “Kids Pretos”, deu ao plano o codinome “Punhal Verde e Amarelo”. Segundo a investigação, o objetivo era assassinar Lula e Alckmin em 15 de dezembro de 2022, data da diplomação do presidente eleito, e capturar e executar Alexandre de Moraes. O ministro vinha sendo monitorado por semanas pelos golpistas, que possuíam conhecimento técnico-militar avançado para realizar as ações.

O esquema também previa a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, que seria liderado pelos conspiradores para controlar os conflitos gerados pelo golpe e consolidar o regime autoritário pretendido.

Táticas sofisticadas e crimes graves

Com formação em unidades de elite, os integrantes utilizavam estratégias de alta complexidade e levantavam recursos humanos e materiais para ações coordenadas contra alvos estratégicos. As investigações apontam que os crimes configuram tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa.

A operação revela o alto grau de ameaça representado pelo grupo “Kids Pretos”, reacendendo o alerta sobre o risco de atentados à democracia e à integridade das instituições brasileiras.

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Justiça Argentina ordena prisão de 61 condenados por atos golpistas de 8 de janeiro

Decisão responde a pedido do STF brasileiro. Milley pode influenciar pedidos de refúgio, mas relações bilaterais e concentração de renda estão no centro do debate

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Justiça argentina ordenou a prisão de 61 pessoas condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil pelos atos de 8 de janeiro. A medida foi tomada pelo juiz Daniel Rafecas, de Buenos Aires, em resposta a um pedido formal do STF, com base no acordo bilateral de cooperação jurídica entre Brasil e Argentina.

Um dos condenados, Joelto Guzmão de Oliveira, sentenciado a 17 anos de prisão, foi localizado e preso em La Plata, a 60 quilômetros da capital argentina. Autoridades dos dois países seguem as buscas pelos demais condenados, que já possuem sentença definitiva e devem ser capturados nos próximos dias.

Esse grupo faz parte de um universo maior de cerca de 200 brasileiros que fugiram para a Argentina após os atos antidemocráticos. Porém, como destaca a professora de direito internacional Priscila Caneparo, as chances de obterem refúgio são mínimas. “Esses indivíduos entraram no país de forma irregular e não atendem aos critérios para asilo. O caso deles é mais uma questão de extradição do que refúgio político”, explica a especialista.

Milei, concentração de renda e as tensões diplomáticas

A eleição de Javier Milei como presidente da Argentina trouxe expectativas entre os foragidos, que acreditavam que poderiam se beneficiar de um governo mais alinhado ideologicamente. No entanto, Milei enfrenta um dilema: ao intervir na Comissão Nacional de Refugiados (CONARE) para apoiar pedidos de asilo, ele teria que declarar o Brasil como uma ditadura. Tal posicionamento implicaria um rompimento diplomático com o Brasil, algo de alto custo para a economia argentina, que depende do mercado brasileiro.

Além disso, Milei já causou polêmica no cenário internacional ao retirar o apoio argentino à proposta do G20 para a tributação de super ricos. A medida, elaborada para combater a concentração de renda global, foi revertida sob influência de Donald Trump, logo após Milei assumir.

Estudos recentes mostram que 10% da população global concentra 75% da riqueza, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 2%. A decisão da Argentina de abandonar o acordo enfraquece a busca por equilíbrio econômico e gera críticas tanto dentro quanto fora do país.

A posição de Milei reflete o tensionamento entre atender demandas internas e internacionais. Enquanto tenta consolidar sua liderança, decisões como essa revelam o peso das relações econômicas com o Brasil e a crescente polarização em debates globais sobre justiça econômica e distribuição de renda.

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Atentado terrorista em Brasília acirra tensão e encerra debate sobre anistia aos golpistas do 8 de janeiro

Viaturas policiais em frente ao STF após explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília 13/11/2024 (Foto: REUTERS/Tom Molina)

Após explosões nos arredores do STF, ministros se posicionam contra qualquer proposta de anistia, enquanto mensagens do responsável pelo ataque expõem motivações extremistas e conexões golpistas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na noite de quarta-feira (13), um atentado abalou a Praça dos Três Poderes em Brasília, elevando o alerta entre as autoridades e levando o Supremo Tribunal Federal (STF) a endurecer sua posição contra a anistia a participantes de atos golpistas. Em um recado claro ao Congresso, ministros do STF declararam “tolerância zero” para qualquer tentativa de retomar o debate sobre anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. O recado foi transmitido com urgência aos parlamentares, sinalizando que as explosões foram uma linha vermelha que não pode ser cruzada.

As explosões ocorreram em sequência, com um intervalo de 20 segundos entre elas, causando alarme e reforçando a percepção de ameaça às sedes dos Três Poderes. O primeiro artefato foi detonado em um veículo estacionado próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, e a segunda explosão, mais próxima do STF, tirou a vida de Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina. Identificado como o homem-bomba, Francisco tentava acessar o STF no momento da explosão, após ser barrado por seguranças. O carro utilizado no ataque estava em seu nome, e a Polícia Federal (PF) já assumiu as investigações, com o ministro Alexandre de Moraes como relator.

A gravidade do episódio gerou uma resposta rápida do STF, que determinou o isolamento da área e a intensificação das medidas de segurança na Esplanada. Em resposta à crescente ameaça de atentados, ministros e forças de segurança avaliam reforçar a proteção dos prédios públicos para prevenir novos ataques. Em conversas na noite do atentado, ministros manifestaram repúdio e enviaram a mensagem de “tolerância zero” ao Congresso. Fontes ligadas ao STF indicaram que qualquer menção de anistia é vista como um “absurdo” diante dos riscos que esses atos representam para a democracia.

Ideais extremistas e convocações golpistas

Francisco Wanderley Luiz mantinha um perfil ativo nas redes sociais, onde incitava militares a um golpe de Estado e utilizava linguagem bélica para convocar apoiadores à sua “causa”. A escolha da data para o ataque, próxima à Proclamação da República, levanta suspeitas entre os investigadores da PF sobre uma tentativa de simbolismo por parte do extremista. Suas mensagens eram repletas de insinuações contra autoridades e chamamentos para uma “revolução”. Em uma de suas publicações, ele escreveu: “Te levanta, caserna! Mostrem seu valor!”, acompanhada por emojis de caveira, em clara provocação aos militares.

Em mensagens analisadas pela PF, Francisco fazia referência a uma “data especial” — 15 de novembro de 2024 —, sugerindo que o ataque poderia marcar o início de uma nova proclamação da República. Em uma outra publicação, alertou sobre o possível “fim do jogo” em 16 de novembro. A tentativa de inspirar um golpe de Estado foi clara ao chamar os generais do Exército a escolherem o lado do “povo”, sob ameaça de que a “inteligência entrará em ação”. Esse apelo expôs a radicalização e o nível de organização de alguns grupos, levando a PF a investigar vínculos do homem-bomba com acampamentos golpistas, onde Francisco aparecia trajando indumentárias militares e exaltando símbolos nacionais.

Escalada de tensão e revisão da segurança

A tentativa de invasão ao STF e o uso de explosivos próximo ao coração do Judiciário brasileiro intensificaram o alerta para possíveis novos ataques. Autoridades da segurança pública agora buscam desvendar se Francisco Wanderley Luiz agiu isoladamente ou se teve apoio de grupos extremistas. Sua ex-esposa relatou à PF que ele participava de manifestações em frente a quartéis, exaltando a ideia de um golpe e, segundo ela, chegou a realizar ameaças. As investigações buscam identificar financiadores e outros potenciais envolvidos, enquanto dispositivos eletrônicos de Francisco foram apreendidos para análise.

A intensificação da segurança e a declaração de “tolerância zero” à anistia são respostas diretas à ameaça representada por Francisco e por outros simpatizantes da ideia de um golpe de Estado. O episódio de quarta-feira não apenas encobre de vez a possibilidade de qualquer indulgência para os golpistas, mas também desafia a segurança da democracia e das instituições brasileiras, que se mantêm vigilantes diante de novos desafios extremistas.

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Valdemar Costa Neto recua após chamar condenados de 8 de janeiro de “golpistas”

Declaração gerou reações negativas entre apoiadores de Bolsonaro, e líder do PL tentou esclarecer fala sobre ato de extremistas em Brasília

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, causou polêmica ao se referir aos participantes dos atos de 8 de janeiro como “golpistas” em entrevista, mas logo recuou após a repercussão negativa entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um comunicado oficial, Costa Neto alegou que o termo foi utilizado por influência de jornalistas presentes e que não refletia sua posição pessoal sobre os acontecimentos.

Durante a entrevista à GloboNews, a jornalista Andréia Sadi questionou Costa Neto sobre o apoio do PL, que detém a maior bancada da Câmara, ao projeto de anistia para os condenados dos atos de 8 de janeiro — votação prevista para esta terça-feira (29) — e a possível relação com a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Ao responder, o presidente do PL usou a palavra “golpistas” para se referir aos participantes dos atos, destacando:

“Eu entendo que não há como incluir o (Jair) Bolsonaro. Seria só aos golpistas. O processo do Bolsonaro nem foi julgado ainda.”

A reação entre a base bolsonarista foi imediata, com críticas e manifestações nas redes sociais. Em resposta à repercussão, Costa Neto divulgou uma nota em que negou a intenção de qualificar os eventos como um golpe e explicou que sua fala buscava apenas refletir a descrição utilizada na conversa com repórteres. O PL, por sua vez, publicou em seus perfis oficiais que o partido considera os atos como “ações desordenadas” e que as sentenças aplicadas foram “desproporcionais”.

Em sua retratação, Costa Neto defendeu que os eventos não configuraram uma tentativa de golpe de Estado, reiterando:

“Foi um momento de ações desordenadas que culminou em penas duríssimas, como 17 anos de prisão, algo que considero excessivo e mencionei na entrevista como sendo desproporcional. Peço desculpas pelo mal-entendido.”

A revisão pública da fala de Costa Neto reflete a cautela que o líder do PL tenta adotar para manter o apoio da base de Bolsonaro enquanto lida com a pressão sobre o partido para apoiar o projeto de anistia aos envolvidos. Ao mesmo tempo, a declaração inicial lança luz sobre as tensões internas quanto ao posicionamento do PL diante do julgamento dos atos extremistas e o papel que os parlamentares pretendem assumir no cenário pós-Bolsonaro.

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Nunes Marques rejeita pedido de Habeas Corpus para barrar possível prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe

“Não cabe Habeas Corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do Plenário, proferida em Habeas Corpus ou no respectivo recurso”, disse o ministro que foi indicado por Bolsonaro ao STF

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na última sexta-feira, 10 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou a avaliação de um pedido de Habeas Corpus destinado a evitar uma potencial prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por sua suposta participação em um golpe de Estado. O relator do caso, ministro Nunes Marques, votou contra a concessão do pedido.

O Habeas Corpus em questão foi apresentado por um advogado não vinculado à equipe jurídica oficial do ex-presidente. O processo está sendo avaliado até a próxima sexta-feira (17/5) no Plenário Virtual do STF.

Nunes Marques fundamentou sua decisão negativa com base na Súmula 606 do tribunal, que estabelece que “não cabe Habeas Corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do Plenário, proferida em Habeas Corpus ou no respectivo recurso”.

O ministro também destacou não ter identificado uma “ilegalidade evidente” que justificasse a concessão do pedido de ofício.

“Na decisão agravada, destaquei a inviabilidade do Habeas Corpus devido à aplicação do impedimento previsto no enunciado n. 606 da Súmula do Supremo. Este fundamento não foi alvo de contestação.”

Bolsonaro é um dos investigados no inquérito que apura uma tentativa de golpe ocorrida entre o final de 2022 e o início de 2023. Devido a isso, o ex-presidente está atualmente sujeito a uma proibição de deixar o país.

Leia abaixo a íntegra do voto do Ministro Nunes Marques – Relator HC 23.9124:

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Defesa de ex-diretor da PRF clama por equidade no tratamento Judicial e diz que Bolsonaro também deveria estar preso

Defesa alega que se a justificativa para manter a prisão é evitar interferências na produção de elementos probatórios, então o mesmo critério deveria ser aplicado ao ex-mandatário

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), elevou o tom em seu embate jurídico ao lançar um desafio direto: se Vasques está atrás das grades, por que não o ex-presidente Jair Bolsonaro?

O pedido de revogação da prisão de Vasques foi novamente apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após ele ter sido detido desde 9 de agosto do ano passado, com dois requerimentos anteriores de liberdade negados.

Segundo informações da CNN Brasil, os advogados de Vasques não apenas questionaram as bases de sua prisão, mas também lançaram uma comparação direta com a situação de Bolsonaro. Se a justificativa para manter Vasques atrás das grades é evitar qualquer interferência na produção de provas, então, argumentam os advogados, o mesmo critério deveria ser aplicado ao ex-presidente.

“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão poderia o ex-presidente”, afirmam os advogados na petição, conforme citado pela CNN Brasil.

A defesa também levantou a questão da aposentadoria de Vasques, mencionando casos anteriores envolvendo coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal que foram libertados com base em suas aposentadorias, alegando não terem influência sobre subordinados. Os advogados argumentam que, da mesma forma, Vasques não teria capacidade de influenciar o curso das investigações estando fora da prisão.

O pedido de revogação da prisão agora aguarda resposta do ministro Alexandre de Moraes, sem um prazo definido para uma decisão. Enquanto isso, Silvinei Vasques permanece detido há quase nove meses, sendo investigado no contexto das operações da PRF durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, especialmente no Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro. Este embate judicial levanta questões sobre a equidade no tratamento de figuras públicas frente à lei e reacende debates sobre a imparcialidade nas investigações e ações judiciais de alto perfil.

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Arquivos vazados evidenciam crimes cometidos por figuras políticas dos EUA e Brasil

Caso de Política com ICL Notícias – Em um relatório extenso de 541 páginas tornado público pelo Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Estados Unidos, uma investigação sobre supostos “ataques à liberdade de expressão” no Brasil lança luz sobre uma série de crimes cometidos pela milícia digital bolsonarista e extremistas como o blogueiro Allan dos Santos — um fugitivo da justiça brasileira há quase três anos, que buscou refúgio nos Estados Unidos para evitar prisão.

Os documentos em questão foram fornecidos ao Congresso norte-americano pela rede social de Elon Musk, após uma cooperação previamente acordada com o congressista Jim Jordan, um dos principais apoiadores de Donald Trump — uma figura reverenciada pelos bolsonaristas.

A Justiça brasileira havia solicitado o bloqueio de contas nas redes sociais ligadas à Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), uma entidade que alimentou políticos de extrema-direita como Gustavo Gayer, Bia Kicis e André Fernandes com uma das fake news mais notórias disseminadas durante os eventos de 8 de janeiro.

Documento revela como políticos espalharam a fake news mais conhecida do 8 de janeiro, sobre suposta morte de uma idosa

Os políticos bolsonaristas espalharam a falsa narrativa de que uma idosa havia falecido nas dependências da Polícia Federal após as prisões ocorridas naquele dia. Usando uma foto retirada de um banco de imagens, eles tentaram corroborar a história e alegar supostos abusos cometidos pela PF contra os detidos.

Para conferir credibilidade à história fabricada, a sigla da entidade chamada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB) foi utilizada de maneira a se assemelhar à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Todas essas revelações estão documentadas no relatório divulgado recentemente pelo Comitê da Câmara dos EUA.

Posteriormente, a neta da idosa em questão gravou um vídeo denunciando a fake news como “repugnante” e “desprezível”. A imagem utilizada para disseminar a mentira era na verdade de Deolinda Tempesta Ferracini, avó de sua esposa, que faleceu em novembro de 2022 devido a um acidente vascular cerebral (AVC).

O relatório enviado ao Congresso dos Estados Unidos também destaca que o número de telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi vazado online, resultando em “inúmeras ligações ofensivas e ameaças” dirigidas a ele e sua família, no contexto dos ataques à democracia e tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

Allan dos Santos foi identificado como autor de diversas ligações para o telefone de Alexandre de Moraes, proferindo “palavras agressivas e ameaçadoras”, o que colocou a segurança pessoal do ministro e sua família em risco. Embora o vídeo dessas chamadas, anteriormente divulgado pelo próprio Allan dos Santos em suas redes, não esteja mais disponível.

Estela Aranha, uma advogada brasileira e ativista de direitos digitais que trabalha para a Organização das Nações Unidas, descreve a divulgação desses documentos por políticos americanos, contendo decisões judiciais brasileiras sigilosas, como um “presumível escândalo”.

Ela argumenta que “Nosso Congresso é soberano para estabelecer nossas próprias leis eleitorais. O Brasil decide quais comportamentos constituirão crimes eleitorais soberanamente. É inacreditável que estrangeiros queiram impor suas leis sobre nós, desconsiderando nossas próprias legislações. Mais vergonhoso ainda vindo de um parlamentar que preside uma Comissão no Congresso. Isso desrespeita nossa soberania.”

As informações contidas nesse “presumível escândalo”, conforme detalhado no relatório, não revelam fatos inéditos para a justiça brasileira. Em vez disso, elas corroboram evidências já existentes que estão sendo utilizadas contra os investigados, ao mesmo tempo que alimentam as redes sociais bolsonaristas com a falsa noção de que Moraes e o STF estão praticando censura.

Polícia Federal deflagra a 26ª fase da Operação Lesa Pátria

A investiga visa possíveis financiadores dos atos terrorístas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) anunciou hoje deflagração da 26ª fase da Operação Lesa Pátria, focada na investigação dos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos, resultando em atos de violência e danos materiais.

A ação abrangeu o cumprimento de 18 mandados judiciais de busca e apreensão em oito estados do país, autorizados pelo Supremo Tribunal. Os estados alvo foram o Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (1), Pará (4), São Paulo (1), Minas Gerais (3), Espírito Santo (4), Tocantins (1) e Mato Grosso do Sul (3).

Medidas cautelares também foram aplicadas, incluindo a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados, buscando evitar possíveis dilapidações patrimoniais. Estima-se que os danos causados aos bens públicos possam chegar a R$ 40 milhões.

Os crimes sob investigação envolvem uma série de acusações graves, tais como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, e destruição ou inutilização de bens especialmente protegidos.

A PF segue conduzindo as investigações de forma contínua, com atualizações periódicas sobre o progresso da operação, incluindo o número de mandados expedidos e indivíduos detidos. O objetivo é assegurar a responsabilização dos envolvidos nos ataques, preservando a integridade das instituições democráticas do país.

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