Aliados de Trump atacam políticas alemãs de combate ao nazismo e ao discurso de ódio

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance – Foto: Reprodução

Tensões diplomáticas aumentam com críticas dos aliados de Trump sobre leis alemãs de prevenção ao extremismo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O governo Trump tem se posicionado contra as políticas da Alemanha de combate ao nazismo e ao discurso de ódio, o que tem gerado uma crescente tensão diplomática entre os dois países. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, que recentemente visitou um campo de concentração na Alemanha, expressou profunda compreensão sobre os horrores do Holocausto. “É algo que nunca esquecerei”, afirmou Vance, demonstrando pesar pela tragédia histórica.

No entanto, essa visita não passou sem controvérsias. O chanceler alemão Olaf Scholz reagiu criticamente, ressaltando que o compromisso com o lema “nunca mais” exige uma postura firme contra qualquer forma de extremismo, incluindo o apoio a partidos de extrema-direita. Scholz argumentou que, embora a memória do Holocausto seja fundamental, essa postura não pode ser reconciliada com o fortalecimento de movimentos que buscam ressuscitar ideologias fascistas.

A crescente popularidade da Alternativa para a Alemanha (AfD), um partido de extrema-direita que alcançou cerca de 20% das intenções de voto nas pesquisas, é vista com preocupação por muitos líderes alemães, que temem o impacto de seu discurso no tecido democrático do país.

O empresário Elon Musk – Foto: Reprodução

Elon Musk, um dos principais aliados de Trump, também entrou no debate ao endossar publicamente o partido de extrema-direita. Musk sugeriu que os alemães estão excessivamente focados na culpa do passado, argumentando que o país deveria reavaliar suas políticas relacionadas à liberdade de expressão e ao combate ao discurso de ódio.

As leis alemãs, que proíbem a negação do Holocausto e a promoção de símbolos e propaganda nazistas, visam garantir que os horrores do regime nazista não se repitam. Para muitos, a defesa dessas políticas é um pilar fundamental da democracia alemã, algo que, segundo seus críticos, não pode ser suavizado em nome de uma liberdade de expressão irrestrita.

O debate sobre essas questões não parece dar sinais de diminuição, com ambos os lados reforçando suas posturas em relação ao papel da memória histórica e da prevenção do extremismo no mundo moderno.

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Grupo que planejava golpe nazista é preso na Alemanha

Um dos membros do grupo “Separatistas Saxônicos” foi preso em Karlsruhe, no sul da Alemanha. Foto: Uli Deck/AFP

DCM – Nesta terça (5), a polícia da Alemanha prendeu oito pessoas que integram um grupo nazista e faziam treinamentos militares para tomar o poder na região Leste do país. O objetivo dos criminosos era promover uma “limpeza étnica”, segundo as investigações.

Os detidos têm entre 21 e 25 anos e fazem parte de uma organização chamada “Separatistas Saxônicos”. Eles se articulavam desde 2020, segundo o Ministério Público do país, e integram um grupo “de 15 a 20 indivíduos cuja ideologia é caracterizada por ideias racistas, antissemitas e parcialmente apocalípticas”.

A organização criminosa se guia por uma narrativa de que a Alemanha está à beira de um colapso e faz treinamentos militares para estabelecer um novo sistema político no Leste do país, inspirado pelos ideais do nazismo.

Investigadores apontam que os planos dos detidos inclui remover “grupos indesejados de pessoas por meio de limpeza étnica” em algumas regiões. Os treinamentos dos nazistas contava com táticas de guerra urbana e manuseio de arma de fogo, e os criminosos também usavam uniformes com camuflagem, capacetes de combate, máscaras de gás e coletes à prova de balas.

Mais de 450 agentes participaram da operação e revistaram cerca de 20 imóveis na Alemanha e na Áustria. Um dos suspeitos faz parte do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) e tentou reagir, usando um rifle, sendo ferido na mandíbula por um disparo.

O AfD, que defende pautas como a proibição da imigração, é popular no leste da Alemanha, principalmente entre eleitores mais jovens. A sigla teve uma votação expressiva nas eleições deste ano em estados como Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.