Haddad anuncia R$ 4 bilhões para destravar Plano Safra

MP visa garantir as linhas de crédito após suspensão do Tesouro Nacional por atraso na aprovação do Orçamento de 2025

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (21) a edição de uma medida provisória que libera R$ 4 bilhões em crédito extraordinário para viabilizar o Plano Safra. A decisão ocorre após o Tesouro Nacional suspender as operações do programa devido ao atraso na aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso.

Segundo Haddad, os recursos estarão dentro dos limites do arcabouço fiscal e dispensarão autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) para liberação da subvenção. O ministro afirmou que o presidente Lula determinou uma solução imediata para evitar impactos ao financiamento agropecuário.

A solução foi discutida com o presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, que confirmou que, sem essa alternativa, não haveria possibilidade de execução do Plano Safra”, explicou Haddad, em entrevista após reunião no escritório da Fazenda, em São Paulo.

O ministro também criticou o atraso do Congresso na votação do Orçamento, apontando que essa é a terceira vez em duas décadas que a aprovação não ocorre dentro do prazo constitucional. O projeto deve ser analisado apenas após o Carnaval, o que levou o governo a adotar a MP para evitar prejuízos aos produtores rurais.

Com a medida, as operações de crédito do Plano Safra devem ser normalizadas na próxima semana. Haddad garantiu que os bancos já estão sendo informados sobre os procedimentos para evitar novas interrupções. A publicação da MP está prevista para até segunda-feira (24), acelerando os trâmites burocráticos necessários para garantir a continuidade do programa.

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Conheça a íntegra da delação de Mauro Cid ao STF com os detalhes da investigação contra Bolsonaro

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente relatou tentativa de golpe de Estado; documento de quatro volumes embasa ação da PGR

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Supremo Tribunal Federal (STF) retirou, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O material, dividido em quatro volumes, detalha fatos que sustentam a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

A colaboração de Cid foi firmada com a Polícia Federal em 28 de agosto de 2023 e homologada pelo STF no mês seguinte. No acordo, ele detalha episódios que envolvem Bolsonaro e seus aliados em supostas manobras para subverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. O depoimento é considerado uma peça-chave na investigação, podendo influenciar desdobramentos políticos e judiciais.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que representantes do agronegócio financiaram parte do plano golpista, disponibilizando dinheiro para as operações necessárias. Segundo a delação, os valores foram repassados em uma sacola de vinho, conforme teria afirmado o General Braga Netto.

Veja a íntegra da delação

 Volume 1 – 15.8MB ∙ PDF file

 Volume 02 – 27.6MB ∙ PDF file

Volume 03 – 19.5MB ∙ PDF file

 Volume 4 – 2.7MB ∙ PDF file

A investigação também revelou que Bolsonaro apresentou uma minuta de golpe ao comandante de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Teophilo, e nunca desmobilizou os manifestantes que ocupavam as ruas e os quartéis após as eleições de 2022. Cid relatou ainda que aliados do ex-presidente distorceram a interpretação do artigo 142 da Constituição para tentar justificar a intervenção militar.

A PGR denunciou Bolsonaro e outros 33 envolvidos, incluindo o General Braga Netto, por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. O inquérito também revelou um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Outro trecho da delação indica que Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, tentou acessar o conteúdo da colaboração de Cid antes da sua divulgação. O ex-ajudante de ordens também afirmou que Bolsonaro encaminhava diretamente ao chamado “gabinete do ódio” ataques contra ministros do STF e promovia a disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral.

A divulgação do conteúdo deve alimentar o debate sobre a conduta do ex-presidente e o curso das investigações, que seguem em andamento. Com a peça agora acessível ao público, novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.

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Primeiro caso de Ferrugem Asiática na safra 2024/25 na Bahia é registrado tardiamente

A safra 2024/25 de soja na Bahia, já em fase de colheita, registrou o primeiro caso de Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) neste mês de fevereiro. O caso, identificado no dia 5, ocorreu no núcleo produtor de Rosário, no município de Correntina por meio de coleta de amostras suspeitas pela equipe do Programa Fitossanitário da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a confirmação ocorreu após análise em laboratório oficial credenciado, realizada com apoio da Fundação BA, em Luís Eduardo Magalhães.

Com base nas estratégias de monitoramento e com a colaboração do sistema de Caça-Esporos, que monitora constantemente os principais núcleos produtivos da região, incluindo o Anel da Soja (Estrada do Café), Placas, Bela Vista, Paraíso e Rodovia da Soja, foi possível obter um maior grau de exatidão nos levantamentos.

O registro tardio da doença nesta safra contrasta com ocorrências de anos anteriores, quando os primeiros focos foram identificados ainda em novembro e dezembro. Esse resultado é reflexo do fortalecimento das ações de monitoramento fitossanitário, do uso de boas práticas agrícolas e do acompanhamento técnico dos produtores rurais.

Monitoramento contínuo e controle efetivo

A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), responsável pelo registro oficial de ocorrências da doença no estado, acompanha de perto a situação e destaca que não há motivo de alarde, reforçando a importância do monitoramento e do controle adequado.

“Nós estamos acompanhando a situação por meio do Programa Fitossanitário, em parceria com a Aiba, Abapa e Fundação Bahia. É fundamental que o produtor esteja atento às informações técnicas para monitorar sua lavoura e realizar as aplicações de fungicidas quando necessário. Não há motivo para alarde, pois a ferrugem asiática está ocorrendo em baixa pressão e de forma tardia na nossa região. A recomendação é intensificar o controle e seguir as orientações técnicas”, explica Nailton Almeida, fiscal estadual agropecuário da Adab.

O monitoramento das lavouras baianas conta com o suporte coletivo das principais instituições do agronegócio, incluindo Aiba, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Embrapa e Fundação Bahia. Os coletores de esporos instalados em diversos pontos estratégicos do oeste baiano são ferramentas fundamentais para detectar precocemente a presença de patógenos como a Ferrugem Asiática da Soja e a Ramulária do Algodão.

A importância da prevenção e do manejo correto

Em caso de suspeita da doença, os produtores devem comunicar imediatamente a equipe do Programa Fitossanitário ou a Adab para que as medidas adequadas sejam tomadas. O gerente de Agronegócios da Aiba, Aloisio Junior, reforça que a identificação tardia da ferrugem nesta safra reflete a eficiência das estratégias de controle.

“Nesta safra, o primeiro caso foi registrado apenas em fevereiro, o demonstra um cenário de estabilidade nas ocorrências em comparação com safras anteriores, quando a doença foi identificada em meses como novembro ou dezembro. Esse resultado se deve ao monitoramento sistemático realizado pelas entidades parceiras e às boas práticas adotadas pelos produtores”, destaca Aloisio. Ele complementa que após a identificação do foco primário, a equipe técnica do programa fitossanitário, reforçou as ações de monitoramento e orientação, para o cumprimento do manejo fitossanitário preventivo, nas áreas adjacentes.

A Ferrugem Asiática da Soja pode causar perdas severas de produtividade se não for manejada corretamente. Por isso, seguir o plano de manejo com aplicação adequada de fungicidas é essencial para evitar impactos negativos na lavoura.
Assessoria de Imprensa Aiba – 13.2.2025

Operação nacional desarticula esquema de sementes falsificadas no Oeste da Bahia, RS, SP e MG

Fraude gerou prejuízo milionário; grupo vendia grãos de baixa qualidade como sementes de alto rendimento

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma operação coordenada pela Polícia Civil desmantelou um esquema de falsificação e pirateamento de sementes agrícolas que operava em pelo menos quatro estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Batizada de Operação Piratas do Agro, a ação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (4) e mobilizou 120 policiais civis e 15 agentes fiscais agropecuários.

Mandados e apreensões

Durante a operação, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão em residências e empresas e 33 em veículos. Além disso, 18 contas bancárias — de 10 pessoas físicas e 8 jurídicas — foram bloqueadas. No total, 35 veículos e documentos foram apreendidos, e duas pessoas acabaram presas, uma delas em Luís Eduardo Magalhães (BA) e a outra em São Luiz Gonzaga (RS).

Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso transformava grãos destinados à produção de ração ou alimentos, além de sementes de baixa qualidade, em produtos que imitavam marcas renomadas de sementes de milho e soja. As falsificações incluíam embalagens quase idênticas às originais, que eram produzidas em gráficas localizadas em São Paulo e na Bahia.

Prejuízos e lucros milionários

De acordo com o delegado Heleno dos Santos, titular da Draco de São Luiz Gonzaga, as investigações começaram após denúncia de uma cooperativa local que identificou prejuízos causados por sementes falsificadas. Em uma das negociações fraudulentas, o grupo causou um prejuízo de R$ 2 milhões aos produtores, com movimentações bancárias de mais de R$ 13 milhões em 15 meses.

O lucro do grupo era exorbitante. Eles vendiam cada saca falsificada com um ágio que superava R$ 1.000, chegando a gerar até R$ 1,8 milhão por carga”, explicou o delegado.

Rede criminosa e alcance nacional

As sementes falsificadas eram transportadas em caminhões do grupo e distribuídas em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal, além dos locais onde a operação foi deflagrada. Representantes comerciais e corretores atuavam como intermediários, vendendo os produtos diretamente para cooperativas e agricultores.

A fraude foi descoberta após uma carga de 1.500 sacas de milho, anunciada como de alto rendimento, ser adquirida e revendida para produtores. A safra foi perdida, já que as sementes eram de baixíssima qualidade, comprometendo a produção.

Participação conjunta

A operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), das secretarias e agências de Agricultura e Pecuária dos estados envolvidos e de diversas forças locais. “Essa é uma vitória importante contra o crime organizado, que vinha lesando diretamente agricultores e cooperativas em várias regiões do Brasil”, concluiu o delegado Heleno.

As investigações seguem em curso para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e ampliar o alcance das apreensões.

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Cargill anuncia corte de milhares de empregos e busca reestruturação global

Medida levanta dúvidas sobre ambições econômicas e visão social diante de desafios no setor agrícola

Bloomberg, editado por Caso de Política – A multinacional Cargill, maior comerciante de commodities agrícolas do mundo, anunciou o corte de aproximadamente 5% de sua força de trabalho global, o equivalente a cerca de 8.200 funcionários, como parte de sua estratégia de reestruturação até 2030. A decisão ocorre após a empresa, sediada em Minneapolis, não atingir suas metas de lucro no último ano fiscal, com resultados financeiros em queda significativa.

O plano de cortes, que não inclui a equipe executiva, foi detalhado em um memorando interno, no qual o CEO Brian Sikes justificou a medida como uma forma de “simplificar a estrutura organizacional, expandir responsabilidades e reduzir duplicações de trabalho”. No entanto, a decisão de poupar a alta liderança enquanto milhares de trabalhadores enfrentam a demissão levanta questionamentos sobre as prioridades da empresa em um momento de ajustes profundos.

Desafios financeiros e escolhas estratégicas

Os lucros da Cargill caíram para US$ 2,48 bilhões no ano fiscal encerrado em maio de 2024, menos da metade do recorde de US$ 6,7 bilhões alcançado em 2021-2022. O desempenho foi afetado por safras recordes que reduziram os preços do milho e da soja, além de um encolhimento no rebanho bovino dos Estados Unidos, o menor em sete décadas.

A companhia, que investiu fortemente no setor de carne bovina, viu as margens apertarem diante das adversidades no mercado. Essa estratégia, iniciada pelo antecessor de Sikes, passou a mostrar sinais de fragilidade, com concorrentes como a Tyson Foods também enfrentando dificuldades para estabilizar suas operações.

Reestruturação ou retração?

Além do corte de pessoal, a Cargill já havia anunciado a redução de suas unidades de negócios de cinco para três, após menos de um terço delas alcançarem as metas de lucro. A empresa também eliminou 200 vagas na área de tecnologia no início do ano, um movimento que, embora alinhado à simplificação mencionada por Sikes, pode comprometer sua capacidade de inovação em um mercado cada vez mais competitivo.

Em comunicado, a empresa defendeu sua estratégia como uma forma de fortalecer o portfólio e maximizar a competitividade. No entanto, o impacto social das demissões em larga escala e as mudanças estruturais colocam em xeque o compromisso da empresa com seus trabalhadores e com a responsabilidade social que declara manter.

Embora a Cargill projete ser “a empresa de alimentos e agricultura mais consequente do mundo” até 2030, as recentes medidas deixam dúvidas sobre o custo humano e social dessa ambição. A decisão de priorizar cortes na base, poupando a liderança, reforça a percepção de que a busca por resultados financeiros pode estar se sobrepondo à necessidade de equilíbrio entre eficiência e visão social.

“Estamos respondendo à necessidade de sermos mais rápidos, eficientes e competitivos, atendendo nossos clientes e fortalecendo nossa posição no mercado”, afirmou Sikes no memorando. Mas, em um setor que enfrenta desafios cada vez maiores, a pergunta que permanece é: a Cargill está preparada para liderar um futuro mais sustentável ou apenas focada em manter sua posição de mercado, independentemente das consequências?

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Bahia ganha destaque no agronegócio nacional com seis municípios entre os maiores produtores

São Desidério e Formosa do Rio Preto impulsionam o oeste baiano

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Dados do IBGE, divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, mostram que seis municípios da Bahia estão entre os 100 maiores produtores agrícolas do Brasil em 2023. São Desidério, na segunda posição, lidera o grupo baiano com R$ 7,8 bilhões em valor de produção, enquanto Formosa do Rio Preto, em sétimo, contribuiu com R$ 5,7 bilhões. Esses municípios somam, ao todo, R$ 23,1 bilhões, representando 2,9% do valor total da produção agrícola do país, que alcançou R$ 814,5 bilhões.

Além de São Desidério e Formosa do Rio Preto, Barreiras (25º), Luís Eduardo Magalhães (32º), Riachão das Neves (48º) e Jaborandi (62º) também figuram entre os maiores produtores, reforçando a importância do oeste baiano no cenário do agronegócio nacional.

A Bahia se destaca especialmente na produção de algodão e soja. São Desidério é responsável por 9,7% do valor total da produção de algodão no Brasil, enquanto Formosa do Rio Preto participa com 1,2% do valor da soja produzida. Essas duas culturas, junto a outras como milho e cana-de-açúcar, são pilares da economia agrícola baiana.

Em nível nacional, a produção agrícola de 2023 alcançou R$ 814,5 bilhões, e os 100 maiores municípios concentraram 31,9% desse valor, somando R$ 260 bilhões. A Bahia, com seus seis municípios no ranking, reafirma seu papel estratégico no agronegócio brasileiro, especialmente na região oeste, que se consolida como um polo de modernização e expansão agrícola.

A diversidade de culturas e o aumento da produtividade demonstram o crescimento sustentável da Bahia no setor, fortalecendo sua posição no mercado agrícola brasileiro.

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Safra de grãos no Brasil deve atingir 298,6 milhões de toneladas em 2023/2024

Conab revela impacto das adversidades climáticas e destaca recordes em algumas culturas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje a estimativa para a safra de grãos 2023/2024, projetando uma produção total de 298,6 milhões de toneladas. Apesar de representar uma queda de 6,6% em relação à safra anterior, essa quantidade se mantém como a segunda maior já registrada no país.

Queda na Produtividade e Aumento da Área Cultivada

O 11º Levantamento da Safra de Grãos aponta que a redução na produtividade é o principal fator para a diminuição no volume total de grãos. Adversidades climáticas, como variações na precipitação e inundações, impactaram negativamente as lavouras. A Conab destaca que áreas com chuvas abaixo do esperado desaceleraram o desenvolvimento das plantas, enquanto regiões com excesso de água enfrentaram inundações.

Apesar da queda na produtividade, a área cultivada teve um acréscimo de 1,5%, com 1,18 milhão de hectares a mais em comparação com a safra passada. O aumento foi liderado pela soja, com expansão de 1,95 milhão de hectares, seguido por culturas como gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Em contrapartida, o milho teve uma redução de 1,3 milhão de hectares, refletindo as dificuldades enfrentadas nas safras.

Produção de Milho e Impactos Regionais

A colheita da segunda safra de milho está avançada, com uma produção estimada de 90,28 milhões de toneladas. As semeaduras realizadas na janela ideal apresentaram boas produtividades, especialmente devido à regularidade das chuvas. No entanto, veranicos e ataques de pragas em estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul prejudicaram o potencial produtivo. A produção total de milho para o ciclo atual deve ser de 115,65 milhões de toneladas, marcando uma queda de 12,3% em relação ao período anterior.

Recordes em Algodão e Arroz

A produção de algodão pluma alcançará 3,64 milhões de toneladas, estabelecendo um recorde histórico e um aumento de 14,8% em relação à safra anterior. Esse crescimento é atribuído a condições climáticas favoráveis e ao aumento de 16,9% na área semeada.

A colheita de arroz foi finalizada com um total estimado de 10,59 milhões de toneladas, representando um aumento de 5,6%. A produção de arroz irrigado é esperada em 9,74 milhões de toneladas, enquanto o arroz de sequeiro deve atingir 844,8 mil toneladas. O aumento é atribuído à maior área cultivada, apesar de desafios climáticos que afetaram a produtividade.

Feijão, Soja e Trigo

A produção de feijão, com três safras combinadas, deve totalizar 3,26 milhões de toneladas, refletindo um aumento de 7,3%. No entanto, a segunda safra enfrentou dificuldades devido à falta de chuvas, altas temperaturas e pragas.

A soja, principal grão cultivado no Brasil, tem uma previsão de 147,38 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 4,7% em relação ao ciclo anterior. Alterações no potencial produtivo ocorreram devido a baixos índices pluviométricos e altas temperaturas.

O trigo, destaque entre as culturas de inverno, completou sua semeadura na Região Sul, que representa 85% da área cultivada. O atraso inicial devido ao excesso de chuvas no Rio Grande do Sul não impediu a conclusão do plantio. No entanto, a área destinada ao trigo deve reduzir em 11,6%, atingindo 3,07 milhões de hectares.

A safra 2023/2024 reflete a resiliência do setor agrícola brasileiro, apesar dos desafios climáticos e das reduções em algumas culturas.

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Plano Safra 2024: Lula anuncia R$ 400 bilhões para grandes produtores e R$ 76 bilhões para agricultura familiar

Ao anunciar o  maior Plano Safra da história, Lula diz que Bolsonaro finge que gosta do agro

Caso de Política com Agência Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quarta-feira (3), o Plano Safra 2024/2025, destinado ao financiamento da agricultura e pecuária empresarial, além da agricultura familiar no Brasil. Com um aumento de 10% em relação ao ano anterior, o Plano Safra deste ano aloca R$ 400,59 bilhões para grandes e médios produtores rurais, incluindo aqueles enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Do total disponibilizado, R$ 293,29 bilhões serão direcionados para custeio e comercialização, e R$ 107,3 bilhões para investimentos. As taxas de juros variam entre 7% e 12% ao ano, dependendo dos programas de crédito oferecidos. Além disso, R$ 189,09 bilhões serão concedidos com taxas de juros controladas, enquanto R$ 211,5 bilhões terão taxas livres. O programa Moderfrota, voltado para a aquisição de máquinas agrícolas, terá juros de 10,5% para produtores do Pronamp e de 11,5% para os demais. Já o Renovagro, destinado à recuperação e conversão de pastagens, aplicará uma taxa de 7%.

Lula também anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, com R$ 76 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Este valor representa um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior e é o maior da série histórica. “O plano safra exuberante pode não ser tudo que a gente precisa, mas é o melhor que a gente pode fazer”, disse Lula. O presidente enfatizou a importância de incentivar a produção para reduzir a inflação dos alimentos e garantiu que o governo cuidará para que os produtores não tenham prejuízo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que as medidas se alinham às expectativas dos países importadores do agro brasileiro, promovendo uma transição ecológica no setor. Além disso, o Plano Safra da Agricultura Familiar inclui a criação de um limite independente para jovens rurais no Pronaf B, no valor de R$ 8 mil, incentivando a autonomia e permanência dos jovens no campo.

O governo federal também disponibilizará mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para complementação dos incentivos do Plano Safra. Além disso, programas como Ecoforte, Campo à Mesa, Quintais Produtivos e Mulheres Rurais receberão investimentos significativos para apoiar a agroecologia, o extrativismo e a produção orgânica.

A agricultura familiar será incluída em três fundos garantidores da União, facilitando o acesso ao crédito e reduzindo riscos para as instituições financeiras. As cooperativas de agricultura familiar também contarão com um programa de fortalecimento, o Coopera Mais Brasil, com investimentos de R$ 55 milhões para 2024.

Com o lançamento do Plano Safra 2024/2025, o governo Lula reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira, apoiando tanto grandes produtores quanto a agricultura familiar. Os novos recursos e programas prometem impulsionar a produção, garantir a segurança alimentar e promover a inclusão social no campo.

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Abapa comemora 24 anos: Parcerias e pessoas foram a base desta jornada

Assessoria de Imprensa Abapa | Nádia Borges – A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), fundada em 31 de maio de 2000, comemora seus 24 anos de atuação em 2024. Com uma trajetória marcada pelo trabalho e comprometimento de diversas pessoas que passaram pela instituição, a Abapa tem se destacado no fortalecimento e reconhecimento do algodão baiano junto aos mercados nacional e internacional. Esta caminhada é fruto de sólidas parcerias com instituições públicas e privadas, que resultaram em avanços e melhorias do setor da cotonicultura.

“A Abapa tem sido uma força vital na promoção da cultura do algodão na Bahia, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico e social de nossa região. O posto de segundo maior estado produtor de algodão do Brasil reforça minhas palavras. A parceria contínua com o governo estadual, especialmente por meio do Programa de Incentivo à Cultura do Algodão da Bahia (Proalba), demonstra nosso compromisso conjunto para fortalecer o setor”, destaca Wallison Tum, secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia.

A associação tem orgulho em apoiar a produção do algodão mais branco e brilhante do país, com 86% da área cultivada certificada pelo Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Esta certificação atesta que os associados aplicam boas práticas ambientais, sociais e econômicas. A busca pela excelência inclui a capacitação da mão de obra responsável pelas operações no campo e nos diversos processos da cadeia produtiva. Nestes 24 anos, mais de 90 mil pessoas foram capacitadas pelo Centro de Treinamento, sustentado por parceiros estratégicos.

“É uma alegria grande ver essa entidade parceira comemorar 24 anos de relevantes serviços prestados à cotonicultura baiana, setor importante para a geração de emprego e renda, para as exportações e, consequentemente, para a economia de todo o estado. Em nome da Federação de Agricultura do Estado da Bahia e dos produtores rurais baianos, quero parabenizar a Abapa em nome do seu presidente Luiz Carlos Bergamaschi e estender meus cumprimentos a todos os colaboradores que ajudaram a construir essa história de respeito e credibilidade enquanto organização social que participa ativamente das discussões dos problemas que dizem respeito ao setor agropecuário baiano”, expressa Humberto Miranda, presidente da Federação.

O empenho na construção de relações comerciais capazes de inserir a fibra nacional em mercados estratégicos é outra bandeira da entidade. Uma caminhada iniciada há algum tempo e que levou nossos representantes a integrarem missões lideradas pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Aos poucos, juntos colhemos os frutos desse trabalho, com o reconhecimento do nosso algodão, que apresenta competitividade econômica, qualidade da fibra e volume para atender à demanda do mercado.

A Abapa tem se destacado pela qualidade e profissionalismo em todas as suas atividades, seja na execução dos programas nacionais, como o ABR e o SBRHVI, ou na contribuição ativa na promoção do algodão brasileiro, tanto no mercado interno quanto no externo. Segundo o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, a associação é uma entidade comprometida, que tem se mantido fiel a seus princípios na representação do cotonicultor baiano. Outra característica marcante é sua capacidade de engajar os associados e pensar de forma inovadora, desenvolvendo programas próprios, que não apenas impulsionam a cotonicultura no estado, mas também melhoram a qualidade de vida das comunidades ao redor.

“A Abapa respeita a sociedade como um todo, trazendo oportunidades de renda e desenvolvimento pessoal para a população local. O sucesso da entidade está intrinsecamente ligado ao estado que representa, a Bahia, uma terra de pessoas criativas e competentes, que também carrega a responsabilidade de ser o segundo maior produtor de algodão do país”, evidencia Schenkel.

Bahia dá início à colheita do algodão safra 2023/2024

Ascom Abapa | Nádia Borges – As máquinas em campo sinalizam o início da colheita do algodão na Bahia para a safra 2023/2024. Desde o dia 1º deste mês, a região sudoeste começou a colher a fibra. No oeste baiano, que detém 98% da produção, a colheita começou no dia 16. Nessa região, estão sendo cultivados 339.721 hectares de algodão, sendo 242.489 hectares de sequeiro e 97.231 hectares de algodão irrigado. No sudoeste, a área cultivada é de 5.710 hectares, com praticamente todo o volume em áreas de sequeiro.

As chuvas no início da safra preocuparam os cotonicultores, mas, ao longo dos meses, tornaram-se regulares, acumulando uma média superior a 1.100 milímetros. Isso permitiu que as lavouras de algodão se restabelecessem e apresentassem bons aspectos durante as diferentes fases de crescimento e desenvolvimento, o que é um indicativo favorável para uma boa produtividade na colheita.

Segundo o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, esta foi uma safra marcada por decisões importantes desde o plantio.

Tivemos dificuldades no início da semeadura do algodão devido ao fenômeno El Nino, com chuvas irregulares e abaixo da média. Nos meses seguintes, as chuvas transcorreram normalmente e beneficiaram o desenvolvimento da cultura. Neste início da colheita, a perspectiva é de manter nossa estimativa inicial de 312 arrobas por hectare e acreditamos que alcançaremos também uma boa qualidade do algodão produzido na Bahia”, afirma Bergamaschi.

Apesar do início conturbado no plantio, a Abapa registrou 11,5% de replantio, correspondente a uma área de 28 mil hectares. No entanto, após a semente no solo, o clima se tornou favorável e os produtores adotaram as melhores práticas agrícolas para manter a produtividade média dos últimos anos. Na safra passada, a área plantada no oeste foi de 312,5 mil hectares, com uma produtividade média de 330,8 arrobas por hectare de algodão em caroço. A produção de algodão em pluma rendeu uma produtividade de 635,8 mil toneladas.

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