Haddad propõe reduzir acesso ao abono salarial (PIS) para quem ganha acima de R$ 2.640

O governo federal, por meio do ministro Fernando Haddad, anunciou mudanças no abono salarial (PIS), que pode restringir o benefício a trabalhadores com rendimento mensal de até R$ 2.640. A proposta tem gerado controvérsias, já que muitas pessoas que atualmente recebem o benefício podem ser excluídas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou, na quarta-feira (27/11), uma proposta de restrição no pagamento do abono salarial (PIS). De acordo com a nova medida, o benefício será destinado apenas a trabalhadores com remuneração de até R$ 2.640. Atualmente, o PIS é pago aos que recebem até R$ 2.824, o equivalente a dois salários mínimos. Caso a proposta seja aprovada, uma parcela dos beneficiários poderá ser excluída, com a justificativa de focar em quem realmente necessita do auxílio.

O abono salarial (PIS) é um benefício anual pago a trabalhadores com carteira assinada que atuaram ao menos 30 dias no ano-base. O valor do benefício é proporcional ao tempo trabalhado, podendo chegar a um salário mínimo (R$ 1.412) caso o trabalhador tenha atuado durante todo o ano.

O governo justifica a mudança como uma tentativa de corrigir distorções e fraudes que, segundo o ministro, comprometem a efetividade da política pública. Haddad afirmou que o objetivo é garantir que os recursos cheguem a quem mais precisa, eliminando benefícios para aqueles que não estão em situação de vulnerabilidade. No entanto, a alteração no limite de renda estabelecido para o benefício também exclui uma parcela de trabalhadores de baixa renda que, apesar de não estarem entre os mais pobres, ainda dependem do auxílio para complementar sua renda.

A decisão tem gerado reações controversas. Trabalhadores que atualmente têm direito ao benefício, mas estão acima do novo teto proposto, podem perder o acesso ao PIS. A medida também reflete uma mudança no tratamento de políticas públicas, com um foco mais restrito no auxílio, o que pode afetar negativamente famílias que ainda enfrentam dificuldades econômicas, apesar de estarem um pouco acima da nova faixa de elegibilidade.

Além disso, as mudanças no salário mínimo também fazem parte das novas políticas, com o governo propondo um ajuste mais controlado, que não consideraria mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB), mas sim um teto de 2,5% acima da inflação. Isso significa que o salário mínimo continuará a ter reajustes, mas de forma mais moderada e dentro de um novo arcabouço fiscal. Embora o governo afirme que o reajuste continuará superando a inflação, a mudança pode resultar em uma perda de poder de compra no longo prazo para os trabalhadores.

Apesar de o governo afirmar que a medida é uma forma de combater privilégios e garantir uma distribuição mais justa dos recursos, a restrição ao PIS pode prejudicar a parte da população que, embora não esteja entre os mais ricos, ainda depende do benefício para ajudar no orçamento doméstico.

A proposta está gerando polêmica e promete ser um ponto de tensão nas discussões parlamentares nos próximos meses. Para muitos especialistas, a medida pode trazer impactos negativos para a classe trabalhadora, já que pode excluir uma parte significativa de trabalhadores de rendimentos modestos do acesso a um benefício que tem como objetivo garantir a integração dos trabalhadores ao sistema de seguridade social.

Se a proposta for implementada, ela trará consequências diretas para o bolso de milhares de brasileiros, ao restringir o acesso a um benefício considerado essencial para o complemento da renda. A decisão será debatida intensamente nas próximas semanas, especialmente entre representantes de trabalhadores e do governo.

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Ajuste fiscal do governo inclui militares e projeta economia de R$ 2 bilhões anuais

Revisão de benefícios e contribuições das Forças Armadas reforça estratégia de equilíbrio das contas públicas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ajuste fiscal promovido pelo governo federal alcançou as Forças Armadas, com a inclusão de medidas que devem gerar uma economia de R$ 2 bilhões por ano. O pacote, acertado entre os Ministérios da Defesa e da Fazenda, revisa benefícios e amplia contribuições, reforçando o compromisso do governo com a estabilidade das contas públicas.

Entre as mudanças está o fim da “morte ficta”, prática que permitia que famílias de militares expulsos por má conduta continuassem recebendo pensões integrais. A partir de agora, esses dependentes terão direito apenas ao auxílio-reclusão, nos moldes aplicados aos segurados do INSS.

Outro ponto crucial é o encerramento da transferência de pensões entre familiares, eliminando o acúmulo de benefícios que gerava aumento exponencial de despesas. O pacote também inclui o aumento da idade mínima de aposentadoria, de 50 para 55 anos, e a uniformização da contribuição previdenciária em 3,5% para todas as forças.

Embora inferior à contribuição de trabalhadores do setor privado, que varia de 8% a 11%, a medida é considerada um avanço na participação dos militares no esforço de ajuste fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância da inclusão das Forças Armadas no plano fiscal.

“Este é um passo importante para o equilíbrio das contas públicas, com a contribuição de todas as categorias para um esforço coletivo em prol do país”, afirmou.

A proposta foi pactuada com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e representa um alinhamento estratégico entre as pastas para reduzir o déficit e assegurar a sustentabilidade econômica. As ações fazem parte de um plano mais amplo para atingir as metas fiscais e garantir a solidez financeira do Brasil nos próximos anos.

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