Três governadores ampliam salários em mais de 100% desde 2022

Os governadores, Carlos Brandão (PSB), Romeu Zema (Novo) e Raquel Lyra (PSDB) tiveram aumento acima de 100%

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Nos últimos anos, a política salarial de alguns governadores brasileiros tem sido alvo de controvérsias. Segundo dados das Assembleias Legislativas estaduais e portais de transparência, três gestores estaduais dobraram ou mais que dobraram seus próprios salários desde 2022.

O governador Romeu Zema, representante do Novo em Minas Gerais, viu seu salário aumentar em 278% em maio passado. A questão gerou até litígio judicial, mas em dezembro, o STF negou um pedido para reverter o aumento, levando o salário mensal do governador bolsonarista de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil.

Já no Maranhão, Carlos Brandão (PSB) aprovou um aumento de 107% neste mês. A partir de junho, seu rendimento mensal passará de R$ 15.915 para R$ 33.006,39. A justificativa do governo maranhense foi que Brandão recebia o menor salário entre os governadores do Brasil e não tinha reajuste desde 2014.

Por sua vez, em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) sancionou um aumento de 129%. Embora a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tenha aprovado um aumento de R$ 9,6 mil para R$ 22 mil, Lyra opta por receber R$ 42.145 mensais como procuradora do estado, cargo que ocupava antes de ingressar na política.

Vale ressaltar que Raquel Lyra possui o maior salário entre os governadores brasileiros e se destaca na comparação com a renda média do estado. Seu salário é quase 38 vezes maior do que a renda per capita média dos pernambucanos em 2023, que é de R$ 1.113, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Confira o ranking dos salários dos governadores no país:

  • Pernambuco – Raquel Lyra (PSDB) – R$ 42.145,88
  • Sergipe – Fábio Mitidieri (PSD) – R$ 41.650,92
  • Acre – Gladson Cameli (PP) – R$ 40.137,69
  • Minas Gerais – Romeu Zema (Novo) – R$ 39.717,69
  • Mato Grosso do Sul – Eduardo Riedel (PSDB) – R$ 35.462,27
  • Rondônia – Marcos Rocha (União) – R$ 35.462,22
  • Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB) – R$ 35.462,22
  • Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT) – R$ 35.462,22
  • Pará – Helder Barbalho (MDB) – R$ 35.363,55
  • São Paulo – Tarcisio de Freitas (Republicanos) – R$ 34.572,89
  • Roraima – Antonio Denarium (PP) – R$ 34.299,00
  • Amazonas – Wilson Lima (União) – R$ 34.070,00
  • Piauí – Rafael Fonteles (PT) – R$ 33.806,39
  • Paraná – Ratinho Junior (PSD) – R$ 33.763,00
  • Maranhão – Carlos Brandão (PSB) – R$ 33.006,39
  • Amapá – Clecio Luis (Solidariedade) – R$ 33.000,00
  • Paraíba – João Azevedo (PSB) – R$ 32.434,82
  • Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB) – R$ 30.971,84
  • Mato Grosso – Mauro Mendes (União) – R$ 30.862,79
  • Distrito Federal (Brasília) – Ibaneis Rocha (MDB) – R$ 29.951,94
  • Alagoas – Paulo Dantas (MDB) – R$ 29.365,63
  • Goiás – Ronaldo Caiado (União) – R$ 29.234,38
  • Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R$ 28.070,00
  • Santa Catarina – Jorginho Mello (PL) – R$ 25.322,25
  • Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT) – R$ 21.914,76
  • Rio de Janeiro – Claudio Castro (PL) – R$ 21.868,14
  • Ceará – Elmano de Freitas (PT) – R$ 20.629,59
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IBAMA mobiliza veterinários para resgatar Botos em crise no Amazonas

Até agora, mais de 140 botos e tucuxis foram encontrados mortos

Repórter ABC – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tomou medidas urgentes para lidar com a situação crítica enfrentada pelos botos no Lago Tefé, no coração da Amazônia. Uma equipe composta por cinco veterinários especializados em reabilitação de animais silvestres foi enviada pelo Ibama para prestar assistência aos botos e tucuxis que estão em perigo na região.

Os profissionais do Centro de Triagem do Ibama chegaram à área afetada hoje (5) e irão colaborar de forma conjunta com outros órgãos já envolvidos no esforço de resposta a essa emergência ambiental. Até o momento, foram registradas mais de 140 mortes de botos e tucuxis, conforme o último levantamento realizado no dia 4.

Uma operação de resposta foi montada em Tefé, tendo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como coordenador, com o apoio de diversas organizações, incluindo o Instituto Mamirauá e o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPAAM).

As ações se concentram na monitorização dos animais vivos, na coleta e realização de necrópsias das carcaças e na obtenção de amostras para análises das possíveis causas do incidente, bem como de outras variáveis ambientais.

O Ibama destacou que medidas sanitárias foram adotadas para o tratamento das carcaças dos animais. Alguns botos apresentam ferimentos causados pelas lâminas dos motores das embarcações, já que a profundidade do lago não permite que eles mergulhem o suficiente para evitar as hélices. O ICMBio continua intensificando seus esforços para proteger essas espécies vulneráveis.

Outra preocupação é o monitoramento diário da temperatura da água, que atinge temperaturas superiores a 39º graus em alguns pontos do lago. A elevação da temperatura da água pode reduzir os níveis de oxigênio dissolvido e aumentar a taxa respiratória dos peixes, afetando o metabolismo e levando à morte por asfixia.

O ICMBio também informou que a Capitania dos Portos de Tefé está auxiliando na fiscalização, organização e desobstrução do lago, para facilitar a passagem dos animais em busca de áreas mais profundas e evitar o agravamento da crise.

Além disso, o instituto está acompanhando outro incidente na região de Alto Juruá, envolvendo uma grande mortalidade de peixes, demonstrando a complexidade dos desafios enfrentados na preservação da biodiversidade na Amazônia.