Deputado do PL rompe consenso e critica projeto de anistia por 8 de janeiro

Imagem: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) alerta para desequilíbrio entre poderes e pede revisão técnica do texto que perdoa crimes contra o Estado Democrático de Direito

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) criticou, nesta segunda-feira (15), o projeto de lei que concede anistia ampla aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Em discurso na tribuna da Câmara, ele justificou sua recusa em assinar o requerimento de urgência da proposta, posicionando-se contra a maioria de sua bancada. Apenas ele e Robinson Faria (PL-RN) optaram por não apoiar o avanço imediato da matéria.

Confira seu discurso

Para Rodrigues, a proposta, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), compromete o equilíbrio institucional e cria um precedente perigoso.

“A aprovação da anistia ampla, irrestrita e acelerada pelo Legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário, compromete o equilíbrio entre os poderes”, afirmou.

O projeto de anistia (PL 2858/2022) não se limita aos presos pelos atos de 8 de janeiro, mas abrange também participantes de manifestações antidemocráticas após o segundo turno de 2022, incluindo bloqueios rodoviários e acampamentos em frente a quartéis que pediam intervenção militar.

Rodrigues criticou falhas técnicas na redação do projeto. Segundo ele, o texto “não distingue com clareza entre autores intelectuais, executores diretos e mero participante, tratando de forma igual condutas gravemente distintas”.

Também condenou a inclusão de crimes eleitorais no rol de anistiados e alertou para riscos de judicialização futura.

“O texto pode se tornar inócuo ou abrir margem para questionamentos judiciais intermináveis”, disse.

O parlamentar defendeu a substituição da comissão especial – criada por Arthur Lira, mas nunca instalada – por um grupo de trabalho que possa acelerar e qualificar o debate.

“O tema exige uma construção conjunta e pacificadora”, pontuou.

Durante o discurso, Rodrigues também respondeu às críticas do pastor Silas Malafaia, que o chamou de “traíra” por sua posição contrária ao projeto.

“Lamento que, no momento em que o país clama por serenidade e equilíbrio, ele opte por adotar um discurso que contribui para o acirramento dos ânimos.”

Ironizou, ainda, que Malafaia, se quiser disputar espaço político, “coloque seu nome à disposição da população por meio do processo eleitoral”.

Ao encerrar, reafirmou sua lealdade ao Partido Liberal, embora tenha se afastado da linha majoritária nesse tema.

“Estou no PL há mais de 25 anos. Todas as posições que eu tive na minha vida política foram pelo meu partido. Eu não rasgo o meu passado, não.” Acrescentou que sua atuação parlamentar continuará sendo “pautada pela independência e pelo respeito às instituições”.

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Bolsonaristas desistem e o impeachment de Lula fica fora das mobilizações de 16 de março

Com a desistência do impeachment de Lula, lideranças bolsonaristas ajustam suas estratégias para os atos do dia 16 de março, priorizando a campanha para a eleição de 2026 e a defesa da anistia aos envolvidos no golpe de 8 de janeiro

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A expectativa para os atos de 16 de março, programados para diversas capitais do país, ganha uma nova dinâmica com a desistência dos bolsonaristas de incluir o impeachment de Luiz Inácio Lula da Silva nas pautas. A mudança de direção é marcada por uma estratégia mais voltada para o futuro: a luta pelo “fora Lula 2026” e pela “Anistia Já!” para os golpistas que participaram dos atos de 8 de janeiro.

O pastor Silas Malafaia, uma das principais figuras de apoio a Jair Bolsonaro, foi quem anunciou a alteração na proposta. Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Malafaia afirmou que o objetivo das mobilizações não é mais o impeachment de Lula, mas sim garantir que a oposição se concentre em perspectivas futuras.

“O nosso objetivo não é impeachment de Lula”, declarou o líder evangélico. “É ‘fora Lula 2026’, e ‘Anistia Já!’ para os envolvidos no 8/1.”

Essa mudança de foco reflete uma profunda estratégia política, que não só afasta a ideia de um afastamento imediato do presidente, mas também busca ampliar a pressão sobre o futuro eleitoral. Para Malafaia, a ideia de um impeachment de Lula levaria à ascensão do vice-presidente Geraldo Alckmin, que ele considera ainda mais prejudicial para o movimento bolsonarista. “Por que impeachment de Lula? Para entrar um [presidente] pior do que ele, que é o Alckmin?”, questionou, destacando a relação do vice-presidente com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, figura criticada pelo campo bolsonarista.

Com presença confirmada, Jair Bolsonaro também manifestou apoio à nova orientação das mobilizações. Segundo Malafaia, o ex-presidente considera que a prioridade do evento não deve ser o impeachment de Lula, mas a defesa da anistia para os golpistas e a própria reabilitação política de Bolsonaro, que busca reverter sua inelegibilidade para concorrer à presidência em 2026. Em breve, o ex-presidente deve gravar um vídeo confirmando seu apoio à nova pauta, que visa resgatar suas chances de retorno ao poder, ao mesmo tempo em que reforça a pressão pela liberdade dos envolvidos nos atos do 8 de janeiro.

Essa reformulação das pautas de março reflete uma estratégia de longo prazo do bolsonarismo, que busca consolidar uma base para a disputa eleitoral de 2026, ao mesmo tempo em que tenta apagar as consequências do golpismo de 2023. Ao trocar o foco do impeachment por um projeto eleitoral e pela anistia, as lideranças bolsonaristas buscam reconquistar a narrativa política no Brasil, mirando o futuro com a esperança de uma reviravolta nas próximas eleições.

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