Vereador Otoniel Teixeira faz ameaça com processo para cercear liberdade de imprensa em Barreiras

Notificação extrajudicial descabida foi direcionada ao Portal Caso de Política

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O vereador e pré-candidato a prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira (União Brasil), organizou sua assessoria jurídica para tentar cercear a liberdade de imprensa, solicitando a remoção de todas as postagens que o relacionassem no Portal Caso de Política. Esta ação é um verdadeiro ataque à liberdade de informação e expressão, princípios garantidos pela Constituição Federal.

A notificação recebida hoje pelo Caso de Política invoca, de maneira inadequada, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), um regulamento que não se aplica ao exercício legítimo da liberdade de imprensa. O pedido inclui a remoção de imagens e menções ao nome de Otoniel Teixeira, alegando violação de privacidade e direitos de imagem. Contudo, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso X, protege a intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, e o Código Penal Brasileiro, nos artigos 139, 140 e 141, trata de crimes contra a honra, que não se configuram na divulgação de informações jornalísticas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem reiterado em diversos pareceres que a liberdade de imprensa é um direito inviolável e que qualquer tentativa de censura prévia é inconstitucional. A Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) e o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) também garantem a proteção ao exercício da liberdade de expressão e a autonomia do trabalho jornalístico.

Não vamos nos acovardar diante de ameaças que evidenciam o viés autoritário, arrogante e antidemocrático do vereador Otoniel Teixeira. A tentativa de silenciar a imprensa é uma afronta aos valores democráticos e ao direito dos cidadãos de serem informados. Otoniel, como homem público, está sujeito a análises e críticas, e em nenhum momento o Caso de Política dirigiu ataques à honra de quem quer que seja, muito menos do vereador em questão. Caso não queira ser reportado, Otoniel deveria considerar abandonar a vida pública e buscar alguma outra atividade na iniciativa privada.

A imaginação efervescente de Otoniel em pensar que conseguirá nos calar não encontrará eco. Continuaremos a cumprir nosso dever de informar com integridade e coragem, resistindo a qualquer tentativa de intimidação ou censura. Vamos continuar a exercer nosso honrado ofício sempre com reportagens relevantes e de interesse coletivo, mantendo a boa prática do jornalismo independente e ético.

Existe um conto popular que diz que se a política for comparada a um zoológico, você encontrará tudo quanto é bicho – jacaré, tatu, macaco, elefante, veado… você encontra tudo quanto é bicho, menos o bicho burro, ainda mais se tiver rabo preso! É pagar para ver!

A justiça é uma via de mão dupla, sempre!

Para que tomem conhecimento e façam registros, esta matéria, bem como a documentação relacionada, estão sendo encaminhadas para:

  • Ministério da Justiça – Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores
  • Ministério dos Direitos Humanos
  • Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)
  • Secretaria de Comunicação Social (STF)
  • Secretaria de Comunicação Social (STJ)
  • Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal
  • Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal
  • Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA)
  • Ordem dos Advogados do Brasil (Nacional)
  • Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
  • Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba)
  • Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
  • Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
  • Parlamentares
  • E diversos veículos de comunicação.
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Pesquisa aponta redução de ataques contra jornalistas em 2023

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – No tumultuado cenário político do Brasil, o exercício do jornalismo muitas vezes se torna uma tarefa perigosa. Porém, uma recente pesquisa traz um vislumbre de esperança: em 2023, houve uma redução significativa nos ataques a jornalistas em comparação com o ano anterior.

Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em 8 de janeiro do ano passado, quando a jornalista Marina Dias, do The Washington Post (EUA), foi vítima de insultos e agressões enquanto cobria os ataques antidemocráticos em Brasília. Ela recorda ter sido derrubada e agredida, mesmo após receber ajuda de um militar.

De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), foram registrados 330 ataques a jornalistas em 2023, representando uma redução de 40,7% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 557 casos.

A pesquisa da Abraji apontou que os principais ataques estavam relacionados aos eventos de 8 de janeiro, onde profissionais da imprensa foram alvo de violência física e tiveram seus equipamentos destruídos, sofrendo perseguição e intimidação.

Porém, nem todos os números são positivos. A pesquisa revelou que 38,2% dos casos registrados foram considerados agressões graves, incluindo ameaças de morte e agressões físicas. Além disso, 47,2% dos ataques foram caracterizados por discursos estigmatizantes, com ofensas verbais e campanhas de descredibilização.

Um dado alarmante é que 55,7% dos ataques foram perpetrados por agentes estatais, sendo 7,9% deles através de processos judiciais com o intuito de silenciar jornalistas.

A violência de gênero também é uma preocupação, com 52,1% dos ataques originados ou tendo repercussão na internet. No Distrito Federal, foram registrados 82 ataques explícitos de gênero contra jornalistas, utilizando questões relacionadas à identidade e orientação sexual como armas.

Diante desses dados, a Abraji recomendou políticas de proteção mais robustas por parte dos poderes públicos, desenvolvimento de mecanismos pelas plataformas de redes sociais para enfrentar a violência online e medidas de formação e proteção por parte das empresas jornalísticas.

A mensagem final é clara: os jornalistas não devem hesitar em denunciar as agressões sofridas, e a sociedade como um todo deve trabalhar para garantir um ambiente seguro e propício ao livre exercício da imprensa.

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