Visita de Lula à fábrica da Huawei inicia série de encontros com empresas chinesas

Acordos visam promover pequenas e médias empresas dos dois países

Repórter ABC, com informações do Governo Federal – Uma comitiva do governo federal brasileiro, liderada pelo presidente Lula, visitou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei em Xangai na quinta-feira, 13. O grupo foi recebido pelo CEO da empresa, Liang Hua, que mostrou soluções tecnológicas desenvolvidas pela fabricante. Durante o encontro, a Huawei reforçou seu compromisso de trabalhar com o Brasil em parcerias de longo prazo para o desenvolvimento sustentável, com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização.

Segundo o governo, a empresa destacou projetos de conectividade digital em áreas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas e interligar setores de segurança. O 5G também foi tema do debate, como afirmou o presidente Lula em rede social.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou a importância de visitar empresas globais como a Huawei para aproximar o setor de telecomunicações brasileiro das grandes empresas. O MCom ainda anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento com a China para o intercâmbio de informações sobre políticas, regulamentos e padrões técnicos de telecomunicações.

Além disso, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) assinará três memorandos para cooperação industrial, economia digital e facilitação e promoção comercial. Esses acordos visam promover as pequenas e médias empresas dos dois países e proporcionar a troca de visões sobre as principais pautas de tecnologias da informação e da comunicação nos foros internacionais como União Internacional de Telecomunicações (UIT) e G20.

Durante a visita, está prevista a assinatura de cerca de 20 acordos bilaterais entre Brasil e China, incluindo a construção do CBERS-6, um satélite construído em parceria entre os dois países. O objetivo é monitorar biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens. Em março, uma comitiva de empresários brasileiros já havia visitado a China para firmar parcerias em apoio a startups e medidas para facilitar transações bancárias entre os países.

“Estamos perdendo o Brasil para a China”, diz Trump (VÍDEO)

Brics fortalecem parceria econômica e caminham para a liderança na economia do hemisfério sul

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Durante uma entrevista ao programa Tucker Carlson Tonight, da Fox News, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas preocupações em relação às parcerias econômicas e cooperações firmadas entre Brasil e China. Ele afirmou textualmente: “Estamos perdendo o Brasil”.

A declaração de Trump foi motivada pelos mais de 20 acordos firmados entre os dois países e, especialmente, pelo discurso do ex-presidente Lula durante a posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que reúne os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Lula declarou que o NBD vai se tornar o grande banco do Sul Global, criando uma alternativa para o comércio entre os países sem o uso do dólar.

Segundo Lula, “a criação deste banco mostra que a união de países emergentes é capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo”. Ele também criticou a posição hegemônica dos Estados Unidos no comércio internacional, com a imposição do dólar como moeda padrão.

Na entrevista, Trump expôs suas preocupações em relação à possibilidade de a China mudar o padrão monetário global e afirmou que isso equivaleria a perder uma guerra mundial. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão perdendo o Brasil, a Colômbia, a América do Sul, o Irã e possivelmente a Rússia, enquanto a China está ganhando.

A criação do FMI em 1944 e os receios com avanços do comunismo

Durante a Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos, em 1944, a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi vista como uma necessidade para a estabilização do sistema monetário internacional, após a Segunda Guerra Mundial. Na época, os receios em relação ao avanço do comunismo no mundo eram elevados, e o FMI foi visto como uma forma de garantir a estabilidade financeira e, consequentemente, fortalecer o capitalismo.

O FMI foi criado como uma organização internacional para promover a cooperação monetária internacional, facilitar o comércio internacional, promover a estabilidade cambial e fornecer assistência financeira a países em dificuldades econômicas. Seu objetivo principal era evitar crises financeiras que pudessem afetar negativamente a economia global e, dessa forma, contribuir para a manutenção do sistema capitalista.

Desde sua criação, o FMI tem sido alvo de críticas por sua atuação, principalmente em relação às condições impostas aos países que solicitam seus empréstimos, que muitas vezes incluem medidas de austeridade fiscal e política monetária restritiva, que podem afetar negativamente a população desses países. Apesar disso, a organização continua a exercer um papel importante no cenário financeiro global.

PIB dos Brics ultrapassa o dos países do G7

Na imagem, Dilma Rousseff (Brasil), Vladimir Putin (Rússia), Pranab Mukherjee (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul), criadores do banco dos BRICS

Durante a VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza, no ano de 2014, foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS. A iniciativa partiu de Brasil, Rússia, Índia, China – com ingresso da África do Sul posteriomente a criação _, que buscavam fortalecer a cooperação financeira entre países emergentes e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

A instituição, à época foi criada com um capital inicial de US$ 100 bilhões. Ainda em 2014, os Brics reuniam 25% do PIB mundial, mais de 40% da população e um quarto do território do planeta.

Dados mais recentes, levantados pelo site Silk Road Briefing, usando dados da plataforma Megh Updates, com sede na Índia, aponta que as economias dos Brics ultrapassaram as que compõem o G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia). Os cálculos sobre a participação no PIB mundial levam em conta o poder de paridade de compra (PPC).

A tendência deve continuar, mas a distância pode aumentar muito com a expansão do grupo de nações em desenvolvimento, no que é chamado de Brics+. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos acabaram de ingressar no Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, e o México também pode se juntar ao bloco, assim como a Argentina e outros países latino americanos.

Os atuais Brics agora contribuem com 31,5% do PIB global, enquanto a participação do G7 caiu para 30%. Espera-se que os Brics contribuam com mais de 50% do PIB global até 2030, com a ampliação proposta quase certamente antecipando isso. O PIB da China ultrapassou o dos Estados Unidos em 2015 ao comparar as economias em termos de paridade de compra.

O Banco do BRICS tem como objetivo principal fornecer recursos financeiros para projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países membros e em outras nações em desenvolvimento, visando promover o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais. Além disso, o NBD busca diversificar as fontes de financiamento internacionais, reduzindo a dependência de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A criação do Banco do BRICS representa uma importante alternativa para países em desenvolvimento que buscam financiamento para projetos de grande envergadura, sem as exigências impostas por outras instituições financeiras internacionais. Apesar das críticas iniciais, o NBD vem conquistando espaço no cenário financeiro global e fortalecendo a cooperação Sul-Sul, contribuindo para a diversificação do sistema financeiro internacional.

Brasil e China fortalecem parceria econômica, enquanto banco dos BRICS ganha destaque como alternativa ao atual sistema financeiro global

Embora ainda haja receios e muita tentativa de manipulação sobre o que é comunismo. Nesse sentido, o que é importante objeto de análise são os importantes acordos firmados pelo Brasil com a China e que o Banco dos BRICS caminha a passos largos para comandar a economia do hemisfério sul. Essa mudança de cenário econômico internacional está gerando grandes receios em alguns países desenvolvidos, assim como acontecia quando foi criado o FMI, em 1944.

É preciso destacar que, atualmente, não existem mais os clássicos países comunistas. Hoje em dia, existem países que procuram a prática da social-democracia, uma forma de governo de centro que busca conciliar a economia de mercado com políticas sociais e uma distribuição mais equitativa de renda e riqueza.

Ao criar o Banco dos BRICS e firmar acordos com a China, o Brasil se reafirma aliado de um grupo de países emergentes que buscam mais autonomia e independência em relação às instituições financeiras tradicionais controladas pelos países desenvolvidos. Essa união pode gerar receios em alguns países, como os Estados Unidos, que já manifestaram preocupações com o fortalecimento da China e a perda de influência do dólar no comércio internacional.

No entanto, é importante notar que essa mudança no cenário econômico pode representar uma oportunidade de desenvolvimento econômico e redução da dependência em relação aos países desenvolvidos para os países emergentes. Embora os receios ainda existam, é preciso compreender que o mundo mudou desde a criação do FMI em 1944, a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética e que novos atores econômicos estão surgindo para desafiar a posição hegemônica dos países desenvolvidos.

Lula e Xi Jinping emitem declaração conjunta sobre combate às mudanças climáticas

O encontro entre o presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, resultou em uma declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas. Nessa declaração, ambos os líderes se comprometeram a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima.

Esse compromisso é extremamente importante, pois o Brasil e a China estão entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, e a cooperação entre esses países pode ter um grande impacto na redução dessas emissões.

Além disso, essa declaração conjunta pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar o problema das mudanças climáticas. Como uma das maiores economias do mundo, a China desempenha um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, e a sua disposição em cooperar com outros países é um sinal positivo para o futuro.

Em resumo, a declaração conjunta Brasil-China sobre combate às mudanças climáticas é um passo importante na luta global contra as mudanças climáticas. O compromisso de ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima pode ter um impacto significativo na redução das emissões de gases de efeito estufa, e pode ser um sinal de que a China está disposta a trabalhar com outros países para enfrentar esse problema global.

Leia na íntegra:

  1. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping reuniram-se em Pequim em 14 de abril de 2023. Durante sua conversa, os presidentes Lula e Xi reconheceram que a mudança climática representa um dos maiores desafios de nosso tempo e que o enfrentamento desta crise contribui para construir um futuro compartilhado de prosperidade equitativa e comum para a humanidade.
  2. A comunidade científica internacional tem mostrado, de maneira inequívoca, que a atividade humana está mudando o sistema climático global e criando novos desafios para o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos têm responsabilidade histórica pelas emissões de gases de efeito estufa e devem assumir a liderança na ampliação das ações climáticas, alcançando a neutralidade climática antes de 2050, fornecendo financiamento climático e respeitando o direito ao desenvolvimento e o espaço político dos países em desenvolvimento.
  3. O Brasil e a China enfatizam a necessidade de combinar uma ação urgente para o clima com a conservação da natureza para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a erradicação da pobreza e da fome, sem deixar ninguém para trás.
  4. Brasil e China comprometem-se a ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima, bem como esforços conjuntos para uma melhor governança global no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), de acordo com a equidade e o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais, no contexto do desenvolvimento sustentável, do inalienável Direito ao Desenvolvimento e dos esforços para erradicar a pobreza e a fome.
  5. Sob a égide da UNFCCC, o Acordo de Paris nos oferece um guia para coletivamente manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e para perseguir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras comerciais verdes, e que esteja firmemente fundamentado em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional.
  6. Saudamos a mensagem política central da COP27, em particular a necessidade de meios de implementação para os países em desenvolvimento, em momento em que o Acordo de Paris está sendo implementado em conformidade com a melhor ciência disponível e com base na equidade e no princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais.
  7. Os países em desenvolvimento requerem apoio previsível e adequado dos países desenvolvidos, incluindo financiamento climático com escopo, escala e velocidade necessários e comensuráveis, bem como acesso à tecnologia e aos mercados para garantir e possibilitar seu desenvolvimento sustentável. Considerando que a implementação de uma transição justa para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima nos países em desenvolvimento custará trilhões de dólares, como apresentado no primeiro Relatório sobre a determinação das necessidades dos países em desenvolvimento relacionadas à implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris, continuamos muito preocupados com que o financiamento climático fornecido pelos países desenvolvidos continue a ficar aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como tem acontecido todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo quando o montante real necessário ultrapassava de longe esse compromisso. Exortamos os países desenvolvidos a honrarem suas obrigações não cumpridas de financiamento climático e a se comprometerem com sua nova meta quantificada coletiva que vai muito além do limite de US$ 100 bilhões por ano e fornecer um roteiro claro de duplicação do financiamento da adaptação. Tal provisão de meios de implementação para os países em desenvolvimento é a ambição climática que o mundo precisa para fortalecer a implementação da UNFCCC e de seu Acordo de Paris.
  8. Estamos determinados a contribuir para uma COP28 bem sucedida com o foco na implementação, em Dubai, no final deste ano. Como principal mecanismo para promover a implementação e ambição em todos os aspectos do Acordo de Paris sob a UNFCCC, o Estoque Global deve ser eficaz na avaliação e identificação de lacunas de implementação no âmbito do regime climático, enquanto prospectivamente lança as bases para que os países desenvolvidos assumam a liderança na redução de emissões e preencham as lacunas pendentes nos meios de implementação para os países em desenvolvimento.
  9. Os resultados do Estoque Global e do 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (AR6) serão importantes para informar os países na apresentação de sua próxima rodada de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs) ao Acordo de Paris em 2025, de forma determinada nacionalmente e levando em conta as diferentes circunstâncias nacionais, na COP30. A China apoia a candidatura brasileira para sediar a COP30, já que a cúpula de 2025 será fundamental para o próprio futuro da resposta global às mudanças climáticas.
  10. Saudamos os esforços de cientistas brasileiros e chineses para participar ativamente da eleição do Escritório AR7 do IPCC e sua dedicação às avaliações científicas sobre a mudança climática global.
  11. Congratulamo-nos e estamos determinados a continuar nossos respectivos e ambiciosos esforços e progresso climático em nossos países, e nos comprometemos a ampliar, aprofundar e diversificar nossa cooperação bilateral em questões climáticas, em áreas como transição para uma economia global sustentável e de baixo carbono; cidades inteligentes; infraestrutura verde; desenvolvimento de indústrias verdes; energias renováveis, incluindo acesso e apoio a comunidades isoladas; mobilidade elétrica; inovação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes; e finanças e investimentos verdes. Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais. Continuaremos a cooperar no desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias, incluindo o novo satélite CBERS 6, que permitirá um melhor monitoramento da cobertura florestal. Além disso, promoveremos o intercâmbio de conhecimentos, melhores práticas e outras formas de cooperação para conservação e manejo sustentável das florestas, regeneração e reflorestamento de áreas degradadas.
  12. O Brasil e a China promoverão diálogos políticos e compartilhamento de experiências sobre investimentos e finanças climáticas.
  13. O Brasil e a China decidem estabelecer um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudança Climática sob o Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN).
  14. O Presidente Lula agradeceu ao Presidente Xi e ao governo chinês pela calorosa acolhida dada à delegação brasileira durante sua visita.

Banda do Exército Chinês toca “Novo Tempo” de Ivan Lins em homenagem ao Brasil durante recepção de Lula (VÍDEO)

Homenagem ocorreu durante encontro entre os presidentes no Grande Palácio do Povo em Pequim

Repórter ABC com informações EBC – Na manhã de sexta-feira (14), a banda do Exército Chinês prestou uma homenagem ao Brasil durante a recepção do presidente Lula e sua comitiva pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo em Pequim. A melodia escolhida foi a música “Novo Tempo” de Ivan Lins, que foi acompanhada por imagens da bandeira do Brasil sendo exibida no telão.

A letra da música escolhida diz: “No novo tempo, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta (…) Pra que nossa esperança seja mais que vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança”. A homenagem foi um gesto simbólico de amizade entre os dois países.

Além da homenagem, o presidente Lula e o presidente Xi Jinping assinaram 15 acordos bilaterais entre os dois países, que totalizam um investimento de R$ 50 bilhões no Brasil. Entre os acordos, destacam-se os memorandos de entendimento entre o Ministério das Finanças chinês e o Ministério da Fazenda brasileiro, voltados para infraestrutura e parcerias público-privadas, além de um protocolo que estabelece a parceria sino-brasileira para fabricação e operação de satélites CBERS-6.

A reunião ocorreu no segundo dia da visita oficial de Lula à China, na quinta-feira (13), o presidente participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICS. Após o jantar oficial oferecido pelo governo chinês, Lula prometeu falar com a imprensa na Embaixada do Brasil em Pequim.

Um dos três países que mais avançam em metas de água, Brasil vê crescer sua responsabilidade

A iniciativa ONU Água informa que no Brasil, os cursos de água tiveram um padrão de qualidade de referência ao aumentar oito pontos percentuais entre 2017 e 2020.

De acordo com as Nações Unidas, o país está entre os três casos de sucesso do mundo pelos progressos alcançados rumo a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, durante o período. Os dados foram ressaltados na Conferência da Água, que termina esta sexta-feira, em Nova Iorque.

Maiores desafios globais

No evento, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse à ONU News que a posição do país evidencia também sua responsabilidade perante um dos maiores desafios globais.

“O Brasil recentemente recebeu uma boa notícia. Foi o fato de estar entre os três países considerados os que mais avançaram na agenda justamente do ODS 6, que é o nosso Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que trata de água e saneamento. O Brasil, Gana e Cingapura foram considerados pela avaliação das Nações Unidas como os três países que promoveram avanços. E isso é muito positivo.”

A avaliação aponta decisões de investimento positivas para melhorar a qualidade da água e a construção de 900 novas estações de tratamento de águas residuais desde 2013.

Os detalhes dos progressos serão apresentados no Fórum Político de Alto Nível da ONU, em julho.  Para Capobianco, a água é também uma questão de qualidade de vida.

Reconhecimento das Nações Unidas

“Claro que esse reconhecimento por parte das Nações Unidas é muito importante para nos estimular a fazer mais porque nós sabemos o quanto ainda estamos longe do nosso objetivo. De resolvermos esse problema, que para nós é como uma chaga. Como uma mancha na nossa trajetória porque uma pessoa sem a água de qualidade e sem escoamento sanitário não pode ter uma qualidade de vida adequada.”

O secretário-executivo aponta um percurso longo para atingir 99% dos brasileiros com acesso à água e 90% com saneamento até 2033, que é o plano do governo.

Para tal, ele ressaltou que políticas públicas devem promover a inovação nesses setores essenciais.

A descentralização baseada em ecossistemas deve ser prioridade para “garantir o acesso à água em qualidade e quantidade para todos, especialmente para as populações mais vulneráveis, povos indígenas e comunidades rurais”.

Na Iniciativa de Monitoramento Integrado para o ODS 6, a ONU ressalta o propósito de informar e inspirar com “exemplos concisos e acessíveis” que demonstram, por meio de casos reais, que o progresso acelerado é possível.