Brics avança no uso de moedas locais para comércio e investimentos, sob presidência brasileira

A medida busca reduzir custos financeiros entre os países-membros, com foco na expansão do uso de moedas locais e na reforma da governança global

Caso de Política com Agência Brasil – O Brics – sob a presidência rotativa do Brasil, desde 1º de janeiro – avançará no uso de moedas locais para realizar operações financeiras relacionadas ao comércio e investimentos realizados pelos países-membros do grupo. O objetivo é reduzir os custos de operações comerciais financeiras das nações emergentes.

A confirmação foi dada pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Lyrio, nesta sexta-feira (21), em conversa com jornalistas, em Brasília. O secretário é o negociador-chefe do Brasil no Brics, indicado para coordenar os trabalhos com a função de “sherpas” (palavra de origem tibetana usada para denominar os guias de alpinistas).

É algo que já se desenvolve no Brics desde 2015 e nós continuamos a avançar, até porque o uso de moedas locais já é praxe no comércio bilateral entre membros do Brics. Vários membros já usam moedas locais no seu comércio bilateral, o que continuará no período da presidência brasileira”, declarou.

De acordo com Lyrio, o sistema de pagamentos em moedas locais está entre as prioridades das potências regionais neste ano que serão debatidas na próxima terça (25) e quarta-feira (26), entre os principais líderes negociadores representantes das 11 nações integrantes do bloco.

São elas: Brasil, Rússia, Índia e China, África do Sul. Em janeiro de 2024, aderiram ao grupo como membros plenos: Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã.

O secretário do Itamaraty justificou que, neste momento, o Brics não discutirá a criação de uma moeda comum para o bloco.

“Não há acordos sobre o tema e também porque é muito complexo este processo. São economias grandes. Esse não é um tema fácil de administrar e, obviamente, há outras maneiras de redução de custos de operação. Tem a ver com a lógica interna do Brics”.

O secretário Maurício Lyrio afirmou que o posicionamento de não discutir uma moeda comum não está relacionado a declarações de autoridades internacionais. Recentemente, o novo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou os países-membros do bloco com tarifas de 100% sobre as importações deles, caso o grupo busque alternativa ao dólar nas negociações internacionais.

O diplomata não descartou a possibilidade de os chefes de Estado do Brics discutirem a adoção de uma moeda comum no futuro. “Nada impede que os presidentes discutam a possibilidade, em um horizonte mais distante.”

O sherpas brasileiro ressaltou ainda que o Brics nasceu com a vocação de reforçar o multilateralismo para solucionar problemas e reformar a governança global.

“Reformar para que ela [governança global] se torne mais democrática, mais inclusiva, mais representativa nesses mesmos países.”

Prioridades

As reuniões da próxima semana servirão para apresentar aos sherpas do Brics as demais prioridades do Brasil no comando do grupo, além do uso de moedas locais para realizar operações financeiras.

Os temas serão alinhados para até a Cúpula de chefes de Estado do Brics, prevista para ocorrer nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

As cinco prioridades que serão levadas ao encontro de dois dias são: cooperação em saúde, financiamento de ações de combate à mudança do clima; comércio, investimento e finanças do Brics; governança da inteligência artificial; e desenvolvimento institucional do Brics.

O encontro será aberto na terça-feira pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, na capital federal. Existe ainda a possibilidade de uma sessão especial com discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos participantes, no segundo dia do evento.

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Rio de Janeiro sediará Cúpula do Brics em julho, reforçando protagonismo internacional

Encontro reunirá chefes de Estado e autoridades de países-membros do bloco para debater cooperação e desenvolvimento

Caso de Política com Agência Brasil – O Rio de Janeiro foi confirmado como sede da Cúpula dos Líderes do Brics em 2025. O evento ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho, consolidando a cidade como um dos principais palcos da diplomacia global. O anúncio foi feito neste sábado (15), após reunião entre o prefeito Eduardo Paes, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e representantes do governo federal no Palácio da Cidade, em Botafogo.

A escolha do Rio não ocorre por acaso. Apenas um ano após ter recebido a Cúpula do G20, a capital fluminense se projeta novamente no cenário internacional como ponto estratégico para negociações multilaterais. Além dos chefes de Estado e ministros dos países do Brics, o evento reunirá representantes da sociedade civil e do setor empresarial, reforçando a agenda de cooperação econômica e diplomática do bloco.

“A gente se sente muito orgulhoso de representar todos os brasileiros com as belezas da nossa cidade, com seus desafios, ninguém é ingênuo, inocente aqui. Mas é uma cidade muito especial, que a gente tem muito orgulho. Rio mais uma vez capital do mundo, com G20 no ano passado, agora Brics e quem sabe eu não consigo a assinatura do decreto presidencial de Rio capital honorária do Brasil”, afirmou Eduardo Paes em vídeo publicado nas redes sociais ao lado do chanceler Mauro Vieira.

Com a presidência rotativa do Brics sob comando do Brasil desde 1º de janeiro, o encontro no Rio simboliza uma oportunidade de fortalecer laços entre os países-membros, que atualmente incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã. O chanceler Mauro Vieira destacou a importância do evento para o avanço das relações internacionais.

“Receberemos os chefes de Estado dos 20 países que integram o Brics nas categorias de membros plenos e parceiros em que vamos tomar decisões importantes para o desenvolvimento desses países, para a cooperação e para a melhoria das condições de vida dos habitantes desses países. Mais uma vez o Rio de Janeiro será palco de uma importantíssima reunião internacional”, afirmou Vieira.

Para coordenar as ações relacionadas ao evento, a prefeitura criou o Comitê Rio Brics, que ficará responsável pelo “Calendário Brics Rio”, reunindo iniciativas e atividades até o fim de 2025. Além disso, o comitê participará de fóruns e comissões em nível nacional e internacional, acompanhando debates estratégicos sobre economia, desenvolvimento sustentável e inovação.

A Cúpula do Brics promete ser um marco na agenda diplomática do Brasil em 2025, fortalecendo sua posição no bloco e ampliando o protagonismo do Rio de Janeiro como polo de grandes eventos internacionais.

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Após ofensiva de Trump, Brasil reforça uso de moeda local no Brics

Trump fala em “morte” do Brics após ameaçar países com tarifas

Agência Brasil – Em meio à ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brics, a presidência do Brasil do bloco se comprometeu a desenvolver uma plataforma que permita aos países-membros usarem suas próprias moedas para o comércio entre eles, o que poderia abrir caminho para substituir, em parte, o dólar como moeda do comércio internacional.

De forma a cumprir o mandato estabelecido pelos líderes do Brics na Cúpula de Johanesburgo em 2023, a presidência do Brasil dará continuidade aos esforços de cooperação para desenvolver instrumentos de pagamento locais que facilitem o comércio e o investimento, aproveitando sistemas de pagamento mais acessíveis, transparentes, seguros e inclusivos”, informa o documento.

A medida contraria os interesses dos Estados Unidos, que iniciaram uma guerra comercial com a elevação de tarifas para alguns mercados e produtos, incluindo o aço e alumínio, mercadorias que o Brasil exporta para o país norte-americano.

Nessa quinta-feira (13), antes de se reunir com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que faz parte do Brics, o presidente Trump disse que o bloco estaria “morto” depois das ameaças que fez de taxar em 100% as importações dos países que substituam o dólar.

Por sua vez, o documento da presidência brasileira do Brics afirma que o “recurso insensato ao unilateralismo e a ascensão do extremismo em várias partes do mundo ameaçam a estabilidade global e aprofundam as desigualdades”.

O documento completa dizendo que “o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado o potencial do Brics como espaço para construção das soluções de que o mundo tanto precisa. Mais do que nunca, a capacidade coletiva de negociar e superar conflitos por meio da diplomacia se mostra crucial. Nosso agrupamento dialoga com todos e está na vanguarda dos que defendem a reforma da governança global”.

Desdolarização
Professor de ciência política da UFRGS Fabiano Mielniczuk – Fabiano Mielniczuk/Arquivo Pessoal

O professor de ciência política Fabiano Mielniczuk, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), destacou que o Brasil terá que deixar mais claro para o mundo o que significa esse tipo de mecanismo de pagamento em moeda local.

O Brasil tem enfatizado bastante, principalmente na figura do seu Sherpa novo, o [embaixador] Maurício Lirio, que não pretende avançar no sentido da desdolarização das relações econômicas internacionais. O Brasil não quer criar atritos com os EUA. E o Brasil precisa deixar claro até que ponto a criação de mecanismos para pagamento em moeda local no âmbito do Brics representa, ou não, uma alternativa ao dólar”, ponderou.

Para especialistas consultados pela Agência Brasil, os EUA buscam preservar sua hegemonia econômica global, que tem no dólar como moeda internacional uma das suas principais vantagens. Por outro lado, os países do Brics defendem que o uso de moedas locais para o comércio traz benefícios econômicos e reduz fragilidades externas, pois os países não precisariam recorrer sempre ao dólar para o comércio exterior.

A professora de relações internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Elisa Saggioro Garcia avalia que a nota do Brasil não trouxe novidades em relação ao que já vinha sendo discutido no âmbito do bloco em relação aos meios de pagamento, faltando ainda detalhar como isso seria implementado.

Professora de Relações Internacionais da UFRRJ e pesquisadora do Brics Policy Center, Ana Elisa Saggioro Garcia – Ana Elisa Saggioro Garcia/Arquivo Pessoal

“Há muito o que se fazer para enfrentar esse período Trump. Acho que se, de fato, o Brics conseguir avançar em facilitar o comércio interno dentro do bloco, à revelia das tarifas impostas, avançando nos descontos de transações de crédito e no financiamento do comércio em moedas locais, vamos ter um avanço significativo”, comentou Ana Elisa, que é pesquisadora do Brics Policy Center, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

IA e indústria

O Brasil ainda promete fortalecer a recém-criada Rede de Think Thanks sobre Finanças e a cooperação em infraestrutura, tributação e aduanas, assim como aprofundar a Parceria Brics para a Nova Revolução Industrial (PartNIR), “cujo objetivo é a diversificação e a atualização tecnológica da base industrial dos países do agrupamento”.

A regulação da Inteligência Artificial (IA) é outra agenda da presidência brasileira no Brics. Para o professor Fabiano Mielniczuk, o Brasil e os Brics precisam avançar na proteção dos dados produzidos nos países.

Esses dados estão gerando riqueza para as big techs. O Brasil deveria focar na dimensão econômica da economia de dados que está por trás da geração de modelos de IA e não apenas regular o uso da IA. Se o viés econômico de economia de dados avançar no tratamento de IAs, aí os interesses do Sul Global vão ser atendidos”, argumentou o especialista em Brics.

FMI e Banco Mundial

No documento que detalha as prioridades da presidência brasileira, o país se comprometeu ainda a promover a defesa da reforma das instituições financeiras internacionais, em especial, do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).

A presidência brasileira pretende aumentar a representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança [no FMI e Banco Mundial], refletindo melhor as contribuições das nações do Sul Global para a economia mundial, bem como objetiva trabalhar para aprimorar iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo de Reservas para Contingências”, diz o texto.

O Arranjo de Reservas para Contingências do Brics (CRA), criado em 2014, provê suporte para os países com recursos para casos de crises de liquidez das economias do bloco. O CRA conta com, ao menos, US$ 100 bilhões em reservas. Já o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) é o banco dos Brics, atualmente comandado pela ex-presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que tem defendido a expansão do uso de moedas locais.

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Trump ameaça taxar Brics em 100% se bloco desafiar o dólar com moeda própria

Declaração de Trump destaca tensões comerciais e geopolíticas ao mencionar a criação de uma moeda própria pelo bloco, com potencial para reconfigurar o comércio internacional

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a disparar duras ameaças contra o bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), afirmando que aplicará tarifas de 100% sobre os produtos dos países do grupo caso esses avancem com a criação de uma moeda própria para transações internacionais. Trump se referiu à ideia como um “brincar com o dólar”, destacando que os membros do Brics se arrependeriam de tentar desafiar a supremacia da moeda norte-americana no comércio global.

Eles [países do Brics] voltarão e dirão: ‘Nós imploramos para que você não faça isso’. O Brics está morto desde que mencionei [que taxaria em 100%]”, disse Trump, em uma declaração feita no Salão Oval da Casa Branca, após assinar um decreto que abre caminho para tarifas recíprocas sobre países que impõem taxas sobre produtos norte-americanos.

O decreto de Trump estabelece um plano para que os Estados Unidos cobrem tarifas mais altas sobre produtos de países que aplicam tarifas de importação sobre os bens dos EUA. A medida não será imediata, mas deve começar a ser implementada a partir de 2 de abril, com o etanol brasileiro sendo um dos exemplos de produtos que entrariam nessa mira.

Possíveis consequências políticas e econômicas para o Brics

A ameaça de Trump de taxar o Brics em 100% caso o bloco avance com a criação de sua própria moeda não é apenas uma pressão econômica, mas também um jogo geopolítico estratégico. Caso os países do Brics sigam em frente com essa proposta, poderiam enfrentar sérias repercussões. A criação de uma moeda única para transações internacionais abalaria o atual sistema financeiro global, que é fortemente dominado pelo dólar dos Estados Unidos.

Se o Brics deixar de usar o dólar, isso poderia significar uma mudança radical no comércio mundial. Em primeiro lugar, os países do bloco precisariam garantir a confiança internacional em sua nova moeda, o que envolveria uma reconfiguração significativa nas instituições financeiras globais. Os mercados financeiros seriam profundamente afetados pela mudança, com possíveis flutuações acentuadas nas taxas de câmbio e um aumento da volatilidade econômica.

Além disso, a medida teria impactos diretos nas economias dos países do Brics. Por um lado, a autonomia financeira proporcionada por uma moeda própria poderia permitir uma maior independência econômica, reduzindo a dependência de mercados ocidentais e os impactos de políticas externas dos EUA. Por outro lado, enfrentariam enormes desafios logísticos, políticos e diplomáticos ao tentar desvincular-se do sistema financeiro liderado pelos EUA, o que poderia prejudicar seus laços com países ocidentais.

A potencial ruptura do sistema de dolarização global também poderia precipitar um novo ciclo de desglobalização, onde as economias emergentes se distanciam ainda mais do capitalismo ocidental e buscam alternativas autônomas, o que levaria a uma reconfiguração do equilíbrio de poder no comércio internacional. Nesse cenário, as consequências seriam complexas e imprevisíveis, afetando tanto os países do Brics quanto os mercados globais.

Vale ressaltar que o Brics já representa um peso significativo no comércio e na economia mundial. Composto por algumas das principais economias emergentes do planeta, o bloco abriga 45,2% da população mundial e detém 24,5% das exportações globais. Além disso, sua tendência de crescimento supera a média global, com previsões de expansão robusta para a próxima década. De acordo com dados de paridade do poder de compra, o PIB do Brics já é maior do que o do G7 desde o ano passado, tornando-o uma potência econômica crescente que, se decidir desafiar o domínio do dólar, certamente provocará uma reconfiguração das relações comerciais internacionais.

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Putin exibe cédula simbólica do Brics e reacende debate sobre moeda comum, Trump ameaça com tarifação de 100%

Nota com bandeiras dos países do bloco sugere ambição de alternativa ao dólar no comércio global

The Castern Herald editado por Caso de Política – A exibição de uma cédula simbólica do Brics pelo presidente russo, Vladimir Putin, provocou um novo ciclo de discussões sobre uma moeda comum entre os países do bloco, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O momento ocorreu durante a cúpula em Kazan, no dia 24 de outubro, quando Putin apresentou a nota, ilustrada com as bandeiras dos membros fundadores, como um símbolo das ambições do grupo de buscar alternativas ao sistema financeiro dominado pelo dólar americano.

Segundo a agência russa Sputnik, houve um debate a portas fechadas sobre a viabilidade da moeda comum, enfatizando o desejo de maior independência econômica dos países-membros. Durante a conferência, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a criação de sistemas de pagamentos alternativos para transações comerciais no bloco, alegando que isso reduziria as assimetrias do sistema financeiro global.

Não é sobre substituir nossas moedas, mas garantir que a multipolaridade seja refletida no sistema financeiro internacional”, afirmou Lula, por videoconferência.

Com a presença de líderes de 20 países, incluindo Turquia e Irã, a cúpula destacou propostas concretas, como o desenvolvimento de um sistema de pagamento internacional liderado pelo Brics. O bloco também reforçou sua posição como uma plataforma para criticar a governança financeira dominada por instituições como o FMI e o Banco Mundial, consideradas por membros do Brics como inadequadas para os interesses das economias emergentes.

Trump ameaça tarifas de 100% contra países do Brics em reação à desdolarização

Presidente eleito dos EUA adota retórica agressiva contra planos do bloco de reduzir dependência do dólar

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra o Brics ao ameaçar impor tarifas de 100% sobre produtos dos países do bloco, caso avancem com planos de criar uma moeda alternativa ao dólar. Em postagem na rede Truth Social, Trump declarou que os Estados Unidos não tolerarão a tentativa de enfraquecer a supremacia do dólar no comércio internacional.

Esses países devem se comprometer a abandonar qualquer plano de criar uma nova moeda. Caso contrário, enfrentarão tarifas de 100% e dirão adeus ao acesso à economia americana”, escreveu Trump, classificando a ideia como “impossível” de substituir o dólar.

A retórica combativa de Trump ocorre em meio a discussões sobre desdolarização lideradas pelo Brics, que visa reduzir a dependência da moeda americana e criar um sistema financeiro multipolar. Especialistas avaliam que essa postura pode desencadear tensões comerciais e impactos significativos na economia global.

Economistas alertam que as tarifas prometidas por Trump, além de dificultarem o comércio com países do Brics, poderiam elevar os preços de produtos importados nos Estados Unidos e reacender a inflação. Wall Street já manifesta preocupações sobre as possíveis consequências econômicas, enquanto investidores buscam refúgio em títulos do Tesouro americano, diante da expectativa de juros mais altos.

As reações de Trump contrastam com o argumento do Brics de que a desdolarização não visa destruir o sistema financeiro vigente, mas complementá-lo. “É uma alternativa para interesses comuns”, disse o economista Robson Gonçalves, da FGV.

No contexto de crescente polarização global, o Brics busca consolidar-se como uma força capaz de reequilibrar o poder econômico mundial, enquanto Trump reforça o papel do dólar como base do sistema financeiro internacional.

Rússia propõe criação de bolsa de grãos para o Brics

Plano visa reduzir interferências externas e criar alternativa ao mercado ocidental de commodities

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Rússia sugeriu a criação de uma bolsa de negociação de grãos entre os países do Brics, durante a 16ª cúpula do grupo, realizada em Kazan, Rússia. A proposta faz parte de um esforço mais amplo para construir alternativas às instituições financeiras ocidentais, como a CBOT, uma das maiores bolsas agrícolas do mundo, sediada nos Estados Unidos.

O presidente russo, Vladimir Putin, destacou que a iniciativa busca proteger os mercados nacionais de interferências externas, especulações e da criação artificial de escassez alimentar. Além disso, mencionou a possibilidade de expansão da bolsa para outras commodities essenciais, o que poderia fortalecer a autonomia do bloco em um cenário global de multipolaridade econômica.

O Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, reforça sua aposta em consolidar um contraponto à influência das economias ocidentais, em especial dos EUA, União Europeia e Reino Unido. O grupo, ampliado em 2023 com a inclusão de novos membros como Egito, Etiópia e Arábia Saudita, agora delibera sobre a entrada de outros países, como Vietnã, Turquia e Nigéria, reafirmando seu papel crescente na geopolítica mundial.

Putin também citou a criação de uma plataforma de investimentos mútuos entre os membros, que impulsionaria o desenvolvimento econômico das nações do Sul Global. O encontro reforçou o apelo por reformas nas instituições de Bretton Woods, com maior representação de países em desenvolvimento e emergentes nas posições de liderança.

A proposta russa, entretanto, ocorre em um contexto de desafios para o grupo, como a decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela e Nicarágua no bloco. A busca por novas alternativas segue como uma resposta direta à crescente pressão das economias ocidentais sobre países não alinhados ao seu modelo econômico.

Leia a íntegra

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“Estamos perdendo o Brasil para a China”, diz Trump (VÍDEO)

Brics fortalecem parceria econômica e caminham para a liderança na economia do hemisfério sul

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Durante uma entrevista ao programa Tucker Carlson Tonight, da Fox News, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas preocupações em relação às parcerias econômicas e cooperações firmadas entre Brasil e China. Ele afirmou textualmente: “Estamos perdendo o Brasil”.

A declaração de Trump foi motivada pelos mais de 20 acordos firmados entre os dois países e, especialmente, pelo discurso do ex-presidente Lula durante a posse de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que reúne os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Lula declarou que o NBD vai se tornar o grande banco do Sul Global, criando uma alternativa para o comércio entre os países sem o uso do dólar.

Segundo Lula, “a criação deste banco mostra que a união de países emergentes é capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo”. Ele também criticou a posição hegemônica dos Estados Unidos no comércio internacional, com a imposição do dólar como moeda padrão.

Na entrevista, Trump expôs suas preocupações em relação à possibilidade de a China mudar o padrão monetário global e afirmou que isso equivaleria a perder uma guerra mundial. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão perdendo o Brasil, a Colômbia, a América do Sul, o Irã e possivelmente a Rússia, enquanto a China está ganhando.

A criação do FMI em 1944 e os receios com avanços do comunismo

Durante a Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos, em 1944, a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi vista como uma necessidade para a estabilização do sistema monetário internacional, após a Segunda Guerra Mundial. Na época, os receios em relação ao avanço do comunismo no mundo eram elevados, e o FMI foi visto como uma forma de garantir a estabilidade financeira e, consequentemente, fortalecer o capitalismo.

O FMI foi criado como uma organização internacional para promover a cooperação monetária internacional, facilitar o comércio internacional, promover a estabilidade cambial e fornecer assistência financeira a países em dificuldades econômicas. Seu objetivo principal era evitar crises financeiras que pudessem afetar negativamente a economia global e, dessa forma, contribuir para a manutenção do sistema capitalista.

Desde sua criação, o FMI tem sido alvo de críticas por sua atuação, principalmente em relação às condições impostas aos países que solicitam seus empréstimos, que muitas vezes incluem medidas de austeridade fiscal e política monetária restritiva, que podem afetar negativamente a população desses países. Apesar disso, a organização continua a exercer um papel importante no cenário financeiro global.

PIB dos Brics ultrapassa o dos países do G7

Na imagem, Dilma Rousseff (Brasil), Vladimir Putin (Rússia), Pranab Mukherjee (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul), criadores do banco dos BRICS

Durante a VI Cúpula do BRICS, em Fortaleza, no ano de 2014, foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS. A iniciativa partiu de Brasil, Rússia, Índia, China – com ingresso da África do Sul posteriomente a criação _, que buscavam fortalecer a cooperação financeira entre países emergentes e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

A instituição, à época foi criada com um capital inicial de US$ 100 bilhões. Ainda em 2014, os Brics reuniam 25% do PIB mundial, mais de 40% da população e um quarto do território do planeta.

Dados mais recentes, levantados pelo site Silk Road Briefing, usando dados da plataforma Megh Updates, com sede na Índia, aponta que as economias dos Brics ultrapassaram as que compõem o G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia). Os cálculos sobre a participação no PIB mundial levam em conta o poder de paridade de compra (PPC).

A tendência deve continuar, mas a distância pode aumentar muito com a expansão do grupo de nações em desenvolvimento, no que é chamado de Brics+. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos acabaram de ingressar no Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, e o México também pode se juntar ao bloco, assim como a Argentina e outros países latino americanos.

Os atuais Brics agora contribuem com 31,5% do PIB global, enquanto a participação do G7 caiu para 30%. Espera-se que os Brics contribuam com mais de 50% do PIB global até 2030, com a ampliação proposta quase certamente antecipando isso. O PIB da China ultrapassou o dos Estados Unidos em 2015 ao comparar as economias em termos de paridade de compra.

O Banco do BRICS tem como objetivo principal fornecer recursos financeiros para projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países membros e em outras nações em desenvolvimento, visando promover o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais. Além disso, o NBD busca diversificar as fontes de financiamento internacionais, reduzindo a dependência de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A criação do Banco do BRICS representa uma importante alternativa para países em desenvolvimento que buscam financiamento para projetos de grande envergadura, sem as exigências impostas por outras instituições financeiras internacionais. Apesar das críticas iniciais, o NBD vem conquistando espaço no cenário financeiro global e fortalecendo a cooperação Sul-Sul, contribuindo para a diversificação do sistema financeiro internacional.

Brasil e China fortalecem parceria econômica, enquanto banco dos BRICS ganha destaque como alternativa ao atual sistema financeiro global

Embora ainda haja receios e muita tentativa de manipulação sobre o que é comunismo. Nesse sentido, o que é importante objeto de análise são os importantes acordos firmados pelo Brasil com a China e que o Banco dos BRICS caminha a passos largos para comandar a economia do hemisfério sul. Essa mudança de cenário econômico internacional está gerando grandes receios em alguns países desenvolvidos, assim como acontecia quando foi criado o FMI, em 1944.

É preciso destacar que, atualmente, não existem mais os clássicos países comunistas. Hoje em dia, existem países que procuram a prática da social-democracia, uma forma de governo de centro que busca conciliar a economia de mercado com políticas sociais e uma distribuição mais equitativa de renda e riqueza.

Ao criar o Banco dos BRICS e firmar acordos com a China, o Brasil se reafirma aliado de um grupo de países emergentes que buscam mais autonomia e independência em relação às instituições financeiras tradicionais controladas pelos países desenvolvidos. Essa união pode gerar receios em alguns países, como os Estados Unidos, que já manifestaram preocupações com o fortalecimento da China e a perda de influência do dólar no comércio internacional.

No entanto, é importante notar que essa mudança no cenário econômico pode representar uma oportunidade de desenvolvimento econômico e redução da dependência em relação aos países desenvolvidos para os países emergentes. Embora os receios ainda existam, é preciso compreender que o mundo mudou desde a criação do FMI em 1944, a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética e que novos atores econômicos estão surgindo para desafiar a posição hegemônica dos países desenvolvidos.

Lula defende comércio em moedas dos países do Brics em discurso em Xangai

Presidente brasileiro pede mudança do comércio lastreado no dólar e destaca necessidade da medida durante posse de Dilma Rousseff no NBD (Novo Banco de Desenvolvimento) dos Brics

Em um discurso na posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics em Xangai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização do comércio nas moedas dos países integrantes do bloco. Ele questionou por que todos os países são obrigados a fazer seus negócios lastreados no dólar e enfatizou a necessidade da mudança para outras moedas, como o real e o iene.

Durante sua fala, Lula pediu paciência aos chineses e destacou a autorização da subsidiária ICBC para fazer a compensação direta de yuans para reais em março deste ano, o que possibilita a realização de operações comerciais e financeiras diretamente entre duas moedas, sem a necessidade de utilizar o dólar americano.

A criação de uma clearing house é necessária para a implementação da medida, como um passo inicial, explicou a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito. Ela apontou, no entanto, que há falta de recursos imediatos nessas instituições e desconhecimento dos empresários sobre essas operações.

A China tem buscado a internacionalização de sua moeda desde 2009 e, em 2013, o yuan se tornou a segunda moeda mais utilizada no mundo, atrás apenas do dólar americano. O ICBC, que é o maior banco do mundo por total de ativos, segundo a consultoria S&P Global, é controlado pelo governo chinês e foi fundado em 1984, tendo sua subsidiária brasileira aberta em 2013.

Leia íntegra do discurso de Lula no banco dos Brics

“É com grande alegria que retorno a Xangai após quase 20 anos, e por um motivo muito especial. Tenho a satisfação de reencontrar a presidenta Dilma Rousseff e o prazer de comemorar sua escolha para comandar esta importante instituição.

“A posse de uma mulher à frente de um banco global de tamanha envergadura seria por si só um fato extraordinário, num mundo ainda dominado pelos homens. Mas a importância histórica deste momento vai mais além.

“Dilma Rousseff pertence a uma geração de jovens que nos anos 70 lutaram para colocar em prática o sonho de um mundo melhor – e pagaram caro, muitos deles com a própria vida.

“Meio século depois, o Novo Banco de Desenvolvimento surge como ferramenta de redução das desigualdades entre países ricos e países emergentes, que se traduzem em forma de exclusão social, fome, extrema pobreza e migrações forçadas.
Senhoras e senhores.

“A mudança do clima, a pandemia de COVID-19 e os conflitos armados impactam negativamente as populações mais vulneráveis. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável passam por graves retrocessos e muitos países em desenvolvimento acumulam dívidas impagáveis.

“É neste contexto adverso que o Novo Banco de Desenvolvimento se impõe. A decisão de criar este banco foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes. Por suas dimensões, tamanho de suas populações, peso de suas economias e a influência que exercem em suas regiões e no mundo, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não poderiam ficar alheios às grandes questões internacionais.

“As necessidades de financiamento não atendidas dos países em desenvolvimento eram e continuam enormes.

“A falta de reformas efetivas das instituições financeiras tradicionais limita o volume e as modalidades de crédito dos bancos já existentes.

“Pela primeira vez, um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras das condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais: com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local.

“A criação deste Banco mostra que a união de países emergentes é capaz de gerar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo. Não queremos ser melhores do que ninguém. Queremos as oportunidades para expandirmos nossas potencialidades, e garantir aos nossos povos dignidade, cidadania e qualidade de vida.

“Por isso, além de continuar trabalhando pela reforma efetiva da ONU (Organização das Nações Unidas), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, e pela mudança das regras comerciais, precisamos utilizar de maneira criativa o G-20 (que o Brasil presidirá em 2024) e o BRICS (que conduziremos em 2025) com o objetivo de reforçar os temas prioritários para o mundo em desenvolvimento na agenda internacional.

“Senhores e senhoras.

“O Novo Banco de Desenvolvimento tem um grande potencial transformador, na medida em que liberta os países emergentes da submissão às instituições financeiras tradicionais, que pretendem nos governar, sem que tenham mandato para isso.

“O banco dos Brics já atraiu quatro novos membros: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai. Vários outros estão em vias de adesão, e estou certo de que a chegada da presidenta Dilma contribuirá para esse processo.

“No Brasil, os recursos do Novo Banco financiam projetos de infraestrutura, programas de apoio à renda, mobilidade sustentável, adaptação à mudança climática, saneamento básico e energias renováveis.

“Em conjunto, os membros do BRICS ampliam sua capacidade de atuar positivamente no cenário internacional, contribuindo para evitar ou mitigar crises e beneficiando as perspectivas de crescimento e desenvolvimento de nossas economias.

“Por tudo isso, o Novo Banco de Desenvolvimento reúne todas as condições para se tornar o grande banco do Sul Global.

“Senhoras e senhores.

“O tempo em que o Brasil esteve ausente das grandes decisões mundiais ficou no passado. Estamos de volta ao cenário internacional, após uma inexplicável ausência. Temos muito a contribuir em questões centrais do nosso tempo, a exemplo da mitigação da crise climática e do combate à fome e às desigualdades.

“É intolerável que, num planeta que produz alimentos suficientes para suprir as necessidades de toda a humanidade, centenas de milhões de homens, mulheres e crianças não tenham o que comer.

“É inadmissível que a irresponsabilidade e a ganância de uma pequena minoria coloquem em risco a sobrevivência do planeta e de toda a humanidade.

“O Brasil está de volta. Com a disposição de contribuir novamente para a construção de um mundo mais desenvolvido, mais justo e ambientalmente sustentável.

“Queremos compartilhar com todos os países interessados a experiência de crescimento econômico com inclusão social que o Brasil viveu durante meu governo e o governo da presidenta Dilma Rousseff.

“As políticas públicas de nossos governos foram capazes de resgatar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU pela primeira vez em nossa história. Ao mesmo tempo, o Brasil se tornou a 6ª maior economia do planeta.

“Estou certo de que a experiência da presidenta Dilma ao governar o Brasil se renovará à frente deste importante instrumento para o desenvolvimento de nossos países.

“Sua presidência representa o compromisso renovado do Brasil com os BRICS. E é também mais uma demonstração da disposição brasileira de consolidar o fortalecimento deste Novo Banco de Desenvolvimento diante dos desafios e da necessidade de contínuo aprimoramento institucional e operacional.

“Fico feliz por termos uma mulher forte e experiente à frente dessa instituição.

“Muito boa sorte, felicidades e sucesso nas suas novas funções, Presidenta Dilma.

“Muito obrigado.”