Calor histórico no Rio de Janeiro registra sensação térmica de incríveis 60,1ºC

Caso de Política com informações da EBC – A cidade do Rio de Janeiro, neste sábado (16/mar) foi surpreendida com um calor recorde, atingindo uma sensação térmica de 60,1ºC. Esse registro excepcional foi feito na Estação Meteorológica de Guaratiba, situada na zona oeste da capital carioca, por volta das 10h20, de acordo com o Sistema Alerta Rio.

Este novo recorde superou o anterior, estabelecido em 18 de novembro do ano passado, quando a sensação térmica chegou a 59,7ºC no mesmo local. Vale ressaltar que a sensação térmica não se limita apenas à temperatura ambiente, mas também leva em conta a umidade relativa do ar.

A alta temperatura combinada com a umidade elevada foi a responsável por elevar a sensação térmica a níveis extremos. Diante desse cenário excepcional, a prefeitura do Rio de Janeiro destaca a importância de manter-se bem hidratado e evitar exposição prolongada ao sol. Essas medidas preventivas são fundamentais para minimizar os impactos do calor intenso e proteger a saúde da população.

Animais sob estresse: cuidados especiais em meio às altas temperaturas

Professora recomenda cuidados especiais aos animais domésticos

Alana Gandra | Agência Brasil, editado por Luís Carlos Nunes – As altas temperaturas não poupam apenas os seres humanos; os animais, sejam domésticos ou de produção, também estão suscetíveis a riscos associados ao calor extremo, alertou nesta terça-feira (14) a professora Ana Lúcia Puerro de Melo, do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Ao abordar os animais domésticos, que compartilham os lares, a professora enfatiza a necessidade de proporcionar um ambiente com conforto térmico. Isso implica em garantir sombra, água fresca e manter as vasilhas sempre limpas, trocando a água regularmente. Observar o comportamento dos animais, incluindo hábitos alimentares e urinários, é crucial. Ana Lúcia ressalta a importância de procurar um veterinário diante de qualquer sinal de desconforto.

No contexto da produção animal, o estresse térmico é um desafio significativo. A taxa de mortalidade pode aumentar dependendo da espécie e raça. Mesmo em galpões teoricamente sombreados, o calor excessivo pode elevar a mortalidade, especialmente em aves.

Para animais de produção, a escolha de raças adaptadas e a construção de instalações que garantam sombreamento e fornecimento de água limpa são cruciais. Durante o manejo, ajustes podem ser feitos para evitar estresse durante picos de temperatura, e a atenção ao comportamento alimentar é essencial, buscando compensações em momentos mais frescos.

A professora sugere oferecer alimentos palatáveis e com maior umidade para cães e gatos, estimulando a ingestão de líquidos. Os mesmos princípios recomendados para seres humanos, como redução da atividade e exposição ao sol, aplicam-se aos animais.

Ana Lúcia destaca que o estresse térmico é negligenciado até mesmo em relação aos seres humanos. Conscientização sobre a importância de condições adequadas durante dias quentes é essencial, não apenas para os animais, mas também para indivíduos em situação de vulnerabilidade.

O professor Francisco Gerson de Araújo, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRRJ, explica que o calor excessivo está ligado ao fenômeno El Niño, resultando em aumento global de temperatura. Isso afeta os peixes, levando-os a se deslocar para áreas de temperatura mais amena. Esse deslocamento pode ter consequências negativas na cadeia alimentar, com espécies migrando e quebrando a cadeia trófica, podendo levar à extinção.

O efeito local do aumento da temperatura nos oceanos também é prejudicial, reduzindo a quantidade de oxigênio e resultando em mortandade de peixes. A consciência sobre esses impactos é crucial para a preservação dos ecossistemas marinhos.

Sucuri expele ovos para tentar fugir de incêndio e morre queimada ao lado do ninho no Pantanal

Repórter ABC – Uma sucuri foi encontrada morta junto com seus ovos após ter sido queimada por causa de um incêndio que atingiu no começo de outubro uma fazenda próxima ao Parque Estadual Encontro das Águas e se alastra há 20 dias no Pantanal mato-grossense. O Parque é localizado entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, a 250 quilômetros (km) de Cuiabá (MT) e é conhecido por ter a maior concentração de onças-pintadas do mundo. Os incêndios que atingem o Pantanal devastaram mais de 258.425 hectares, sendo 730 focos de incêndio nas últimas duas semanas, informou na última sexta-feira (20) o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Laboratório De Aplicações De Satélites Ambientais – UFRJ (LASA).

De acordo com o biólogo Luiz Eduardo Saragiotto Silva, diferente dos mamíferos, as serpentes não cuidam dos filhotes e não têm vínculo parental. A serpente deixou os ovos fora do corpo antes de morrer para poder ficar mais leve e tentar fugir do fogo. “As serpentes tem o sentido da visão muito ruim, quando elas percebem o fogo, as chamas já estão muito perto. A sucuri não bota ovos, mas na agonia da morte, ela expeliu os ovos antes da hora e antes dos filhotes estarem prontos”. O relato foi publicado no portal G1.

Outra localidade que também sofre com incêndios é o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí. O fogo se espalhou na semana passada no interior da Bahia, em região próxima à divisa com o Piauí. A Serra das Confusões é a maior reserva natural da caatinga e o maior parque do tipo na Região Nordeste.

2023 deve ser o mais quente dos últimos 125 mil anos, afirmam cientistas

Sputnik – Este ano é “praticamente certo” que será o mais quente em 125 mil anos, disseram cientistas da União Europeia nesta quarta-feira (8), depois que dados mostraram que o mês de outubro foi o mais quente do mundo nesse período.

O mês passado superou o recorde de temperatura de outubro de 2019, por uma margem de 0,4 grau Celsius, disse a vice-diretora do Serviço de Monitoramento das Mudanças Climáticas do Copernicus (C3S, na sigla em inglês), Samantha Burgess, da UE, descrevendo a anomalia de temperatura de outubro como “muito extrema”.

De acordo com o C3S, o calor é o resultado das contínuas emissões de gases de efeito estufa provenientes da atividade humana, combinadas com o aparecimento neste ano do padrão climático El Niño — que aquece as águas superficiais no leste do oceano Pacífico.

Globalmente, a temperatura média do ar à superfície em outubro foi de 1,7 grau Celsius mais quente do que no mesmo mês de 1850-1900, que o serviço Copernicus define como o período pré-industrial. Esta é a razão pela qual seria “praticamente certo” afirmar que 2023 superou o recorde de 2016, passando a ser o ano mais quente já registrado, afirmou o C3S em comunicado.

O conjunto de dados do Copernicus remonta a 1940, “quando combinamos os nossos dados com os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas [IPCC, na sigla em inglês], podemos dizer que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos”, disse Burgess à agência Reuters.

A outra única vez antes de outubro que um mês quebrou o recorde de temperatura por uma margem tão grande foi em setembro de 2023. “Setembro realmente nos surpreendeu. Então, depois do mês passado, é difícil determinar se estamos em um novo estado climático. Mas agora os registros continuam caindo e estão me surpreendendo menos do que há um mês”, disse Burgess.

Apesar de os países estabelecerem metas cada vez mais ambiciosas para reduzir gradualmente as emissões, até agora isso não aconteceu. As emissões globais de CO2 atingiram um nível recorde em 2022.