Caso Marielle Franco: Operação da PF resulta na prisão de irmãos Brazão e delegado por supostos envolvimentos no assassinato

Da esquerda para a direita: Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa | Imagens divulgação

Caso de Política, com informações do G1 – Neste domingo, uma operação coordenada pela Polícia Federal culminou na prisão de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, sob suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF), que se desenrolam desde fevereiro do ano passado.

A operação representa um desdobramento significativo nas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco, trazendo à tona a possível conexão entre figuras políticas influentes e o crime brutal.

Os três suspeitos foram encaminhados para a sede da PF no Rio e serão transferidos para a Penitenciária Federal de Brasília.

Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), enquanto Chiquinho Brazão é deputado federal pelo União Brasil, o que lhe confere foro especial. Rivaldo Barbosa, por sua vez, foi chefe da Polícia Civil à época do atentado e atualmente exerce o cargo de coordenador de Comunicações e Operações Policiais na instituição.

A prisão de figuras proeminentes na política e na segurança pública do Rio de Janeiro destaca a gravidade do caso e a amplitude das investigações.

Domingos Brazão já era mencionado nas investigações desde 2018 e chegou a prestar depoimento no caso meses após o atentado. Os Brazão sempre negaram qualquer envolvimento no crime, com seus advogados enfatizando a inocência de seus clientes.

A reação dos suspeitos e de suas defesas evidencia a complexidade e a sensibilidade do caso, que envolve figuras públicas e levanta questionamentos sobre a segurança institucional do Estado.

Além das prisões, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado, indicando um amplo esforço para coletar evidências e esclarecer o caso.

A realização de buscas adicionais ressalta a abrangência das investigações e a determinação das autoridades em elucidar completamente o crime.

As investigações ainda buscam determinar o motivo pelo qual Marielle foi assassinada, sendo que indícios apontam para questões relacionadas à expansão territorial das milícias no Rio de Janeiro.

O possível envolvimento das milícias no assassinato de Marielle acrescenta uma camada de complexidade e urgência às investigações, destacando a importância de se fazer justiça e responsabilizar os culpados.

A reação dos familiares de Marielle Franco também foi registrada, com Monica Benicio, viúva da vereadora, expressando surpresa com o envolvimento de Rivaldo Barbosa no caso.

A reação dos familiares reflete a comoção e a esperança por respostas que cercam o desfecho das investigações, evidenciando o desejo por justiça e transparência.

Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, manifestou gratidão pelo avanço nas investigações, ressaltando o papel das autoridades responsáveis.

Comentário: A declaração de Anielle reflete a importância de um desfecho satisfatório para a comunidade afetada pelo crime, destacando a relevância da cooperação entre as instâncias governamentais e da sociedade civil.

Em entrevista à GloboNews, Marinete da Silva, mãe de Marielle, expressou o sentimento de dor e expectativa por justiça que permeia o desdobramento das prisões.

As palavras de Marinete evidenciam a necessidade de se fazer justiça para as vítimas do crime, ressaltando o impacto humano e emocional envolvido no processo.

Caso de Política | A informação passa por aqui

Caso Marielle: Sobrinho de cúpula do jogo do bicho no Rio pode substituir Chiquinho Brazão no Congresso

União Brasil avalia expulsão de Chiquinho Brazão, o que abre espaço para que Ricardo Abrão, 1º suplente da legenda, assuma a vaga de deputado federal

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Após a chocante prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) pela Polícia Federal sob a suspeita de ser um dos mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), os holofotes agora se voltam para Ricardo Abrão, o primeiro suplente da legenda, que está pronto para assumir a vaga no Congresso Nacional.

Ricardo Abrão, ex-presidente da icônica Beija-Flor e sobrinho de Anísio Abraão David, figura proeminente na cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro e patrono da escola de samba de Nilópolis, emerge como o substituto imediato na esteira dos eventos que abalaram o cenário político e social do estado.

Nas eleições de 2022, disputou uma cadeira de deputado Federal pelo União Brasil – RJ. No fim do pleito, acabou permanecendo como o primeiro suplente da chapa, obtendo cerca de 43.219 votos. Após a nomeação de Daniela Carneiro para o Ministério do Turismo em janeiro de 2023, acabou assumindo seu primeiro mandato de deputado federal na Câmara dos Deputados em fevereiro, permanecendo no cargo até julho de 2023.

Conforme verificou o Portal Caso de Política, na página ofcial da Câmara dos Deputados, Ricardo Abrão tinha em seu gabinete lotado por 55 pessoas e fez uso de Imóvel funcional entre 01/11/2023 a 01/02/2024.

Tendo recebido Auxílio-moradia no valor de R$ 20.194,11 entre os meses de março a julho de 2023. Ele participou de duas missões oficiais.

Em seu registro eleitoral, Abrão se apresentou como empresário, declarando possuir bens avaliados em R$ 21.969.787,76. Embora tenha conquistado a 1ª suplência para o cargo de deputado federal com um percentual aparentemente modesto de 43.219 votos (0,50%), seu papel ganha destaque inesperado diante dos acontecimentos recentes.

O domingo (24/mar) trouxe não apenas a prisão de Brazão, mas também a divulgação por parte do União Brasil de que a Comissão Executiva Nacional se reunirá na terça-feira (26/mar), em Brasília, para deliberar sobre a expulsão e desfiliação do deputado. Antonio Rueda, presidente do partido, deverá liderar a representação contra o parlamentar.

A operação “Murder, Inc.” da Polícia Federal, deflagrada no mesmo domingo, resultou não só na prisão do deputado Federal Chiquinho Brazão, mas também de seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Ambos são suspeitos de terem ordenado o duplo homicídio. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foi detido sob a acusação de cumplicidade no crime, aumentando ainda mais a gravidade e a complexidade do caso.

Acompanhe a Nota Oficial da PF sobre a Operação Murder Inc.

PF, PGR e MPRJ deflagram Operação Murder Inc. em investigação dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes

Ao todo, são cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, todos no Rio de Janeiro/RJ

A Polícia Federal deflagrou neste domingo (24/3) a Operação Murder Inc., no interesse da investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, todos na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Coordenação-Geral de Comunicação Social

Caso de Política | A informação passa por aqui

Relatório da PF revela a existência de um “Estado Paralelo” no Caso Marielle

No relatório, a PF expressou sua indignação diante do cenário de crime ‘pré-pago’ no Estado, onde os autores intelectuais planejam homicídios em conluio com a polícia judiciária

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um relatório da Polícia Federal (PF) lançou luz sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), levando à prisão de três suspeitos de envolvimento no caso, e apontou para a existência de um “Estado paralelo” liderado por figuras influentes na política carioca. O documento completo com 479 páginas está disponível para acesso na tela clicando aqui

A instituição declarou que “todos esses elementos [apresentados pelo relatório] descortinam a existência de um verdadeiro Estado paralelo, capitaneado pelos capos da política fluminense e detentores da palavra final de quem deve morrer ou viver na Guanabara”.

A PF descreveu uma “política perniciosa” dos crimes contra a vida, inicialmente restrita a conflitos como guerras de facções do tráfico e confrontos entre milícias. Contudo, o caso de Marielle revelou que as disputas políticas transbordaram para a violência e corrupção.

Segundo as investigações, Marielle teria contrariado os interesses de Domingos e Chiquinho Brazão no Rio de Janeiro, conforme afirmado pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora em um acordo de delação premiada. As declarações constam no relatório da PF.

“Lessa afirmou que o assassinato de Marielle foi encomendado em setembro de 2017 por Chiquinho e Domingos, que a consideravam um ‘obstáculo’ para seus interesses, após receberem informações de Laerte Lima da Silva, supostamente um infiltrado no Psol, partido de Marielle.”

A PF salientou que a motivação é “complexa” e não se reduz a um único fato. O relatório apresenta “indícios” que corroboram o depoimento de Lessa, mas também aponta para uma colisão de interesses na questão fundiária entre a família Brazão e políticos do Psol no Rio de Janeiro.

Durante uma coletiva de imprensa, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou que a motivação para o crime envolve todo o contexto de atuação de milícias, disputa por territórios e regularização de loteamentos na cidade.

“No relatório, a PF expressou sua indignação diante do cenário de crime ‘pré-pago’ no Estado, onde os autores intelectuais planejam homicídios em conluio com a polícia judiciária.”

Prisões e Desdobramentos da Investigação

Na manhã deste domingo (24.mar), a PF prendeu três suspeitos adicionais no caso Marielle. Entre eles estão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal pelo partido União Brasil-RJ. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, também foi detido.

“Além das prisões, a PF realizou 12 mandados de busca e apreensão na capital carioca em endereços ligados à investigação.”

Posteriormente, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que os trabalhos de investigação sobre o assassinato seriam encerrados. Segundo ele, embora novos fatos possam surgir, a investigação, que se estendeu por 6 anos, foi oficialmente concluída.

Caso de Política | A informação passa por aqui

Doutor Piroca, amigo de Ronnie Lessa que soube antes do plano de matar Marielle foi assassinado

Cerca de um mês após o assassinato de Marielle, o advogado foi brutalmente morto no Anil, bairro controlado pela milícia

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A delação premiada de Ronnie Lessa, crucial no caso Marielle, revelou um novo capítulo trágico: o assassinato de um informante ligado ao caso. Lessa mencionou ter compartilhado detalhes do planejamento do crime enquanto desfrutava de uísque com o advogado criminalista André Luiz Fernandes Maia, conhecido como “Doutor Piroca”.

Cerca de um mês após o assassinato da vereadora, Maia foi brutalmente morto no Anil, bairro controlado pela milícia, entre Gardênia Azul e Rio das Pedras, regiões consideradas currais eleitorais da família Brazão. O Ministério Público (MP) indicou que Maia foi alvo de milicianos, com José Maria Alves de Carvalho detido sob acusação de envolvimento, relacionada a dívidas.

Lessa, em sua delação premiada, detalhou o planejamento do assassinato de Marielle. Ele pesquisou locais no Rio de Janeiro para o crime, incluindo a Rua do Bispo no Rio Comprido, mas o assassinato ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no Estácio.

Um mês após o crime, Maia foi assassinado por dois homens em uma moto, levantando suspeitas de envolvimento da milícia devido ao seu histórico conturbado e localização no Anil, onde possuía residência e escritório.

Lessa implicou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do assassinato de Marielle, resultando na prisão deles e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. O despacho de prisão sugere motivação política relacionada à regularização fundiária de condomínios na Zona Oeste do Rio. Este desdobramento adiciona complexidade ao caso, que continua a intrigar o Brasil e o mundo.

Caso de Política | A Informação passa por aqui