Congresso aprova Orçamento de 2025 após 03 meses de atraso

Texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) é aprovado no Congresso e segue para sanção presidencial após três meses de adiamento

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O plenário conjunto do Congresso Nacional aprovou de forma simbólica, nesta quinta-feira (20/3), o texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. A proposta segue, agora, para sanção presidencial. Na Câmara dos Deputados, apenas os três deputados do Partido Novo e Kim Kataguiri (União-SP) registraram voto contrário.

O Orçamento da União para 2025 deveria ter sido aprovado no ano passado, mas a votação foi adiada diversas vezes, em meio à discussão sobre emendas parlamentares com o Supremo Tribunal Federal (STF) e também à votação do pacote de ajuste fiscal enviado pela equipe econômica do governo federal. No final, a votação foi realizada com três meses de atraso.

O parecer do relator, Angelo Coronel (PSD-BA), foi protocolado na madrugada desta quinta. Nos últimos dias, o governo federal encaminhou diversos ofícios com pedidos de ajustes na destinação dos recursos públicos.

No início da tarde, o Orçamento foi aprovado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso de forma simbólica e sem a aprovação de qualquer destaque, ou seja, de trechos apresentados por parlamentares que pudessem alterar o texto do relator.

O relatório aprovado na CMO prevê R$ 15 bilhões de superávit nas contas públicas, o que cumpre a meta do governo de zerar o déficit público neste ano. A previsão é que o resultado primário apresente déficit de R$ 40,4 bilhões, equivalente a -0,33% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor total, porém, não considera as exclusões das despesas com precatórios (seguindo decisão do STF sobre o tema) e o aumento da arrecadação, por isso a diferença.

O texto aprovado prevê um total de R$ 50,5 bilhões em emendas parlamentares. Desse total, há R$ 39 bilhões em emendas impositivas e R$ 11,5 bilhões em emendas de comissão, que o governo pode cortar se julgar necessário. No Orçamento de 2024, o valor total destinado às emendas foi de cerca de R$ 52 bilhões.

As emendas individuais e as emendas de bancada são de caráter impositivo, ou seja, o governo federal é obrigado a executar o montante indicado pelos parlamentares. Já as emendas de comissão não são impositivas e podem ser alvo de bloqueios, contingenciamento e até cancelamento, se o Executivo precisar fazer cortes para fechar as contas públicas durante o ano.

O parecer apresentado por Coronel destina R$ 3,6 bilhões para a manutenção do programa Auxílio Gás, conhecido também como Vale-Gás. Já o Bolsa Família foi cortado em R$ 7,7 bilhões, seguindo o pedido feito pelo ofício do governo federal depois de pente-fino contra fraudes no programa.

Para o Farmácia Popular, serão destinados R$ 4,2 bilhões; e para o Bolsa Capes, que financia estudantes de pós-graduação e licenciatura, também R$ 4,2 bilhões.

O programa estudantil Pé-de-Meia ficou com R$ 1 bilhão no relatório final do Orçamento. A medida atende ao governo, que decidiu que vai abastecer os recursos para o programa posteriormente por meio de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN).

O Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu que o governo precisa garantir que todo o programa Pé-de-Meia esteja dentro do Orçamento em 120 dias. O prazo já está correndo, portanto, o governo terá cerca de 60 dias, depois de aprovado o Orçamento, para fazer novos ajustes e indicar a origem de cerca de R$ 10 bilhões que ficam faltando na peça aprovada.

Com o atraso na votação do Orçamento, o reajuste aos servidores públicos não tem sido pago, e só será concretizado de forma retroativa a partir da aprovação da peça orçamentária.

O montante destinado no relatório para este fim é de R$ 27,9 bilhões. Feito de forma escalonada até o ano que vem, o reajuste médio será de 27% e custará R$ 16,2 bilhões aos cofres públicos, de acordo com cálculo do Ministério da Gestão e Inovação.

Leia as íntegras

O documento foi dividido em 4 volumes ao ser aprovado na CMO (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização). Leia as íntegras:

  • volume 1 – relatório e votos (íntegra);
  • volume 2 – parecer às emendas (íntegra);
  • volume 3 – espelho das emendas do relator-geral e demonstrativo das emendas de relator-geral, por modalidade (íntegra);
  • volume 4 – quadros demonstrativos das programações (íntegra).
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TCM indica aprovação com ressalvas nas contas de Brejolândia

Tribunal de Contas recomenda aprovação com ressalvas das contas de Brejolândia e outras seis prefeituras; agora cabe às câmaras municipais acolher ou não os pareceres técnicos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) recomendou, nesta terça-feira (18), a aprovação com ressalvas das contas da Prefeitura de Brejolândia, relativas ao exercício de 2023. A gestão de Edezio Nunes Bastos recebeu parecer favorável, mas foi penalizada com multa de R$2,5 mil devido a irregularidades apontadas pelos conselheiros.

Brejolândia está entre as sete prefeituras baianas cujas contas foram analisadas na sessão. Os municípios de Dário Meira (William Almeida Sena), Santo Estevão (Rogério dos Santos Costa), Ituaçu (Phelipe Ramonn Gonçalves Brito), Santa Inês (Hermeson Novaes Eloi), Macururé (Leandro Bergue Gomes da Cruz) e Matina (Olga Gentil de Castro Cardoso) também tiveram parecer favorável, com ressalvas.

Os conselheiros do TCM aplicaram multas a cinco desses gestores: R$1 mil para os responsáveis por Matina, Macururé, Santo Estevão e Dário Meira. No caso de Ituaçu e Santa Inês, apenas advertências foram emitidas, uma vez que as irregularidades detectadas foram consideradas formais, sem impacto significativo na administração pública.

As penalizações refletem o compromisso do TCM-BA em garantir a transparência e a regularidade das gestões municipais. Os gestores podem recorrer das decisões.

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Economista Jorge Lélis analisa endividamento de Barreiras em entrevista à Oeste FM

O rombo que Zito Barbosa deixará nos cofres públicos constitui uma autêntica herança maldita

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Nesta terça-feira, 09 de julho, o economista e professor Jorge Lélis* concedeu uma entrevista à rádio Oeste FM, abordando a grave situação financeira de Barreiras. A conversa elucidou o endividamento do município, que já ultrapassa a marca de um bilhão de reais, e suas implicações para futuras administrações.

Jorge Lélis explicou que o prefeito Zito fez um empréstimo autorizado pela Câmara no valor de 40 milhões de reais para a construção de um hospital. Além disso, houve tentativas de empréstimos de 60 milhões e 10 milhões, que foram negadas na Justiça. Segundo o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em 2021, a dívida de Barreiras era de 440 milhões de reais. Em 2023, o painel do Tesouro Nacional já aponta um endividamento de 751 milhões de reais. Isso representa mais de 94% da receita corrente do município.

Jorge Lélis comparou a situação financeira do município a de uma família endividada, destacando que, se um pai de família recebe mil reais por mês e tem 940 reais comprometidos, ele não consegue fazer mais nada. Da mesma forma, Barreiras está com suas receitas comprometidas, o que limita a capacidade de investimento e melhorias.

Para enfrentar esse desafio, Jorge Lélis destacou a necessidade de uma gestão qualificada. Ele sugeriu a criação de escritórios de prospecção de recursos para buscar apoio no âmbito estadual e federal. Existem fundos no Ministério das Cidades, Educação e Saúde que podem ser acessados através de projetos bem elaborados, mas muitas vezes os municípios não têm equipes capacitadas para isso.

Lélis também mencionou que a maior parte da dívida acumulada ocorreu durante a gestão do prefeito Zito, baseando-se nos dados disponíveis do Tribunal de Contas dos Municípios e do painel do Tesouro Nacional. Ele ressaltou a importância da transparência, sugerindo que o município deve publicar essas informações de forma clara e acessível para a população. Isso ajuda a gestão e evita rumores e questionamentos infundados.

Para os próximos gestores, Jorge Lélis aconselhou um estudo detalhado de cada contrato de empréstimo e parcelamento, com o objetivo de renegociar e aliviar a carga financeira. Ele enfatizou que a análise traz à tona a complexidade do endividamento municipal e a necessidade de soluções inovadoras e transparentes para garantir um futuro financeiro estável para Barreiras. A escolha de representantes qualificados será crucial para enfrentar essa crise econômica.

Prefeito Zito Barbosa e as suas contradições

Em uma recente entrevista ao programa Impacto da Rádio Oeste FM, o prefeito Zito Barbosa apresentou uma posição aparentemente contraditória ao argumentar que não é necessário se articular politicamente com o governo estadual e federal para obter recursos e realizar obras em Barreiras. Ele destacou o exemplo da UPA, cuja construção foi iniciada na gestão da ex-prefeita Jusmari Oliveira, ficou paralisada durante 2 anos finais de sua gestão e mais quatro anos do governo de ex-prefeito Antônio Henrique. Zito afirmou:

“Eu fiz três pedidos naquela oportunidade ao Governador Rui Costa e aí eu quero dar esse exemplo. Um dos pedidos que eu fiz foi para que fosse concluída a obra da UPA que estava parada há seis anos. Foi iniciada na gestão da prefeita Jusmari e ficou paralisada dois anos do da gestão Jusmari, mais quatro anos de Antônio Henrique.”

Ao mencionar os R$ 31 milhões recentemente conquistados em verbas federais, Zito Barbosa tentou reforçar sua independência política em relação às esferas estadual e federal. No entanto, é importante ressaltar que tais repasses dependem da autorização de Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual Ministro-Chefe da Casa Civil do Governo Lula, que é sabedor das dificuldades enfrentadas na administração da saúde municipal sob Zito Barbosa. Essa tentativa de mostrar independência política contrasta com a realidade dos bastidores, onde a articulação e as boas relações institucionais com outras esferas de poder são fundamentais para o desenvolvimento eficaz de qualquer cidade.

A Herança maldita do prefeito Zito Barbosa

Além da análise criteriosa apresentada pelo professor Jorge Lélis, é imprescindível destacar a opinião do Portal Caso de Política sobre a situação financeira de Barreiras. As dívidas acumuladas pelo atual prefeito Zito não representam apenas um desafio para os próximos administradores, mas uma verdadeira herança maldita. A gestão de Zito pode ser comparada à de um garimpeiro inescrupuloso: levou o ouro e deixou apenas buracos e escombros na economia municipal.

Com uma dívida que já ultrapassa a casa do bilhão, o próximo prefeito herdará um cenário caótico e desolador. O comprometimento de mais de 94% da receita corrente líquida impede a realização de investimentos essenciais e amarra o desenvolvimento do município. A população de Barreiras merece transparência e responsabilidade na gestão pública, algo que claramente faltou na atual administração.

Enquanto Zito desfruta dos benefícios de sua gestão, quem paga o preço é o cidadão barreirense, que vê seus recursos drenados para cobrir uma dívida descomunal. O futuro prefeito terá a difícil tarefa de reconstruir não apenas as finanças do município, mas também a confiança da população em seus governantes.

Além disso, a recente declaração do prefeito Zito Barbosa, afirmando que não é necessário se alinhar politicamente com os governos estadual e federal para obter investimentos e recursos, mostra uma desconexão preocupante com a realidade. Cinicamente, tentou demonstrar independência política ao mencionar os R$ 31 milhões em verbas federais para o custeio da saúde municipal e ignora a necessidade de articulação e boas relações com outras esferas de poder, que são fundamentais para o desenvolvimento eficaz de Barreiras. Isso só aconteceu com a conivência da maioria da Câmara, exceto pelas vereadoras Carmélia da Mata e Beza, que não acompanharam o prefeito nesses empréstimos.

É hora de Barreiras virar a página e escolher líderes que realmente se comprometam com o bem-estar e o desenvolvimento sustentável da cidade.

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*o Professor Jorge Lélis possui Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2009); Especialização em Gestão Pública pela Faculdade de Tecnologia e Ciência (2011); Especialização em Gestão em Saúde pelo Centro Universitário Claretiano (2017); Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Oeste da Bahia (2019). Professor Substituto da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), em Barreiras; Professor de Economia do Centro Universitário São Francisco de Barreiras (UNIFASB) e Líder Técnico no Serviço Social da Indústria – SESI/FIEB.