PF prende vereadora no Piauí e atinge Câmara, Assembleia e Saúde em operação contra crime eleitoral

Operação Escudo Eleitoral revela teia de ligações entre política, facção criminosa e desvio de recursos públicos no Piauí

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (3/4), a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, um golpe contundente contra a possível influência do crime organizado nas Eleições Municipais de 2024. O foco da ação foi o cumprimento de oito mandados judiciais, incluindo a prisão preventiva de uma vereadora de Teresina, sob suspeita de ligação com uma facção criminosa.

A ação, que também incluiu mandados de busca e apreensão e afastamento de função pública, revelou um esquema que pode envolver desvio de recursos públicos e financiamento ilícito de campanha eleitoral. As investigações apontam para um possível vínculo entre a vereadora e um expoente de uma facção criminosa com atuação violenta no estado do Piauí.

Além da prisão da vereadora, a Operação Escudo Eleitoral resultou no afastamento de funcionários públicos da Câmara Municipal de Teresina, da Assembleia Legislativa e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí. As ordens judiciais, expedidas pelo 1º Juízo de Garantias da Justiça Eleitoral no Piauí, também determinaram a suspensão das atividades de uma ONG, com o objetivo de impedir o recebimento de novos recursos.

A decisão judicial proíbe ainda os suspeitos afastados de suas funções de frequentarem os locais de trabalho e de manterem contato com outros servidores. Durante a deflagração da operação, a PF também cumpriu um mandado de prisão preventiva em aberto contra outra pessoa.

A investigação, que teve início após a divulgação dos resultados das Eleições de 2024, revelou indícios de que a campanha eleitoral da vereadora foi financiada com recursos ilícitos provenientes de uma facção criminosa, bem como de desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental.

A Operação Escudo Eleitoral representa um importante passo no combate à influência do crime organizado nas eleições e na garantia da lisura do processo democrático. As investigações continuam em andamento para identificar todos os envolvidos no esquema e apurar a extensão dos crimes cometidos.

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Justiça Eleitoral de SP torna Pablo Marçal inelegível por 8 anos

Influenciador bolsonarista é condenado por irregularidades na campanha à Prefeitura de São Paulo; decisão ainda cabe recurso

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Justiça Eleitoral de São Paulo declarou o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB) inelegível pelos próximos oito anos, após condená-lo por abuso de poder político e econômico durante a campanha à Prefeitura da capital em 2024. A decisão foi proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da primeira Zona Eleitoral, e atende a ações movidas pelo PSOL, PSB e Ministério Público Eleitoral.

A sentença reforça que Marçal utilizou estratégias irregulares para impulsionar sua candidatura, incluindo concursos que premiavam internautas pelo compartilhamento de conteúdos favoráveis a ele e a oferta de gravação de mensagens de apoio a candidatos a vereador em troca de doações via Pix no valor de R$ 5.000. Essas práticas foram classificadas como captação ilícita de recursos e uso indevido dos meios de comunicação social.

A competição de “cortes” de vídeos, promovida por Marçal, foi um dos pontos centrais do julgamento. Segundo a Justiça Eleitoral, o esquema comprometeu a equidade da disputa ao fomentar uma rede de colaboradores com benefícios financeiros, em uma tentativa de maximizar sua presença digital. Além disso, a suspensão dos perfis de Marçal nas redes sociais durante o período eleitoral já havia sido determinada como medida cautelar diante das suspeitas de irregularidades.

A defesa de Marçal pode recorrer da decisão, mas, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o caso. Caso mantida, a condenação impede Marçal de disputar eleições até 2032.

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Uma década de Ficha Limpa: quase 5.000 políticos barrados e novas tentativas de flexibilização

Levantamento revela impacto da lei na política brasileira enquanto aliados de Bolsonaro tentam reduzir suas restrições

Caso de Política com CNN – Nos últimos dez anos, a Lei da Ficha Limpa impediu a candidatura de quase 5.000 políticos em todo o Brasil. O levantamento, feito pela CNN com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que esses vetos representaram cerca de 8% das 60 mil candidaturas barradas no período, considerando também outros motivos como abuso de poder econômico, condutas indevidas e ausência de requisitos legais.

O impacto mais significativo ocorreu nas eleições municipais de 2020, quando mais de 2.300 candidatos foram impedidos pela norma, em um cenário de quase 24 mil registros negados pela Justiça Eleitoral. Para o ex-juiz Marlon Reis, um dos idealizadores da lei, o número não reflete todo o alcance da Ficha Limpa.

Esses números retratam apenas os que desafiaram a lei e arriscaram disputar as eleições mesmo assim. O contingente dos que nem mesmo tentam é muito maior, mas não é sindicável.”

Aprovada em 2010, a Lei da Ficha Limpa surgiu de uma mobilização popular que reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas. A norma estabeleceu 14 causas de inelegibilidade e determinou um período de oito anos de impedimento para políticos condenados por decisão transitada em julgado ou por órgãos colegiados. Em 2014, o TSE consolidou a contagem do prazo de inelegibilidade, fortalecendo a aplicação da regra.

A lei atingiu políticos de todas as esferas, desde vereadores e governadores até postulantes à Presidência da República. Em 2018, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve seu registro negado pelo TSE com base na Ficha Limpa, o que levou Fernando Haddad (PT) a substituí-lo na disputa. Anos depois, Lula recuperou seus direitos políticos com a anulação das condenações da Lava Jato e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.

Outro ex-presidente que pode ser diretamente impactado é Jair Bolsonaro (PL). Embora não tenha sido barrado pelo levantamento atual da CNN, o ex-mandatário foi declarado inelegível em 2023 e permanecerá impedido até 2030, caso as regras permaneçam inalteradas.

Tentativas de flexibilização

O sucesso da Ficha Limpa na exclusão de políticos condenados tem sido contestado no Congresso, onde aliados de Bolsonaro tentam reduzir suas restrições. Na semana passada, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) apresentou um projeto para que apenas condenações penais possam levar à inelegibilidade, o que beneficiaria Bolsonaro, cuja condenação foi de natureza cível eleitoral.

A proposta soma-se a outra tentativa já em tramitação. Em dezembro, o deputado Bibo Nunes (PL-RS) sugeriu a redução do prazo de inelegibilidade de oito para dois anos, permitindo que condenados voltassem a concorrer já na eleição seguinte.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a revisão do tempo de impedimento, alegando que o período atual é excessivo.

Oito anos são quatro eleições, é um tempo extenso na minha avaliação.”

Caso as propostas avancem, figuras como a deputada Carla Zambelli (PL-SP), cassada recentemente pelo TRE-SP, e o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, inelegível até 2028, poderiam ser beneficiadas.

O embate entre o fortalecimento e a flexibilização da Lei da Ficha Limpa segue como um dos principais debates na política brasileira, com implicações diretas para as eleições futuras.

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Campanha de Neo em Formosa do Rio Preto é alvo de denúncia de caixa 2 e abuso de poder

Rivais acusam prefeito reeleito de omitir despesas e superar teto de gastos eleitorais em cidade do agro

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A reeleição do prefeito Manoel Afonso de Araújo, o Neo (PSD), em Formosa do Rio Preto, uma das cidades mais prósperas do agronegócio no Oeste baiano, tornou-se alvo de uma grave denúncia judicial, conforme informações do Portal Metro 1 divulgadas nesta sexta-feira (22/nov). O presidente do Diretório Municipal do PL, Itamar Santana, apresentou à Justiça Eleitoral um pedido de impugnação das contas de campanha do gestor, apontando supostas irregularidades que incluem caixa 2, abuso de poder econômico e falhas na prestação de contas eleitorais. O caso foi levado à juíza eleitoral Tônia Barouche no último dia 17 e detalha uma série de inconsistências que, segundo a acusação, poderiam invalidar a diplomação de Neo para um quarto mandato.

A denúncia alega que o prefeito omitiu despesas significativas relacionadas à campanha, incluindo gastos com comícios e atividades públicas que demandaram estruturas complexas e de alto custo. Entre os itens mencionados estão fogos de artifício, equipamentos de sonorização, geradores de energia, transporte e combustível, além do uso de paredões de som para eventos políticos.

A campanha contou com comícios e atividades que exigiram estrutura complexa, cujos custos não aparecem ou foram declarados a menor. Esses elementos são essenciais para a realização de grandes eventos e o ocultamento de tais despesas sugere a existência de caixa 2”, afirma o texto da denúncia encaminhada à Justiça Eleitoral.

Outro ponto central do pedido de impugnação é a suposta subnotificação de despesas com um trio elétrico de última geração, utilizado pela campanha do prefeito durante 45 dias. O equipamento, que teria custo de mercado estimado em R$ 200 mil, foi registrado na prestação de contas por apenas R$ 10 mil, valor que, segundo a denúncia, seria referente apenas à montagem de palco e iluminação. Além disso, não há registros de pagamentos relacionados à locação de paredões de som nem à compra de fogos de artifício, amplamente utilizados nos eventos eleitorais.

Os advogados do PL também acusam Neo de ter ocultado valores gastos com combustível para abastecer veículos de apoiadores durante as carreatas, um recurso frequentemente utilizado em campanhas para mobilização de eleitores. A somatória dessas despesas não declaradas, segundo a denúncia, contribuiu para que o prefeito ultrapassasse o teto de gastos estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que era de R$ 367,9 mil para candidatos à prefeitura de Formosa do Rio Preto. Conforme os documentos apresentados, as despesas declaradas pela campanha de Neo Araújo totalizaram R$ 392,6 mil, excedendo o limite permitido em cerca de R$ 25 mil.

O pedido de impugnação alega que essas irregularidades comprometem a legitimidade da eleição e requer a cassação da chapa vitoriosa. Neo Araújo foi reeleito com uma vantagem mínima de apenas 246 votos, derrotando o adversário Bira Lisboa (PDT) por 8.936 contra 8.690 votos, em uma das disputas mais apertadas e tensas do interior baiano este ano.

Formosa do Rio Preto, que possui o segundo maior PIB per capita da Bahia, destaca-se como um dos principais polos econômicos do estado, devido à força de seu agronegócio, especialmente nas culturas de algodão e soja. A riqueza gerada pelo setor atrai o interesse tanto da base governista quanto da oposição, tornando a cidade um campo estratégico para disputas eleitorais.

De acordo com o Metro 1, até o fechamento da reportagem, a assessoria do prefeito Neo Araújo não havia se manifestado sobre as acusações.

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Trump declara vitória e promete “curar” os EUA com fronteiras fechadas e recuperação econômica

Liderando apuração, candidato republicano anuncia medidas e novo slogan enquanto destaca apoio de Elon Musk em discurso confiante na Flórida

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou com tom de vitória na madrugada desta quarta-feira (6) em Palm Beach, Flórida, apesar de a apuração dos votos ainda não ter sido concluída. Com 267 delegados no Colégio Eleitoral contra 224 da democrata Kamala Harris, Trump se aproximou dos 270 necessários para vencer, levando-o a agradecer apoiadores e prometer uma “era de ouro” para o país.

Em um discurso marcado por promessas firmes, Trump reforçou sua posição em relação ao fechamento das fronteiras, permitindo apenas entradas legais, e declarou que seu governo priorizará uma recuperação econômica robusta. “Vamos ajudar nosso país a se curar. Essa vai ser a era de ouro da América”, disse ele, destacando que seu novo slogan, “Promessas feitas serão cumpridas”, reflete um compromisso de retomada econômica com cortes de impostos e redução do déficit governamental.

Trump também abordou questões pessoais, relatando as recentes tentativas de assassinato durante sua campanha e afirmando ter sido “poupado por Deus” para restaurar a grandeza dos EUA. “Deus salvou minha vida por uma razão: para salvar nosso país”, afirmou.

Ele também dedicou parte do discurso a agradecer Elon Musk, a quem chamou de “supergênio” e elogiou por suas contribuições financeiras e tecnológicas à campanha. O apoio de Musk incluiu sorteios de dinheiro para motivar eleitores, em um gesto que Trump descreveu como crucial para o “maior movimento político de todos os tempos”.

Enquanto os votos seguem sendo contabilizados, Trump já articula o direcionamento de sua possível nova gestão, com uma abordagem de segurança e expansão econômica voltadas para impulsionar os EUA a uma “volta por cima” dos desafios atuais.

Assista abaixo:

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Taka Yamauchi solicita transição em Diadema e escolhe Kiko Teixeira para liderar equipe

Prefeito eleito reúne nomes estratégicos e cobra informações para garantir continuidade e planejamento na mudança de gestão

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O prefeito eleito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), oficializou nesta segunda-feira (4) o pedido de criação da comissão de transição com a administração de José de Filippi Júnior (PT). A escolha de Kiko Teixeira, ex-prefeito de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, para coordenar a equipe reflete a intenção de Taka em contar com figuras experientes para conduzir o processo de transição de forma planejada e eficaz.

Também foram indicados para a equipe de transição Bruno Gabriel de Mesquita, que assumirá o papel de secretário, e Marcos Michels, ex-vereador e ex-secretário de Educação, que coordenou a campanha de Taka. Ao lado de Ricardo Souza, Michels terá como função revisar os projetos e identificar aqueles que poderão ser continuados no próximo governo.

Para assegurar que o início de sua gestão ocorra de forma eficiente, Taka solicitou documentos detalhados sobre o estado atual da Prefeitura. A equipe já trabalha na análise das prioridades, visando garantir que as políticas públicas em andamento não sofram descontinuidade. A formação da comissão e a escolha dos profissionais para a transição evidenciam o compromisso do futuro prefeito em manter o ritmo das ações essenciais e alinhar a administração às necessidades de Diadema.

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PT enfrenta encolhimento na Grande SP e perde relevância política no Estado

Com apenas quatro prefeituras conquistadas em 2024, partido do presidente Lula vê redução drástica de eleitorado e influência

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Partido dos Trabalhadores (PT), historicamente forte na Grande São Paulo e berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encolheu nas eleições municipais de 2024, conquistando apenas quatro prefeituras em todo o estado. Apesar de ter lançado candidaturas em 144 municípios paulistas, o PT obteve vitórias somente em Mauá, Matão, Santa Lúcia e Lucianópolis — cidades pequenas e com baixo peso eleitoral. Em Diadema, outra de suas tradicionais bases, o partido sofreu uma derrota importante, com o prefeito José de Filippi Jr. perdendo a reeleição para Taka Yamauchi (MDB).

O declínio de seu eleitorado foi expressivo. Em 2020, as prefeituras petistas no estado somavam quase 900 mil eleitores. Neste ano, o número caiu para 393 mil, mesmo mantendo a quantidade de prefeituras. Em cidades como Araraquara e Diadema, o PT já não conseguiu manter seu espaço, cedendo-o para localidades de menor relevância política, como Santa Lúcia e Lucianópolis, que possuem, somadas, apenas 8.661 eleitores.

Estratégia na capital paulista falha e PT recua

Em São Paulo, o PT abriu mão de lançar candidatura própria à prefeitura pela primeira vez, optando por apoiar Guilherme Boulos (PSOL), com Marta Suplicy como vice. A aliança buscava captar votos nas áreas periféricas da zona sul, onde o PT historicamente era forte. Contudo, a estratégia não deu o retorno esperado. Boulos foi derrotado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que venceu com 59,35% dos votos válidos. O resultado frustra a tentativa de articulação na capital, que pretendia consolidar uma frente de esquerda unida.

A perda da Grande São Paulo e o peso da Lava Jato

O PT perdeu força no estado de São Paulo desde 2016, ano marcado pelo avanço da operação Lava Jato e pelas condenações de lideranças petistas, incluindo o próprio Lula, que enfrentou prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Grande São Paulo, onde o partido nasceu e se consolidou nos anos 1980, refletiu as consequências do desgaste político: a sigla preservou apenas a prefeitura de Mauá, com Marcelo Oliveira reeleito, enquanto Diadema e outras bases tradicionais foram perdidas.

A redução das prefeituras no cinturão industrial simboliza o desmonte de um legado de décadas. Em 1982, o PT fez história ao eleger Gilson Menezes como prefeito de Diadema, seu primeiro grande feito na política municipal. Ao longo dos anos, o partido expandiu sua influência nas cidades operárias de São Bernardo do Campo e Santo André, tendo como expoentes Luiz Marinho e Celso Daniel, respectivamente. Hoje, no entanto, o partido encontra dificuldades em reconquistar o eleitorado.

O retorno de Lula ao Planalto e o impacto nas eleições locais

Nem a volta de Lula à presidência, em janeiro de 2023, foi suficiente para alavancar o PT nas eleições municipais. O presidente optou por uma participação discreta no pleito, evitando interferências diretas para não prejudicar alianças no Congresso, além de relatar cansaço e preocupações com segurança. A postura discreta, porém, não ajudou o desempenho do partido no estado que sempre foi um de seus maiores redutos.

O quadro atual mostra que o PT, mesmo após o retorno de Lula ao Planalto, enfrenta o desafio de reestruturar suas bases e recuperar sua imagem. A perda significativa de influência nas prefeituras paulistas aponta para a necessidade de o partido revisitar suas estratégias eleitorais e se reconectar com o eleitorado de um estado que, outrora, foi central para sua trajetória e expansão política.

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Vice-prefeito eleito em SP, coronel Ricardo Mello, tem histórico de participação em atos golpistas e polêmicas

Bolsonarista atuou em manifestações pró-intervenção militar e possui posicionamentos controversos sobre segurança pública e vacinação

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O coronel Ricardo Mello, eleito vice-prefeito de São Paulo no último domingo (27) na chapa de Ricardo Nunes (MDB), carrega um histórico de participação em atos golpistas e de posicionamentos polêmicos. Em novembro de 2022, Mello, que na época presidia a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), esteve presente em uma manifestação em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, que defendia intervenção militar em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro nas urnas.

Em redes sociais, Mello fez coro ao movimento, publicando a frase “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”, destacando-se entre os apoiadores mais enfáticos de Bolsonaro. Na mesma ocasião, outros manifestantes bolsonaristas promoveram bloqueios ilegais em rodovias federais, também contestando o resultado eleitoral.

Além de sua presença em atos golpistas, o novo vice-prefeito defendeu pautas que polarizam a sociedade. Ele se posicionou contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e defendeu o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Como comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar, defendeu uma atuação mais “repressiva” da força policial e chegou a sugerir protocolos distintos para abordagens em bairros ricos e pobres de São Paulo.

À frente da Ceagesp, Mello foi investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após denúncias de assédio e coerção contra funcionários sindicalistas. Durante sua gestão, demitiu funcionários da estatal e substituiu 22 dos 26 cargos comissionados por ex-policiais ou militares da reserva, o que suscitou críticas de entidades sindicais. Representantes do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo) chegaram a acusá-lo de “autoritário” e “fascistinha”.

A indicação de Mello como vice-prefeito foi apadrinhada por Jair Bolsonaro, o que consolida a chapa de Ricardo Nunes como um elo com o bolsonarismo em São Paulo. Essa composição gerou críticas de setores que apontam o potencial impacto de seu perfil de liderança para a gestão da capital paulista, especialmente em temas de segurança e políticas públicas polarizadas.

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Impasse eleitoral deixa prefeitos sub judice em 40 cidades brasileiras

Decisões judiciais pendentes afetam resultados do pleito e podem atrasar início de novas gestões.

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um dia após as eleições municipais, os resultados para prefeito permanecem incertos em pelo menos 40 municípios brasileiros. Nessas localidades, os candidatos mais votados aguardam decisões da Justiça Eleitoral que definirão se serão confirmados como vencedores. O estado de São Paulo concentra o maior número de casos, com 17 municípios nessa situação, seguido por Minas Gerais, com seis, e Rio de Janeiro, com quatro cidades.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o termo “sub judice” refere-se a processos que estão sob análise judicial e cujo resultado ainda depende de parecer definitivo. Entre os casos mais expressivos está o de Gustavo Martinelli (União Brasil), que venceu o segundo turno para a Prefeitura de Jundiaí (SP), mas aguarda um veredito devido a uma condenação por improbidade administrativa em 2018, quando presidia a Câmara de Vereadores local. Martinelli foi acusado de autorizar um pagamento irregular de R$ 24 mil em horas extras para o procurador jurídico da Casa. Se a situação não for resolvida até 31 de dezembro, a prefeitura será provisoriamente comandada pelo presidente da Câmara até uma definição do Judiciário.

A situação sub judice também impacta outras cidades como Aquidabã (SE), Bonito de Minas (MG), Itaguaí (RJ), e Vitória da Conquista (BA), onde os eleitores observam com atenção o andamento dos processos que decidirão o futuro político local. Em casos de indeferimento definitivo das candidaturas, o TSE deverá determinar se novas eleições serão convocadas ou se o segundo colocado assumirá o cargo.

Lista de municípios com resultados pendentes de decisão judicial:

  • Aquidabã (SE)
  • Amparo do Serra (MG)
  • Aramina (SP)
  • Auriflama (SP)
  • Bequimão (MA)
  • Bocaina (SP)
  • Bonito de Minas (MG)
  • Cabo de Santo Agostinho (PE)
  • Cachoeira do Arari (PA)
  • Colina (SP)
  • Eldorado (SP)
  • Figueirópolis (TO)
  • General Maynard (SE)
  • Goiana (PE)
  • Guapé (MG)
  • Guará (SP)
  • Guzolândia (SP)
  • Ingaí (MG)
  • Itaguaí (RJ)
  • Jacupiranga (SP)
  • Jundiaí (SP)
  • Mongaguá (SP)
  • Mirante do Paranapanema (SP)
  • Natividade (RJ)
  • Neves Paulista (SP)
  • Óbidos (PA)
  • Panorama (SP)
  • Presidente Kennedy (ES)
  • Reginópolis (SP)
  • Ruy Barbosa (BA)
  • Sales Oliveira (SP)
  • São Gabriel do Oeste (MS)
  • São João Evangelista (MG)
  • São José da Varginha (MG)
  • São Sebastião da Grama (SP)
  • São Tomé (PR)
  • Silva Jardim (RJ)
  • Três Rios (RJ)
  • Tuiuti (SP)
  • Vitória da Conquista (BA)

A expectativa é que o TSE resolva a maioria dos casos nas próximas semanas, mas as cidades seguem em compasso de espera, com impactos que podem interferir no início da gestão pública em 2025.

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Sandro Mabel é eleito prefeito de Goiânia com maior fortuna entre líderes das capitais

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Empresário e ex-deputado federal, Mabel declarou patrimônio de R$ 313,4 milhões ao TRE, o que levanta expectativas e dúvidas sobre sua capacidade de conciliar interesses empresariais e demandas populares

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O empresário Sandro Mabel (União Brasil), eleito no domingo (27) prefeito de Goiânia, lidera o ranking de prefeitos mais ricos entre as capitais brasileiras, com um patrimônio declarado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) superior a R$ 313,4 milhões. Com formação em administração de empresas, Mabel, que já foi deputado federal e preside atualmente a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), chega ao Executivo municipal com apoio do governador Ronaldo Caiado (União).

Entre os bens declarados por Mabel constam nove apartamentos, 22 lotes e 18 glebas – incluindo chácaras e fazendas – além de duas casas, uma delas avaliada em R$ 11,7 milhões. Ele também possui quatro participações societárias, cinco quotas empresariais, um helicóptero avaliado em R$ 3,1 milhões e obras de arte com valor estimado em R$ 160 mil. Para além do Brasil, Mabel também possui uma conta no exterior com cerca de R$ 8,5 milhões, e 50% das ações da empresa Gama International, conforme informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua antiga indústria de bolachas foi vendida à multinacional PepsiCo em 2011.

Com uma trajetória de sucesso no setor empresarial e um patrimônio expressivo, a entrada de Mabel na política executiva municipal em Goiânia, tradicionalmente mais próxima das realidades cotidianas da população, desperta debates sobre até que ponto um perfil tão fortemente ligado aos negócios pode se adaptar às demandas populares. Seu perfil milionário pode indicar uma gestão técnica e, possivelmente, mais voltada à eficiência administrativa. No entanto, os desafios de conciliar interesses privados com as necessidades da população local, que incluem desde melhorias nos serviços de saúde até saneamento básico e habitação, colocam à prova sua capacidade de governar sem privilegiar um segmento específico.

A influência econômica e o histórico empresarial de Mabel serão acompanhados de perto pelos eleitores e críticos, especialmente em questões que envolvem transparência e possíveis conflitos de interesse. A expectativa é que sua gestão traga uma visão de inovação e desenvolvimento para Goiânia, mas o sucesso ou fracasso de sua administração dependerá de sua habilidade em equilibrar sua atuação como empresário e seu compromisso com a função pública, que exige uma sensibilidade social que vai além dos números.

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