China acelera compra de soja brasileira temendo “efeito Trump” e eleva preços nos portos e nas sedes das esmagadoras

 

Em meio à guerra comercial EUA-China, importadores chineses garantem 40 cargas de soja do Brasil, impulsionando preços e gerando cautela sobre o futuro do mercado

Caso de Política com Bloomberg – O Brasil se consolida como principal fornecedor de soja para a China em um cenário de crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. Segundo a Bloomberg, processadores chineses fecharam a compra de pelo menos 40 cargas de soja brasileira, o equivalente a 2,4 milhões de toneladas, um volume expressivo que representa quase um terço do processamento mensal chinês.

A aquisição em larga escala, considerada atípica para o período, foi motivada pela combinação de dois fatores cruciais: a recente queda nos preços da soja brasileira, após um período de alta, e as incertezas geradas pela política comercial protecionista do governo de Donald Trump. As tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses, que chegaram a 125%, provocaram uma reação de Pequim, que retaliou com tarifas de até 84%, impactando o apetite chinês por grãos americanos.

As 40 cargas de soja brasileira serão entregues entre maio e julho, período considerado estratégico para a China, que tradicionalmente depende da safra brasileira neste trimestre. Apesar de os esforços chineses para diversificar seus fornecedores, o Brasil tem se mantido como líder nas exportações de soja para o país asiático, superando os Estados Unidos em meio aos embates comerciais.

Além da vantagem cambial e da queda recente dos preços, as margens de lucro mais elevadas no processamento interno da soja também influenciaram a decisão dos importadores chineses. O farelo de soja, um insumo essencial para a alimentação animal, teve seus preços inflacionados pelo clima de incerteza no mercado internacional.

Apesar do otimismo momentâneo para os exportadores brasileiros, a continuidade das tensões comerciais pode gerar um efeito colateral preocupante: a escassez de soja no mercado no último trimestre do ano. Historicamente, a China retoma as compras da safra americana entre setembro e dezembro, mas com as tarifas elevadas, a tendência é que os compradores chineses permaneçam atentos a oportunidades de compra no Brasil, aproveitando eventuais quedas de preço.

Essa movimentação expressiva da China contrasta com a postura da empresa estatal responsável pelos estoques estratégicos do país, que acelerou as compras de soja dos EUA antes da posse de Trump, mas agora restringe drasticamente os negócios com os americanos.

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VÍDEO: União em Hanói: Lula divide mérito da abertura do mercado vietnamita com Câmara e Senado

Diplomacia Suprapartidária: Presidente ressalta o papel fundamental de Hugo Motta e Davi Alcolumbre no avanço das negociações para a exportação de carne bovina brasileira

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em um gesto de reconhecimento à força do diálogo institucional, o presidente Lula atribuiu o sucesso das negociações que resultaram na abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira à colaboração dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre. O anúncio, feito em vídeo divulgado após reunião com o primeiro-ministro vietnamita, celebra um marco histórico para o agronegócio brasileiro. Assista o vídeo aofina da matéria.

Lula, demonstrando um espírito de liderança que valoriza a união de esforços, destacou a importância da presença dos chefes dos poderes legislativos para o êxito da missão.

“Eu estou chegando agora no hotel num dia muito proveitoso para o Brasil. Tivemos uma reunião com o presidente, com o presidente da Assembleia, com o secretário-geral do partido, mas a reunião que nós tivemos agora foi com o primeiro-ministro. E qual foi a alegria que nós estamos aqui? É que depois de muitos anos de tentativa, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira para o mercado do Vietnã.”

O presidente enfatizou o caráter estratégico da conquista, que representa uma oportunidade de expandir as exportações brasileiras para um mercado com mais de 100 milhões de habitantes e consolidar o Vietnã como um parceiro comercial chave no Sudeste Asiático.

Ainda em sua fala, Lula não hesitou em dividir os créditos pelo avanço nas negociações, sublinhando que o apoio do Congresso Nacional foi determinante para convencer as autoridades vietnamitas sobre o potencial do Brasil.

“Eu acho que o que causou essa aceitação do ministro foi a presença do presidente do Senado e do presidente da Câmara, que mostrou a força da amizade que nós queremos ter com o Vietnã. Eu acho que foi uma viagem extraordinária. Já vamos embora amanhã, mas eu volto feliz para o Brasil porque o Brasil estava há mais de 20 anos tentando vender carne aqui, não conseguia, e nós estamos tentando ainda vender os aviões da Embraer porque é um avião extremamente importante para a defesa.”

Ao final da gravação, em clima de celebração, Lula cumprimentou efusivamente os presidentes da Câmara e do Senado, selando o momento de união e reconhecimento.

Com população de mais de 100 milhões, a abertura do mercado vietnamita representa uma oportunidade significativa para os produtores brasileiros, que agora poderão atender à demanda crescente por carne bovina no país, que importa cerca de 300 mil toneladas anualmente. O Vietnã já é o quarto maior destino das exportações agropecuárias brasileiras, atrás apenas de China, União Europeia e Estados Unidos.

Além do impacto imediato nas exportações de carne, o acordo tem um objetivo estratégico de longo prazo. O presidente Lula expressou o desejo de transformar o Vietnã em “uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático”, consolidando a posição do país como um parceiro comercial estratégico para o Brasil na região. O governo brasileiro também busca expandir a colaboração com o Vietnã em outros setores, como a produção de café.

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Guerra Comercial: China mira América Latina e Europa para suprir alimentos e reduzir dependência dos EUA

Escalada nas tarifas americanas impulsiona busca chinesa por novos fornecedores de carne, grãos e laticínios no Brasil, Austrália e União Europeia

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos deve redesenhar o mapa do comércio global de alimentos. Em resposta às novas tarifas impostas por Washington, Pequim mira na América Latina e na Europa para diversificar suas fontes de importação de produtos agrícolas, antes dependentes dos EUA. As informações são da agência Reuters.

Com a imposição de tarifas retaliatórias sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, a China, maior importadora global do setor, busca alternativas para garantir o abastecimento de carne, laticínios e grãos. O Brasil, principal fornecedor de soja, a Austrália, exportadora de trigo, e a União Europeia, forte na produção de carne suína, despontam como os principais beneficiados, segundo analistas e autoridades do setor.

“Haverá um redirecionamento do comércio após as tarifas de importação da China sobre os produtos norte-americanos”, prevê Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank em Hong Kong. A especialista destaca que o setor de carne suína, incluindo miúdos, e pés de frango serão os mais impactados, abrindo espaço para um aumento nas importações chinesas do Brasil, Espanha, Holanda e outros países da União Europeia.

A medida representa uma continuidade na estratégia chinesa de reduzir a dependência do agronegócio americano, iniciada durante o governo de Donald Trump. Em 2024, a China importou US$ 29,25 bilhões em produtos agrícolas dos EUA.

Apesar das investigações antidumping sobre a carne suína e laticínios europeus, as vendas para a China não foram afetadas. A dependência dos EUA em relação aos pés de frango, iguaria apreciada na culinária chinesa, deve persistir, ao menos no curto prazo, devido à dificuldade em encontrar alternativas.

No mercado de grãos, o Brasil e a Argentina devem se beneficiar da taxação da soja americana. A Austrália também pode ampliar suas exportações de sorgo e trigo para a China.

A guerra comercial, somada às tarifas impostas por Trump sobre produtos do Canadá e do México, ameaça o setor de exportação agrícola dos EUA, que movimenta US$ 191 bilhões.

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Governo Lula e o agro: Brasil terá safra recorde em 2025, com alta de 9,4%

Produção histórica impulsiona economia, abastecimento interno e exportações

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A safra brasileira de grãos em 2025 atingirá um novo patamar histórico, com previsão de 325,7 milhões de toneladas colhidas. O volume representa um crescimento de 9,4% em relação ao ciclo anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira (13). O avanço reflete a combinação do aumento de 2,1% na área cultivada, que chega a 81,6 milhões de hectares, e da recuperação de 7,1% na produtividade média, estimada em 3.990 quilos por hectare.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou o peso da produção para o mercado interno, com ênfase na expansão de cultivos essenciais como arroz e feijão. “O arroz, por exemplo, terá uma safra de 11,75 milhões de toneladas, crescimento superior a 11% em relação ao ano passado”, afirmou. Ele também apontou as políticas públicas e o crédito rural subsidiado como fatores que viabilizaram esse desempenho.

Expectativa é de estabilidade nos preços dos alimentos com maior disponibilidade de produtos

O impacto da supersafra deve ser sentido no abastecimento e nos preços dos alimentos. A maior oferta de arroz, feijão e milho pode resultar em valores mais acessíveis ao consumidor. “Com mais produtos no mercado, a tendência é que os preços fiquem mais justos”, explicou Pretto. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou essa previsão:

“A lógica de mercado indica que uma oferta elevada contribui para a queda de preços”.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, celebrou os números e destacou o fortalecimento do Brasil como um dos maiores produtores globais de alimentos. Segundo ele, o governo já discute novas estratégias para estimular a produção e garantir maior segurança alimentar.

Soja e milho lideram expansão, culturas impulsionam crescimento e mantêm Brasil como referência no agronegócio global

A soja continua sendo o carro-chefe da produção nacional, com estimativa de 166 milhões de toneladas colhidas, um avanço de 12,4% sobre o último ciclo. A colheita já começou em estados como Mato Grosso, Paraná, Goiás e Bahia. No caso do milho, a safra deve alcançar 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5%, com forte desempenho no Centro-Oeste e no Sul.

Já a produção de arroz deve crescer 11,4%, totalizando 11,8 milhões de toneladas. O trigo, por sua vez, tem projeção de 9,1 milhões de toneladas, com plantio previsto para começar entre abril e maio nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

Brasil deve bater recorde de exportação de soja e ampliar participação no mercado global

Com a produção em alta, as exportações brasileiras também devem crescer. A Conab projeta um volume recorde de 105,4 milhões de toneladas de soja exportadas. O milho, impulsionado pela demanda internacional, também deve reforçar a balança comercial do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o governo está trabalhando para garantir que essa produção histórica beneficie a população.

“Nosso compromisso é incentivar a produtividade, garantir o abastecimento interno e fortalecer a agricultura familiar”, declarou.

Com a colheita recorde e o fortalecimento do setor agrícola, o Brasil se consolida como um dos maiores celeiros do mundo, garantindo não apenas a segurança alimentar nacional, mas também reforçando sua posição como um grande exportador de grãos.

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Em missão internacional, Abapa abre novos mercados e conquista presença do algodão brasileiro na Turquia e Egito

O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, e a vice-presidente da entidade, Alessandra Zanotto, participam da etapa final da agenda de trabalho do Cotton Brazil – Missão Egito e Turquia. A visita aos dois países buscou avaliar a receptividade do mercado e aumentar a participação do algodão brasileiro nas importações das indústrias de fiação.

A Turquia é o quinto maior importador global de algodão e o quinto maior importador da fibra produzida no Brasil. Desde 2023, o governo egípcio permitiu a importação de algodão brasileiro, iniciando as relações comerciais entre as duas nações e incluindo o Egito entre os países prioritários do Cotton Brazil. Atualmente, o país é o 13º maior importador de algodão do mundo.

O Brasil está construindo importantes e sólidas relações comerciais iniciadas por intermédio do Cotton Brazil. São mercados relevantes e estratégicos interessados no nosso algodão, uma commodity que apresenta competitividade econômica e na qualidade da fibra e volume para atender a demanda do mercado. Essa boa receptividade da Missão Cotton Brazil é resultado de um trabalho iniciado por pessoas que se dedicaram muito para que chegássemos até aqui. É hora de dar sequência e consolidar estas relações de confiança no trabalho dos produtores brasileiros ”, disse Bergamaschi.

Zanotto retornou à Turquia após dois anos e participou de dois seminários organizados pelo Cotton Brazil durante a missão. No seminário na Turquia, que contou com a presença do consultor indiano e diretor da empresa Wazir Advisors, Varun Vaid, foram apresentados dados sobre o cenário das indústrias e o consumo global da fibra. Zanotto destacou os impactos positivos da visita anterior:

Voltar aqui e ouvir que os apontamentos feitos há dois anos foram atendidos mostra que estamos no caminho certo. Sem dúvida, a Turquia é um país importante não somente pela demanda, mas pelas contribuições que sempre fazem para nosso crescimento”.

Após dois anos, a vice-presidente Alessandra Zanotto retornou à Turquia e participou de dois seminários organizados pelo Cotton Brazil, durante a missão. No seminário na Turquia, que contou com a presença do consultor indiano e diretor da empresa Wazir Advisors, Varun Vaid, foram apresentados dados sobre o cenário das indústrias e o consumo global da fibra. Zanotto destacou os impactos positivos da visita anterior:

Voltar aqui e ouvir que os apontamentos feitos há dois anos foram atendidos mostra que estamos no caminho certo. Sem dúvida, a Turquia é um país importante não somente pela demanda, mas pelas contribuições que sempre fazem para nosso crescimento”.

Em sua fala, ela reforçou as ações contínuas e a preocupação dos produtores brasileiros com a sustentabilidade, destacando que a cotonicultura brasileira se consolida com um trabalho sério e o cumprimento da agenda ESG.

A Abrapa se preocupa com a sustentabilidade econômica da cultura do algodão no país”, confirmou.

A missão foi organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Em 2024, o Cotton Brazil realizará 12 missões internacionais, com dez países-alvo: China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia, Tailândia, Coreia do Sul e Egito.

Assessoria de imprensa da Abapa | Nádia Borges

Decisão sobre proibição de exportação de animais vivos está nas mãos do TRF-3

Na decisão, o juíz destacou que os animais são seres sencientes, capazes de sentir dor, angústia, solidão, amor, alegria e raiva, entre outros sentimentos

Ouça o áudio

 

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – Juiz da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo, Djalma Moreira Gomes, julgou procedente, na última terça-feira (25/4), uma ação civil pública apresentada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal em 2017, que pediu a proibição da exportação de animais vivos em todos os portos do país. A sentença reconhece que animais não humanos são sujeitos de direito e que a proteção deles é um dever jurídico, não apenas um preceito de ordem moral.

A entidade alegou que o transporte marítimo de animais vivos para o abate em outros países é feito de modo cruel e que o Brasil é signatário do Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que estabelece padrões para as responsabilidades dos exportadores quanto aos períodos de descanso, densidade de rebanhos e provisão de alimento e água aos animais.

O juiz chegou a conceder liminar determinando a suspensão da exportação de animais vivos em todo o território nacional em fevereiro de 2018, mas a União recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, e a desembargadora Cecília Marcondes suspendeu a liminar até o trânsito em julgado da ação civil pública.

Após essa determinação, o magistrado promoveu audiências públicas e ouviu profissionais da área veterinária. Na nova decisão, ele destacou que os animais são seres sencientes, capazes de sentir dor, angústia, solidão, amor, alegria e raiva, entre outros sentimentos, e que as normas e princípios referentes à proteção da dignidade animal devem prevalecer sobre o “mero interesse econômico” das empresas pecuaristas exportadoras de gado vivo.

“Nesse interregno civilizatório, é preciso que haja uma harmonização entre os interesses dos animais humanos (interesse econômico ou interesse em prover alimentação da população) com a ética que deve presidir as relações desses com os animais não humanos, que, como vimos, são dotados de dignidade própria em razão de sua natureza de seres sencientes”, concluiu o juiz.

A sentença, no entanto, não produzirá efeitos até que o colegiado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região julgue uma suspensão de liminar sobre o tema concedida à União pela desembargadora Cecília Marcondes em 2018. O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal foi representado na ação pelos advogados Ana Paula de Vasconcelos e Ricardo de Lima Cattani.

Repórter ABC – A informação passa por aqui

Leia abaixo a íntegra da decisão:

proibicao-exportacao-animais-vivos