Moraes rebate críticas dos EUA e defende soberania do Brasil no STF: “Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822”

Em resposta a críticas do governo americano, ministro do STF reforça a independência do Judiciário brasileiro e a soberania nacional, citando a Constituição e a luta contra o fascismo e o imperialismo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira (27) às críticas do governo dos Estados Unidos sobre decisões da Justiça brasileira, reforçando a defesa da soberania do Brasil e a independência do Poder Judiciário. A declaração, feita durante sessão da Corte, ocorreu após o Departamento de Estado americano questionar decisões do STF relacionadas à plataforma de vídeos Rumble.

Moraes enfatizou que o Brasil não é mais uma colônia e que está construindo uma República independente e democrática.

“Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor”, declarou o ministro.

Ele ainda citou a Carta da ONU, que prevê “a luta contra o fascismo, nazismo, imperialismo, seja presencial, virtual, e a defesa da democracia e direitos humanos”, para justificar as ações do Judiciário brasileiro. Moraes também lembrou a frase do escritor Guimarães Rosa: “O que a vida quer da gente é coragem”.

A manifestação de Moraes surge após uma publicação do Departamento de Estado dos EUA no X (antigo Twitter), na qual o governo americano criticou decisões do STF relacionadas à plataforma Rumble. A mensagem questionava o bloqueio de acesso à informação e a imposição de multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar usuários.

A reação americana ocorre em meio à aprovação de um projeto de lei em uma comissão da Câmara dos Deputados dos EUA que visa barrar a entrada de Moraes no país. A proposta, intitulada “Sem Censores em Nosso Território”, proíbe a entrada ou deporta qualquer pessoa considerada um “agente estrangeiro que infrinja o direito de liberdade de expressão ao censurar cidadãos dos Estados Unidos em solo americano”.

O Itamaraty consultou Alexandre de Moraes antes de emitir uma resposta oficial, buscando inicialmente evitar o acirramento das tensões. No entanto, após a postagem no X, o governo brasileiro adotou um tom mais firme, expressando “surpresa” com a manifestação do governo americano e rejeitando “qualquer tentativa de politizar questões judiciais”. O governo brasileiro também reafirmou a importância do respeito à independência dos poderes, princípio fundamental da Constituição Federal de 1988.

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O cerco à educação e o projeto autoritário de Trump e da extrema-direita

Cortes em disciplinas críticas, ataques a professores e um revisionismo histórico crescente fazem parte de uma estratégia global da extrema-direita para minar o pensamento crítico e consolidar narrativas autoritárias

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O recém-eleito vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, ao evocar Richard Nixon em seu discurso, reviveu uma ideia sombria: “Os professores são os nossos inimigos.” Essa afirmação, carregada de simbolismo, se encaixa no movimento mais amplo da extrema-direita global, que busca enfraquecer a educação como pilar do pensamento crítico. No Brasil, esse projeto ganha contornos nítidos, com cortes na carga horária das disciplinas de Ciências Humanas e o fortalecimento de uma visão revisionista da História.

O Governo do Estado de São Paulo recentemente promoveu uma reestruturação educacional que reduziu significativamente a carga horária de disciplinas como Geografia, Sociologia, Filosofia e História. O objetivo parece claro: enfraquecer as bases do pensamento crítico. Geografia, para que a população perca a noção de seu espaço e contexto. Sociologia, para impedir uma visão crítica sobre a sociedade. Filosofia, para desestimular o questionamento da realidade. Mas há uma exceção: a História, que teve seu tempo ampliado. Não qualquer História, mas uma versão revisionista, alinhada ao projeto da extrema-direita, como ocorre com Viktor Orbán na Hungria, agora exportado para os EUA e, por consequência, com impacto global.

A estratégia não é inédita. Na Alemanha, a extrema-direita insiste em reescrever o passado, tentando convencer que o nazismo foi um movimento de esquerda. No Brasil, a ditadura militar é romantizada, apresentada como um período “brando” e necessário. Tudo isso se insere em um contexto maior: a extrema-direita depende do negacionismo para sobreviver. O primeiro grande negacionismo foi o climático, evidenciado já no discurso de posse de Donald Trump, quando defendeu a expansão da exploração de combustíveis fósseis. Mas não parou aí. O revisionismo histórico se tornou peça-chave para deslegitimar avanços democráticos e ressuscitar discursos autoritários.

O Brasil já experimentou ataques diretos à educação com a retórica vazia da “Escola Sem Partido”, um projeto que, sob o pretexto de neutralidade, visava censurar professores e restringir debates em sala de aula. Universidades e educadores se tornaram alvos frequentes, acusados de doutrinação ideológica, enquanto o real objetivo era fragilizar a formação de cidadãos críticos. Esse mesmo modelo se desenha agora com o corte seletivo das disciplinas e a imposição de uma História fabricada sob medida para legitimar um projeto autoritário.

O que está em jogo, portanto, não é apenas a estrutura curricular, mas o próprio direito de pensar. Uma sociedade privada da Geografia perde a noção de sua realidade; sem Sociologia, não compreende seus próprios desafios; sem Filosofia, se torna incapaz de questionar as respostas que recebe. Mas, com uma História moldada sob interesses políticos, essa mesma sociedade pode ser conduzida ao passado, em vez de aprender com ele.

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General golpista cita SS nazista como exemplo para “kids pretos” em monografia secreta

Documento expõe conexões ideológicas e práticas de Mario Fernandes com táticas extremistas

Editado por Caso de Política, do DCM – O Diário do Centro do Mundo (DCM) revelou com exclusividade o conteúdo de uma monografia escrita pelo general da reserva Mario Fernandes, investigado por participação em uma tentativa de golpe e no planejamento de assassinatos de figuras políticas. O acesso ao documento, restrito pelo Exército, foi obtido em parceria com o pesquisador Ananias Oliveira, da UFCG, e o perfil Camarote da República.

Na tese de 182 páginas, apresentada à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) em 2002, Fernandes analisou o emprego de Forças Especiais, conhecidas como “kids pretos”, em cenários de Guerra Irregular e Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O general destacou ações nazistas como a libertação de Benito Mussolini pela SS e o uso de paraquedistas na Segunda Guerra Mundial, citando essas operações como “exemplos estratégicos”.

Além do conteúdo controverso, o documento menciona sugestões de campos de prisioneiros e referências a Auschwitz, discutidas em grupos de WhatsApp de militares ligados a Fernandes. A Polícia Federal apurou que ele coordenava manifestantes golpistas no QG do Exército em Brasília, além de planejar um golpe de Estado que incluiria o assassinato de Alexandre de Moraes e possível envenenamento do presidente Lula e do vice Alckmin.

Mario Fernandes, um exímio paraquedista e atirador, transitou entre os altos círculos do Exército e do governo Bolsonaro. Apesar de preterido na carreira militar, desempenhou papel central nos bastidores dos atos antidemocráticos, evidenciando as conexões sombrias entre forças armadas e radicalismo político no Brasil.

Clique aqui para ler a íntegra no DCM.

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O ressurgimento do fascismo e os desafios da atual realidade política

Por Luís Carlos Nunes – Nos últimos anos, temos testemunhado um preocupante ressurgimento do fascismo, do preconceito e do fanatismo religioso em diversas partes do mundo. Essa tendência não apenas representa uma ameaça aos valores democráticos fundamentais, mas também desafia a coesão social e o respeito pelos direitos humanos.

Na política contemporânea, vemos líderes e movimentos que exploram o medo e a divisão como estratégias para obter poder e influência. Discursos inflamados, repletos de retórica xenofóbica, racista e autoritária, são disseminados através das mídias sociais e ganham espaço em debates políticos e eleições.

Um dos principais desafios que enfrentamos é a propagação de ideologias extremistas que promovem a exclusão e a marginalização de grupos minoritários, sejam eles étnicos, religiosos, de gênero ou de orientação sexual. Esse tipo de discurso não apenas alimenta o ódio e a violência, mas também mina os fundamentos da democracia ao minar a igualdade e a liberdade de todos os cidadãos.

Além disso, o fanatismo religioso tem sido cada vez mais utilizado como uma ferramenta política, com líderes e grupos fundamentalistas buscando impor suas crenças e valores sobre a sociedade como um todo. Isso não apenas gera tensões sociais, mas também coloca em risco a liberdade religiosa e a separação entre Estado e religião, princípios fundamentais em uma sociedade democrática.

Diante desse cenário preocupante, é essencial que a sociedade civil, os líderes políticos e as instituições democráticas estejam vigilantes e atuantes na defesa dos direitos humanos, da justiça social e da diversidade. É necessário combater o discurso do ódio e da intolerância com educação, diálogo e políticas públicas inclusivas que promovam a igualdade e o respeito mútuo.

Em última análise, o ressurgimento do fascismo e do preconceito é um lembrete doloroso dos perigos do extremismo e da exclusão em uma sociedade. Devemos permanecer unidos em nossa rejeição a essas ideologias corrosivas e trabalhar juntos para construir um mundo onde todos sejam valorizados e respeitados, independentemente de sua origem, crenças ou identidade.

Agora, compartilho com vocês a tradução da maravilhosa letra “Soon da banda Yes, que nos convida para refletirmos sobre a importância de permanecermos firmes na luta por um mundo mais justo e compassivo. Há esperanças sim de um mundo melhor!

Em breve, oh, em breve a luz
Passe por dentro e acalme a noite sem fim
E espere aqui por você
Nossa razão para estar aqui

Em breve, oh, em breve chegará a hora
Tudo o que nos movemos para ganhar alcançará e acalmará
Nosso coração está aberto
Nossa razão para estar aqui

Há muito tempo atrás, comecei a rimar
Em breve, oh, em breve a luz
Nosso para moldar para sempre, nosso é o certo
O sol nos guiará
Nossa razão para estar aqui

O sol nos guiará
Nossa razão para estar aqui

Policiais prendem suspeitos de integrar grupo neonazista com ligações internacionais em Santa Catarina

Investigadores apuram ligação de neonazistas com grupos internacionais em Santa Catarina, onde um jovem havia dito que todos os ‘mendigos, negros, nordestinos devem ser fuzilados’

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu novamente dez homens suspeitos de participação em um grupo neonazista interestadual com ligações internacionais no estado. A ação sigilosa dos agentes policiais ocorreu na última semana, mas foi divulgada na segunda-feira (24).

Segundo a polícia, o grupo havia sido detido em novembro de 2022, mas foi solto em março de 2023. As prisões foram realizadas em um momento em que há uma discussão em torno da criação de uma política nacional contra a violência nas escolas, especialmente após o massacre ocorrido no dia 5 de abril, em que um homem invadiu uma creche e matou quatro crianças em Blumenau (SC).

Nos últimos meses, a polícia catarinense descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil. De acordo com informações divulgadas pelo programa Fantástico, da Globo, um jovem que usava o nome Aniversário de Führer interagia no celular e disse:

“todos os mendigos negros nordestinos devem ser fuzilados”. A reportagem mostrou que o grupo tinha um plano para implantar no Brasil uma célula radical de supremacia branca.

As investigações apontaram que o grupo é adepto e integrante de uma organização skinhead neonazista transnacional. Durante a ação policial, toda a vestimenta utilizada por eles foi localizada, bem como toda a indumentária que os identifica como um grupo neonazista. O delegado Arthur de Oliveira Lopes afirmou:

“De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional”.

Os 10 homens apontados por neonazismo em Santa Catarina eram responsáveis pelo recrutamento de jovens já radicalizados, segundo a Polícia Civil.

“Eles buscavam futuros integrantes na internet ou em encontros entre células brasileiras e, depois, iniciavam o período de aprovação com os convidados”, conforme o delegado Arthur de Oliveira Lopes.

Outras pessoas também estão sendo investigadas como suspeitas de fazerem parte da organização. As prisões foram mais uma demonstração do combate da Polícia Civil de Santa Catarina contra a violência e o extremismo, especialmente após o recente massacre em uma creche no estado. A sociedade aguarda ações mais firmes das autoridades para coibir esses grupos e garantir a segurança e a proteção de todos os cidadãos.