Rio de Janeiro sediará Cúpula do Brics em julho, reforçando protagonismo internacional

Encontro reunirá chefes de Estado e autoridades de países-membros do bloco para debater cooperação e desenvolvimento

Caso de Política com Agência Brasil – O Rio de Janeiro foi confirmado como sede da Cúpula dos Líderes do Brics em 2025. O evento ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho, consolidando a cidade como um dos principais palcos da diplomacia global. O anúncio foi feito neste sábado (15), após reunião entre o prefeito Eduardo Paes, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e representantes do governo federal no Palácio da Cidade, em Botafogo.

A escolha do Rio não ocorre por acaso. Apenas um ano após ter recebido a Cúpula do G20, a capital fluminense se projeta novamente no cenário internacional como ponto estratégico para negociações multilaterais. Além dos chefes de Estado e ministros dos países do Brics, o evento reunirá representantes da sociedade civil e do setor empresarial, reforçando a agenda de cooperação econômica e diplomática do bloco.

“A gente se sente muito orgulhoso de representar todos os brasileiros com as belezas da nossa cidade, com seus desafios, ninguém é ingênuo, inocente aqui. Mas é uma cidade muito especial, que a gente tem muito orgulho. Rio mais uma vez capital do mundo, com G20 no ano passado, agora Brics e quem sabe eu não consigo a assinatura do decreto presidencial de Rio capital honorária do Brasil”, afirmou Eduardo Paes em vídeo publicado nas redes sociais ao lado do chanceler Mauro Vieira.

Com a presidência rotativa do Brics sob comando do Brasil desde 1º de janeiro, o encontro no Rio simboliza uma oportunidade de fortalecer laços entre os países-membros, que atualmente incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã. O chanceler Mauro Vieira destacou a importância do evento para o avanço das relações internacionais.

“Receberemos os chefes de Estado dos 20 países que integram o Brics nas categorias de membros plenos e parceiros em que vamos tomar decisões importantes para o desenvolvimento desses países, para a cooperação e para a melhoria das condições de vida dos habitantes desses países. Mais uma vez o Rio de Janeiro será palco de uma importantíssima reunião internacional”, afirmou Vieira.

Para coordenar as ações relacionadas ao evento, a prefeitura criou o Comitê Rio Brics, que ficará responsável pelo “Calendário Brics Rio”, reunindo iniciativas e atividades até o fim de 2025. Além disso, o comitê participará de fóruns e comissões em nível nacional e internacional, acompanhando debates estratégicos sobre economia, desenvolvimento sustentável e inovação.

A Cúpula do Brics promete ser um marco na agenda diplomática do Brasil em 2025, fortalecendo sua posição no bloco e ampliando o protagonismo do Rio de Janeiro como polo de grandes eventos internacionais.

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G20: líderes mundiais tiram foto oficial da cúpula

Na foto, o presidente do Brasil posou entre o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Os líderes das maiores economias do mundo, reunidos no encontro do G20, tiraram nesta segunda-feira (18) a foto oficial com os representantes dos países do bloco. O registro, realizado no Rio de Janeiro, teve o Pão de Açúcar como cenário.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupou uma posição de destaque na imagem oficial, posando entre o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. A disposição simboliza a transição da presidência do grupo: da Índia, que liderou em 2023, para o Brasil, em 2024, e posteriormente para a África do Sul, que assumirá em 2025.

Outros líderes próximos a Lula incluíram Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia, e Xi Jinping, presidente da China. Na fileira logo atrás, foi possível observar uma conversa entre Emmanuel Macron, presidente da França, e Javier Milei, presidente da Argentina, que trocaram risadas durante o momento.

No palco onde a foto foi tirada, destacava-se a inscrição “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza”, iniciativa lançada oficialmente nesta segunda-feira. Idealizada pelo Brasil, a aliança tem como objetivo acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, principais prioridades nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Atualmente, a proposta conta com a adesão de 82 países.

De acordo com a CNN, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, não participaram da fotografia, pois estavam envolvidos em uma reunião bilateral. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também ficou de fora, pois chegou atrasada.

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G20 no Brasil: taxação de bilionários, fome e clima dominam cúpula global

Foto: Agência Brasil

Lula lança aliança contra a fome com adesão de 81 países e R$ 146 bilhões do BID, enquanto líderes debatem reforma global e justiça climática

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A cúpula de líderes do G20 teve início nesta segunda-feira (18/11), no Rio de Janeiro, com o Brasil no centro das atenções. Chefes de Estado e representantes das maiores economias do mundo enfrentam temas cruciais, como a taxação de super-ricos, o combate à fome e às mudanças climáticas, além da reforma das instituições de governança global.

O evento, que se estende até esta terça-feira (19/11), foi marcado pelo lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com adesão de 81 países, a iniciativa pretende ampliar políticas de transferência de renda para alcançar 500 milhões de pessoas até 2030. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um aporte de US$ 25 bilhões – cerca de R$ 146 bilhões – para financiar projetos na América Latina e no Caribe, com apoio de outras nove instituições financeiras.

A fome é uma questão política, não um desastre natural. É responsabilidade dos governantes do mundo que a tratam como invisível”, declarou Lula durante um discurso no último sábado (16/11).

Taxação de fortunas e resistência política

Outro destaque da presidência brasileira no G20 é a proposta de tributar em 2% as fortunas de bilionários, com a receita destinada a reduzir desigualdades nos países mais necessitados. A ideia, defendida por Lula como uma medida de justiça social, encontra forte resistência de líderes como o presidente argentino Javier Milei, que se posiciona contra qualquer tipo de tributação global.

A tensão entre visões opostas ilustra as dificuldades em alcançar consensos dentro do G20. Mesmo assim, a proposta brasileira ganhou respaldo de nações como Alemanha, Noruega, Bangladesh e União Europeia, além do apoio explícito do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

ONU e a urgência de uma reforma global

A cúpula também se debruça sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, alvo de críticas por sua estrutura antiquada e exclusivista. Atualmente, apenas cinco membros permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – possuem poder de veto.

O Conselho reflete o mundo de 80 anos atrás”, afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU, durante o evento. A estrutura atual tem dificultado a tomada de decisões em crises globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza, alimentando o clamor por mudanças.
Clima em destaque: financiamento e sobrevivência global

O combate às mudanças climáticas é outra prioridade do G20, com o Brasil liderando as discussões para ampliar os recursos destinados à mitigação e adaptação aos impactos ambientais. Paralelamente, negociadores da COP29, no Azerbaijão, enfrentam dificuldades para definir um financiamento robusto. Países em desenvolvimento exigem ao menos US$ 1 trilhão das nações ricas para financiar ações climáticas, mas esbarram na relutância dos países desenvolvidos.

Simon Stiell, secretário executivo do Clima na ONU, pediu maior engajamento dos líderes do G20: “A cooperação internacional é nossa melhor e única chance contra o aquecimento global.”

Agenda do G20 e a passagem de bastão

A cúpula começou com a recepção dos líderes pelo presidente Lula no Museu de Arte Moderna. A manhã foi dedicada ao lançamento da Aliança Global contra a Fome e à primeira sessão de debates sobre desigualdade e governança global. À tarde, o foco recai sobre a reforma da ONU e outras instituições internacionais.

Na terça-feira, os líderes discutirão desenvolvimento sustentável e transição energética antes de encerrar a cúpula com a tradicional declaração conjunta. A presidência do G20 será então transferida para a África do Sul, que assume o comando do grupo.

O desafio de transformar discursos em ação

Com temas que vão da justiça social à sobrevivência do planeta, o G20 no Brasil traz uma pauta carregada de simbolismo e urgência. Entretanto, as barreiras políticas e econômicas deixam no ar a dúvida: os acordos desta cúpula serão um marco transformador ou mais um capítulo de promessas não cumpridas?

Lula, no entanto, deixou clara sua intenção:

“Estamos tratando a fome, a desigualdade e o clima como questões políticas, porque é isso que elas são. Não podemos mais esperar.”

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Declaração do G20 Social pressiona governos por ações mais ambiciosas

Organizações da sociedade civil cobram compromisso

EBC – O texto da declaração final do G20 Social pressiona os governos dos países do grupo a adotarem medidas com objetivos mais ambiciosos. É o que avaliam diferentes entidades e organizações da sociedade civil que participaram das discussões que subsidiaram a construção do documento. Para elas, é preciso um compromisso mais firme no enfretamento das mudanças climáticas e das desigualdades.

A taxação dos super ricos é citada na declaração como caminho para financiar políticas sociais e ambientais. Para o Observatório do Clima, rede que reúne diferentes entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira, este é um debate central.

“Os países do G20 são responsáveis por cerca de 80% das emissões dos gases de efeito estufa e concentram 80% da riqueza do mundo. Nenhum país pode alegar falta de recursos para financiamento climático se não taxar seus bilionários de forma justa. A taxação progressiva sobre os super-ricos é um passo crucial para financiar a adaptação à mudança do clima e a transição energética justa”, registra manifestação do Observatório do Clima.

O G20 Social teve início na quarta-feira (14) e se encerra neste sábado (16). Trata-se de uma inovação instituída pelo governo brasileiro. O país preside o G20 pela primeira vez desde 2008, quando foi implantado o atual formato do grupo, composto pelas 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana. Nas presidências anteriores, a sociedade civil costumava se reunir em iniciativas paralelas à programação oficial. Com o G20 Social, essas reuniões foram integradas à agenda construída pelo Brasil. O objetivo foi ampliar o diálogo entre os líderes governamentais e a sociedade civil.

Boa parte da programação dos três dias foi composta por atividades autogestionadas propostas por diferentes organizações sociais. A declaração final sintetiza as propostas de consenso do G20 Social. Ela foi entregue ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que a levará aos governos de todas as nações na Cúpula dos Líderes do G20. O encontro, que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, encerra o mandato brasileiro. A África do Sul sucederá o Brasil na presidência do grupo.

A discussão da taxação dos super ricos tem sido uma das prioridades assumidas pelo governo brasileiro. Em julho, a Trilha de Finanças, um dos grupos de discussão do G20, aprovou sua declaração final com menções ao tema. O Brasil defende que seja pactuada a adoção de um imposto mínimo sobre os super ricos, de forma a evitar uma guerra fiscal entre os países. No entanto, há resistências. Representantes dos Estados Unidos, por exemplo, têm defendido que cabe a cada governo tratar da questão internamente.

A pauta é considerada legítima e urgente por Elisabetta Recine, coordenadora de relações internacionais da Rede Penssan, que reúne pesquisadores no tema da segurança alimentar e nutricional. Para ela, levar o tema para o conjunto de países do G20 é um movimento importante. Em sua visão, a taxação dos super ricos é uma agenda que articula as demandas por justiça climática, por justiça alimentar e por justiça fiscal e tributária.

“Não dá mais para nós convivermos com situações em que as grandes fortunas têm uma série de instrumentos em que elas não pagam nenhum ou muito pouco imposto em relação ao seu padrão de consumo e aos seus bens e seus ganhos. É absolutamente vergonhoso que a gente conviva com uma situação dessa, em que proporcionalmente um trabalhador tenha uma carga tributária muito maior do que uma grande fortuna”, avalia Recine, que é também presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão colegiado composto por representantes da sociedade civil e do governo brasileiro que presta assessoramento à Presidência da República.

“Mesmo que o G20 não banque essa decisão, nós temos a responsabilidade e a urgência no Brasil de fazer decisões em relação a esse processo”, defende ela. Justamente para cobrar mais ambição no financiamento de ações sociais e ambientais, o Observatório do Clima está convocando um protesto para a manhã de segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. Prevista para se iniciar às 8h no Posto 11 da Praia do Leblon, a iniciativa se conecta com a campanha “Taxa os Bi”, uma estratégia de pressão on-line para pressionar os líderes do G20 pela taxação de bilionários e destinação dos recursos para combater a fome e a pobreza, fazer a transição energética justa e proteger as populações de eventos climáticos extremos.

Diversidade de temas

Além de defender a taxação dos super ricos, a declaração final do G20 Social, que contém quatro páginas, pede novos esforços para combater as desigualdades, a fome e a pobreza e cobra compromisso como uma transição energética justa, que seja capaz reduzir a emissão de gases de efeito estufa e de proteger as florestas tropicais, sem gerar exclusão social. O texto também defende reformas “inadiáveis” em instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A declaração sintetiza os grandes chamados, vamos dizer assim. E a importância dessa síntese é que você abre a porta para que os diferentes governos possam olhar os documentos específicos aonde as propostas e as visões estão melhor detalhadas. É uma síntese escrita pela sociedade civil e isso é algo inédito. Então é muito simbólico, é muito importante, mas para ter acesso aos detalhes das discussões e das propostas, nós precisamos ir para as diferentes trilhas de discussão do G20”, afirma Recine.

A inclusão dos principais temas em debate foi destacada por Renato Godoy, gerente de relações governamentais do Instituto Alana, uma organização da sociedade civil que desde 1994 desenvolve sua atuação com foco nos direitos das criança e dos adolescentes. “A declaração final reflete a diversidade e a qualidade dos debates que ocorreram no âmbito do G20 social e apresenta as propostas da sociedade civil brasileira e mundial para as múltiplas crises que o planeta vem enfrentando”.

Para ele, a presidência do Brasil no G20 e as mobilizações da sociedade civil brasileira deixaram duas marcas muito fortes no âmbito do G20.

“Uma delas é a grande participação social que ficou evidenciada no G20 Social e a outra sem dúvida é o combate à fome e à pobreza, com a criação da Aliança Global”, disse.

Godoy também destacou a riqueza das discussões envolvendo temas como as mudanças climáticas, a segurança digital, a equidade de gênero, o direito à educação e a proteção de crianças e adolescentes.

A criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, citada por ele, foi outra prioridade da presidência brasileira no G20. A iniciativa envolve um compromisso internacional para a mobilização de apoio político, de recursos financeiros e de conhecimento técnico com um único objetivo: disseminar políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a insegurança alimentar no mundo. A proposta conta com o apoio do Banco Mundial, organismo internacional de fomento ao desenvolvimento, e já conta com a adesão confirmada de diversos países e instituções.

Para Sônia Mara Maranho, que integra a coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), o G20 Social também destacou a necessidade de uma maior participação popular social em meio à disputa geopolítica.

“A gente espera que o Lula tenha o cuidado de prestar atenção no documento e também de levar as propostas na próxima semana na Cúpula dos Líderes do G20 para tratar dos temas junto às grandes corporações, aos governos e aos diplomatas que estarão no Brasil. Mas a gente sabe que temos um grande desafio que é acumular força enquanto classe trabalhadora para enfrentar toda a tentativa que os bancos, os acionistas e os rentistas têm em dominar o mundo a partir de uma concepção capitalista de exploração”, afirmou.

Embate entre Janja e Elon Musk no G20 Social gera repercussão e acirra tensões diplomáticas

Lula pede cautela e critica ofensas enquanto Janja e Musk protagonizam polêmica internacional

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, a Janja, protagonizou um embate com o bilionário sul-africano Elon Musk durante o G20 Social, evento que antecede a cúpula de líderes do bloco. A polêmica começou quando, em um painel sobre desinformação digital no Rio de Janeiro, Janja interrompeu seu discurso para criticar Musk, dono da plataforma X, com a frase:

Fuck you, Elon Musk!”

A declaração gerou reações imediatas, incluindo uma resposta irônica do empresário nas redes sociais:

They will lose the next election” (“Eles perderão a próxima eleição”).

A troca de farpas repercutiu amplamente e gerou críticas até mesmo no campo progressista. Diplomatas do Itamaraty consideraram a fala da primeira-dama desnecessária, apontando que o episódio pode dificultar a já tensa relação entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Musk, que ocupará um cargo equivalente ao de ministro no futuro governo Trump, foi uma peça-chave na disseminação de desinformação e conteúdo polarizador durante as eleições americanas, segundo analistas.

Lula adota tom conciliador

Durante o “Festival Aliança Global: Pro Dia Nascer Feliz”, evento vinculado ao G20 Social, Lula comentou o episódio ao lado de Janja, enfatizando a importância de promover conscientização sobre temas globais, como o combate à fome, sem recorrer a ofensas.

“Essa é uma campanha em que não temos que ofender ninguém ou xingar ninguém. Precisamos apenas indignar a sociedade, as pessoas que conquistaram o seu direito de comer”, declarou o presidente.

Lula, contudo, demonstrou apoio à esposa, destacando sua capacidade de sensibilizar sobre questões sociais.

“Quero que quem não gosta de nós, ouça a frase dessa menina: ‘Os poderosos poderão matar uma ou duas rosas, mas jamais poderão deter a primavera.’”

O impacto da polêmica

Janja justificou sua crítica, associando Musk à propagação de desinformação e ao enfraquecimento da democracia em escala global. No entanto, sua postura gerou divisões. Enquanto aliados destacaram sua coragem, críticos questionaram se suas ações refletem o papel de uma primeira-dama, que deveria zelar pela diplomacia do país.

Musk, por sua vez, intensificou a tensão ao apontar que o governo Lula estaria enfraquecido politicamente, insinuando um revés eleitoral futuro. A plataforma X, sob sua direção, tem sido acusada de favorecer narrativas conservadoras e polarizadoras, além de enfraquecer políticas de moderação de conteúdo, ampliando o impacto da desinformação.

Desdobramentos internacionais

A situação se torna ainda mais complexa ao considerar que Musk, no novo governo Trump, liderará o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, cargo equivalente a um ministério nos Estados Unidos. O embate, iniciado por Janja, pode prejudicar a relação diplomática entre os dois países, especialmente no momento em que Brasil e EUA negociam cooperações no cenário global.

Enquanto Lula busca minimizar os danos com um discurso conciliador, a polêmica revela as dificuldades de equilibrar o ativismo político de figuras públicas e as demandas da diplomacia. O episódio escancara o peso das palavras em tempos de polarização, destacando o papel central das redes sociais como palco de disputas políticas globais.

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Lula assina GLO e autoriza Forças Armadas no Rio para segurança da Cúpula do G20

Com a chegada de 56 delegações, operação de Garantia da Lei e da Ordem reforça esquema de proteção para o evento internacional

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou, por meio de decreto, o uso das Forças Armadas no Rio de Janeiro para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a Cúpula de Líderes do G20. O evento, que reunirá 21 países e organizações internacionais, ocorrerá na cidade entre os dias 14 e 21 de novembro, com a chegada de 56 delegações. A medida, publicada em edição extra do Diário Oficial nesta sexta-feira, visa fortalecer a segurança local para proteger as autoridades e representantes estrangeiros.

A operação de GLO será realizada em parceria com os órgãos de segurança pública federais e estaduais, reforçando o efetivo para garantir um ambiente seguro durante a cúpula. Em nota oficial, o Palácio do Planalto destacou que a mobilização das Forças Armadas busca assegurar a integridade de todos os participantes, demonstrando a capacidade do Brasil de sediar eventos de grande porte. A presença dos militares ampliará as operações de proteção, integrando-se ao esquema já preparado para o evento.

A Garantia da Lei e da Ordem é um dispositivo que permite o uso das Forças Armadas em situações excepcionais, especialmente quando o reforço às forças estaduais se faz necessário para manter a ordem. No caso do Rio de Janeiro, que historicamente demanda um aparato de segurança robusto em eventos internacionais, a mobilização dos recursos federais pretende assegurar o bom andamento da cúpula e a tranquilidade dos envolvidos.

Com caráter temporário, a medida busca garantir a segurança integral durante o G20, em função do elevado número de chefes de Estado e líderes globais que estarão presentes.

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Piauí sedia reunião do G20 como exemplo de combate à fome

Mapeamento dos Índices de Desenvolvimento Social”, será lançado nesta segunda-feira (20), em Teresina

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O estado do Piauí está no centro das atenções internacionais esta semana, ao sediar discussões do G20 focadas no combate à fome e à pobreza. O estado, que experimentou profundas transformações sociais nas últimas duas décadas, serve de exemplo graças a iniciativas como o Bolsa Família, que celebra 20 anos em 2023. Este progresso é detalhado no estudo “Mapeamento dos Índices de Desenvolvimento Social”, realizado pelo pesquisador Antônio Claret, cujo lançamento ocorrerá nesta segunda-feira (21), em Teresina.

Claret destaca que uma combinação de políticas públicas e a atuação de diversos atores sociais e empresariais foi crucial para o desenvolvimento do estado. “Os investimentos realizados e as políticas públicas de sucesso implementadas no Piauí são o foco do estudo, que visa mostrar como esses modelos podem ser referência global”, afirma o pesquisador.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí, indicador que avalia o bem-estar da população, subiu de 0,48 em 2000 para 0,71 em 2020, um avanço de 48%. Esse progresso coloca o estado na categoria de desenvolvimento humano “alto”, conforme a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A pesquisa resultou de uma cooperação entre a Secretaria de Planejamento do Piauí (Seplan) e o PNUD. Claret explica que a ideia é compartilhar essas experiências bem-sucedidas com outros países em situações semelhantes de desenvolvimento humano.

Crescimento Econômico e Redução da Desigualdade

O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, a participação do Piauí no PIB nacional e a redução da desigualdade de renda foram fundamentais para a melhoria do IDH. A renda média do piauiense, medida pelo PIB per capita, cresceu 64% entre 2002 e 2022, reduzindo a disparidade em relação à média nacional. Segundo Claret, a universalização de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, foi decisiva nesse processo: “A ampliação da cobertura de programas como o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família foi crucial para enfrentar a pobreza e promover o desenvolvimento humano”.

Guaribas, primeiro município do Brasil a receber o programa Fome Zero em 2003, é um exemplo do impacto positivo dessas políticas. O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, caiu de 0,61 em 2010 para 0,52 em 2021, indicando uma distribuição mais equitativa da riqueza. A pobreza também diminuiu significativamente, com uma redução de 70% no percentual da população em situação de pobreza e extrema pobreza entre 2000 e 2013.

Avanços na Educação

O Piauí também alcançou progressos significativos na educação. A taxa de analfabetismo caiu pela metade entre 2000 e 2021, enquanto a conclusão do ensino fundamental pela população adulta mais que dobrou. Desde 2019, o estado lidera o ranking nacional de crianças na escola, com 97% das crianças de 5 a 6 anos matriculadas. O desempenho dos estudantes melhorou consideravelmente, superando a média da região Nordeste nos anos iniciais do ensino fundamental e acompanhando as projeções do Ministério da Educação nos anos finais.

Saúde: Progresso com Desafios

Na área da saúde, a expectativa de vida no Piauí aumentou seis anos entre 2000 e 2010, mas estabilizou-se posteriormente, com um recuo de 2,5 anos devido à pandemia de Covid-19. A mortalidade infantil caiu 58% entre 2000 e 2019, embora tenha aumentado em 2020 e 2021 devido à pandemia. Claret ressalta a importância da estratégia de saúde da família, que promoveu a atenção básica e o acompanhamento nutricional e pré-natal das mulheres: “A expansão das unidades básicas de saúde e a atuação de equipes multiprofissionais foram fundamentais para o sucesso dessa política, que pode servir de modelo para outros países”.

O Piauí, ao sediar as discussões do G20, demonstra como políticas públicas eficazes podem transformar a realidade de uma região, servindo de inspiração para a luta global contra a fome e a pobreza.

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