Novo ciclo de investimento da Honda no Brasil promete geração 5 mil novos empregos

O aporte será de R$ 4,2 bilhões entre 2024 e 2030 e concentrado na introdução da tecnologia de veículos híbridos e no desenvolvimento de cadeia de suprimentos-chave para esses modelos

Caso de Política com Agência Gov – Em um encontro estratégico realizado no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Arata Ichinose, presidente da Honda para a América do Sul. A reunião contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e teve duração aproximada de uma hora.

Durante o encontro, Ichinose apresentou ao presidente Lula um panorama da trajetória da Honda no Brasil. Com mais de 50 anos de atuação no país, a empresa mantém uma fábrica de motocicletas em Manaus, responsável pela produção de mais de 30 milhões de unidades, além de operações de veículos em Sumaré e Itirapina-SP, e um parque eólico em Xangri-La-RS, além de um escritório na cidade de São Paulo. A Honda já possui um investimento robusto de R$ 9 bilhões no Brasil, focado especialmente no setor automotivo.

O presidente da Honda destacou o compromisso da empresa com a transição para energias renováveis até 2050, ressaltando o potencial do etanol como um aliado nessa jornada de descarbonização. Além disso, anunciou a produção no Brasil de um novo modelo híbrido-flex de SUV, previsto para ser lançado em 2025.

Como parte desses esforços, Ichinose anunciou um novo ciclo de investimentos da Honda no Brasil, totalizando R$ 4,2 bilhões entre 2024 e 2030. Esses recursos serão direcionados principalmente para a introdução da tecnologia de veículos híbridos e para o desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos robusta para esses modelos. A expectativa é que esses investimentos gerem 1.700 novos empregos diretos e mais de 3.500 indiretos. A fábrica de Itirapina já se prepara para iniciar o segundo turno de produção a partir da próxima segunda-feira (22).

Vale destacar que híbrido-flex é um veículo que combina duas tecnologias de propulsão: o sistema híbrido, que utiliza tanto um motor elétrico quanto um motor a combustão interna, e a capacidade de utilizar diferentes tipos de combustível, como gasolina, etanol ou uma mistura dos dois.

Esses veículos são projetados para oferecer maior eficiência energética e reduzir as emissões de poluentes, além de proporcionar flexibilidade aos proprietários em termos de escolha de combustível. No caso do Brasil, onde a produção e o consumo de etanol são significativos, os carros híbridos-flex oferecem uma opção ainda mais econômica e sustentável para os consumidores, pois permitem alternar entre o uso de etanol e gasolina conforme a disponibilidade e o preço dos combustíveis.

Essa tecnologia combina as vantagens dos veículos híbridos, que oferecem maior eficiência e menor emissão de poluentes em comparação com os veículos movidos exclusivamente a combustão interna, com a flexibilidade dos veículos flex-fuel, que podem ser abastecidos com diferentes tipos de combustível. Essa combinação faz dos carros híbridos-flex uma opção atraente para os consumidores brasileiros preocupados com o meio ambiente e interessados em economia de combustível.

O presidente Lula saudou os novos investimentos da Honda no Brasil, destacando o papel fundamental da indústria automobilística no desenvolvimento econômico do país. Ele ressaltou a importância de um ambiente de investimentos estável e propício, com destaque para a estabilidade jurídica, econômica, fiscal e social. Lula também enfatizou a necessidade de oferecer modelos de custo acessível para atender à crescente demanda da classe média brasileira, e destacou o potencial de exportação de veículos produzidos no Brasil para outros países da América Latina.

Por fim, o presidente Lula e o vice-presidente Alckmin celebraram o novo ciclo de investimentos da Honda no Brasil, assinando uma placa comemorativa que simboliza o compromisso mútuo com o desenvolvimento econômico e a geração de empregos no país.

Este é mais um passo significativo rumo a um futuro mais sustentável e próspero para o Brasil, onde a indústria automotiva desempenha um papel crucial no cenário econômico e ambiental.

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Foco e visão na política econômica: governo Bolsonaro x governo Lula, por Luís Carlos Nunes

Em economia não há erros, tudo depende da visão

Luís Carlos Nunes – A política econômica de um país pode ter diferentes abordagens e prioridades, dependendo do enfoque e da visão de cada governo. No Brasil, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a atual administração de Luiz Inácio Lula da Silva ilustram essas divergências de foco e suas consequências sociais.

Bolsonaro privilegiou o mercado financeiro e o capital especulativo, com uma política de austeridade fiscal, desregulamentação e privatizações. Em seu mandato, o país enfrentou uma recessão econômica e uma piora nas desigualdades sociais e regionais. As políticas de cortes em investimentos sociais, como educação e saúde, e a flexibilização das leis trabalhistas foram alguns dos pontos controversos desse período.

Por outro lado, o atual governo de Lula tem se destacado por uma postura mais voltada para o social e o desenvolvimento econômico inclusivo. O presidente tem anunciado investimentos em áreas como educação, saúde, habitação e geração de empregos, com a meta de reduzir as desigualdades e a pobreza no país. Nesse sentido, a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais anunciada recentemente é um exemplo de compromisso com a educação.

Outro ponto importante da gestão de Lula tem sido a defesa do papel do Estado como indutor do crescimento econômico e do bem-estar social, por meio do fortalecimento do mercado interno e da política industrial. Para isso, o governo tem lançado programas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Minha Casa, Minha Vida, que buscam incentivar o empreendedorismo e a construção de moradias populares.

O contraste entre as duas visões de política econômica fica evidente na comparação das consequências sociais. Enquanto no governo Bolsonaro a pobreza e a desigualdade aumentaram, com um índice recorde de desemprego e uma queda na renda média da população, o governo Lula tem como prioridade a inclusão social, o investimento em serviços públicos e a retomada do crescimento econômico. A expectativa é de que essas políticas possam gerar mais empregos, aumentar a renda das famílias e fortalecer a economia como um todo.

Em resumo, a política econômica de um governo pode ter impactos significativos na vida das pessoas e na trajetória do país. A escolha entre priorizar o mercado financeiro ou o social pode ter implicações de longo prazo e deve ser objeto de um debate amplo e democrático. O que fica claro é que não há erros ou acertos absolutos em política, mas diferentes visões e escolhas que devem ser avaliadas em termos de seus efeitos sociais e econômicos.

O equilíbrio político como caminho para o desenvolvimento nacional

É comum em tempos de polarização política, que a análise econômica seja tomada como um dogma absoluto, ignorando outros aspectos importantes que afetam a vida da população. No entanto, é necessário reconhecer que a economia é apenas uma das áreas que contribuem para o desenvolvimento do país. É importante um olhar abrangente, que leve em conta o social, cultural e ambiental, para conduzir os destinos da nação.

A frase do ex-líder chinês Deng Xiaoping “não importa a cor do gato, o que importa é que ele cace o rato” se refere à efetividade das ações em detrimento da ideologia que as embasa. Ou seja, o mais importante é que as políticas públicas funcionem e atendam às necessidades da população, independentemente da corrente ideológica que as sustenta.

Outras frases importantes para se pensar em uma política de centro são:

  • “O extremismo é sempre negativo, sempre, não há exceções”, de Luiz Inácio Lula da Silva;
  • “O problema com a política é que ela atrai os mais idiotas entre nós”, de William Edward Simon;
  • “A política é a arte de obter dinheiro dos ricos e votos dos pobres, prometendo proteger uns dos outros”, de Oscar Ameringer.

A polarização política, com discursos extremados, leva a uma fragmentação da sociedade e à dificuldade em encontrar soluções para os problemas nacionais. A política de centro é a que busca unir diferentes setores em torno de objetivos comuns, buscando o equilíbrio entre os interesses conflitantes.

No entanto, é preciso destacar que essa política de centro não deve significar uma falta de posicionamento ou a ausência de valores éticos e morais. Ao contrário, é possível ter posições firmes e defender os interesses do país sem, contudo, adotar uma postura extremada e inflexível.

Portanto, é necessário buscar um equilíbrio entre as diferentes áreas e interesses da sociedade, sem que isso signifique a adoção de uma visão extremada e simplista. A política deve estar a serviço do bem comum e, para isso, é preciso buscar uma ampla coalizão que possibilite a construção de um projeto nacional que atenda às necessidades de todos os brasileiros e brasileiras.