Deputados baianos, recomendam fim do contrato da Coelba e critica modelo de concessão

Relatório aponta precariedade nos serviços e altos custos da energia no estado

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) divulgou, nesta terça-feira (3), um relatório crítico sobre a atuação da Neoenergia Coelba, responsável pela distribuição de energia elétrica no estado. O documento, elaborado pela Subcomissão de Acompanhamento da Execução do Contrato da Coelba, rejeita a renovação do contrato da concessionária até 2057, argumentando que os prejuízos econômicos e sociais tornam insustentável a continuidade da concessão.

Com base em quatro audiências públicas, o relatório aponta problemas recorrentes na prestação do serviço, como interrupções frequentes no fornecimento de energia, elevada quantidade de reclamações em canais como Procon/BA e Reclame Aqui, e mais de 44 mil processos judiciais registrados contra a empresa, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A falta de infraestrutura adequada, incluindo redes modernizadas e subestações, agrava a situação.

O impacto sobre a economia baiana é destacado em setores estratégicos. No oeste do estado e no território de Irecê, produtores enfrentam dificuldades para manter suas atividades devido à precariedade do fornecimento de energia.

“Há agricultores que recorrem ao uso de geradores a diesel para garantir a produção”, apontou o deputado Robinson Almeida (PT). Em Itabuna, produtores de leite perderam toda a produção após dias sem energia elétrica.

Os polos industriais de Camaçari e Feira de Santana também têm enfrentado limitações para expandir suas operações, prejudicando o desenvolvimento econômico local. Entre 2020 e 2024, a Coelba aplicou reajustes tarifários acumulados de 45,59%, colocando a Bahia entre os estados com a energia mais cara do Brasil. Apesar de a empresa ter adotado maior transparência em 2024, o relatório questiona a eficácia da comunicação com os consumidores, especialmente no que diz respeito aos investimentos realizados.

O documento critica ainda a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), acusando-a de leniência com as concessionárias. Segundo o relatório, a agência não considerou as especificidades locais, como a necessidade de melhorar o acesso à energia em regiões remotas.

O grupo Neoenergia tem falhado em garantir a qualidade e continuidade dos serviços, além de não realizar os investimentos necessários para atender às demandas da população baiana”, destacou um dos trechos do relatório.

A análise questiona, inclusive, o modelo de privatização do setor elétrico no Brasil, sugerindo que ele não tem garantido melhorias nos serviços ou tarifas mais justas.

Diante desse cenário, o relatório conclui que a renovação do contrato é inviável.

“Uma nova licitação do serviço se apresenta como a alternativa mais apropriada para atender as necessidades dos baianos”, reforçou o deputado responsável pela análise.

A proposta visa atrair uma concessionária com maior capacidade de planejamento e execução, promovendo avanços na infraestrutura energética do estado.

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Coelba inaugura subestações em Barreiras e São Desidério, mas Prefeitura de Barreiras tenta capitalizar obra alheia em plena campanha eleitoral

Mais de 250 mil pessoas serão beneficiadas pelas novas subestações, incluindo a localidade de Água Vermelha, que recebe energia graças aos investimentos da Neoenergia Coelba de R$ 13,3 bilhões que serão feitos até 2027

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O sistema elétrico do Oeste da Bahia foi fortalecido com a inauguração de duas novas subestações e linhas de subtransmissão em 138kV associadas, que injetarão 25 MVA de potência instalada na região. A Neoenergia Coelba inaugurou as subestações Barreiras III e Alto Fêmeas II na última quarta-feira, 31 de julho, em um evento que contou com a presença do diretor-presidente da empresa, Thiago Guth, do diretor de Energia da Secretaria de Infraestrutura da Bahia, Gilson Moraes, e de representantes municipais da região.

As novas instalações, localizadas em Barreiras e São Desidério, atenderão a mais de 250 mil pessoas em quatro municípios do Oeste baiano, com um investimento superior a R$ 155 milhões. Essas obras fazem parte do cronograma de investimentos apresentado pela Neoenergia Coelba em abril deste ano, que prevê um aporte de R$ 13,3 bilhões em obras estruturantes até 2027.

A entrega dessas subestações é uma resposta ao crescimento socioeconômico do Oeste baiano e uma garantia de fornecimento de energia confiável para o agronegócio e o comércio da região”, afirmou Thiago Guth, diretor-presidente da Neoenergia Coelba no ato inaugural.

A Subestação Alto Fêmeas II, localizada em São Desidério, possui uma linha de subtransmissão de 138kV com 74 quilômetros de extensão, beneficiando cerca de 100 mil habitantes dos municípios de Barreiras, Luis Eduardo Magalhães, Formosa do Rio Preto e Riachão das Neves. Já a Subestação Barreiras III, localizada no município homônimo, aumenta em 25 MVA a potência instalada na região, proporcionando mais energia e beneficiando diretamente mais de 150 mil pessoas.

Prefeitura de Barreiras tenta se apropriar de obra da Coelba sem ter feito investimentos

Em um movimento para tentar capitalizar politicamente sobre a inauguração, a Prefeitura de Barreiras divulgou nesta segunda-feira um card publicitário com a frase: “É assim, com trabalho que vamos seguir transformando a infraestrutura da zona rural de Barreiras”, sugerindo erroneamente que a gestão municipal foi responsável pela implantação e entrega da rede elétrica de média e baixa tensão na localidade de Água Vermelha. No entanto, a obra faz parte do plano estratégico da Neoenergia Coelba, e não da administração local.

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