Defesa de Hebert Barbosa e Arnon pedem a devolução de celulares e dinheiro; dupla é investigada por suposto esquema de compra de votos

As defesas entraram com um pedido de liminar no TRE solicitando a suspensão da investigação que os vincula a um suposto esquema de compra de votos nas eleições de 2024. O caso se tornou um dos mais polêmicos da região, especialmente após a apreensão de R$ 288.400,00 em espécie e materiais de campanha no veículo de Herbert Barbosa, levantando preocupações sobre a integridade do processo eleitoral

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Os advogados do ex-prefeito de São Desidério, Arnon Lessa e do ex-deputado estadual e atual secretário Chefe do gabinete do prefeito de Barreiras, Hebert Barbosa argumentam que a conduta apurada não configura crime eleitoral, pleiteando o trancamento do inquérito policial nº 2024.0090375 no julgamento do Habeas Corpus. Até o momento, o juiz aguarda o parecer do Ministério Público Eleitoral e as informações da autoridade policial antes de decidir sobre o mérito da questão.

Na petição, os impetrantes solicitam que o juiz suspenda o inquérito e as medidas cautelares, como a apreensão dos celulares e o bloqueio dos valores, até a análise completa do Habeas Corpus. O objetivo é impedir novas ações investigativas até que a legalidade dos atos seja judicialmente determinada. O pedido ainda será analisado, e os bens permanecem retidos para aprofundamento das investigações.

Investigação da Polícia Federal

A apreensão ocorreu após uma denúncia anônima de que Arnon Lessa realizaria um saque em espécie para a compra de votos. Durante a abordagem, a Polícia Federal encontrou os valores com os investigados, além de “santinhos” de campanha, bloquinhos de liberação de gasolina, farta documentação com timbre da prefeitura de Barreiras. Em depoimento, Herbert Barbosa alegou que o dinheiro era proveniente da venda de um terreno e justificou o saque como precaução para futuros negócios, embora não tenha apresentado evidências formais da transação.

O delegado federal, responsável pelo caso, ressaltou que práticas como essa, envolvendo grandes quantias em espécie, são métodos usados por organizações criminosas para evitar rastreamento financeiro. Ele destacou que é comum que grupos ligados a crimes como lavagem de dinheiro e sonegação tributária evitem transferências bancárias, preferindo transações em dinheiro físico para ocultar a origem e o destino dos valores.

Conduta atípica

Apesar de os advogados afirmarem que não há crime configurado, o delegado destacou que o uso de grandes quantias em espécie durante o período eleitoral, aliado à presença de material de campanha, levanta suspeitas justificadas. Mesmo sem elementos suficientes para uma prisão em flagrante, os indícios apontam para a necessidade de aprofundamento das investigações, visando esclarecer a destinação do dinheiro e a possível compra de votos.

A defesa segue aguardando o parecer do Ministério Público Eleitoral para tentar reverter a decisão judicial e obter a devolução dos valores e dos celulares apreendidos.

Para o delegado:

É indubitável que a simples posse de dinheiro em espécie, embora não seja uma conduta usual na era tecnológica de movimentações entre contas bancárias, não configura uma prática tipicamente prevista nas normas penais brasileiras. Essa situação se torna ainda mais crítica quando os valores são exorbitantes, especialmente considerando as alarmantes taxas de crimes patrimoniais no Brasil, que criam a sensação constante de que o cidadão é uma potencial vítima de criminosos. Além disso, para evitar o ‘rastreio do dinheiro’, grupos criminosos geralmente evitam transferências bancárias, preferindo sacar valores em espécie que não deixam indícios de remetente e destinatário. Essa conduta é típica de quem deseja ocultar a origem ilícita de valores ou induzir alguém a agir conforme a vontade do pagador. Como bem assinala Renato Brasileiro (2020, p. 680), ‘Outro exemplo interessante de lavagem nessa modalidade de conversão ocorre com o tráfico de drogas, em que é muito comum a troca de grandes volumes de dinheiro em espécie, geralmente notas de pequeno valor, pelo seu equivalente em notas de maior valor, que despertam menos suspeitas e são mais fáceis de ocultar’.

Além da lavagem de capitais, outro delito frequentemente associado à movimentação de dinheiro em espécie é a sonegação tributária (Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965), pois o que não está registrado nos sistemas não pode ser contabilizado pelos órgãos fazendários. A situação se torna ainda mais estranha quando dois indivíduos, estreitamente ligados a candidatos políticos nas eleições de 2024, tanto em São Desidério-BA quanto em Barreiras-BA, são flagrados em posse de R$ 288.400,00 (duzentos e oitenta e oito mil e quatrocentos reais), acompanhado de “santinhos de campanha”, em um veículo municipal de outro ente diverso do local da abordagem. Este foi o contexto da abordagem de Arnon Pereira Lessa (ex-prefeito de São Desidério, primo do prefeito de Barreiras-BA e primo do candidato a vereador de São Desidério-BA, Demir Barbosa) e Herbert de Souza Sobrinho (ex-deputado estadual, irmão e chefe de gabinete do atual prefeito de Barreiras-BA, além de primo do candidato a vereador de São Desidério-BA, Demir Barbosa).”

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Carmélia da Mata exige demissão de Hebert Barbosa por suspeitas de corrupção e compra de votos

Durante sessão na câmara, a vereadora Carmélia da Mata pediu a exoneração de Hebert Barbosa, secretário de governo e irmão do prefeito, após suspeitas de saque ilegal de recursos públicos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na sessão da câmara de vereadores desta terça-feira, 17 de setembro, a vereadora Carmélia da Mata fez um contundente apelo ao prefeito Zito Barbosa, exigindo a demissão imediata de Hebert Barbosa, secretário de governo e irmão do prefeito. A vereadora justificou seu pedido com base em recentes investigações da Polícia Federal, que detectaram dois saques no valor de R$ 200 mil cada, supostamente destinados à compra de votos.

Carmélia da Mata afirmou que os fatos revelados envolvem a retirada de recursos públicos da Caixa Econômica Federal e reforçou a necessidade de uma postura firme em defesa da moralidade e da transparência.

“Acreditamos que esses são recursos públicos e, portanto, exigimos uma atitude decisiva do prefeito em nome da ética e da responsabilidade pública”, declarou a vereadora.

Ela criticou a concentração de poder e recursos nas mãos de uma única família e enfatizou a importância de demonstrar que a gestão pública deve servir a todos.

“A manutenção de Hebert Barbosa em um cargo tão sensível após os fatos revelados é um desrespeito à confiança da sociedade”, afirmou Carmélia. “É hora de demonstrar que a gestão pública não se resume a interesses familiares e que a moralidade e a democracia devem prevalecer.”

A vereadora também expressou preocupações sobre a falta de recursos na saúde de Barreiras, mencionando a insuficiência de medicamentos e a falta de atendimento em unidades de saúde. Ela pediu que as autoridades competentes, incluindo o Ministério Público e a Polícia Federal, investiguem a fundo as práticas em questão.

Precisamos de uma atuação firme para garantir que nossos recursos públicos sejam utilizados de forma justa e transparente”, concluiu Carmélia. Ela reforçou seu apelo pela demissão de Herbert Barbosa, argumentando que a população merece respeito e que a democracia deve ser protegida.

Segundo informações, a vereadora irá oficializar nesta quarta-feira (18) o seu pedido com a entrega de ofício dirigido ao prefeito Zito Barbosa.

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Chefe de gabinete de Zito Barbosa e primo são detidos pela PF por saques suspeitos de R$ 400 mil às vésperas das eleições

Operação da Polícia Federal apreendeu R$ 200 mil em espécie e celulares; investigação envolvendo dois saques em São Desidério que somam R$ 400 mil coloca parentes do prefeito de Barreiras, Zito Barbosa, sob suspeita

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Nesta sexta-feira (13), a Polícia Federal deteve Hebert Barbosa, secretário de governo de Barreiras e ex-deputado estadual (2011-2015), com R$ 200 mil em espécie. O valor foi sacado no Banco do Brasil de São Desidério. Arnon Pereira Lessa, ex-prefeito de São Desidério e primo do prefeito Zito Barbosa, também foi detido. Ambos realizaram dois saques, nos dias 12 e 13 de setembro, totalizando R$ 400 mil — a menos de 30 dias das eleições municipais.

Hebert e Arnon foram ouvidos pelas autoridades e liberados, mas o dinheiro sacado no dia 13 foi apreendido até que sua origem lícita seja comprovada. Além disso, celulares dos envolvidos foram confiscados como parte da investigação.

Fontes extraoficiais e confiáveis indicam que as detenções estão ligadas a suspeitas de irregularidades financeiras. Hebert Barbosa, irmão do prefeito Zito Barbosa, foi liberado logo após a detenção, mas o caso segue sob análise da Polícia Federal.

Recentemente, Barreiras tem sido alvo de denúncias envolvendo a administração municipal. A vereadora Carmélia da Mata, em entrevista a uma rádio local, acusou aliados do prefeito de compra de lideranças políticas.

A Justiça Eleitoral também suspendeu a entrega de títulos imobiliários na cidade, alegando abuso de poder político. O prefeito Zito Barbosa é o fiador político de Otoniel Teixeira e o seu coordenador de campanha nesta eleições municipiais.

As investigações seguem sob segredo de justiça, com novas informações podendo surgir à medida que o caso avança.

Conforme publicado pela Polícia Federal também nesta sexta-feira (13), o órgão realizou a Operação Têmis, com o objetivo de coibir a compra de votos e a disseminação de informações falsas (fake news). A investigação teve início após propagação de vídeo em que suposta líder comunitária teria oferecido atendimento médico gratuito à população, vinculando a oferta a candidato à prefeito de Rio Branco.

A reportagem do Caso de Política tentou contato com o prefeito Zito Barbosa não obtendo êxito, ficando o espaço aberto caso queira se pronunciar sobre o caso.

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Desaparecimento do prefeito Zito durante celebrações dos 133 anos de Barreiras levanta especulações

Estaria o prefeito evitando aparecer em público por temer questionamentos sobre a situação financeira da cidade?

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – As comemorações dos 133 anos de Barreiras foram surpreendidas pela ausência do prefeito Zito Barbosa. A ausência do prefeito rapidamente gerou especulações nas ruas e redes sociais.

Naiara Azevedo canta parabéns para Barreiras em comemoração aos 133 anos de emancipação política na Praça Landulfo Alves | Foto: Dircom Barreiras

A festa, que se estendeu pela madrugada de domingo (26), contou com apresentações de artistas locais que animaram o público com muito forró, sertanejo e outras músicas populares brasileiras. Sem autoridades municipais presentes, Naiara Azevedo encerrou a noite com seus sucessos como “50 reais” e “Ex do seu atual”, e liderou os parabéns à cidade, conforme publicação oficial da prefeitura de Barreiras.

O tradicional hasteamento da bandeira na comemoração dos 133 anos de Barreiras não contou com a presença do prefeito Zito Barbosa

O desaparecimento do prefeito Zito Barbosa em um momento tão significativo levanta várias questões. Tradicionalmente presente em eventos cívicos e políticos importantes, Zito não compareceu ao hasteamento da bandeira, a nenhuma atividade da FLIB, nem ao lançamento das pré-candidaturas a vereador de Dicíola Baquero e de Zé do Sorvete, por exemplo.

O que teria motivado essa ausência? Estaria o prefeito evitando uma possível vaia pública, a exemplo do que aconteceu no carnaval em um momento delicado para sua administração?

Há especulações e rumores de que o prefeito enfrenta questões familiares graves e uma possível depressão. Outra possibilidade é a crise financeira que o município enfrenta. Fontes não oficiais apontam que Barreiras tem dificuldades para honrar pagamentos a fornecedores, acumulando dívida milionária.

Estaria Zito evitando aparecer em público por temer questionamentos sobre a situação financeira da cidade?

A discussão sobre a situação financeira da cidade e a saúde do prefeito se intensifica. “A falta do prefeito nos eventos oficiais é preocupante e levanta questões sobre a gestão atual,” comentou um munícipe que preferiu não se identificar.

Muitos se perguntam se a administração de Zito Barbosa está à beira de um colapso e quais serão as consequências para o seu futuro político e da própria cidade.

Com a aproximação das eleições municipais, a ausência de Zito, a baixa performance de seu candidato Otoniel Teixeira e os desafios enfrentados pela administração atual podem influenciar significativamente o processo eleitoral e político de Barreiras. A transparência sobre as condições de saúde do prefeito e as finanças do município é essencial para restaurar a confiança da população. A cidade precisa de respostas claras e ações decisivas.

Será que Barreiras está testemunhando o começo do fim da era Zito Barbosa? Ou há uma explicação plausível para seu desaparecimento repentino? O futuro político de Barreiras pode depender das respostas a essas perguntas cruciais e pertinentes.

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