Saúde em Xeque: Enquanto Paulo Afonso avança com Hospital Universitário, Barreiras aposta em PPP com riscos de cobrança e “SUS Dual”

A decisão de Barreiras de buscar investidores na Bolsa de Valores para o Hospital Municipal levanta questionamentos sobre o futuro da saúde pública na região, em contraste com o modelo de gestão universitária adotado em Paulo Afonso

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Enquanto a cidade de Paulo Afonso celebra a implantação de um Hospital Universitário (HU) sob gestão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Barreiras, sob a administração do prefeito Otoniel Teixeira (União Brasil), segue um caminho controverso: a Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão do futuro Hospital Municipal. A estratégia, que busca investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), levanta sérias preocupações sobre a garantia do acesso universal e gratuito à saúde, um direito constitucionalmente assegurado.

O Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores patrimônios sociais do Brasil, tem como pilares a universalidade, a integralidade e a equidade no acesso aos serviços de saúde. A Constituição Federal garante a todos os cidadãos o direito à saúde, sendo dever do Estado assegurar esse direito por meio de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. A busca por “eficiência” e “modernização” através de parcerias com o setor privado não pode, em hipótese alguma, comprometer esses princípios fundamentais.

A minuta do contrato da PPP em Barreiras, disponível para consulta pública no ANEXO IV DO EDITAL, revela a possibilidade de cobrança por “atividades acessórias”, abrindo uma brecha para a criação de um “SUS Dual”, onde o acesso a determinados serviços (como quartos diferenciados, exames mais rápidos ou acompanhamento especializado) seria condicionado ao pagamento, beneficiando apenas aqueles que podem arcar com os custos. Essa dualidade fere o princípio da igualdade e da universalidade, pilares do SUS.

Especificamente, a Cláusula 28 (Remuneração Contratual) define que a Concessionária será remunerada por recursos públicos e pelas “Receitas Acessórias” geradas. Já a Cláusula 31 (Atividades Acessórias) permite à Concessionária explorar comercialmente atividades não essenciais, com aval do Poder Concedente. Essa combinação de fatores acende um alerta sobre o futuro da saúde no município.

“O mais importante é garantir que o hospital seja 100% SUS”, enfatizou a defensora pública Laís Daniela Sambüc durante audiência pública, ecoando a preocupação da Defensoria Pública em defesa de um hospital 100% público e acessível a todos.

Enquanto isso, em Paulo Afonso, a parceria entre a prefeitura, o governo do estado, o governo federal e a Univasf viabiliza um Hospital Universitário, um centro de referência em alta complexidade que fortalecerá o SUS e formará profissionais de saúde qualificados para a região. O presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, ressaltou a importância da união de esforços para transformar o sonho em realidade.

A secretária de saúde da Bahia, Roberta Santana, anunciou um investimento de R$ 155 milhões, 165 leitos, sendo 30 de UTI, demonstrando o compromisso com a regionalização e a interiorização da saúde.

A insistência na PPP em Barreiras, idealizada pelo ex-prefeito Zito Barbosa (União Brasil) (que governou Barreiras por 8 anos se negando a abrir diálogo com os governos Federal e Estadual) e encampada por Otoniel Teixeira, ignora alternativas mais vantajosas, como a federalização da unidade e sua transformação em um hospital universitário vinculado à Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). Um HU em Barreiras não beneficiaria apenas a cidade, mas toda a região Oeste, garantindo atendimento público qualificado e permanente, além de formação acadêmica e pesquisa científica na área da saúde. A reitoria da UFOB já manifestou seu apoio à implantação de um hospital universitário.

A grande vantagem de um hospital universitário é a sua sustentabilidade financeira, com recursos federais garantidos. Além disso, a gestão da Ebserh, empresa estatal vinculada ao Ministério da Educação, garante a qualidade dos serviços, a formação de profissionais de saúde, a abertura de campos de estágio e a residência médica, impulsionando a produção de conhecimento científico e a inovação na área da saúde. Um HU desafogaria as contas municipais e liberaria Barreiras para focar na atenção primária em saúde, fortalecendo a rede de atendimento e prevenindo doenças.

Até o momento, já foram gastos mais de R$ 40 milhões no futuro hospital municipal de Barreiras. Recentemente, a Justiça barrou um empréstimo de R$ 60 milhões que seria utilizado para a PPP. Anteriormenter, o Procurador-Geral de Justiça, Aquiles Siquara Filho, ao analisar um agravo contra o empréstimo, alertou para “indícios robustos de perigo de dano ao patrimônio público” e para o risco de o município não conseguir honrar seus compromissos financeiros.

Afinal, qual o real motivo para a insistência na PPP? O que estaria por trás dessa busca por investidores privados na Bolsa de Valores, mesmo diante de alternativas mais seguras e vantajosas e com o histórico de entraves judiciais?

É fundamental que as autoridades competentes, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, os vereadores de Barreiras, as entidades da sociedade civil organizada e a população em geral, estejam atentas e fiscalizem de perto esse processo. Uma audiência pública deve ser convocada para debater especificamente a ideia da PPP do futuro hospital antes que seja tarde demais.

A saúde pública não pode ser tratada como uma mercadoria, e o direito fundamental à saúde não pode ser colocado em risco em nome de interesses privados.

A decisão de Paulo Afonso de investir em um Hospital Universitário demonstra que é possível construir um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade. Barreiras precisa repensar sua estratégia e priorizar o bem-estar da população, garantindo o acesso universal à saúde e evitando a criação de um “SUS Dual” que exclui os mais vulneráveis.

Afinal, quem entrega o hospital ao mercado pode precisar de senha para ser atendido.

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Jerônimo autoriza início das obras do Hospital Universitário em Paulo Afonso

Governador autoriza construção do Hospital Universitário em Paulo Afonso, com apoio do presidente Lula, para impulsionar atendimento de alta complexidade e formação de profissionais na região, com investimento de R$ 155,4 milhões

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A população de Paulo Afonso e municípios vizinhos terá um importante reforço na área da saúde em breve: o Hospital Universitário de Paulo Afonso (HUPA). Com um investimento robusto de R$ 155,4 milhões, a nova unidade de saúde contará com 165 leitos, incluindo 30 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tornando-se referência no atendimento de média e alta complexidade na região. Além de ampliar a assistência hospitalar, o HUPA terá um papel fundamental na formação de novos profissionais da área, fortalecendo o ensino e a pesquisa na região do sertão baiano.

Durante a solenidade de assinatura da ordem de serviço, o governador Jerônimo Rodrigues enfatizou a relevância da obra tanto para a população quanto para o desenvolvimento da saúde no interior do estado.

Estamos garantindo mais acesso à saúde, com um hospital moderno, bem equipado e que também servirá como espaço de formação para médicos, enfermeiros e outros profissionais da área. Isso significa mais atendimento, mais especialistas e menos deslocamentos para grandes centros”, afirmou o governador.

A secretária da saúde, Roberta Santana, detalhou que a unidade estará capacitada para atender a população em média e alta complexidade na região de Paulo Afonso.

Teremos 30 leitos de UTI, sendo 10 de pediatria, seis salas cirúrgicas, centro completo de bioimagem com tomografia, ressonância, ecocardiograma, ultrassonografia, raio-X. Além disso, o hospital será também uma maternidade de gestação de alto risco, com leitos de UTI neonatal, cuidados intermediários para mãe e bebê e 15 leitos de semi-intensiva”, explicou a secretária.

O HUPA será um hospital universitário regional construído em parceria entre o Governo Federal, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e o Governo do Estado. O investimento total, somando obra e equipamentos, ultrapassará a marca de R$ 200 milhões. Segundo Roberta Santana, “o HUPA complementará a rede de atenção da região Norte, junto com unidades como o Hospital Regional de Juazeiro”.

Além da autorização para o início da construção do hospital, foi inaugurada a adequação do Núcleo Regional de Saúde Norte. Com um investimento de quase R$ 2 milhões, o espaço ampliará o suporte para ações de saúde em 28 municípios da região, fortalecendo a rede de atenção básica e especializada.

O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou o compromisso do Governo Federal com a saúde no interior da Bahia.

A descentralização da saúde é essencial para garantir um atendimento digno e especializado. Esse hospital vai reduzir distâncias, salvar vidas e oferecer um tratamento mais humanizado para milhares de pessoas”, destacou o ministro.

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Minuta do contrato da PPP para hospital em Barreiras expõe riscos de cobrança e criação de um “SUS Dual”

Documento oficial revela brechas para “atividades acessórias” pagas, enquanto a defensoria pública menciona um hospital totalmente público e universitário

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A proposta de Parceria Público-Privada (PPP) para o Hospital Municipal de Barreiras, que busca modernizar a gestão e atrair investimentos, levanta sérias dúvidas sobre a manutenção do acesso universal e gratuito à saúde. Uma análise minuciosa do ANEXO IV DO EDITAL – MINUTA DO CONTRATO, disponível para consulta na página PPP – Hospital Municipal de Barreiras, revela a existência de cláusulas que abrem a possibilidade de cobrança por serviços, acendendo um alerta sobre o futuro da saúde no município.

Conforme noticiou o Portal Caso de Política neste domingo (23), em meio às crescentes preocupações, a defensora pública Laís Daniela Sambüc, representando a defensora Danyelle Gautério, titular da área de Saúde, expressou durante audiência pública realizada em 18 de dezembro de 2024, na Câmara de Vereadores de Barreiras, o posicionamento da Defensoria Pública em defesa de um hospital 100% SUS, acessível a todos:

“O mais importante é garantir que o hospital seja 100% SUS. A Defensoria Pública acompanhará toda a implementação do projeto, que, conforme apresentado, não se trata de privatização, mas sim de uma parceria público-privada com atendimento totalmente SUS e gratuito, que é o que sempre buscamos, pois nossos assistidos é que realmente utilizam esse hospital”.

A defensora pública também se posicionou em defesa da criação de um hospital universitário, como forma de unir ensino, pesquisa e assistência, garantindo um serviço de excelência para a população:

“A Defensoria Pública entende a importância de um hospital universitário para Barreiras. Acompanharemos passo a passo a implementação, a licitação e a fiscalização”, afirmou na oportunidade.

“Atividades Acessórias”: A Armadilha da Cobrança Indireta

O cerne da questão reside na exploração de “Atividades Acessórias”, uma brecha contratual que pode levar à cobrança por serviços que, em um sistema 100% público, deveriam ser gratuitos. Cláusulas vagas e a busca por lucratividade acendem o sinal de alerta.

O Contrato e Seus Riscos (ANEXO IV DO EDITAL):

  • Cláusula 28 (Remuneração Contratual): Define que a Concessionária será remunerada por recursos públicos e pelas “Receitas Acessórias” geradas.
  • Cláusula 31 (Atividades Acessórias): Permite à Concessionária explorar comercialmente atividades não essenciais, com aval do Poder Concedente.

Onde a população pode ser afetada:

  • Criação de um “SUS Dual”: Acesso diferenciado a serviços (quartos, exames rápidos, acompanhamento) para quem puder pagar.
  • Pressão por Lucro: Incentivo à Concessionária para aumentar preços e oferecer serviços desnecessários.
  • Qualidade Comprometida: Cortes nos serviços básicos para compensar a falta de lucro em atividades acessórias.

Diante desse cenário de incertezas, é fundamental que a sociedade civil, o Ministério Público, o Conselho Municipal de Saúde e os vereadores de Barreiras acompanhem de perto a implementação do contrato do Hospital Municipal, garantindo que:

  • Haja transparência: O Poder Concedente divulgue de forma clara e detalhada quais atividades serão consideradas “acessórias” e quais serão os critérios utilizados para autorizar a sua exploração comercial.
  • Sejam estabelecidas salvaguardas: O contrato seja aditado para incluir salvaguardas que garantam que a exploração de “Atividades Acessórias” não prejudique o acesso universal e gratuito aos serviços essenciais de saúde.
  • Haja fiscalização: Seja implementado um sistema de fiscalização rigoroso para monitorar a qualidade dos serviços prestados e evitar a cobrança indevida por serviços que deveriam ser gratuitos.
  • Seja ampliado o debate: A população seja consultada e tenha a oportunidade de participar do debate sobre o futuro da saúde em Barreiras, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma democrática e transparente.

A garantia de um sistema de saúde justo e equitativo é um direito fundamental de todos os cidadãos. É preciso estar vigilante para que a busca por eficiência e inovação não comprometa o acesso universal, gratuito e de qualidade aos serviços de saúde em Barreiras.

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Defensora Pública defende hospital 100% SUS em Barreiras e sugere hospital universitário

Portal Caso de Política resgata audiência pública sobre PPP do Hospital Municipal e destaca a defesa da defensora Laís Daniela Sambüc por um hospital 100% SUS e a sugestão de um modelo universitário para a unidade

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em meio ao acalorado debate sobre a implantação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para o futuro Hospital Municipal de Barreiras, o Portal Caso de Política resgata a participação da defensora pública Laís Daniela Nunes Campos Sambüc em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores em 18 de dezembro de 2024. Representando a defensora Danyelle Gautério, com atribuição na Fazenda Pública em Saúde, Laís Sambüc trouxe a voz da Defensoria Pública, instituição essencial à justiça que se preocupa em defender os interesses das pessoas mais carentes, que serão os principais usuários do futuro hospital.

Assista o vídeo abaixo

Em sua fala, a doutora Laís Sambüc questionou a proposta da PPP e defendeu a prioridade de um hospital 100% SUS. A defensora enfatizou que o mais importante é garantir o acesso universal e gratuito aos serviços de saúde para aqueles que mais necessitam, e que a Defensoria Pública estará vigilante para que isso se concretize.

“O mais importante é garantir que o hospital seja 100% SUS. A Defensoria Pública acompanhará toda a implementação do projeto, que, conforme apresentado, não se trata de privatização, mas sim de uma parceria público-privada com atendimento totalmente SUS e gratuito, que é o que sempre buscamos, pois nossos assistidos é que realmente utilizam esse hospital”, declarou Laís Sambüc, demonstrando a preocupação da instituição com os usuários do SUS.

Além de garantir o acesso universal, a defensora pública também levantou a importância de que o novo hospital atenda às necessidades específicas da população de Barreiras, como o tratamento de pacientes oncológicos e a disponibilidade de leitos psiquiátricos adequados.

“Um dos questionamentos que fiz foi sobre os pacientes oncológicos, que têm assistência em Barreiras, mas não completa. É importante que haja todo o atendimento para eles, para que não precisem mais ir para Salvador. Também questionei sobre os leitos psiquiátricos, necessários para pacientes com surto, que hoje são atendidos no Eurico Dutra, que não é específico nem especializado para isso, e não tem a estrutura necessária”, pontuou Laís Sambüc, evidenciando a necessidade de um atendimento especializado e completo.

Em sua fala, a defensora pública aproveitou a oportunidade para defender a criação de um hospital universitário em Barreiras, unindo o ensino, a pesquisa e a assistência à saúde em um único local. Para Laís Sambüc, a transformação do futuro Hospital Municipal em um hospital universitário seria uma alternativa valiosa para a cidade, garantindo um serviço de excelência e fortalecendo a rede de ensino e pesquisa na região.

“A Defensoria Pública entende a importância de um hospital universitário para Barreiras. Acompanharemos passo a passo a implementação, a licitação e a fiscalização”, afirmou, demonstrando o apoio da Defensoria Pública à criação de um hospital universitário na cidade.

Com a fala da defensora pública, fica evidente a importância de um debate amplo e transparente sobre o futuro da saúde em Barreiras, com a participação de todos os atores envolvidos e a priorização dos interesses da população. A Defensoria Pública se coloca como um importante agente fiscalizador e defensor dos direitos dos cidadãos, garantindo que o acesso à saúde seja universal, gratuito e de qualidade.

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PPP do Hospital Municipal de Barreiras: uma aposta arriscada que poderia ter sido evitada

Enquanto a prefeitura aposta na Parceria Público-Privada para gerir o Hospital Municipal, alternativas como a federalização e a criação de um hospital universitário são ignoradas. A decisão de Otoniel Teixeira mantém a conta para o município e compromete o controle sobre a saúde pública

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Enquanto a gestão municipal de Barreiras promove na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, um roadshow para atrair investidores para a Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital Municipal, surge uma questão essencial: essa é realmente a melhor solução para a saúde pública da região?

O roadshow é uma apresentação itinerante realizada para divulgar projetos a potenciais investidores, buscando atrair recursos e parcerias. No caso da PPP do hospital, a prefeitura leva o projeto a instituições financeiras e empresários para demonstrar sua viabilidade econômica e tentar garantir o interesse do setor privado. Vendida como uma grande inovação pela administração Otoniel Teixeira, a PPP, na prática, mantém o ônus sobre os cofres municipais, terceiriza a administração e transfere riscos para o próprio município.

Previsto para ter seis módulos e 150 leitos, distribuídos em áreas de emergência, clínica médica adulta e pediátrica, obstétrica, psiquiátrica, cirúrgica e ambulatorial, o hospital ocuparia cerca de 13 mil metros quadrados de área construída. No entanto, apesar dos R$ 40 milhões já investidos, o progresso tem sido mínimo, gerando preocupação entre os cidadãos e profissionais de saúde

Otoniel herdou essa proposta de seu padrinho político, o ex-prefeito Zito Barbosa, sem considerar alternativas que poderiam trazer benefícios mais duradouros para Barreiras e toda a região Oeste da Bahia. Entre essas alternativas, a federalização da unidade e sua transformação em um hospital universitário vinculado à Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) se destacaria. Com essa mudança, Barreiras teria um hospital-escola de referência, garantindo atendimento público qualificado e permanente, além de formação acadêmica e pesquisa científica na área da saúde.

A insistência na PPP como única solução ignora que o financiamento continuará saindo dos cofres municipais, enquanto a administração privada buscará lucro, muitas vezes em detrimento da qualidade e universalidade do atendimento. Diferentemente de um hospital universitário, que poderia ser sustentado com recursos federais, a parceria público-privada cria um modelo onde a prefeitura continua sendo a principal financiadora, mas perde o controle direto sobre a gestão e a prestação dos serviços.

O prefeito Otoniel Teixeira enaltece a PPP como um avanço, destacando a “modernização” dos serviços de saúde. No entanto, experiências semelhantes pelo Brasil mostram que esse tipo de contrato pode resultar em custos elevados para o município sem necessariamente melhorar a qualidade ou a ampliação do atendimento. Além disso, o discurso de “eficiência” e “celeridade” ignora que a dependência de investidores e concessionárias pode comprometer a continuidade e a acessibilidade do serviço público a longo prazo.

Barreiras e toda a região Oeste da Bahia se beneficiariam muito mais de um hospital municipal público bem estruturado, capaz de atender às demandas locais sem a intermediação de interesses privados. Um hospital universitário federalizado, além de ser sustentado pela União, fortaleceria a rede de ensino e a capacitação profissional, formando médicos e especialistas para atuar na própria região. Do ponto de vista econômico, garantiria estabilidade financeira ao município, evitando gastos excessivos com contratações privadas e assegurando investimentos contínuos. No âmbito social, representaria um salto de qualidade na prestação de serviços de saúde, promovendo atendimento público com mais estrutura e suporte científico.

A grande questão é: por que insistir na PPP se há alternativas mais seguras e vantajosas? A resposta pode estar na política, onde promessas de inovação e modernidade frequentemente servem para justificar modelos de gestão que beneficiam poucos e oneram muitos. Otoniel e sua equipe podem continuar promovendo a ideia da PPP como a solução definitiva, mas o tempo dirá se essa escolha foi feita pensando no bem-estar da população ou nos interesses do mercado.

E como diz o velho ditado: quem entrega o hospital ao mercado pode acabar precisando de senha para ser atendido.

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Emerson Cardoso detalha Plano de Governo em entrevista à Rádio Oeste FM

Durante a entrevista, ele fez convite para a convenção partidária que ocorrerá na quinta-feira, 1º de agosto, às 19 horas no Bartira Fest

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O pré-candidato a prefeito de Barreiras, Emerson Cardoso, concedeu uma entrevista ao Programa Poder da Notícia, comandado pelo radialista Jota Silva da rádio Oeste FM, nesta quarta-feira, 31 de julho. Durante a conversa, Emerson abordou temas como a reta final das pré-candidaturas, a importância da convenção partidária, a metodologia do Plano de Governo Participativo (PGP), e a necessidade de um alinhamento eficiente entre as esferas municipal, estadual e federal para a melhoria da saúde, educação e diversos serviços públicos em Barreiras.

Emerson destacou a proximidade da convenção partidária, que ocorrerá em 1º de agosto, às 19 horas no Bartira, onde será homologada a candidatura de Tito a prefeito de Barreiras, além de 120 pré-candidatos a vereador e vereadora. Ele ressaltou a importância do evento como uma “festa da democracia”, oferecendo à população a oportunidade de conhecer mais sobre os projetos da coligação, composta por partidos como PT, Avante, PCdoB, PV, PSD, PSB, PRTB, REDE e PSOL.

“Estamos trabalhando em um clima de ouvir a população, os moradores, e isso tem sido muito benéfico. O nosso Plano de Governo Participativo (PGP) já realizou sete encontros e vamos realizar mais três até 15 de agosto. É uma metodologia que legitima nosso plano de governo, e quem ainda não trouxe suas ideias pode entrar no site fazer muito mais ponto com e deixar suas sugestões.”

O pré-candidato a vice-prefeito enfatizou a importância do diálogo com a comunidade, explicando que as sugestões são incorporadas ao plano de governo e algumas já estão sendo implementadas. Ele exemplificou com a criação de um Centro de Atendimento Psicossocial Infantil (CAPS), sugerido durante os PGPs, para atendimento especializado a crianças autistas.

“Estamos ouvindo a população e inserindo suas necessidades no nosso plano de governo. E não vamos parar por aqui. Vamos criar a Ouvidoria Cidadã, para que a comunicação com a população continue durante toda a gestão, com uma administração de portas abertas.”

Emerson também abordou a questão da saúde, criticando a atual gestão por construir unidades de saúde sem fornecer médicos suficientes. Ele defendeu a ideia de Tito para a criação de um Hospital Universitário em parceria com a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para garantir atendimento adequado à população.

“Temos duas faculdades de medicina aqui, então não justifica termos pessoas esperando por atendimento enquanto formamos profissionais de saúde. A criação de um Hospital Universitário é uma das alternativas para melhorar o atendimento.”

Ao final da entrevista, Emerson mencionou a convenção partidária que ocorrerá na quinta-feira, 1º de agosto, às 19 horas no Bartira Fest, com a presença de lideranças políticas como o governador Jerônimo e o senador Jaques Wagner, além de secretários de estado, deputados estaduais e federais.

“Será um evento para todos que querem uma mudança com responsabilidade, para aqueles que acreditam em um governo que entende e gosta de gente. Ninguém estará lá porque é obrigado, mas porque confia nas nossas propostas e na nossa capacidade de fazer Barreiras ser mais.”

Criação do Hospital Universitário em Barreiras está no Plano de Governo de Tito e Emerson e é debatido em Brasília

Ascom Tito – Criar um Hospital Universitário em Barreiras a partir de uma parceria com os Governos Federal e Estadual. Essa é uma proposta na área da saúde que consta no Plano de Governo da pré-candidatura de Tito (PT) a prefeito e de Emerson (Avante) a vice-prefeito. O tema foi tratado, em Brasília, durante audiência dos pré-candidatos com o assessor técnico da presidência da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), José Santana, instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC).

A receptividade do projeto foi muito boa, será um grande equipamento para a nossa cidade, pois os hospitais universitários federais, além de centro de formação, são centros de referência de média e alta complexidade para o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse Tito.

No Brasil, a rede de hospitais universitários federais é formada por 51 unidades vinculados a 36 universidades federais. Destes, 45 hospitais são vinculados à Ebserh. A proposta é que Barreiras seja sede do primeiro hospital universitário do interior da Bahia, com recursos do Governo Federal, através do MEC.

Estamos incluindo em nosso Plano de Governo ideia apresentada pelo magnífico reitor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Jaques Miranda para criar um hospital universitário em Barreiras. A proposta é destinar as instalações do futuro hospital municipal para um hospital universitário. O próximo prefeito terá grandes dificuldades financeiras, e é preciso ter boas relações com os governos do Estado e Federal para encontrar saídas realistas que atendam a população”, afirmou Tito.

Polo de saúde

Para Emerson, o município de Barreiras, como a principal cidade do Oeste da Bahia, pode se consolidar no futuro próximo um importante polo de saúde do estado.

“Urge intensificarmos ações articuladas e de parceria com o Governo do Estado e Federal. Entendemos que a criação de um Hospital Universitário em nossa cidade vai ampliar o atendimento médico hospitalizar e oportunizar o aprendizado dos jovens universitários de Barreiras”, enfatizou o pré-candidato a vice-prefeito.

Ele lembra ainda que com a oferta de dois cursos de medicina e vários da área de saúde, tanto da rede pública, UFOB, como da iniciativa privada, Uninassau, além da alta demanda por serviços de saúde de qualidade, a criação de uma unidade de saúde universitária possui uma viabilidade muito grande.

Saúde pública e formação de profissionais

Os hospitais universitários são fundamentais para a saúde pública, combinando formação de profissionais, desenvolvimento de novas tecnologias e prestação de serviços à população. Funcionam como centros de excelência, melhorando constantemente os serviços médicos e elevando os padrões do Sistema Único de Saúde (SUS). Professores, com Mestrado e Doutorado acompanham médicos residentes, garantindo supervisão qualificada e aprendizado aprofundado. Além disso, oferecem programas de educação continuada para atualizar profissionais de saúde. Apesar da diversidade em infraestrutura e tecnologia, todos desempenham um papel crucial em suas comunidades, promovendo inovação e desenvolvimento socioeconômico.

Pré-candidato Tito propõe transformar Hospital Municipal em Hospital Universitário da UFOB

Tito argumentou que o Hospital Universitário da UFOB pode ser criado em uma parceria entre os governos Federal, Estadual e municipal

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em entrevista concedida ao Programa do Sigi Vilares na manhã desta quarta-feira (12) na rádio Oeste FM, o pré-candidato a prefeito de Barreiras, Tito (PT), apresentou algumas propostas para a área da saúde em meio a um contexto de grave crise financeira na cidade. Tito destacou a importância de analisar a situação da saúde com serenidade e sem recorrer a soluções mágicas.

“É preciso que se analise a situação da saúde com serenidade e sem fórmulas mágicas. Estou incluindo em meu Plano de Governo a proposta apresentada pelo reitor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) para criar um hospital universitário em Barreiras. Caso eu seja eleito, vamos destinar as instalações do futuro hospital municipal para um hospital universitário, conforme nos foi apresentada a proposta pelo magnífico reitor da UFOB, Jaques Miranda. O próximo prefeito terá grandes dificuldades financeiras, e é preciso ter boas relações com os governos do Estado e Federal para encontrar saídas realistas que atendam a população”, afirmou Tito.

A fala do pré-candidato ocorre em um momento delicado. Na terça-feira (11), o atual prefeito Zito Barbosa (UB), encaminhou à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei solicitando autorização para contrair uma dívida de R$ 10 milhões junto ao Banco do Brasil para a conclusão do novo hospital. A proposta pode ser votada ainda nesta quarta-feira (12), apenas um dia após o início de sua tramitação na Casa de Leis.

O Portal Caso de Política está atento às movimentações na Câmara de Barreiras e se compromete a apresentar à população o posicionamento e voto dos vereadores que podem apoiar ou não o aumento do endividamento da cidade, divulgando inclusive os votos individuais de cada parlamentar.

Conforme noticiado pelo Portal Caso de Política na noite de ontem (11), a situação financeira de Barreiras tem sido alvo de críticas e controvérsias. Ao assumir a prefeitura em 2017, o prefeito Zito Barbosa encontrou um endividamento municipal de R$ 68,3 milhões (12,92%). Atualmente, a dívida pública municipal encontra-se em R$ 920.861.960,57, distribuída entre R$ 216.946.737,82 em empréstimos e financiamentos, R$ 556.613.164,85 em parcelamentos previdenciários, R$ 109.355.014,37 em parcelamentos tributários, R$ 12.297.886,46 em precatórios e R$ 25.649.157,07 em outras dívidas contratuais.

A proposta de Tito para transformar o hospital municipal em um hospital universitário da UFOB parece uma alternativa viável, considerando o alto grau de endividamento da cidade e a necessidade de grandes investimentos em equipamentos, mobiliário, laboratório e insumos diversos.

Reitor da UFOB, Jaques Miranda apresentando suas colaborações ao Plano de governo Participativo

Além dessa iniciativa, Tito também incluiu em seu Plano de Governo a implementação de um ponto de distribuição com restaurante popular em Barreiras, conforme proposta do reitor da UFOB. Durante o lançamento do Plano de Governo Participativo (PGP), o reitor Jaques Miranda ressaltou:

Hoje, a Universidade Federal do Oeste da Bahia, com muita dificuldade, vem equipando um restaurante universitário que é enorme para as condições, inclusive, de funcionamento do campus, mas que abre a possibilidade para o município de Barreiras estabelecer parcerias para que, se o prefeito quiser e esse for o desejo, nós tenhamos também um ponto de distribuição com restaurante popular dentro do município. É importante que esse equipamento não seja exclusivo para estudantes, mas um grande equipamento feito com recursos públicos para servir mais de 10 mil estudantes, em um campus que hoje conta com 2.500 estudantes frequentando,” disse o reitor

Os hospitais universitários são fundamentais para a saúde pública, combinando formação de profissionais, desenvolvimento de novas tecnologias e prestação de serviços à população. Funcionam como centros de excelência, melhorando constantemente os serviços médicos e elevando os padrões do Sistema Único de Saúde (SUS). Professores, com Mestrado e Doutorado acompanham médicos residentes, garantindo supervisão qualificada e aprendizado aprofundado. Além disso, oferecem programas de educação continuada para atualizar profissionais de saúde. Apesar da diversidade em infraestrutura e tecnologia, todos desempenham um papel crucial em suas comunidades, promovendo inovação e desenvolvimento socioeconômico.

A proposta de Tito apresentada durante a entrevista sinaliza um esforço para enfrentar a crise financeira do município e buscar soluções sustentáveis para a saúde pública e o bem-estar da população.

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Jaques Miranda, reitor da UFOB, contribui com propostas cruciais para Barreiras: Hospital Universitário, restaurante popular e democracia

Nenhum barreirense, nenhum morador do território oeste da Bahia merece enfrentar, dentro da debilidade das suas comorbidades, enfrentar transporte de vã, de ônibus, de ambulância para as capitais em busca de tratamento. Barreiras merece sim, o oeste da Bahia merece sim um Hospital Federal qualificado”, disse Jaques Miranda

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Na manhã deste domingo, durante um evento de discussão do Plano de Governo Participativo (PGP) para a futura coligação partidária em Barreiras, o reitor da Universidade do Oeste da Bahia (UFOB), Jaques Miranda apresentou contribuições de extrema relevância para um eventual futuro governo municipal, hoje liderado pelo pré-candidato a prefeito Tito (PT).

Jaques Miranda propôs a criação de um Hospital Universitário na região, enfatizando a vital importância dessa estrutura para elevar a qualidade da saúde local. Ele destacou:

“Nenhum barreirense, nenhum morador do território oeste da Bahia merece enfrentar, dentro da debilidade das suas comorbidades, enfrentar transporte de vã, de ônibus, de ambulância para as capitais em busca de tratamento. Barreiras merece sim, o oeste da Bahia merece sim um Hospital Federal qualificado para que a população possa se servir de algo que ela contribui diariamente por meio do trabalho e que a gente possa segurar. Saúde, assistência social e educação como elementos prioritários para a justiça social da nossa população.”

Além disso, o reitor manifestou interesse em abrir as portas da instituição para estabelecer parcerias com a prefeitura para a implementação de um ponto de distribuição com restaurante popular em Barreiras. Ele ressaltou:

“Hoje, a Universidade Federal do Oeste da Bahia, com muita dificuldade, vem equipando um restaurante universitário que é enorme para as condições, inclusive, de funcionamento do campus, mas que abre a possibilidade para o município de Barreiras estabelecer parcerias para que, se o prefeito quiser e tiver esse for o desejo, nós termos também um ponto de distribuição com restaurante popular dentro do município também, dentro do território. É importante, inclusive, que esse equipamento não seja um equipamento único do estudante. É um equipamento que foi feito com recursos públicos, um grande equipamento para servir mais de 10 mil estudantes em um campus que hoje nós temos 2.500 estudantes frequentando.”

Durante o evento, o reitor ressaltou ainda a importância do engajamento coletivo em um projeto político que vai além da simples eleição de um prefeito. Ele destacou:

“Não é só eleger um prefeito, é mais ainda, é um compromisso popular de toda adesão a um projeto e que, para isso, a construção coletiva tem um papel fundamental. Que a gente possa se sentir representado dentro desse projeto e que seja um projeto defendido em cada um dos cantos desse município, desse território que é que representa.”

A proposta de um planejamento participativo também foi enfatizada como fundamental para fortalecer a democracia local, em meio a desafios recentes que ameaçam os valores democráticos. O evento foi marcado pela presença de líderes comprometidos com a melhoria da qualidade de vida em Barreiras e no oeste da Bahia, enfatizando a necessidade de priorizar áreas como saúde, assistência social e educação para promover a justiça social.

Em suma, a participação ativa do reitor da UFOB, Jaques Miranda neste evento apresentou contribuições significativas para um futuro governo em Barreiras, demonstrando um compromisso concreto com o desenvolvimento e bem-estar da população local.

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