Operação Faroeste: CNJ aplica pena máxima a desembargadora investigada e a aposenta compulsoriamente

Decisão unânime aponta interferência da magistrada no curso das investigações

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou, nesta terça-feira (19), a aposentadoria compulsória da desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A decisão unânime aplica a pena máxima prevista para um magistrado e ocorre no âmbito da Operação Faroeste, que investiga um esquema de venda de decisões judiciais e outras irregularidades no estado.

A magistrada, afastada das funções desde dezembro de 2020, chegou a ser presa preventivamente. Segundo o relator do caso, João Paulo Schoucair, Lígia Maria teria interferido diretamente nas investigações, comprometendo a integridade do processo.

“O conjunto probatório demonstra que ela atuou, diretamente junto a sua assessoria, para tentar alterar a realidade dos fatos, sendo certo que a congruência das provas e dos fatos indica que a magistrada agiu de maneira desapegada aos deveres e obrigações inerentes a sua atividade jurisdicional”, afirmou o conselheiro.

A decisão, acompanhada por todos os integrantes do CNJ, foi ratificada pelo presidente do órgão, ministro Luis Roberto Barroso.

Lígia Maria teve a prisão flexibilizada em abril de 2022, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas permaneceu sob restrições que incluíam a proibição de acessar órgãos ligados ao sistema de justiça e de se comunicar com servidores dessas instituições.

A aposentadoria compulsória da magistrada, considerada a sanção mais severa no âmbito disciplinar da magistratura, reforça a gravidade das acusações e o compromisso do CNJ com a ética no exercício do Judiciário. A Operação Faroeste segue como um marco na luta contra irregularidades no sistema de justiça baiano.

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João Paulo Schoucair, do MP da Bahia, é reconduzido ao CNJ

Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

João Paulo Schoucair assume novamente o cargo de conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em cerimônia presidida por Luís Roberto Barroso, destacando suas contribuições passadas e renovando seu compromisso com a Justiça

Caso de Política com CNJ – O conselheiro João Paulo Schoucair, do Ministério Público da Bahia, foi reconduzido ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em cerimônia realizada nesta terça-feira (13/8) durante a 9.ª Sessão Ordinária de 2024, na sede do Conselho em Brasília. A posse foi conduzida pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

Durante a solenidade, Barroso elogiou o trabalho de Schoucair, ressaltando sua atuação como presidente da Comissão Permanente de Aperfeiçoamento da Justiça Militar e dos Fóruns Nacionais do Poder Judiciário para equidade racial e para monitoramento das demandas dos povos indígenas. “João Paulo Schoucair tem prestado importantes serviços ao Conselho”, afirmou Barroso.

Em seu discurso, Schoucair reafirmou seu compromisso com os princípios constitucionais e com a promoção de uma Justiça mais acessível, transparente e eficiente.

“Continuarei dedicando todos os meus esforços para aperfeiçoar a Justiça”, declarou.

João Paulo Schoucair é graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e possui mestrado em Segurança Pública, Justiça e Cidadania, além de pós-graduação em Ciências Criminais pela mesma instituição. Atualmente, é promotor de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e ocupa a vaga do CNJ destinada ao Ministério Público estadual desde 2022, por indicação da Procuradoria-Geral da República.

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