China mira Fiol para corredor bioceânico e impulsionar comércio com o Brasil

Delegação chinesa inspeciona obras da Fiol e Porto Sul na Bahia, visando criar rota estratégica entre Atlântico e Pacífico para escoar produção brasileira e estreitar laços comerciais

Caso de Política com O Cafézinho – Representantes do governo chinês, incluindo engenheiros ferroviários, estiveram em Ilhéus, Bahia, na última quarta-feira (16) para avaliar o andamento das obras da Ferrovia Integração Leste-Oeste (Fiol) e as instalações do Porto Sul.

O objetivo é estudar a viabilidade de um ambicioso Corredor Bioceânico Brasil-Peru, ligando o Atlântico ao Pacífico e impulsionando o comércio entre a China e a América do Sul. As informações são do Blog O Cafézinho.

A comitiva chinesa, em visita organizada pelo Governo Federal, busca consolidar uma rota estratégica para otimizar o comércio internacional, conectando o Porto Sul, na Bahia, ao porto peruano de Chancay, próximo a Lima. A iniciativa visa reduzir em até 10 dias o tempo de transporte de produtos brasileiros para a Ásia, segundo o Secretário Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, Marcus Cavalcanti.

O Corredor Bioceânico prevê a implantação de uma infraestrutura ferroviária para transporte de cargas do interior do Brasil até o Porto de Chancay. “A ideia é implantar um corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil – de leste a oeste, passando por Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre”, explicou Leonardo Ribeiro, secretário Nacional de Transporte Ferroviário.

O governo chinês deve elaborar um estudo técnico para viabilizar o projeto, que visa facilitar o escoamento de minério de ferro e soja, principais produtos brasileiros exportados para a China, representando mais de um terço do total de US$ 350 bilhões anuais. A Malha I da Fiol, com 537 km entre Caetité e Ilhéus, é considerada essencial para o projeto, integrando-se ao Porto Sul, administrado pela Bahia Mineração S.A. (Bamin).

O projeto Fico-Fiol, parte do Novo PAC, prevê a concessão à iniciativa privada das ferrovias Integração Centro-Oeste (Fico) e Fiol. Com 2,7 mil km de extensão, a malha ferroviária atravessará Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$28,7 bilhões. As ferrovias serão interligadas à Ferrovia Norte-Sul, fortalecendo o corredor logístico.

A delegação chinesa iniciou sua visita no entroncamento entre a Fico-Fiol e a Ferrovia Norte-Sul, em Mara Rosa (GO), seguindo para Brasília (DF) e, posteriormente, para o Porto de Santos (SP), avaliando o potencial de integração com o Corredor Bioceânico Brasil-Peru. A visita antecede a ida do presidente Lula à China em maio, onde participará do encontro da Celac, reforçando a parceria estratégica entre os dois países em projetos de infraestrutura.

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Ministro Silvio Costa Filho apresenta planos para portos e aeroportos no Senado em audiência interativa

Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, detalha projetos da pasta em audiência pública conjunta no Senado, buscando aprimorar infraestrutura logística e fortalecer economia nacional com participação da população

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comparecerá ao Senado Federal nesta terça-feira (8) para apresentar os projetos estratégicos de sua pasta durante uma audiência pública conjunta nas comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR). A sessão, agendada para as 9h, tem como objetivo central detalhar as iniciativas da pasta para os próximos dois anos, atendendo a um requerimento do senador Confúcio Moura (MDB-RO) na CI (REQ 2/2025 – CI).

Confúcio Moura enfatiza a importância crucial do setor de portos e aeroportos para a infraestrutura logística do país, destacando seu impacto direto no comércio exterior, na mobilidade da população e na competitividade da economia nacional. O senador ressalta a necessidade de o Parlamento ter a oportunidade de contribuir para o aprimoramento desse setor estratégico. A senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) ampliou o escopo do debate, sugerindo a inclusão de temas como o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do turismo (REQ 6/2025 – CDR).

A presença de Silvio Costa Filho nesta audiência marca sua estreia em comissões do Senado. A última vez que um ministro de Portos e Aeroportos atendeu a um convite de um colegiado foi em abril de 2023, quando o então ministro Márcio França participou de uma audiência conjunta da CI e da CDR. Além do ministro de Portos e Aeroportos, a CDR, presidida por Dorinha Seabra, também receberá outros seis ministros de diferentes pastas, incluindo as de Transportes, Turismo e Planejamento e Orçamento.

Como participar?

A audiência pública será interativa, permitindo a participação ativa dos cidadãos. A população poderá enviar perguntas e comentários por meio do telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e-Cidadania, que serão lidos e respondidos ao vivo pelos senadores e debatedores. O Senado oferece uma declaração de participação no evento, que pode ser utilizada como hora de atividade complementar em cursos universitários. O Portal e-Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.

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Em audiência tensa, ANTT debate FICO FIOL e traçado centrado no oeste baiano em meio a disputas políticas regionais

Sessão da ANTT em Brasília escancara divergências sobre a Ferrovia Oeste Leste e o traçado que corta a Bahia, enquanto governo busca equilibrar interesses regionais e viabilidade do projeto

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A audiência pública da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a concessão da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) e da Ferrovia de Integração Leste-Oeste (FIOL) foi palco de intensos debates nesta terça-feira (11), em Brasília. Em pauta, as implicações do projeto para o desenvolvimento do país, a sua viabilidade econômica e, principalmente, a definição do traçado, elemento central de uma acirrada disputa política e econômica que envolve o futuro do oeste baiano. As próximas sessões da audiência, em Salvador (12/03) e Cuiabá (14/03), prometem ampliar a discussão e trazer novas perspectivas sobre a questão.

Robson Crepaldi, Ouvidor da ANTT, coordenou a sessão, que contou com a participação de Leonardo Ribeiro, Secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Marcelo Fonseca, Superintendente de Concessão de Infraestrutura da ANTT, Huber Tokunaga, Presidente da audiência, e Diogenes Alvares, Superintendente de Projetos Ferroviários da Infra S.A.

Ribeiro enfatizou a importância estratégica do corredor Leste-Oeste FICO Fiol para a segurança alimentar global, justificando a reavaliação do traçado como forma de atrair o interesse do setor privado. Marcelo Fonseca detalhou os objetivos, estudos técnicos e o modelo regulatório, destacando que a integração com a Ferrovia Norte-Sul visa criar um “cruzamento” no país, dividindo-o em quadrantes e otimizando a logística nacional.

O vereador Rider Castro, da Câmara Municipal de Barreiras, expressou o apoio da região à implantação da FIOL, destacando a importância da ferrovia para o desenvolvimento regional:

“Em Barreiras, e em toda a região, aguardamos ansiosamente a concretização da Fiol. Reconhecemos a sua importância não apenas para o Brasil, mas especialmente para o nosso oeste baiano, um grande produtor de grãos. Esperamos que, em breve, a ferrovia esteja em plena operação, impulsionando a nossa logística e o desenvolvimento de toda a região.”

Entretanto, a aparente convergência de opiniões daria lugar a questionamentos e divergências. Fernanda Rodrigues levantou dúvidas sobre a viabilidade econômica do projeto, alertando para as dificuldades da Bamin e o possível desinteresse da Vale em investir na ferrovia. Suas declarações sinalizaram uma preocupação com a sustentabilidade financeira do projeto.

“Após analisar os documentos, vejo um edital comprometido, distante da realidade do setor. A modelagem da FICO Fiol se baseia em premissas frágeis e ignora riscos que podem condenar o projeto ao fracasso. A situação da Bamin é alarmante: não consegue concluir a Fiol 1 nem o Porto Sul, essenciais para o escoamento da ferrovia. Sem essa conexão eficiente com o litoral, como garantir a viabilidade econômica?

A possível aquisição da Bamin pela Vale adiciona mais incerteza. Se a Vale condicionar a compra à paralisação do FICO 1, a concessão se torna insustentável. E o Porto Sul em Ilhéus… Insistir nessa construção em uma área turística e ecologicamente sensível é uma aberração logística e ambiental! Não há precedentes de sucesso sem um porto funcional.

Diante disso, os riscos são altíssimos, afastando investidores e comprometendo o sucesso da concessão. É preciso rever urgentemente essa modelagem, sob pena de vermos mais um megaprojeto ferroviário fracassar por falta de realismo econômico e planejamento adequado.”

Oziel Oliveira, ex-prefeito de Luís Eduardo Magalhães, que teve participação on-line, expressou uma visão divergente, defendendo a manutenção do projeto original, com o Porto Seco em Barreiras e a ligação com o Porto de Ilhéus. Em sua fala, Oziel Oliveira declarou:

“É importante que o Porto Seco, que está estabelecido já no projeto original que é no município de Barreiras, que atende toda essa dinâmica já instalada da indústria. […] Nós precisamos primeiro da condição de ter o Porto Seco, aqui no município de Barreiras, que já tá definido o projeto e também do Porto Sul”.

O ex-prefeito enfatizou a importância do Porto Seco para o desenvolvimento da indústria local e a ligação com o Porto de Ilhéus como essencial para o escoamento da produção regional. Essa defesa explicita a disputa de interesses entre os municípios do oeste baiano e a articulação de forças políticas e econômicas para influenciar o projeto.

Outras vozes se fizeram ouvir na audiência. Edeon Vaz Ferreira (Apro Soja) defendeu um modelo de concessão mais competitivo. Daniel Monteiro Ferreira questionou a obrigatoriedade de investimento na Fiol 3, propondo uma reavaliação do projeto. Daniel Keller (Una Partners) expressou preocupações com as incertezas e riscos, sugerindo a necessidade de maior segurança jurídica para atrair investidores.

A polêmica sobre o traçado da Fiol também veio à tona, com alguns participantes defendendo um projeto que atendesse aos interesses de outras regiões. Embora as críticas não tenham sido direcionadas explicitamente ao oeste baiano, elas evidenciam a existência de diferentes visões sobre o futuro da ferrovia e a necessidade de equilibrar os interesses regionais.

Em resposta aos questionamentos, os representantes da ANTT e do Ministério dos Transportes reafirmaram o compromisso de analisar as sugestões apresentadas. Uber Tokunaga ressaltou o caráter inovador do projeto, com a incorporação de mecanismos de mitigação de risco, enquanto Marcelo Fonseca enfatizou a importância do debate para aprimorar o projeto e garantir o seu sucesso.

As próximas audiências em Salvador e Cuiabá prometem trazer novas perspectivas para o debate, enriquecendo a análise das questões técnicas, econômicas e políticas que envolvem a FICO Fiol. A expectativa é que a ANTT consiga construir um modelo de concessão que seja viável, sustentável e que impulsione o desenvolvimento do país, sem negligenciar os interesses do oeste baiano.

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Ferrovias: atrasos, disputas, viabilidade econômica e audiências decisivas para o futuro do setor

O Plano Nacional de Ferrovias enfrenta um momento crítico, com atrasos, divergências sobre traçados e a necessidade de garantir a atratividade para o setor privado. Audiências públicas em março serão cruciais para o futuro da FIOL

Caso de Política com ANTT – O aguardado Plano Nacional de Ferrovias (PNF), ferramenta crucial para a modernização e expansão da malha ferroviária brasileira, encontra-se em um limbo, com o lançamento adiado indefinidamente. O plano, que ambiciona destravar investimentos significativos no setor, por meio da concessão de cinco grandes projetos à iniciativa privada, esbarra em uma série de obstáculos que colocam em xeque sua efetividade e a promessa de um novo impulso para o transporte de cargas no país.

O cerne da questão reside na complexidade de conciliar interesses diversos e garantir a viabilidade econômica dos empreendimentos. A definição do futuro da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), por exemplo, paira como uma incógnita. O governo avalia se a malha, com seus 7,2 mil quilômetros de extensão, será relicitada ou se o contrato com a VLI Logística, que se aproxima do vencimento, será renovado. A FCA, que cruza oito unidades da Federação, é estratégica para o escoamento de produtos em diversas regiões, e sua indefinição gera apreensão no setor.

Outro ponto crítico é a Ferrogrão, projeto que liga as regiões produtoras de grãos do Mato Grosso aos portos do Arco Norte, no Pará. A iniciativa, de alta relevância para o agronegócio brasileiro, encontra-se paralisada no Supremo Tribunal Federal (STF) devido a questionamentos sobre a destinação de áreas do Parque Nacional do Jamanxim. A busca por soluções que conciliem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental é um desafio constante, e o governo instituiu um grupo de trabalho para analisar a viabilidade socioambiental e econômica do projeto.

A situação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que juntas formam o Corredor Leste-Oeste, ilustra a complexidade das disputas regionais. A FIOL, com um trecho já concedido e outro em construção, é vista como fundamental para ligar o Oeste da Bahia ao Porto de Ilhéus, impulsionando a exportação de grãos e minérios. No entanto, a proposta de alteração do traçado, com o desvio da rota para Mara Rosa (GO), tem gerado forte reação na Bahia, que teme ser preterida em relação a outros estados.

A indefinição sobre a instalação de um Porto Seco em Barreiras (BA) também agrava o cenário de incertezas. A comunidade local, ciente do impacto econômico que a infraestrutura pode gerar, teme que o projeto seja transferido para outro município, prejudicando o desenvolvimento da região.

O governo federal reconhece que a implantação de ferrovias é um processo complexo e demorado, com um retorno de investimento mais lento em comparação com outros modais de transporte. Para contornar essa dificuldade, a União sinaliza que poderá arcar com uma parcela dos investimentos, que varia de 20% a 30% do total, dependendo da ferrovia. Essa medida visa garantir a atratividade dos projetos para o setor privado e viabilizar sua execução.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu consulta pública sobre as concessões da FICO e da FIOL, com sessões presenciais agendadas para:

  • 11 de março de 2025 – Brasília (DF) Sessão híbrida (presencial e virtual) Horário: 8h30 Local: Setor de Clubes Esportivos Sul – SCES, trecho 03, lote 10, Projeto Orla, Polo 8 Capacidade: 353 lugares
  • 12 de março de 2025 – Salvador (BA) Sessão presencial Horário: 14h Local: A definir
  • 14 de março de 2025 – Cuiabá (MT) Sessão presencial Horário: 14h Local: A definir

As audiências são cruciais para que a sociedade e os investidores apresentem suas contribuições, garantindo que o projeto seja sustentável, eficiente e inovador.

Em contrapartida, os acordos já firmados com empresas como MRS Logística, Rumo e Vale, em troca da repactuação de contratos de concessão, demonstram o esforço do governo em impulsionar o setor e garantir recursos para novos investimentos. No entanto, os desafios persistem, e a complexidade do cenário exige uma abordagem estratégica e a busca por soluções que conciliem os interesses de todos os envolvidos.

O sucesso do Plano Nacional de Ferrovias dependerá da capacidade do governo em superar as divergências regionais, garantir a viabilidade econômica dos projetos e atrair investimentos privados para o setor. Somente assim será possível destravar o potencial do transporte ferroviário no Brasil e impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.

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