Tarifas de Trump eliminam us$ 4,3 tri em valor de mercado de empresas americanas

Imposição de tarifas por Donald Trump gera turbulência nos mercados globais, com perdas bilionárias em ações e temor de recessão

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A escalada da guerra comercial promovida por Donald Trump tem impactado negativamente as empresas listadas nas principais bolsas americanas, que acumulam perdas de US$ 4,32 trilhões em valor de mercado desde que o ex-presidente assumiu a presidência dos Estados Unidos em 20 de janeiro. O levantamento é da Consultoria Elos Ayta.

As chamadas “Sete Magníficas”, grupo de sete empresas de tecnologia que dominam o mercado financeiro americano, foram as mais afetadas, com uma queda no valor de seus papéis de US$ 2,53 trilhões.

Somente nesta segunda-feira (10), o fechamento no vermelho dos índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 resultou em perdas de US$ 1,61 trilhão para as companhias. Mercados na Europa, Ásia e no Brasil também registraram quedas, refletindo as incertezas globais com os impactos da política tarifária de Trump.

No domingo (9), o republicano minimizou as oscilações do mercado e disse que não descartava a possibilidade de uma recessão como consequência das medidas que vem implementando. A declaração agravou o temor de que a política tarifária de Trump leve à inflação e à queda do consumo e dos investimentos.

“Os mercados vão continuar liquidando os ativos devido à crescente e contínua incerteza sobre como será a situação das tarifas de Trump. E os participantes do mercado detestam incertezas”, afirmou o presidente da FBB capital Partners, Mike Mussio.

Antigos parceiros comerciais agora se lançam em uma corrida de barreiras tarifárias. A China implementou tarifas de até 15% sobre produtos agrícolas americanos, em retaliação ao aumento para 20% das taxas de importação de produtos chineses nos Estados Unidos. Pequim também vai taxar, a partir de 20 de março, produtos agrícolas e alimentícios do Canadá com alíquotas entre 25 e 100%.

A medida é uma resposta ao governo canadense, que em outubro passado implementou um imposto de 100% sobre carros elétricos da China e de 25% sobre produtos de alumínio e aço.

Embora Donald Trump tenha adiado parte das tarifas aos produtos canadenses, o primeiro-ministro da província de Ontário, Doug Ford, já aumentou em 25% o preço da energia exportada para Minnesota, Michigan e Nova York.

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Queda livre de Elon Musk: Tesla derrete, Starlink perde contratos e X desmorona em valor

Empresas de Elon Musk enfrentam crescente “backlash” por posicionamentos políticos controversos, resultando em perdas bilionárias e reavaliações de contratos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O império de Elon Musk enfrenta uma tempestade perfeita. Após os boicotes à Tesla e perdas significativas em valor de mercado, a Starlink vê contratos ameaçados e o X (antigo Twitter) perde mais de 70% de seu valor desde a aquisição pelo bilionário. A atuação política controversa de Musk, somada a decisões radicais na gestão de suas empresas, parecem cobrar um preço alto.

A Tesla, carro-chefe do império Musk, viu suas ações despencarem 15% recentemente, acumulando uma perda de mais da metade de seu valor nos últimos 80 dias. A fabricante de carros elétricos atingiu o pico histórico de US$ 480 por ação em dezembro, mas agora amarga a marca de US$ 222, com o valor de mercado da empresa derretendo mais de US$ 700 bilhões, situando-se em US$ 696 bilhões.

A crise se estende à Starlink, a rede de internet via satélite de Musk, que enfrenta o cancelamento de contratos e a reavaliação de parcerias importantes. O primeiro-ministro de Ontário já anunciou o fim dos contratos com a empresa, em retaliação às tarifas de Trump contra o Canadá. Além disso, a Starlink pode perder negócios com governos da Polônia e da Itália, países que questionam o posicionamento de Musk em relação à Ucrânia e à OTAN.

A Itália, por exemplo, avaliava um contrato de US$ 1,5 bilhão para utilizar a Starlink como principal meio de comunicação de seus diplomatas, servidores e militares no exterior. No entanto, o negócio enfrenta obstáculos políticos após Musk ter criticado o presidente italiano, Sergio Mattarella, no X.

A Polônia, que financia a maioria dos terminais Starlink em operação na Ucrânia, também está reavaliando a continuidade dos serviços da empresa. Enquanto isso, a Europa busca alternativas à Starlink, com a Eutelsat, concorrente franco-britânica, surgindo como uma forte candidata. As ações da Eutelsat dispararam 390% na última semana, impulsionadas pelo plano da União Europeia de reforçar seus investimentos em defesa.

Magnata da telefonia rompe contrato com Elon Musk após provocações no X

O magnata mexicano Carlos Slim, empresário considerado a pessoa mais rica da América Latina, com fortuna estimada em US$ 93 bilhões — e apelidado de ‘Midas’, em referência ao mito grego do rei da Frígia, que transformava tudo que tocava em ouro, por sua habilidade de “transformar atividades decadentes em lucrativas” — anunciou um rompimento de contrato entre a América Móvil (AMX), sua empresa de telecomunicações, e a Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk.

O rompimento veio em forma de retaliação a um ataque pessoal de Musk ao bilionário e CEO da AMX, principal operadora telefônica da América Hispânica e responsável, no Brasil, pela Claro — que incorpora Embratel e Net.

No dia 23 de janeiro, Musk compartilhou uma publicação acusatória na rede social X, antigo Twitter, que dizia:

“Carlos Slim é um bilionário mexicano com fortuna de mais de US$ 70 bilhões. Ele é o maior acionista em ações negociadas publicamente do The New York Times.

Ele também é conhecido por ter laços significativos com os cartéis de drogas no México. Você não se torna bilionário no México sem fazer parte da rede que é controlada e protegida.

O NYT sabe com quem seus donos estão conectados e está promovendo a narrativa que apoia os interesses comerciais de Carlos Slim e seus parceiros.”

Em outro golpe para Musk, o X foi alvo de um grande ataque cibernético que deixou a rede social instável. Musk atribuiu o ataque a um grupo coordenado ou a um país, mencionando endereços IPs da Ucrânia, embora a origem exata seja difícil de rastrear. O ataque foi reivindicado pelo grupo Dark Storm Team, que defende causas pró-Palestina.

A situação do X é particularmente preocupante. Desde a aquisição por Musk em outubro de 2022, a rede social perdeu 71,5% de seu valor de mercado. A empresa de investimentos Fidelity avalia o X em apenas 5,3 bilhões de dólares, uma fração dos US$ 44 bilhões pagos por Musk. A desvalorização é reflexo das ações polêmicas do CEO, incluindo demissões em massa, mudanças radicais na política de verificação e transformações na plataforma.

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Real lidera valorização global e registra maior alta frente ao dólar em 29 meses

Moeda brasileira supera 32 divisas internacionais após decisão de Trump adiar tarifas sobre importados, enquanto mercado reage à retomada pós-feriado e à redução de incertezas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O real registrou na quarta-feira (5) a maior valorização global frente ao dólar, encerrando o dia com alta de 2,72% e cotado a R$ 5,755. A queda da moeda norte-americana representou o maior recuo percentual em 29 meses, desde outubro de 2022, quando o dólar caiu 4,03% em meio ao período eleitoral.

O movimento ocorre após dias de forte oscilação no mercado financeiro. Antes do feriado de Carnaval, na sexta-feira (28), o dólar havia atingido R$ 5,918, no maior patamar desde janeiro, acumulando alta semanal de 3,25% e avanço de 1,39% no mês. O cenário começou a mudar com a decisão do governo de Donald Trump de adiar em um mês as tarifas sobre carros importados do México e do Canadá, reduzindo pressões sobre moedas emergentes, incluindo o real.

A reversão da tendência de alta do dólar também reflete a retomada do apetite por risco no mercado. Operadores voltaram a investir em ativos brasileiros, impulsionados pelo alívio nas tensões comerciais e pela reabertura da Bolsa após o feriado. Especialistas destacam que, apesar da valorização expressiva, a volatilidade cambial permanece como um fator de atenção, uma vez que o câmbio segue influenciado por fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos.

A desvalorização do dólar tem efeitos diretos sobre a economia brasileira, reduzindo os custos de importação e aliviando pressões inflacionárias em setores dependentes de insumos estrangeiros. No entanto, economistas alertam que o movimento pode ser temporário, dependendo dos próximos desdobramentos da política econômica global e das sinalizações do Federal Reserve sobre os juros nos EUA.

Com o real assumindo a liderança entre 32 moedas globais, o cenário abre espaço para novos ajustes no câmbio, enquanto investidores monitoram os desdobramentos no cenário externo e suas repercussões no Brasil.

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Foco e visão na política econômica: governo Bolsonaro x governo Lula, por Luís Carlos Nunes

Em economia não há erros, tudo depende da visão

Luís Carlos Nunes – A política econômica de um país pode ter diferentes abordagens e prioridades, dependendo do enfoque e da visão de cada governo. No Brasil, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a atual administração de Luiz Inácio Lula da Silva ilustram essas divergências de foco e suas consequências sociais.

Bolsonaro privilegiou o mercado financeiro e o capital especulativo, com uma política de austeridade fiscal, desregulamentação e privatizações. Em seu mandato, o país enfrentou uma recessão econômica e uma piora nas desigualdades sociais e regionais. As políticas de cortes em investimentos sociais, como educação e saúde, e a flexibilização das leis trabalhistas foram alguns dos pontos controversos desse período.

Por outro lado, o atual governo de Lula tem se destacado por uma postura mais voltada para o social e o desenvolvimento econômico inclusivo. O presidente tem anunciado investimentos em áreas como educação, saúde, habitação e geração de empregos, com a meta de reduzir as desigualdades e a pobreza no país. Nesse sentido, a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais anunciada recentemente é um exemplo de compromisso com a educação.

Outro ponto importante da gestão de Lula tem sido a defesa do papel do Estado como indutor do crescimento econômico e do bem-estar social, por meio do fortalecimento do mercado interno e da política industrial. Para isso, o governo tem lançado programas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Minha Casa, Minha Vida, que buscam incentivar o empreendedorismo e a construção de moradias populares.

O contraste entre as duas visões de política econômica fica evidente na comparação das consequências sociais. Enquanto no governo Bolsonaro a pobreza e a desigualdade aumentaram, com um índice recorde de desemprego e uma queda na renda média da população, o governo Lula tem como prioridade a inclusão social, o investimento em serviços públicos e a retomada do crescimento econômico. A expectativa é de que essas políticas possam gerar mais empregos, aumentar a renda das famílias e fortalecer a economia como um todo.

Em resumo, a política econômica de um governo pode ter impactos significativos na vida das pessoas e na trajetória do país. A escolha entre priorizar o mercado financeiro ou o social pode ter implicações de longo prazo e deve ser objeto de um debate amplo e democrático. O que fica claro é que não há erros ou acertos absolutos em política, mas diferentes visões e escolhas que devem ser avaliadas em termos de seus efeitos sociais e econômicos.

O equilíbrio político como caminho para o desenvolvimento nacional

É comum em tempos de polarização política, que a análise econômica seja tomada como um dogma absoluto, ignorando outros aspectos importantes que afetam a vida da população. No entanto, é necessário reconhecer que a economia é apenas uma das áreas que contribuem para o desenvolvimento do país. É importante um olhar abrangente, que leve em conta o social, cultural e ambiental, para conduzir os destinos da nação.

A frase do ex-líder chinês Deng Xiaoping “não importa a cor do gato, o que importa é que ele cace o rato” se refere à efetividade das ações em detrimento da ideologia que as embasa. Ou seja, o mais importante é que as políticas públicas funcionem e atendam às necessidades da população, independentemente da corrente ideológica que as sustenta.

Outras frases importantes para se pensar em uma política de centro são:

  • “O extremismo é sempre negativo, sempre, não há exceções”, de Luiz Inácio Lula da Silva;
  • “O problema com a política é que ela atrai os mais idiotas entre nós”, de William Edward Simon;
  • “A política é a arte de obter dinheiro dos ricos e votos dos pobres, prometendo proteger uns dos outros”, de Oscar Ameringer.

A polarização política, com discursos extremados, leva a uma fragmentação da sociedade e à dificuldade em encontrar soluções para os problemas nacionais. A política de centro é a que busca unir diferentes setores em torno de objetivos comuns, buscando o equilíbrio entre os interesses conflitantes.

No entanto, é preciso destacar que essa política de centro não deve significar uma falta de posicionamento ou a ausência de valores éticos e morais. Ao contrário, é possível ter posições firmes e defender os interesses do país sem, contudo, adotar uma postura extremada e inflexível.

Portanto, é necessário buscar um equilíbrio entre as diferentes áreas e interesses da sociedade, sem que isso signifique a adoção de uma visão extremada e simplista. A política deve estar a serviço do bem comum e, para isso, é preciso buscar uma ampla coalizão que possibilite a construção de um projeto nacional que atenda às necessidades de todos os brasileiros e brasileiras.