Adrilles diz que EUA “tem cultura superior” e pode invadir e bombardear outros países (VÍDEO)

Extremista ganhou nototiedade na mídia após fazer uma saudação semelhante à praticada pelos nazistas

Repórter ABC – Adrilles Jorge, conhecido por suas declarações polêmicas e pela sua saudação que remete ao regime nazista, causou mais uma controvérsia ao defender, em um podcast com o Monark, o direito dos Estados Unidos de invadir e bombardear outros países baseado em uma suposta “cultura superior”.

O extremista sustentou sua argumentação afirmando que os estadunidenses possuem uma cultura tão elevada que justificaria a imposição de sua vontade sobre nações estrangeiras. Essa afirmação, que levanta questionamentos éticos e políticos, tem gerado intensos debates e críticas.

Adrilles Jorge tem se destacado por suas opiniões incendiárias e posturas controversas, reforçando ainda mais sua imagem de figura polarizadora. No entanto, suas declarações vêm despertando preocupação e indignação por parte da sociedade, que condena qualquer tipo de apologia à violência, imperialismo cultural e desrespeito aos direitos humanos.

É importante ressaltar que suas ideias e argumentos são amplamente rejeitados por grande parte da comunidade internacional, que valoriza o respeito à soberania dos países e a busca por soluções pacíficas para os conflitos internacionais.

A polêmica envolvendo Adrilles Jorge e suas opiniões extremistas serve como um alerta para a necessidade de promover um diálogo construtivo, baseado em princípios éticos e no respeito mútuo, para a busca de soluções para os desafios globais, sem recorrer à violência e à imposição de ideias.

Veja abaixo as falas ditas por Adrilles Jorge:

“Se tem uma superpotência econômica que está sedimentada em valores como democracia, em valores cristãos, como compaixão, misericórdia, perdão, acolhimento ao próximo, sem que tenham um autoritarismo implícito, se você tem essa democracia pujante economicamente, delicadamente pujante, que queira vender e propagar essa democracia, ainda que com, mas não ficou interesses econômicos eventualmente, eu vou torcer, eu dou, eu dou a salvaguarda dos Estados Unidos serem o xerife do mundo. Porque a maioria das culturas do mundo é uma merda. Por que a ONU é uma merda, que você concordou comigo? Porque é onde quer dar voz a todas as culturas nesse universo multicultural. Por isso que a maioria das culturas é uma merda. E aí você Scope. Não. A cultura americana tá muito. A cultura americana é melhor que a cultura do sul da Turquia. Tô lembrando aqui que obriga a mulher estuprada a casar com estuprador. Cultura americana, com sua democracia, com as suas imperfeições, é melhor que uma cultura Yanomami que enterra crianças recém-nascidas com o Sino Militar. Então, existe uma guerra e uma espécie de Darwinismo Cultural em que melhores elementos culturais vencem, e os melhores elementos culturais da nossa sociedade moderna ocidental são hoje a democracia, o cristianismo, o acolhimento, o perdão ao próximo, o próprio princípio de tolerância. Tolerância à cultura diferente, tolerância a culturas distintas, mas você não pode tolerar quem queira te destruir. Quem queira te destruir? O que acontece agora? Por que a França está uma merda? Porque eles abriram todas as portas para movimentos terroristas que odeiam e desprezam a própria cultura francesa. E hoje o francês está cheio de terroristas lá em Paris, querendo matar francês, querendo impôr, era abaixo uma cultura bárbara. E eventualmente está destruindo o própria pilar da cultura francesa por causa desse multiculturalismo absorvido pelo próprio vento da frase.”

Porque censurar Monark é patético e sangra a democracia?

Luís Carlos Nunes – A censura é um tema que tem atravessado os séculos e suas implicações nos contextos políticos são cruciais para uma análise conjuntural. Desde tempos antigos até os dias atuais, inúmeros casos de censura têm marcado sociedades ao redor do globo.

Na Grécia Antiga, um caso emblemático foi o do filósofo Sócrates. Condenado à morte por volta de 399 a.C., Sócrates enfrentou a censura por suas ideias inovadoras e questionadoras, sendo acusado de corromper a juventude e desrespeitar os deuses estabelecidos pela polis. Essa condenação representa um ataque à liberdade de expressão e um marco negativo na história da democracia ateniense.

Outro episódio histórico marcante de censura ocorreu durante a Inquisição da Igreja Católica nos séculos XV e XVI. A Inquisição tinha como objetivo controlar e reprimir qualquer forma de pensamento considerada herética ou contrária aos dogmas da igreja. Livros e obras filosóficas eram submetidos à censura prévia e frequentemente queimados publicamente. Essa repressão intelectual e religiosa limitou a liberdade de expressão e perpetuou a intolerância por séculos.

No século XX, regimes totalitários, como o nazismo de Adolf Hitler e o comunismo de Josef Stalin, também usaram a censura como uma ferramenta para consolidar seu poder. Na Alemanha nazista, livros considerados “subversivos” ou contrários à ideologia do partido eram banidos e queimados, enquanto jornais e meios de comunicação eram controlados para disseminar a propaganda oficial. Na extinta União Soviética, artistas, escritores e jornalistas eram censurados e perseguidos pelo Estado, sendo obrigados a se adequar à narrativa governamental sob ameaça de represálias.

Ao analisar a conjuntura política atual, nota-se uma crescente preocupação com o controle da informação e a limitação da liberdade de expressão em diversos países. Regimes autoritários, como a China e a Coreia do Norte, têm aplicado censura de forma recorrente, bloqueando sites, controlando a mídia e reprimindo dissidentes políticos. Mesmo em democracias estabelecidas, como os Estados Unidos, onde a liberdade de expressão é considerada um valor fundamental, há intensos debates sobre os limites dessa liberdade. Exemplos emblemáticos incluem o caso de Edward Snowden, ex-analista de inteligência que revelou práticas de vigilância em massa do governo dos Estados Unidos. Snowden, atualmente preso e perseguido pelas autoridades americanas, suscitou discussões sobre o equilíbrio entre a proteção da segurança nacional e o direito à privacidade, gerando controvérsias sobre a censura e a liberdade de expressão em um país conhecido por sua defesa desses princípios. Além disso, nas redes sociais, empresas privadas têm adotado medidas para moderar conteúdos considerados problemáticos ou falsos, o que tem gerado debates acalorados sobre a influência e o poder dessas plataformas na esfera pública.

No caso específico do youtuber e podcaster Monark, embora suas declarações possam ser consideradas irresponsáveis e desprezíveis, a censura prévia é uma medida altamente questionável. A liberdade de expressão é um pilar fundamental das democracias, e sua limitação deve ocorrer somente quando há clara incitação à violência ou danos à integridade de terceiros. Ações judiciais de censura contra indivíduos como Monark podem gerar um efeito contraproducente, amplificando suas ideias e alimentando um discurso de perseguição.

Apesar de Monark ter ganhado visibilidade nas redes sociais, é válido questionar a real ameaça que ele representa para a democracia. Suas declarações irresponsáveis, como sugerir a admissibilidade de um partido nazista, foram prontamente seguidas de um pedido de desculpas, alegando que estava embriagado durante o episódio. Além disso, sua influência é limitada a um público que busca sua irreverência adolescente e suas piadas com políticos e autoridades.

A questão que se coloca é se a censura prévia é realmente a melhor abordagem para lidar com casos como o de Monark. É compreensível a preocupação com a disseminação de informações falsas e potencialmente prejudiciais, especialmente em um contexto em que a desinformação se tornou uma ameaça global. No entanto, é importante considerar que a liberdade de expressão é um pilar essencial das democracias e deve ser preservada.

Ao censurar um youtuber e podcaster conhecido por suas experiências declaradas com maconha (ou ex-maconheiro, pois não se tem certeza), estamos menos atacando o pensamento e mais tentando conter a ausência de pensamento. É uma investida ridícula que desmoraliza a própria prática de censura, bem como aqueles que a exercem, tanto no presente quanto no passado.

Afinal, a história nos ensina que a censura, quando utilizada como instrumento de controle autoritário, mina a democracia e a liberdade individual. Devemos aprender com os erros do passado e buscar mecanismos mais eficazes para combater a desinformação e promover a educação midiática, capacitando as pessoas a discernir entre informações confiáveis e manipuladas.

Talvez uma boa prática para o combate a desinformação fosse a queda da imunidade parlamentar, desmonetização de canais de políticos e a responsabilização de big techs, isso seria talvez um bom pontapé nesse luta. Há sim figuras e autoridades perigosas incentivando ódio, mentindo descaradamente, escondidos sob o manto da imunidade, garantida por leis que eles mesmos criaram e controlam.

Em vez de restringir a liberdade de expressão, é fundamental fomentar um ambiente de debate público saudável, no qual a diversidade de ideias seja valorizada e a crítica construtiva seja incentivada. Essa abordagem permite um maior engajamento cidadão, fortalece a democracia e ajuda a combater os problemas decorrentes da desinformação.

Portanto, ao enfrentar os desafios contemporâneos relacionados à censura e liberdade de expressão, é necessário encontrar um equilíbrio entre a responsabilidade na disseminação de informações e a preservação dos direitos fundamentais. A liberdade de expressão não deve ser cerceada de maneira arbitrária ou baseada em motivações políticas, mas sim protegida como um valor essencial para uma sociedade democrática e plural.