São Paulo registra mais de 500 casos de mpox em 2024 e reforça alerta de saúde

Crescimento de 10% em uma semana acende preocupação nas regiões mais afetadas da capital paulista

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A cidade de São Paulo ultrapassou a marca de 500 casos de mpox em 2024, com um total de 515 infecções confirmadas até o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado nesta terça-feira (22). Este número representa um acréscimo de 49 casos em comparação ao relatório anterior, marcando um aumento de cerca de 10% apenas na última semana, entre os dias 11 e 17 de outubro. O aumento concentra-se majoritariamente nas regiões sudeste, central e norte da capital, locais com a maior incidência de infecções.

Desde o início do monitoramento em maio de 2022, São Paulo já soma 3.550 casos de mpox, dos quais duas evoluíram para óbito. A situação epidemiológica estadual contabiliza, até o momento, 800 casos confirmados para 2024, sem registro de novos óbitos. O avanço progressivo das infecções levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificar a mpox como uma emergência global de saúde pública em agosto, mês em que o governo estadual de São Paulo também emitiu um alerta epidemiológico para reforçar a vigilância e os cuidados preventivos.

Impacto da nova variante e resposta das autoridades

Com o surgimento de uma nova variante do vírus, a OMS apontou a necessidade de intensificar as medidas de contenção e monitoramento devido ao aumento expressivo de casos globais. Em resposta, o governo de São Paulo, além de emitir alertas, ampliou as campanhas de informação e diagnóstico nas áreas com maior circulação do vírus na capital, visando ao rápido reconhecimento dos sintomas e à contenção do contágio.

A Secretaria Municipal da Saúde reforça a recomendação para que pessoas que apresentem lesões cutâneas, febre ou linfonodos inchados busquem atendimento médico imediato. Essas ações são consideradas cruciais para evitar a propagação da doença, uma vez que a mpox apresenta alto potencial de transmissão em ambientes de contato próximo.

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Casos de MPOX se aproximam de 100 mil globalmente, alerta OMS; novas medidas e vacinas estão em pauta

Relatório da OMS revela o crescimento da doença e propõe análise emergencial para vacinas

Caso de Política com Agência Brasil – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (12) um relatório alarmante sobre a mpox, com 99.176 casos confirmados em 116 países desde janeiro de 2022. A doença, que também causou 208 mortes durante o período, continua a se espalhar, com 934 novos casos e quatro mortes confirmadas apenas em junho deste ano.

Distribuição Global da Doença

O relatório destaca que as regiões mais afetadas em junho foram: África com 567 casos, América com 175, Europa com 100, Pacífico Ocidental com 81 e Sudeste Asiático com 11. O Mediterrâneo Oriental não registrou novos casos no período. A República Democrática do Congo, que responde por 96% dos casos africanos, enfrenta desafios significativos devido ao acesso limitado a testes em áreas rurais. Apenas 24% dos casos suspeitos foram testados em 2024, com uma taxa de positividade de cerca de 65%, subestimando o verdadeiro impacto da doença.

Além disso, dados preliminares indicam uma expansão do vírus na África, com novos casos relatados em Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. A Costa do Marfim e a África do Sul também registraram novos casos, incluindo variantes diferentes da doença.

Principais Países Afetados

Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, dez países concentraram a maior parte dos casos: Estados Unidos (33.191), Brasil (11.212), Espanha (8.084), França (4.272), Colômbia (4.249), México (4.124), Reino Unido (3.952), Peru (3.875), Alemanha (3.857) e República Democrática do Congo (2.999). Juntos, esses países representam 81% dos casos globais, com a República Democrática do Congo aparecendo pela primeira vez entre os dez países com mais casos cumulativos.

Perfil dos Casos Confirmados

O relatório revela que 96,4% dos casos confirmados de mpox são homens, com uma média de idade de 34 anos. A distribuição etária e de sexo dos casos permanece estável, com homens entre 18 e 44 anos representando 79,4% dos casos fora da África. No entanto, no Congo, crianças com menos de 15 anos representam a maioria dos casos notificados.

Transmissão e Sintomas

O contato sexual continua a ser o modo de transmissão mais relatado, representando 83,8% dos casos. Entre os sintomas, a erupção cutânea é o mais comum (88,5%), seguido por febre (57,9%) e erupção cutânea sistêmica (54,8%). Na República Democrática do Congo, alguns casos expostos através de contato sexual apresentaram apenas lesões genitais.

Impacto do HIV e Vacinas

Cerca de 51,9% dos casos com informações sobre sorologia para HIV são de pessoas vivendo com HIV. A OMS observou que muitos casos na África não têm dados disponíveis sobre HIV.

Para enfrentar a crescente ameaça da mpox, a OMS solicitou que fabricantes de vacinas submetam pedidos para o uso emergencial das doses. O objetivo é acelerar a disponibilidade de vacinas, especialmente para países de baixa renda. A OMS enfatizou que a concessão de autorização para uso emergencial ajudará a Aliança para Vacinas (Gavi) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na aquisição e distribuição de vacinas.

Atualmente, duas vacinas contra a mpox foram recomendadas pelo Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (Sage), com o intuito de melhorar a resposta global à doença e proteger as populações mais vulneráveis.