Empresa sul-coreana pagará R$ 3,5 milhões após morte de crianças em fazenda em Formosa do Rio Preto

Acordo com o Ministério Público do Trabalho inclui medidas de segurança e multa por descumprimento

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Mais de dois anos após cinco crianças sul-coreanas serem encontradas mortas em uma vala dentro de uma fazenda em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, a empresa Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda., responsável pela propriedade, firmou um acordo de R$ 3,5 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT) por dano moral coletivo.

As crianças foram encontradas soterradas em 2022, e a tragédia levantou suspeitas de acidente, trabalho infantil ou negligência. Durante as investigações, o MPT identificou graves irregularidades na fazenda, incluindo falta de medidas de segurança e problemas trabalhistas.

O valor do acordo será destinado ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), pago em 20 parcelas mensais de R$ 175 mil. A empresa também se comprometeu a implementar medidas preventivas, como treinamentos regulares, fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), análise de riscos e supervisão técnica em atividades de alto risco.

O sistema cooperativo adotado pela empresa também foi analisado no acordo, que prevê multas de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cada cláusula descumprida. A empresa sul-coreana lidera uma agroindústria em Formosa do Rio Preto e controla outras seis companhias na região, voltadas para exportação ao mercado asiático.

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Vice-prefeito eleito em SP, coronel Ricardo Mello, tem histórico de participação em atos golpistas e polêmicas

Bolsonarista atuou em manifestações pró-intervenção militar e possui posicionamentos controversos sobre segurança pública e vacinação

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O coronel Ricardo Mello, eleito vice-prefeito de São Paulo no último domingo (27) na chapa de Ricardo Nunes (MDB), carrega um histórico de participação em atos golpistas e de posicionamentos polêmicos. Em novembro de 2022, Mello, que na época presidia a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), esteve presente em uma manifestação em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, que defendia intervenção militar em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro nas urnas.

Em redes sociais, Mello fez coro ao movimento, publicando a frase “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”, destacando-se entre os apoiadores mais enfáticos de Bolsonaro. Na mesma ocasião, outros manifestantes bolsonaristas promoveram bloqueios ilegais em rodovias federais, também contestando o resultado eleitoral.

Além de sua presença em atos golpistas, o novo vice-prefeito defendeu pautas que polarizam a sociedade. Ele se posicionou contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e defendeu o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Como comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar, defendeu uma atuação mais “repressiva” da força policial e chegou a sugerir protocolos distintos para abordagens em bairros ricos e pobres de São Paulo.

À frente da Ceagesp, Mello foi investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após denúncias de assédio e coerção contra funcionários sindicalistas. Durante sua gestão, demitiu funcionários da estatal e substituiu 22 dos 26 cargos comissionados por ex-policiais ou militares da reserva, o que suscitou críticas de entidades sindicais. Representantes do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo) chegaram a acusá-lo de “autoritário” e “fascistinha”.

A indicação de Mello como vice-prefeito foi apadrinhada por Jair Bolsonaro, o que consolida a chapa de Ricardo Nunes como um elo com o bolsonarismo em São Paulo. Essa composição gerou críticas de setores que apontam o potencial impacto de seu perfil de liderança para a gestão da capital paulista, especialmente em temas de segurança e políticas públicas polarizadas.

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