Assessores não têm salvo-conduto para ataques: Câmara se une em defesa de Allan do Allambick

Após ofensas em grupo de WhatsApp, vereadores repudiam comportamento do assessor Neimar Mármore, que pode enfrentar sanções administrativas e judiciais

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O assessor do prefeito de Barreiras, Neimar Mármore, transformou um debate sobre o Carnaval em um ataque pessoal ao vereador Allan do Allambick, expondo sua postura incompatível com o serviço público. Em mensagens enviadas a um grupo de WhatsApp, Neimar usou expressões ofensivas contra o vereador, classificando-o como “baderneiro” e dirigindo xingamentos de baixo calão.

A reação foi imediata. Durante a sessão legislativa da Câmara de Barreiras, na noite desta terça-feira (11), parlamentares, incluindo o presidente da Câmara, Yure Ramon, a vice-presidente da Casa, Carmélia da Mata, a 2ª Secretária Graça Melo e demais parlamentares presentes, repudiaram a conduta e exigiram providências.

Allan do Allambick, empresário do setor de eventos e líder do bloco de Carnaval que leva seu nome, rebateu as acusações de Neimar e destacou sua preocupação em evitar qualquer problema durante a festividade. Antes da realização do evento, ele enviou um advogado ao local para verificar as condições e esclarecer dúvidas sobre o funcionamento, garantindo que tudo estivesse dentro da legalidade. O profissional chegou a conversar com a mãe de Neimar Mármore, buscando assegurar que a festa ocorresse sem transtornos.

Na tribuna, Allan também relatou uma conversa que teve diretamente com o prefeito Otoniel Teixeira sobre o caso. Segundo o vereador, ele não pretendia sair no Carnaval de Barreiras em 2025, mas, após receber um convite, decidiu conversar com o prefeito. Durante o diálogo, questionou:

“Prefeito, posso acreditar que nada de mal vai acontecer a mim?”. Em resposta, Otoniel disse sim, garantindo a sua integridade.

O vereador também expôs a gravidade das ofensas proferidas por Neimar Mármore, afirmando que o assessor do prefeito lhe chamou de “um filho da…” e ainda o mandou “ir tomar no c…”.

Ouça abaixo um dos áudios ofensivos:

A vice-presidente da Câmara, Carmélia da Mata, sugeriu que a Casa emitisse uma nota de repúdio contra Neimar Mármore, enfatizando que o assessor, além de desrespeitar um parlamentar, também ofendeu o próprio governo ao atacar um evento autorizado pela Secretaria de Cultura.

“Nós, enquanto vereadores, representamos o povo e temos o dever de defender o respeito e a seriedade no debate público. Não podemos permitir que assessores usem seus cargos para ataques pessoais contra quem trabalha pela cidade”, afirmou Carmélia.

Graça Melo reforçou essa visão, apontando que o bloco de Allan possuía aval oficial para a realização do evento e criticando a postura do assessor.

“A discussão política precisa ser pautada pelo respeito. Quando um assessor usa seu cargo para promover ataques gratuitos, ele compromete a credibilidade do próprio governo que representa”, disse a vereadora.

Já o presidente da Câmara, Yure Ramon, foi além e determinou que o setor jurídico da Casa reúna provas para encaminhar o caso à justiça.

“Nenhum vereador será desrespeitado sem que as devidas providências sejam tomadas”, declarou.

Neimar Mármore, ao usar seu cargo para atacar um representante eleito, pode incorrer em diversas sanções. No âmbito administrativo, o assessor pode ser advertido, suspenso ou até exonerado, caso o prefeito Otoniel Teixeira decida agir com o rigor esperado para o caso. Já na esfera judicial, ele pode responder por injúria e difamação, passíveis de penalidades que vão de multas a detenção, dependendo do entendimento da Justiça.

A resposta da Câmara, através de seu presidente Yure Ramon, demonstra que o respeito institucional é inegociável. O episódio expõe a necessidade de condutas mais éticas dentro do serviço público, especialmente entre aqueles que ocupam cargos de confiança. A permanência de Neimar Mármore no governo dependerá agora da postura que o prefeito adotará diante dos fatos.

Além disso, em meados de agosto do ano passado, Neimar Mármore foi denunciado à Justiça por supostamente utilizar seu tempo de trabalho como servidor público para promover ataques políticos nas redes sociais. Na época, a vereadora Carmélia da Mata denunciou que servidores da Secretaria de Agricultura e Tecnologia recebiam salários elevados para desqualificar opositores e prometeu levar o caso ao Ministério Público.

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Comandante da PM em Barreiras esclarece atuação no Cais e reforça compromisso com a segurança pública

Comandante da 83ª CIPM explica que operação já estava planejada e não atendeu a chamados políticos, garantindo a ordem pública

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Portal Caso de Política traz, com exclusividade, o posicionamento do comandante da 83ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), Major Éder Rosário, sobre a ação da PM no Cais no último sábado (8). Em contato com a reportagem, ao final da manhã desta segunda-feira (10), o oficial esclareceu que a presença da corporação foi resultado de um planejamento prévio e não de uma convocação política. Segundo ele, o objetivo era garantir a segurança pública diante de episódios recentes de violência na região.

Quem fala é o Major Éder Rosário, comandante da 83ª Companhia Independente de Polícia Militar, que abrange os municípios de Barreiras, Catolândia, Baianópolis e Cristópolis. Muito se falou sobre a ação da APM no Cais no fim de sábado, mas já era uma operação prevista e organizada por este comandante, com o propósito de reduzir os índices de delinquência no Cais, para trazer mais tranquilidade às pessoas que procuram aquela localidade, seja para o lazer, seja para algum tipo de atividade ou para os próprios moradores. A ideia da operação foi justamente estancar os problemas que lá existem, por conta da grande aglomeração de pessoas. Problemas que foram vistos no final de semana anterior, com várias brigas, indivíduos com ânimos exaltados, trazendo transtorno e preocupação para os frequentadores e comerciantes. Então, a ideia da Polícia Militar é manter a operação ao final de semana com contundência, com um número grande de viaturas, para trazer tranquilidade às pessoas que procuram aquela localidade”, afirmou o comandante.

A ação da PM aconteceu durante um evento pré-carnavalesco na Avenida Getúlio Vargas, que foi organizado pelo vereador Alan, do bloco Alambique, e pelo atual secretário de Cultura do município, Gulla, responsável pelo bloco Pilek. O evento gerou polêmica quando o assessor do prefeito, Neimar Mármore, fez críticas ao vereador Alan, acusando-o de desrespeitar normas de poluição sonora. No entanto, a PM reforçou que sua atuação se deu com base em planejamento estratégico e não por interferência de qualquer grupo político.

A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a segurança e tranquilidade da população, garantindo que suas ações são pautadas pela isonomia e legalidade. “Aos cidadãos de bem, sintam-se seguros, sintam-se tranquilos, contem com a sua Polícia Militar. Estamos à disposição para qualquer necessidade”, pontuou o comandante Major Éder Rosário.

Aproveitamos a ocasião para dar as boas-vindas ao novo comandante e desejar um bom trabalho à Polícia Militar no combate à criminalidade e na promoção da segurança da população.

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Festa pré-carnavalesca em Barreiras expõe perseguição política e hipocrisia sobre poluição sonora

Imagens das redes sociais

Acusações seletivas e interferência policial levantam suspeitas de perseguição política contra vereador de oposição em Barreiras.

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O “esquenta de carnaval” realizado neste sábado (8), na Avenida Getúlio Vargas, em Barreiras, virou palco de mais um episódio de perseguição política disfarçada de preocupação com a ordem pública. O assessor do prefeito Otoniel Teixeira, Neimar Mármore, assumiu o protagonismo da polêmica ao disparar ataques contra o vereador Alan, organizador do bloco Alambique, enquanto ignorava eventos semelhantes promovidos por aliados do governo.

Ainda durante a tarde, antes mesmo de o evento alcançar seu auge, Neimar já ensaiava sua retórica contra o parlamentar.

“Hoje eu não vou beber não, vou ficar de boassa, para me mostrar que a gente serve vergonha, que não gosta de cumprir lei, como é que faz?”, disse, como se já tivesse uma decisão tomada sobre a quem atacaria.

Quando a festa tomou corpo, ele intensificou suas acusações.

“Atenção, atenção, meu povo de Barreiras. Aqui tem um vereador, o senhor Alan, dono de um bloco de carnaval, mas que também faz eventos, igual ao que está acontecendo aqui na minha rua, na Getúlio Vargas, com pancadões de som ocupando tudo. Ele é legislador, mas é o primeiro a descumprir a legislação. Você já pensou que coisa? Faz sem autorização, como se fosse o rei. Eu sou dono da barreira.”

A hipocrisia da acusação não passou despercebida. Em meio à discussão, foliões logo questionaram por que o ataque de Neimar tinha um alvo tão específico.

“É engraçado que na campanha podia, né? Paredão esbagaçar tudo, tanto do lado de Danilo como do lado de Zito, Antonio. Quer dizer que agora o pessoal do paredão não pode mais tocar, não é?”, provocou um dos participantes do grupo de mensagens.

A seletividade das críticas também chamou atenção. Neimar insistia em apontar Alan como vilão, mas não direcionava uma única palavra ao secretário de Cultura, Gulla, responsável pelo bloco Pilek, que também promovia eventos com música alta na cidade. A omissão escancarou o verdadeiro objetivo do assessor: atacar um vereador de oposição e blindar aliados do governo.

Mesmo diante das críticas, Neimar seguiu em sua ofensiva contra Alan.

“Bom, eu já falei tudo que tinha que falar aqui, e pronto. Vou dizer claro: é uma total falta de respeito do senhor Alan. Ele que é legislador, ele mesmo descumpria leis. Essa é a verdade. Precisa respeitar pessoas idosas, doentes. Ele e qualquer outro que for fazer.”

Curiosamente, sua indignação com o incômodo aos moradores não pareceu existir em outros eventos semelhantes, realizados sem qualquer tipo de objeção por membros do governo municipal.

A polêmica se desenrola em meio a um histórico de disputas políticas sobre a realização de eventos em Barreiras. Em 2022, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pelo então prefeito Zito Barbosa, impôs restrições a festas no Centro Histórico, supostamente para reduzir a poluição sonora em uma região com grande concentração de idosos. No entanto, o rigor da fiscalização parece variar conforme a conveniência política.

Os organizadores do esquenta, incluindo o vereador Alan e o secretário de Cultura, Gulla, do bloco Pilek, estavam animados com os preparativos para o carnaval e não esperavam que a festa fosse interrompida pela Polícia Militar, que chegou ao local por volta das 20h e encerrou o evento. A ação policial, que deveria ser baseada em critérios técnicos e isentos, ocorreu logo após os ataques de Neimar, reforçando a suspeita de que a interferência teve motivações políticas. Enquanto foliões ainda tentavam entender a interrupção da festa, Neimar já anunciava que, na segunda-feira, levará uma denúncia ao Ministério Público do Meio Ambiente contra o que chamou de “falta de respeito”.

A questão que fica é: a preocupação de Neimar, que supostamente representava o executivo municippal, é realmente com o cumprimento da lei ou com o silenciamento de um adversário político? Se a suposta fiscalização fosse imparcial, eventos promovidos por aliados do governo também seriam alvo de medidas semelhantes.

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