Grupo que planejava golpe nazista é preso na Alemanha

Um dos membros do grupo “Separatistas Saxônicos” foi preso em Karlsruhe, no sul da Alemanha. Foto: Uli Deck/AFP

DCM – Nesta terça (5), a polícia da Alemanha prendeu oito pessoas que integram um grupo nazista e faziam treinamentos militares para tomar o poder na região Leste do país. O objetivo dos criminosos era promover uma “limpeza étnica”, segundo as investigações.

Os detidos têm entre 21 e 25 anos e fazem parte de uma organização chamada “Separatistas Saxônicos”. Eles se articulavam desde 2020, segundo o Ministério Público do país, e integram um grupo “de 15 a 20 indivíduos cuja ideologia é caracterizada por ideias racistas, antissemitas e parcialmente apocalípticas”.

A organização criminosa se guia por uma narrativa de que a Alemanha está à beira de um colapso e faz treinamentos militares para estabelecer um novo sistema político no Leste do país, inspirado pelos ideais do nazismo.

Investigadores apontam que os planos dos detidos inclui remover “grupos indesejados de pessoas por meio de limpeza étnica” em algumas regiões. Os treinamentos dos nazistas contava com táticas de guerra urbana e manuseio de arma de fogo, e os criminosos também usavam uniformes com camuflagem, capacetes de combate, máscaras de gás e coletes à prova de balas.

Mais de 450 agentes participaram da operação e revistaram cerca de 20 imóveis na Alemanha e na Áustria. Um dos suspeitos faz parte do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) e tentou reagir, usando um rifle, sendo ferido na mandíbula por um disparo.

O AfD, que defende pautas como a proibição da imigração, é popular no leste da Alemanha, principalmente entre eleitores mais jovens. A sigla teve uma votação expressiva nas eleições deste ano em estados como Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.

Operação Escola Segura prende mais de 300 suspeitos de ameaçar escolas, aponta balanço

Operação Escola Segura promove ações preventivas contra a violência e a criminalidade

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou na quinta-feira (20) o balanço da Operação Escola Segura, que tem como objetivo monitorar, investigar e cumprir mandados de busca e apreensão de suspeitos de ameaçar ou arquitetar ataques a escolas pelas redes sociais, seja em grupos ou individualmente.

A operação, que foi deflagrada em 5 de abril após o ataque à Creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC), já realizou 302 prisões ou apreensões e 270 buscas e apreensões de armas letais, não-letais e artefatos que sugerem ligação com grupos extremistas, sobretudo nazistas e neonazistas. Até o momento, são investigados 1.738 casos e 1.072 pessoas já foram conduzidas às delegacias. A operação conta com 27 delegacias especializadas da Polícia Civil e agentes da Polícia Federal, totalizando 4.253 policiais envolvidos.

Além dos órgãos de segurança e inteligência do Brasil, a operação conta com a cooperação da Homeland Security Investigations (HSI), dos Estados Unidos. A operação, que inicialmente era temporária, agora não tem prazo para ser encerrada, uma vez que o principal objetivo é punir os responsáveis pelas ameaças. Até o momento, foram lavrados 2.593 boletins de ocorrência e instaurados inquéritos da Polícia Federal. Além disso, também foram apresentados os números referentes às solicitações feitas às redes sociais em relação a conteúdos que incitem ou façam apologia a crimes.

Até o momento, foram 812 pedidos de remoção ou preservação de conteúdo para investigação. No âmbito da prevenção, o MJSP assinou dois editais para a segurança comunitária. Um é referente à adesão ao Programa Nacional de Segurança nas Escolas, que prevê R$ 150 milhões para o fortalecimento das capacidades institucionais dos órgãos de segurança pública para atuação nas escolas, por meio de ações preventivas das patrulhas das polícias militares ou das guardas civis municipais.

Outro, assinado em 12 de abril, libera R$ 100 milhões para fortalecimento das Guardas Municipais. Os projetos serão analisados pelo MJSP até o fim de maio, e, a partir daí, os recursos serão liberados.

O que é a Operação Escola Segura?

A Operação Escola Segura é um programa do Governo Federal brasileiro que tem como objetivo garantir a segurança nas escolas públicas do país, por meio de ações conjuntas de diversos órgãos governamentais, como as polícias Militar, Civil e Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário, as secretarias estaduais e municipais de Educação, entre outros.

Lançada em 2003, a Operação Escola Segura busca prevenir a violência e a criminalidade nas escolas, promovendo ações de policiamento ostensivo e preventivo, ações educativas e campanhas de conscientização, além de estimular a participação da comunidade escolar na promoção da segurança.

Entre as atividades desenvolvidas pelo programa estão o patrulhamento ostensivo nas escolas e em seus arredores, a realização de palestras educativas e ações de conscientização sobre segurança, a capacitação de professores e funcionários para identificar sinais de violência e a promoção de programas de prevenção ao uso de drogas e à violência.