Casos de MPOX se aproximam de 100 mil globalmente, alerta OMS; novas medidas e vacinas estão em pauta

Relatório da OMS revela o crescimento da doença e propõe análise emergencial para vacinas

Caso de Política com Agência Brasil – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (12) um relatório alarmante sobre a mpox, com 99.176 casos confirmados em 116 países desde janeiro de 2022. A doença, que também causou 208 mortes durante o período, continua a se espalhar, com 934 novos casos e quatro mortes confirmadas apenas em junho deste ano.

Distribuição Global da Doença

O relatório destaca que as regiões mais afetadas em junho foram: África com 567 casos, América com 175, Europa com 100, Pacífico Ocidental com 81 e Sudeste Asiático com 11. O Mediterrâneo Oriental não registrou novos casos no período. A República Democrática do Congo, que responde por 96% dos casos africanos, enfrenta desafios significativos devido ao acesso limitado a testes em áreas rurais. Apenas 24% dos casos suspeitos foram testados em 2024, com uma taxa de positividade de cerca de 65%, subestimando o verdadeiro impacto da doença.

Além disso, dados preliminares indicam uma expansão do vírus na África, com novos casos relatados em Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. A Costa do Marfim e a África do Sul também registraram novos casos, incluindo variantes diferentes da doença.

Principais Países Afetados

Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, dez países concentraram a maior parte dos casos: Estados Unidos (33.191), Brasil (11.212), Espanha (8.084), França (4.272), Colômbia (4.249), México (4.124), Reino Unido (3.952), Peru (3.875), Alemanha (3.857) e República Democrática do Congo (2.999). Juntos, esses países representam 81% dos casos globais, com a República Democrática do Congo aparecendo pela primeira vez entre os dez países com mais casos cumulativos.

Perfil dos Casos Confirmados

O relatório revela que 96,4% dos casos confirmados de mpox são homens, com uma média de idade de 34 anos. A distribuição etária e de sexo dos casos permanece estável, com homens entre 18 e 44 anos representando 79,4% dos casos fora da África. No entanto, no Congo, crianças com menos de 15 anos representam a maioria dos casos notificados.

Transmissão e Sintomas

O contato sexual continua a ser o modo de transmissão mais relatado, representando 83,8% dos casos. Entre os sintomas, a erupção cutânea é o mais comum (88,5%), seguido por febre (57,9%) e erupção cutânea sistêmica (54,8%). Na República Democrática do Congo, alguns casos expostos através de contato sexual apresentaram apenas lesões genitais.

Impacto do HIV e Vacinas

Cerca de 51,9% dos casos com informações sobre sorologia para HIV são de pessoas vivendo com HIV. A OMS observou que muitos casos na África não têm dados disponíveis sobre HIV.

Para enfrentar a crescente ameaça da mpox, a OMS solicitou que fabricantes de vacinas submetam pedidos para o uso emergencial das doses. O objetivo é acelerar a disponibilidade de vacinas, especialmente para países de baixa renda. A OMS enfatizou que a concessão de autorização para uso emergencial ajudará a Aliança para Vacinas (Gavi) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na aquisição e distribuição de vacinas.

Atualmente, duas vacinas contra a mpox foram recomendadas pelo Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (Sage), com o intuito de melhorar a resposta global à doença e proteger as populações mais vulneráveis.

OMS divulga lista de 33 vírus e bactérias com potencial de desencadear uma nova pandemia

Caso de Política com OMS – A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma lista de 33 vírus e bactérias que possuem potencial para desencadear uma nova pandemia, resultado do trabalho de mais de 200 cientistas que analisaram cerca de 1.650 espécies. A lista inclui patógenos conhecidos no Brasil, como os vírus da dengue e Zika, além de subtipos do vírus influenza A e a bactéria que causa a peste.

O grupo de cientistas considerou a forma de transmissão, o acesso a tratamentos e o nível de virulência dos patógenos. A lista de “patógenos prioritários” não indica que todos esses agentes infecciosos se tornarão pandemias, mas aponta a necessidade de priorização em pesquisas para evitar possíveis impactos na saúde pública.

“O processo de priorização ajuda a identificar lacunas críticas de conhecimento que precisam ser abordadas com urgência”, destaca Ana Maria Henao Restrepo, uma das cientistas responsáveis pelo relatório, em declaração à revista Nature.

Lista dos patógenos com potencial pandêmico:

  • Mammarenavirus lassaense (Febre de Lassa)
  • Vibrio cholerae (cólera)
  • Yersinia Pestis (peste)
  • Shigella dysenteriae (disenteria)
  • Salmonella não-tifoide
  • Klebsiella pneumoniae (superbactéria)
  • Sarbecovírus (incluindo SARS-CoV-2)
  • Merbecovírus (MERS)
  • Vírus de Marburg
  • Vírus Ebola
  • Vírus Sudão
  • Vírus Zika
  • Vírus dengue
  • Vírus da febre amarela
  • Orthohantavirus sinnombreense
  • Orthohantavirus hantanense
  • Vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo
  • Influenza A (H1, H2, H3, H5, H6, H7, H10)
  • Vírus Nipah
  • Bandavirus dabieense
  • Vírus de Coxsackie
  • Orthopoxvirus variola (varíola)
  • Vírus da Mpox (anteriormente, varíola dos macacos)
  • Vírus Chikungunya
  • Alphavirus venezuelan
  • Lentivírus humimdef1
  • Patógeno da Doença X

A OMS destacou a importância de revisões periódicas na lista de patógenos, especialmente devido a fatores como mudanças climáticas e desmatamento, que aumentam o risco de zoonoses. Além disso, pela primeira vez, a OMS criou uma segunda lista de “patógenos protótipos”, que são agentes infecciosos modelo, como o vírus Vaccinia, para o desenvolvimento de novas terapias e vacinas.

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Brasil tem capacidade para enfrentar futuras pandemias, diz ministra

Nísia Trindade e OMS defendem cooperação entre países

Agência Brasil – “A próxima pandemia pode vir de qualquer lugar”. Essa é a mensagem de alerta da Cúpula Global de Preparação para Pandemias, evento internacional que uniu especialistas de várias partes do mundo no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29). O encontro funciona como uma troca de experiências sobre enfrentamento de doenças que podem ser alastrar, como a covid-19, que deixou mais de 7 milhões de mortos no planeta.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu que o Brasil é capaz de participar da Missão 100 Dias, união de esforços para desenvolver, produzir e distribuir vacinas e tratamentos mundialmente dentro de pouco mais de três meses.

Esse prazo representa um terço do tempo que levou para ser criada uma vacina contra a covid-19 e que poderá interromper uma nova pandemia ainda no início, poupando vidas.

Sem dúvida o Brasil tem condições de adotar esse objetivo. O Brasil é parte desse esforço e nós retomamos uma agenda que as instituições de pesquisas científicas levantaram com muita força”, disse a ministra.

Segundo ela, o Brasil, que enfrentou adversidades durante a pandemia de covid-19 e acumulou mais de 700 mil mortes, tem no atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bases na ciência, tecnologia e esforços industriais que abrangem a área da saúde.

Nísia Trindade citou o Complexo Econômico Industrial da Saúde – conjunto de investimentos que incentivam a produção de medicamentos, insumos e vacinas, parte da Nova Indústria Brasil, política industrial do governo federal.

Para a ministra, o preparo do país para o enfrentamento de futuras pandemias deve ser visto como política de Estado, e não apenas de governo.

Nísia frisou a importância da troca de experiência e conhecimento entre países e defendeu ainda que o esforço seja com equidade, dando “acesso e desenvolvimento da produção local [de vacinas e tratamentos] não só no Brasil, mas nos países em desenvolvimento, em um esforço organizado”.

Nísia entende que é preciso protagonismo do Sul Global (conjunto de países emergentes). “Não é possível pensar em proteção de forma equitativa sem a participação dos nossos países”, afirmou.

É hora de traduzir equidade e solidariedade em ações concretas para garantir acesso junto a produtos para o enfrentamento a pandemias e outras emergências de saúde”, disse a ministra, acrescentando que é preciso também preocupação com doenças negligenciadas, como as arboviroses. Este ano, por exemplo, o Brasil enfrentou epidemia de dengue, com mais de 6 milhões de casos e 4,8 mil mortes.

A presidente da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Jane Halton, explicou que a Missão dos 100 Dias não é apenas uma questão de velocidade na resposta. Inclui também equidade na disponibilização dos recursos. “É sobre proteger todas as pessoas de novas doenças antes que tenham as vidas delas e de familiares destruídas.”

Parceria para vacinas

O encontro da Cúpula Global de Preparação para Pandemias termina na terça-feira (30). Essa é a segunda edição do evento. A primeira foi em Londres, em 2022.

No evento desta segunda-feira foi anunciada uma parceria da Cepi com a Fiocruz para a produção de vacinas que poderão ser distribuídas para países da América Latina, em caso de nova pandemia.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio – Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, o acordo faz parte de um esforço global para “um mundo mais equilibrado no acesso a vacinas”.

Não há condição de apenas os países do Norte produzirem vacina para o mundo. Não deu certo na [pandemia de] covid-19. Então a ideia é também incluir país do Sul Global, onde a Fiocruz terá destaque nisso”, declarou.

Por meio de uma mensagem gravada em vídeo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a liderança da ministra Nísia Trindade em colocar o tema preparação para pandemia como uma das prioridades do mandato brasileiro na presidência do G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do país mais a União Europeia e União Africana).

Segundo a autoridade máxima da OMS, uma próxima pandemia “não é questão de se, mas de quando”. Ele manifestou o desejo de que não sejam repetidos erros cometidos na pandemia de covid-19.

Temos ainda um longo caminho antes de poder dizer que o mundo está verdadeiramente preparado para a próxima pandemia. Mas, junto, estamos fazendo um mundo mais preparado do que antes”, definiu.

Às vésperas dos 133 anos de Barreiras, Emerson Cardoso enfatiza a importância do acesso à água potável e do tratamento de esgoto

Investimento em saneamento básico pode economizar em Saúde Pública, afirma o vice-prefeito

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Emerson Cardoso (Avante), vice-prefeito de Barreiras e pré-candidato a prefeito, divulgou um vídeo comemorativo pelo 133º aniversário da cidade, celebrado em 26 de maio. No vídeo, Cardoso destaca as potencialidades e os desafios enfrentados pela gestão pública municipal, com ênfase especial na questão do saneamento básico.

Cardoso iniciou a mensagem ressaltando a importância da data e a relevância do tema abordado:

“Dia 26 de maio, nossa querida cidade de Barreiras completa 133 anos. Vamos bater um papo com vocês sobre várias potencialidades e desafios da nossa gestão pública municipal. Especificamente, o nosso papo de hoje é sobre saneamento básico.”

O vice-prefeito sublinhou os benefícios econômicos e de saúde pública que o investimento em saneamento básico pode trazer, citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, a cada R$ 1 investido em saneamento básico, economiza-se R$ 4 em saúde pública, um ponto que Cardoso fez questão de destacar. Ele também mencionou metas importantes do Marco Legal do Saneamento:

“Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em saneamento básico, nós conseguimos economizar R$ 4,00 em saúde pública. De acordo com o Marco Legal do Saneamento, até 2033, toda a população brasileira deverá ter acesso 99% a água potável e de qualidade e 90% com tratamento de esgoto.”

Cardoso enfatizou a importância do acesso à água potável e do tratamento de esgoto para a qualidade de vida e a redução de riscos à saúde pública:

“O acesso a água de qualidade e potável, além do tratamento da rede de esgoto, é fundamental para que qualquer pessoa possa ter qualidade de vida e diminuir os riscos da saúde pública.”

Além dos aspectos de saúde, o vice-prefeito também destacou o impacto ambiental positivo do saneamento básico, comprometendo-se a ampliar a cobertura de saneamento na cidade. Ele prometeu que, até o final do ano, 80% de Barreiras estará saneada, e reiterou seu compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente:

“Além disso, é respeito ao meio ambiente e sustentabilidade também para a nossa cidade. Até o final desse ano, 80% da nossa cidade estará toda saneada. O meu compromisso com você, em parceria com o Governo do Estado e com o Governo Federal, é ampliar o acesso ao saneamento básico em todo o território da nossa querida cidade de Barreiras.”

A mensagem de Emerson Cardoso reforça seu comprometimento com o desenvolvimento de Barreiras, evidenciando a importância do saneamento básico como uma prioridade em sua gestão e em suas propostas para o futuro da cidade.

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Ultraprocessados matam 57 mil pessoas por ano no Brasil

A cada ano, o Brasil testemunha uma verdade alarmante: 57 mil vidas são perdidas devido ao consumo de ultraprocessados, produtos saturados com corantes, aromatizantes, edulcorantes e uma série de aditivos, carregados com quantidades excessivas de açúcar, gordura e sódio. Itens como refrigerantes, embutidos, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo, cada vez mais acessíveis e baratos, estão diretamente ligados à epidemia global de obesidade e ao aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), incluindo diabetes, câncer, bem como a depressão e problemas cognitivos.

Para combater essa tendência prejudicial à saúde pública, a Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial recomendam a aplicação de impostos sobre alimentos e bebidas prejudiciais. Essa medida tem como objetivo elevar os preços, tornando esses produtos menos atraentes para os consumidores. Experiências bem-sucedidas em diferentes países, como México, Reino Unido, Canadá, África do Sul, Chile e Portugal, mostraram a eficácia dessa iniciativa.

No contexto brasileiro, enquanto a reforma tributária avança no Senado, a sociedade civil e profissionais de saúde defendem essa ação. Além disso, uma medida já aprovada na Câmara dos Deputados prevê a isenção de impostos para a Cesta Básica, que deveria ser composta por alimentos essenciais e saudáveis, como feijão, arroz, frutas e legumes.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45/2019 representa uma oportunidade crucial para priorizar a saúde da população em detrimento dos interesses comerciais de setores específicos. É uma batalha árdua, mas chocante quando partes da indústria defendem seus lucros com argumentos que negam a ciência e abraçam o obscurantismo.

Aqueles que insistem em agrupar “alimentos processados” e “produtos alimentícios ultraprocessados” ignoram o importante trabalho realizado por pesquisadores brasileiros há duas décadas, conhecido como classificação NOVA. Essa classificação categoriza os alimentos com base no grau e no propósito de processamento que eles passam. Existem as categorias “in natura e minimamente processados”, “ingredientes culinários”, “processados” e “ultraprocessados”.

Consequentemente, os guias alimentares do Ministério da Saúde recomendam evitar os ultraprocessados, que mais se assemelham a simulações de alimentos do que qualquer outra coisa. Eles também destacam a importância de tornar produtos saudáveis mais acessíveis, reduzindo seus preços. Diante disso, faz sentido incluir produtos carregados de sódio, gordura e riscos à saúde, como paio e salsicha, na cesta básica?

A maioria esmagadora da população acredita que não. De acordo com uma pesquisa Datafolha, 94% das pessoas apoiam a ideia de aumentar os impostos sobre ultraprocessados, agrotóxicos, tabaco e álcool. Essa medida permitiria que a indústria contribuísse para o custo do tratamento das doenças causadas pelo consumo desses produtos.

A Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe) estima que uma alíquota de 20% sobre bebidas ultraprocessadas (como refrigerantes, sucos de caixinha e chás prontos para consumo) poderia gerar uma receita de R$ 4,7 bilhões, recursos que poderiam ser destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A eliminação dos ultraprocessados da cesta básica e a tributação dos produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente são medidas cruciais para melhorar a qualidade de vida da população. Esperamos que senadores, deputados e autoridades governamentais reconheçam que as mudanças individuais de comportamento, por si só, não são suficientes e que políticas públicas são essenciais para incentivar um estilo de vida mais saudável.

OMS: mundo deve se preparar para surto mais mortal do que a Covid-19

Discurso do diretor-geral da OMS destacou a importância da preparação para emergências sanitárias

No sábado (20), durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o lançamento da Rede Internacional de Vigilância de Patógeno, uma iniciativa global com o objetivo de aprimorar os sistemas de coleta de amostras para prevenir doenças. A rede visa utilizar dados que possam contribuir para a formulação de políticas públicas, facilitar a tomada de decisões pelos gestores de saúde e promover um compartilhamento mais amplo de informações dentro da comunidade científica.

Em seu discurso no evento, na segunda-feira (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou a importância da preparação dos países para enfrentar novas emergências de saúde. Ele alertou sobre a persistente ameaça de surgimento de variantes que causam surtos de doenças e mortes, assim como a possibilidade de um novo patógeno emergente ainda mais letal. Adhanom também destacou que as pandemias não são a única ameaça enfrentada, enfatizando a necessidade de uma arquitetura eficaz para a preparação e resposta a emergências de saúde de todos os tipos, em um mundo marcado por múltiplas e interconectadas crises.

A nova rede utilizará informações genômicas de agentes causadores de doenças como base de dados, analisando o código genético de vírus, bactérias e outros microrganismos. O objetivo é obter um melhor entendimento das características das infecções, incluindo sintomas, formas de transmissão e riscos para a saúde.

De acordo com a OMS, cientistas e especialistas em saúde pública poderão identificar e rastrear doenças com base nessas informações. A partir disso, a ideia é prevenir e responder a surtos como parte de um sistema mais amplo de vigilância, além de desenvolver tratamentos e vacinas.

Com a operacionalização da rede, os países poderão detectar e responder a ameaças de doenças antes que elas se transformem em epidemias ou pandemias, segundo destaca a OMS.

“O objetivo dessa nova rede é ambicioso, mas também pode desempenhar um papel vital na segurança da saúde: dar a todos os países acesso ao sequenciamento e análise genômica de patógenos como parte de seu sistema de saúde pública”, afirmou o diretor-geral da OMS.

Prefeitura de Ribeirão Pires instala 700 armadilhas para combater a Dengue, Zica e Chikungunya

Repórter ABC | Luís Caerlos Nunes – A Prefeitura de Ribeirão Pires, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, anunciou a aquisição de sete armadilhas de autodisseminação de larvicidas para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zica e Chikungunya. O objetivo é utilizar a tecnologia para eliminar o mosquito ainda na fase larval, impedindo sua reprodução.

As armadilhas são equipamentos inovadores que funcionam a partir do contato das fêmeas do Aedes aegypti com o larvicida presente em seu interior. Ao sair da armadilha, as fêmeas distribuem o produto em seus criadouros, impedindo a evolução do mosquito para a fase adulta. O larvicida utilizado é autorizado pela OMS e pela Anvisa e não causa danos à saúde humana nem aos animais domésticos. A cidade de São Paulo e diversas outras do estado e do país também adotaram a tecnologia.

Além das armadilhas, a cidade já conta com outras estratégias no Plano Municipal de Enfrentamento da Dengue e demais Arboviroses, como visitas em residências, entre outras atividades específicas.

O prefeito Guto Volpi anunciou que as setecentas armadilhas serão instaladas em todas as unidades escolares do município, unidades de saúde e em locais com histórico de maior incidência de casos nos últimos anos. Com essa iniciativa, a cidade espera reduzir significativamente o número de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Apesar das ações empreendidas pela prefeitura de Ribeirão Pires no combate às arboviroses, como a aquisição das armadilhas de autodisseminação de larvicidas, é importante ressaltar que a população também deve colaborar na prevenção dessas doenças. Algumas medidas simples podem ajudar a evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, como manter caixas d’água e piscinas sempre limpas, não acumular lixo e entulhos em terrenos baldios, usar repelente e vestir roupas que cubram todo o corpo.

Além disso, é importante que a população fique atenta aos sintomas das arboviroses e busque atendimento médico imediatamente em caso de suspeita de contaminação. A colaboração de todos é fundamental para garantir um ambiente mais saudável e livre dessas doenças.

OMS nas Américas diz que infecções causadas por mosquitos estão aumentando

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou para o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika ao redor do mundo. A região das Américas é particularmente afetada em número de infecções e mortes.

As três doenças são causadas pelo mesmo vetor, o mosquito do tipo Aedes. Os dados da OMS indicam que condições precárias de água e saneamento somadas a fenômenos como enchentes, aumento da temperatura e da umidade favorecem a proliferação do inseto.

Dengue atinge mais países no sul

A agência da ONU diz que a incidência da dengue aumentou drasticamente passando de 500 mil casos em 2000 para 5,2 milhões em 2019.

Este ano, já são 441 mil notificações e mais de 100 mortes apenas nas Américas.

Países endêmicos como o Brasil tiveram aumento de casos. Ao mesmo tempo, a doença migrou para nações como Paraguai e Bolívia, que tinham baixa incidência.

Em outras partes do mundo, a tendência é semelhante, com a doença atingindo países mais ao sul.

Na África, o Sudão do Sul registrou aumento, ultrapassando 8 mil casos e 45 mortes desde julho de 2022.

De acordo com Raman Velayudhan, diretor do Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, existem quatro sorotipos da dengue.

Apesar de geralmente apresentar sintomas leves na primeira infecção, um segundo episódio da doença, causado por um sorotipo diferente pode gerar casos graves que resultam em falência dos órgãos e morte.

Ele disse que a doença ainda não tem tratamento e que as vacinas estão apenas começando a ser desenvolvidas.

Chikungunya presente em 115 países

Já a codiretora da Iniciativa Global de Arboviroses, Diana Rojas, afirma que o chikungunya está presente em 115 países. Recém-nascidos, idosos e pessoas com hipertensão, diabetes e outras condições de saúde estão sob maior risco de complicações graves.

Segundo a especialista, até o fim de março foram registrados 135 mil casos nas Américas, em comparação com 52 mil no mesmo período do ano passado. Detecções foram relatadas na província de Buenos Aires, onde a doença nunca circulou antes.

Rojas afirmou que uma das maiores preocupações é a contaminação de mãe para filho no momento do parto. A transmissão vertical acontece em 49% dos casos e, na maioria deles, gera complicações neurológicas na criança.

Zika, uma preocupação constante

Apesar do decréscimo de casos desde a crise de 2016, a zika continua circulando em 89 países, segundo a OMS.

A transmissão se dá pelo mosquito Aedes, mas também pela via sexual. Todo ano, são 30 mil a 40 mil casos, concentrados especialmente nas Américas e no sudeste da Ásia.

Por meio de seus Escritórios Regionais, a OMS apoia os países na preparação para responder a surtos das três doenças. As estratégias incluem vigilância, detecção precoce, treinamentos e preparação dos sistemas de saúde.

De acordo com a Velayudhan, este é “o momento de se preparar melhor e antecipar potenciais surtos”.