Lewandowski apresenta PEC da Segurança Pública e propõe novo pacto federativo para combater crime organizado

Ministro defende integração nacional sem ferir autonomia de estados e municípios; proposta de emenda à Constituição visa modernizar e constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Sem promessas de soluções mágicas e focando em coordenação estrutural, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentou neste domingo (13), em São Paulo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública a juristas e jornalistas. O texto prevê a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), criado em 2018, e propõe diretrizes nacionais para o setor.

Em evento promovido pelos juristas Pierpaolo Bottini e Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, o ministro defendeu a iniciativa como resposta ao que classificou como “o tema que mais preocupa o cidadão brasileiro”. A PEC, elaborada pelo Ministério da Justiça e já entregue à Presidência da República, visa integrar e padronizar ações entre União, estados e municípios, respeitando a autonomia federativa.

O texto prevê a criação do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, com participação dos três níveis de governo e da sociedade civil. Também propõe a padronização de boletins de ocorrência, certidões de antecedentes e mandados de prisão, atualmente fragmentados entre os 27 estados. O objetivo, segundo o ministro, é modernizar a articulação federativa, sem criar interferências nos comandos das polícias estaduais.

Além de atualizar os artigos 21, 22, 23, 24 e 144 da Constituição, a PEC inclui mudanças como a ampliação das competências da Polícia Federal – que passará a combater também crimes ambientais, milícias e organizações interestaduais – e a transformação da Polícia Rodoviária Federal em Polícia Viária Federal, com atuação ostensiva em rodovias, ferrovias e hidrovias. Também propõe a inclusão das guardas municipais no rol constitucional de órgãos de segurança pública, com foco em policiamento comunitário e urbano.

Outra inovação é a criação de corregedorias e ouvidorias autônomas, com atuação nos três níveis da federação, para fortalecer a transparência e o controle social das forças de segurança.

Não haverá centralização de TI, nem supressão de comandos locais. Vamos dar musculatura institucional ao que já existe de maneira dispersa”, afirmou Lewandowski.

Durante a apresentação, o ministro indicou que a proposta acolheu sugestões de governadores e de representantes da sociedade civil, especialmente quanto à preservação da autonomia dos estados. A expectativa é que, ao ganhar status constitucional, o SUSP ganhe também garantias orçamentárias, como a constitucionalização dos fundos nacionais de segurança pública e penitenciário, blindando-os de contingenciamentos.

Audiência no Senado e controle de competências da PRF

No dia 9 de abril, em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, Lewandowski reforçou a defesa da PEC como ponto de partida de uma política pública contínua e suprapartidária. Ele criticou a atuação extrapolada da PRF em funções típicas de polícia judiciária – como ocorreu em áreas urbanas como a Cracolândia, em São Paulo – e defendeu a retomada dos limites constitucionais de cada instituição.

A discussão envolveu a Portaria MJSP nº 830/2024, que veda à PRF o cumprimento de mandados judiciais, papel exclusivo das polícias Civil e Federal. Segundo o ministro, “não se pode admitir que agentes da PRF invadam residências ou realizem prisões fora das rodovias”.

Ele também apresentou a plataforma Segurança Transparente, que permitirá à população acompanhar a execução de emendas parlamentares destinadas à segurança. Lewandowski informou que mais de R$ 6 bilhões em bens foram descapitalizados de organizações criminosas em 2024, além de mais de 200 ações das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficcos).

Em relação ao orçamento, o ministro explicou que a PEC não inclui a origem dos recursos propositalmente, deixando essa definição ao Congresso Nacional.

Dada a sua importância, a segurança pública deveria estar fora do teto de gastos”, defendeu.

Estratégia para proteger crianças e adolescentes

Já no dia 10 de abril, o MJSP lançou, em Brasília, a estratégia Crescer em Paz, um plano de 45 ações voltadas à proteção de crianças e adolescentes. O projeto, construído com apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e outros ministérios, prevê R$ 82 milhões em investimentos para 2025. Entre as medidas, estão iniciativas de prevenção, acolhimento de vítimas, acesso à justiça e combate ao aliciamento juvenil por facções criminosas.

O plano terá atuação perene e coordenada, com foco em educação, saúde e garantia de direitos. “As crianças têm o direito de crescer em paz, e isso começa com o compromisso do Estado em protegê-las”, afirmou o ministro.

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Barreiras destina apenas 0,01% do orçamento de 2025 para saneamento básico

Foto: Dircom Barreiras

Menor investimento em sete anos expõe a fragilidade no planejamento da área

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Barreiras, um dos municípios mais ricos e produtivos da Bahia, destinou apenas R$ 128 mil para saneamento básico no orçamento de 2025, o que representa irrisórios 0,01% do montante total de R$ 912 milhões. Este é o menor valor alocado para a área nos últimos sete anos, destacando uma preocupante tendência de queda nos investimentos.

Enquanto isso, cidades de menor porte, como Xique-Xique, com orçamento e população reduzidos, destinam valores significativamente maiores. Em 2024, por exemplo, Xique-Xique investiu mais de R$ 2 milhões em saneamento básico, contrastando com os R$ 180 mil de Barreiras no mesmo período. Essa discrepância coloca em xeque as prioridades orçamentárias da gestão municipal barreirense.

Apesar dos aportes substanciais em setores como saúde, educação e segurança pública, a parcela destinada ao saneamento básico acende um sinal de alerta. Dados do IBGE mostram que, em 2022, cerca de 25% da população local, ou mais de 42 mil habitantes, não tinham acesso à coleta de esgoto. Esse índice coloca Barreiras acima da média estadual em precariedade nesse aspecto.

A queda no orçamento do saneamento básico é drástica e contínua. Em 2018, a cidade alocava quase R$ 2 milhões para a área. Desde então, os números vêm decrescendo, culminando no patamar atual, que é o mais baixo registrado. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 reforça a preocupação ao destinar uma fração ínfima, inferior a 1%, ao setor essencial para a saúde pública e a qualidade de vida.

Esses números suscitam discussões sobre o comprometimento do município com o saneamento básico, um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e para a prevenção de doenças. A falta de investimento reflete uma fragilidade estratégica que pode comprometer o futuro de Barreiras e sua população.

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Prefeito Otoniel Teixeira decreta aumento do IPTU e Taxa do Lixo e impacta o bolso dos contribuintes

Reajuste de Tributos em Barreiras: IPTU, Taxa do Lixo e outros tributos aumentam em 4,83%

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira (UB), publicou o Decreto nº 08, de 16 de janeiro de 2025, que determina o aumento e atualização monetária de tributos municipais para o exercício de 2025. O decreto aplica um reajuste de 4,83%, baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), referente ao acumulado de inflação de 2024.

Além do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD), o decreto abrange outros tributos municipais, rendas, multas e preços públicos. Para tributos sujeitos a lançamento por homologação, a atualização será mensal, conforme o índice do IPCA-E até o mês anterior ao pagamento.

Projeção de Arrecadação de Barreiras para 2025

Barreiras estima para 2025 uma arrecadação de quase R$ 180 milhões, somente com impostos, taxas e contribuições, de acordo com o Projeto de Lei n° 18 aprovado ao final de 2024. A arrecadação inclui os principais tributos municipais, como o IPTU, ISS, ITBI e as taxas de licenciamento, entre outros, que contribuem diretamente para a manutenção de serviços essenciais à população.

Impacto no bolso do contribuinte

O impacto direto do reajuste será sentido no bolso do contribuinte, especialmente para aqueles que possuem imóveis e pagam pela coleta de resíduos. Como exemplo, um IPTU de R$ 1.000,00 em 2024 passará para R$ 1.048,30 em 2025, com um acréscimo de R$ 48,30. Já a Taxa do Lixo de Coleta do Lixo (TRSD), que em 2024 tinha, por exemplo, o valor de R$ 300,00, será reajustada para R$ 314,49. Essa alteração pode afetar diretamente o orçamento familiar, dado o contexto econômico atual.

Os valores mencionados são exemplos ilustrativos baseados no reajuste de 4,83%. O impacto real dependerá das características específicas de cada imóvel e tributo.

Justificativa

O prefeito Otoniel Teixeira justificou a atualização como uma necessidade para corrigir os valores de acordo com a inflação, garantindo a continuidade dos serviços essenciais prestados pela administração municipal. Segundo ele, a medida visa assegurar o financiamento adequado para serviços como a coleta de lixo e a manutenção da infraestrutura urbana, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados à população.

Os recursos arrecadados por meio do IPTU têm um papel fundamental no financiamento das administrações municipais. No contexto de Barreiras, esses recursos podem ser aplicados em diversas áreas essenciais para o bem-estar da população e o desenvolvimento da cidade.

Veja abaixo, algumas áreas da administração municipal onde essas arrecadações compulsórias pode ser aplicadas:

  • Infraestrutura urbana: Parte do IPTU é destinado à manutenção e melhoria das ruas, calçadas, avenidas e iluminação pública. Investir em infraestrutura é crucial para garantir mobilidade urbana eficiente e segura para os moradores.
  • Saúde: O financiamento da saúde pública local pode ser parcialmente coberto pelo IPTU, viabilizando a construção e manutenção de unidades de saúde, hospitais, postos de saúde e a compra de medicamentos e equipamentos.
  • Educação: Recursos também podem ser aplicados na construção, manutenção e renovação de escolas e centros de ensino, além de investir na formação de professores e na melhoria da qualidade do ensino público.
  • Segurança pública: O aumento da segurança nas cidades também pode ser contemplado com parte dessa arrecadação, incluindo o financiamento de câmeras de vigilância, a melhoria de postos policiais e o aumento no número de guardas municipais nas ruas e espaços públicos da municipalidade.
  • Meio ambiente e sustentabilidade: O IPTU pode ser usado para ações voltadas à preservação ambiental, como o manejo de resíduos sólidos, plantio de árvores, tratamento de esgoto e proteção de áreas verdes.
  • Transporte público: Uma parte significativa do orçamento pode ser direcionada ao transporte coletivo, melhorando a infraestrutura de ônibus e pontos de parada, além de proporcionar mais opções de transporte sustentável.

O decreto entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos retroativos a 1º de janeiro de 2025.

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Câmara de Barreiras aprova Orçamento 2025 que prevê R$ 69 milhões em empréstimos e incertezas sobre novo hospital

Novo governo enfrenta críticas sobre a continuidade da construção do hospital municipal e a elevação da dívida pública

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Foi aprovada na noite desta terça-feira (15/10) a proposta orçamentária para 2025 (PL 018/2024), onde o governo eleito de Otoniel Teixeira (UB), que tomará posse em 1º de janeiro, tem a previsão para a contratação de operações de crédito no total de R$ 69.328.252,50 para programas de saneamento não especificados. Esse montante está dividido em três parcelas: R$ 22.100.000,00 para 2025, R$ 23.094.500,00 para 2026 e R$ 24.133.752,50 para 2027.

Contudo, um ponto que gera preocupação é a ausência de coincidência entre o código de classificação funcional-programática dessas operações e o do projeto “OC – FINISA – Construção e Aparelhamento do Hospital Geral” (2.1.1.2.51.0.1.00.00.01), listado na página 25 do documento orçamentário. Esse projeto não apresenta previsão de novos recursos financeiros, levantando dúvidas sobre a continuidade da construção do novo hospital municipal, uma obra que é vista como crucial para atender às demandas de saúde da população.

A situação do elevado endividamento público de Barreiras também se torna um tema central na discussão. Durante o período eleitoral, a continuidade das obras do novo hospital e a necessidade de novos empréstimos foram amplamente debatidas. O Procurador Geral da Justiça do Estado da Bahia, Aquiles Siquara Filho, manifestou-se de forma contundente contra a autorização de novos empréstimos, argumentando que isso representaria um “perigo de dano ao patrimônio público devido a riscos fiscais“.

Conforme noticiado pelo Portal Caso de Política, dívidas anteriores já consomem, de acordo com a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA), R$ 94.375.800,00 (10,35% do orçamento) na rubrica de Encargos Especiais, em um orçamento estimado em R$ 912.144.200,00 para o ano de 2025. Essa elevada carga financeira cria um cenário desafiador para a nova administração, que precisa equilibrar a necessidade de investimentos em infraestrutura com a responsabilidade fiscal.

Diante desse contexto, a falta de clareza sobre como os recursos para os programas de saneamento serão utilizados, somada à ausência de garantias para a construção do hospital, coloca o novo governo em uma posição delicada. O desafio será não apenas justificar a necessidade dos novos empréstimos, mas também garantir a execução de projetos prioritários para a população, enquanto se lida com um histórico de endividamento que já compromete uma parte significativa do orçamento municipal. As primeiras ações da gestão de Otoniel Teixeira serão cruciais para definir a trajetória financeira e administrativa de Barreiras nos próximos anos.

Ainda que o Projeto de Lei nº 018/2024 tenha sido aprovado em sua íntegra, para a concessão de empréstimos junto a instituições financeiras, a Câmara de vereadores deverá realizar uma votação específica autorizando a nova dívida.

Vereadores têm emendas rejeitadas em votação do orçamento

Durante a sessão, sete vereadores que se posicionaram como sendo de oposição, apresentaram emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 018/2024, mas todas as propostas foram rejeitadas pela base governista, leal ao prefeito Zito Barbosa.

As emendas incluíam a redução de 100% para 20% no poder de remanejamento das verbas pelo prefeito e a limitação de 50% para 20% dos recursos excedentes de arrecadação. Além disso, o vereador João Felipe (PCdoB) propôs a construção de um espaço para a nova sede do CEPROESTE, especializado no atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Outras emendas contemplavam a construção de um hospital veterinário municipal, uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e melhorias na infraestrutura dos bairros.

Os vereadores que foram voto vencido, se queixaram da falta de debates e da dificuldade em apresentar suas propostas de emenda ao orçamento de 2025, reforçando o clima de insatisfação com o processo legislativo.

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Após Audiência Pública, PLOA de 2025 começa a tramitar na Câmara de Barreiras com orçamento de R$ 912 milhões

Proposta prevê investimentos em saúde, educação e urbanismo, além de R$ 94 milhões para encargos especiais, que incluem pagamento de dívidas

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Câmara Municipal de Barreiras deu início à tramitação do Projeto de Lei 018/2024, que trata do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o exercício de 2025. O documento, apresentado após a Audiência Pública realizada na última quinta-feira, 10 de outubro, prevê um orçamento total de R$ 912.144.200,00 para o próximo ano.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é um instrumento legal que define as receitas e despesas do município para o ano seguinte, organizando os recursos públicos de acordo com as prioridades estabelecidas pela administração. De acordo com a legislação, a votação da PLOA deve ocorrer até o final do exercício legislativo, em dezembro, para que o orçamento entre em vigor no início de 2025.

Entre os maiores investimentos previstos, destacam-se as áreas de Educação, com um orçamento de R$ 285.530.431,74 (31,30% do total), e Saúde, que receberá R$ 242.667.997,60 (26,61% do total). O setor de Urbanismo receberá a parcela de R$ 92.233.107,59, representando 10,11% do orçamento.

Por outro lado, os menores montantes de recursos estão destinados à Habitação (R$ 430.000,00, ou 0,05%), Saneamento (R$ 128.000,00, ou 0,01%) e Direitos e Cidadania (R$ 368.525,00, ou 0,04%).

Outro ponto de destaque na PLOA é a alocação de R$ 94.375.800,00 (10,35% do orçamento) na rubrica de Encargos Especiais. Essa categoria geralmente cobre despesas extraordinárias e o pagamento de dívidas públicas, incluindo amortizações, juros e outros encargos financeiros.

O valor gasto com os Encargos Especiais, são maiores que os destinados para Habitação, Assistência Social, Agricultura, Desportos e Lazer, Direito e Cidadania, Gestão Ambiental juntos e Segurança Pública juntos.

A seguir, confira a distribuição detalhada dos valores e os percentuais previstos por pasta em relação ao total do orçamento:

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Lula anuncia recomposição de orçamento para universidades e institutos federais que receberão R$ 2,44 bilhões em novo investimento

Novo investimento ajudará a manter qualidade do ensino oferecido pelas instituições federais

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (19), em cerimônia no Palácio do Planalto, a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais no valor de R$ 2,44 bilhões. A iniciativa surge a pedido da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que manifestou preocupação com a situação orçamental destas instituições numa carta ao Ministério da Educação.

Compromisso com a educação e diálogo entre setores

Durante a cerimônia, o presidente Lula ressaltou a importância do diálogo entre os diferentes setores da sociedade e também reafirmou o compromisso do governo federal na retomada dos investimentos da educação. “Eu tenho mil e poucos dias só de governança agora porque já comemos quatro meses e nós precisamos fazer esse país voltar ao patamar de 2010 e de 2008, quem sabe melhorar. Começa pela educação, pela saúde, as coisas que nós sabemos que temos que fazer”, afirmou.

Situação financeira precária

No governo anterior de Jair Bolsonaro, as universidades federais sofreram vários cortes orçamentários. A última delas levou algumas instituições a cancelar bolsas de estudos e subsídios que apóiam a educação de estudantes de baixa renda. Segundo levantamento da Frente Parlamentar de Educação e do Observatório do Conhecimento, o orçamento discricionário (para despesas básicas e bolsas estudantis, por exemplo) das universidades federais em 2014 foi de quase R$ 14 bilhões. No ano passado, foram apenas R$ 6,39 bilhões. Além da queda anual no financiamento, essas instituições enfrentaram diferentes bloqueios em seus recursos. Em dezembro do ano passado, as universidades federais tiveram um bloqueio de R$ 344 milhões, enquanto os institutos enfrentaram um corte de R$ 122 milhões.

Impacto positivo na educação

Esta nova injeção de recursos ajudará as universidades e institutos federais a continuar seu importante trabalho e oferecer educação de alta qualidade a estudantes de todas as esferas da vida. É um passo importante para restaurar a estabilidade e o apoio a essas instituições, que desempenham um papel crucial no desenvolvimento do capital humano do Brasil e na prosperidade futura do país.

Presidente Lula assina projeto que fixa piso salarial da enfermagem em R$ 4.750

STF poderá revogar suspensão do piso salarial da enfermagem com novo projeto de lei

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira (18) o Projeto de Lei do Congresso Nacional que estabelece a fonte de custeio para que estados, municípios, cooperativas de saúde e entidades filantrópicas consigam arcar com a implementação do piso salarial da enfermagem. Se aprovado, o projeto servirá para que o Supremo Tribunal Federal (STF) revogue a decisão que suspende o efeito das leis que estabelecem o piso salarial da enfermagem em R$ 4.750.

A assinatura contou com a presença de aliados do governo no Poder Legislativo, além de representantes de sindicatos, conselhos regionais e do próprio Conselho Federal de Enfermagem. A categoria articula o estabelecimento do piso salarial desde 2021, e Lula acatou o piso como uma de suas metas eleitorais.

Uma vez assinado, o projeto será votado no Congresso Nacional na próxima semana, na sessão conjunta do dia 26. A votação será precedida dos vetos presidenciais, a maior parte ainda editados no governo anterior, aguardando votação desde 2022.

Entre os partidos, o piso salarial da enfermagem é uma pauta consensual. Todos os projetos de lei e de emenda constitucional que tramitaram até o momento sobre o assunto alcançaram ampla maioria, e a expectativa é de que o resultado seja replicado na votação do PLN. Em 2022, apenas um partido votou na Câmara contra a PEC que excluiu o piso da enfermagem do cálculo do teto de gastos: o Novo, que até então contava com oito deputados. No Senado, a votação já foi unânime.

O obstáculo para a implementação partiu das entidades de representação municipal e de entidades filantrópicas, que acionaram o STF alegando que o piso salarial quebraria seus orçamentos. Em resposta, o ministro Luiz Roberto Barroso condicionou a aplicação do piso a um Projeto de Lei do Congresso Nacional que estabeleça na lei orçamentária sua fonte de recursos.

Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, acompanhou a assinatura e comemorou a ação do governo. “A conquista desta vitória é fruto da luta da enfermagem brasileira, da força do Sistema Único de Saúde e do compromisso do presidente Lula com essa categoria que precisa ser valorizada por tudo que fez, principalmente na pandemia da covid-19, salvando vidas”, afirmou.