Adriano Stein denuncia uso política na entrega de cestas básicas e adverte prefeito: “saia das redes sociais!”

Em sessão inflamada na Câmara Municipal, o vereador expõe negligência da prefeitura, revela indícios de distribuição de cestas básicas em nome de vereadores e exige ação do prefeito Otoniel Teixeira, alertando para grave crise política

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A noite da última terça-feira (22) na Câmara Municipal de Barreiras foi marcada por um ácido discurso do vereador Adriano Stein (PL), que contrastou fortemente com a recente apresentação do prefeito Otoniel Teixeira (União Brasil) sobre seus primeiros 100 dias de governo.

Enquanto o Executivo municipal celebrava suas pseudorrealizações, o parlamentar elevou o tom ao denunciar um possível esquema de uso político na entrega de cestas básicas, com indícios de servidores utilizando o nome de vereadores para a distribuição.

Além disso, Stein manifestou profunda indignação com o que classificou como descaso da prefeitura com o bairro São Paulo e exigiu que o prefeito priorize a gestão em detrimento da intensa atividade nas redes sociais, alertando para as sérias consequências de sua inércia, incluindo uma iminente crise política.

Visivelmente irritado, Adriano Stein iniciou sua fala expondo a recorrente situação de abandono do bairro São Paulo pela Secretaria de Infraestrutura.

“Essa noite eu venho usar essa tribuna para expressar a minha indignação com a Secretaria de Infraestrutura, obras e serviços da nossa cidade que pelo quinto ano consecutivo comete o mesmo erro e o mesmo desrespeito com os moradores do bairro São Paulo”, declarou o vereador, detalhando a falta de limpeza em áreas públicas cruciais para a comunidade.

Segundo ele, essa negligência persistente seria motivada por motivações políticas:

“E pasmem vocês, que o principal motivo dessas áreas não estarem sendo limpa é apenas porque o vereador reside no bairro. Existe uma perseguição de servidores do município contra vereadores.”

Na sequência, o parlamentar direcionou duras críticas ao prefeito Otoniel Teixeira, cobrando uma mudança de postura urgente.

“O prefeito Otoniel tem que abrir os olhos, sair das redes sociais e entrar dentro das secretarias para ver o que é que está acontecendo”, vociferou Stein, demonstrando sua frustração com a falta de atenção às demandas da população e dos próprios vereadores da base.

“Está no limite algumas pessoas fazerem e acontecerem dentro das secretarias, o que eles bem entendem fazer. Tem muita gente hoje dentro da gestão que já passou a hora de pegar seu banquinho e ir embora.”

O ponto central e mais grave da denúncia apresentada por Adriano Stein foi a informação que chegou ao seu conhecimento sobre o uso político de cestas básicas da Secretaria de Assistência Social.

“Semana passada eu recebi uma denúncia e me deixou realmente abismado. Eu recebi uma denúncia que existe servidor da Assistência Social entregando cesta básica em nome de vereador dessa casa”, revelou, indignado.

O vereador não citou nomes, mas garantiu que já protocolou um ofício para investigar a fundo a situação e não hesitará em acionar o Ministério Público caso não obtenha respostas satisfatórias.

“Se requerendo nessa casa não obtiver tivermos a resposta, vamos acionar o Ministério Público.”

Com sua experiência de 20 anos na polícia, Adriano Stein se mostrou determinado a apurar a veracidade da denúncia e responsabilizar os envolvidos.

“Eu vou investigar e eu tenho por sorte essa capacidade, porque eu passei 20 anos na polícia e eu tenho condição plena de investigar. E se eu detectar que isso é verdade, nós vamos levar esse assunto até as últimas consequências, tanto para punir legalmente como para expor essas as pessoas”, asseverou.

Ele enfatizou a gravidade da situação, uma vez que as cestas básicas são recursos federais destinados à população vulnerável:

“Se isso tiver realmente acontecendo, é uma covardia, porque isso é dinheiro público. É dinheiro público. Esse benefício vem do Governo Federal.”

Ao final de seu contundente discurso, que contrastou com a recente narrativa positiva apresentada pelo prefeito em relação aos seus 100 dias de governo, Adriano Stein alertou para as sérias implicações políticas da inação do prefeito diante do descaso administrativo e da grave denúncia.

“O que a gente percebe mesmo, que a gente percebe da atual gestão, é que valeu mais a pena estar contra a gestão do que estar a favor da gestão. Vestir a camisa, ir para a luta, defender é um ato que está sendo desmerecido pela atual gestão.”

Ele concluiu, prevendo um cenário de instabilidade:

“Se isso for verdade, eu vou levar essa situação até as últimas consequências.”

A veemência das denúncias e a firmeza do vereador Adriano Stein prometem agitar o cenário político de Barreiras nos próximos dias, lançando um clima de tensão sobre os ombros do governo municipal.

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Prioridade questionável? Prefeito de Barreiras “requalifica” posto de saúde fechado para Hospital Veterinário

Otoniel assina ordem de serviço para unidade de saúde antes fechada sob críticas, agora destinada a atendimento veterinário, gerando revolta e questionamentos sobre as prioridades da gestão municipal em relação à saúde humana e animal, e a falta de planejamento estratégico

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em meio a críticas e questionamentos, o prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira, assinou nesta quarta-feira (16) uma ordem de serviço para a “requalificação” do Posto de Saúde Família Hans Werner, localizado na Vila Amorim.

A medida, que poderia ser vista como um avanço, gera controvérsia diante da recente decisão de fechar a unidade para, no local, instalar provisoriamente um “Hospital Veterinário”.

A ação do prefeito levanta sérias dúvidas sobre as prioridades da gestão municipal e o equilíbrio entre a atenção dedicada à saúde humana e animal, além de expor a aparente falta de planejamento estratégico.

É importante ressaltar que não há objeção aos cuidados com animais, um serviço extremamente necessário e urgente na cidade. No entanto, um planejamento mais adequado seria fundamental. Um estudo bem feito e detalhado da população animal (censo animal) em situação de rua, dos tutores, e da população de cães e gatos que vivem sob os cuidados de pessoas carentes é a base para o sucesso de qualquer iniciativa.

Por outro lado, porque não fechar uma parceria com a UNEB e utilizar a estrutura da clínica veterinária já existente? Sem improvisos, o planejamento é a chave, e não o contrário.

Há cerca de pouco mais de 12 meses, em março de 2024, a vereadora Carmélia da Mata (PP) realizou uma fiscalização no Posto Hans Werner, onde constatou um cenário de completo abandono. Em vídeo amplamente divulgado, a vereadora expôs um ambiente com infiltrações, mofo e lixo acumulado, evidenciando a aparente negligência da gestão com a coisa pública.

“Acompanhem minha visita à Unidade de Saúde Hans Werner que atende os bairros próximos à Vila Amorim. Lixo em frente à unidade, paredes com mofo, marquise na entrada com rachaduras, goteiras no forró, sujeira e falta de manutenção. Perguntamos: para onde está indo o dinheiro da saúde?”, questionou a vereadora na época.

Assista o vídeo abaixo

A situação se agrava com a lembrança de que, em outubro de 2024, a própria prefeitura anunciou a “readequação territorial” e o fechamento do Posto Hans Werner, realocando as Equipes de Saúde da Família para outras unidades. Como ficam as pessoas que necessitam de atendimento? Serão obrigadas a se deslocar para outros bairros, sobrecarregando as unidades já existentes?

Nas redes sociais, a indignação é evidente. Questionamentos como:

“Acabaram com um posto de saúde com 18 anos de história para transformar num posto de saúde para animais?” e “A saúde humana já está péssima, fechar mais um posto, isso é retrocesso” demonstram o descontentamento da população.

A decisão do prefeito é vista como questionável, gerando insatisfação e dúvidas sobre as prioridades da gestão municipal. Resta saber como a população irá reagir diante dessa medida.

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Reajuste de 10% para servidores da Câmara de Barreiras ofusca 100 primeiros dias do governo Otoniel

Anúncio feito nesta quarta (16) pelo presidente Yure Ramon garante ganho real de 4,52% e contrasta com balanço vazio do Executivo

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O reajuste de 10% nos salários dos servidores da Câmara Municipal de Barreiras, anunciado na manhã desta quarta-feira (16) pelo presidente da Casa, Yure Ramon, superou simbolicamente os 100 primeiros dias da gestão do prefeito Otoniel Teixeira.

O presidente Yure Ramon foi muito aplaudido durante o anuncio do reajuste para os servidores da Câmara 

A medida, que representa um ganho real de 4,52% – acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado dos últimos 12 meses, de 5,48% – reforça o compromisso do Legislativo com a valorização dos seus servidores. A decisão repercutiu no cenário político local, onde as ações do Executivo municipal vêm sendo alvo de críticas pela escassez de resultados concretos no mesmo período.

Com poucos recursos, mas com disposição para reorganizar a estrutura da Câmara, Yure Ramon tem ganhado projeção ao demonstrar fidelidade às promessas feitas durante sua posse. Desde que assumiu, tem priorizado a valorização do funcionalismo e buscado a autonomia administrativa da Casa. A postura proativa contrasta com a lentidão da gestão municipal.

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Na mesma manhã do anúncio do reajuste, o prefeito Otoniel usou as redes sociais para divulgar uma postagem vaga:

“20 autorizações e ordens de serviço na Capital do Presente e do Futuro! Nosso compromisso é com Barreiras e com a nossa gente!” Sem especificar quais obras ou ações foram efetivamente executadas, a publicação soou genérica e pouco convincente.

Grande quantidade de Lixo que formava um grande lixão aberto só foi retirado após repercussão negativa por pressão da sociedade e do Portal Caso de Política

Apesar do discurso, o que se percebe é que os 100 primeiros dias da atual gestão têm se caracterizado pela escassez de entregas. A única ação visível até agora foi a retirada de um lixão irregular nas imediações da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), após denúncias feitas pelo empresário Davi Schmidt e repercutidas pelo portal Caso de Política. O descarte inadequado de lixo urbano vinha gerando indignação pública e pressionou a prefeitura a agir, após quase 30 dias da denúncia.

Expirada a data dos 100 dias do dia 10 de abril, até o momento, o executivo municipal não listou suas ações e tão pouco deu satisfação aos munícipes. Não há o que apresentar, fato!

Vale lembrar que o próprio Portal Caso de Política já vinha antecipando que diversas ações e obras em Barreiras estavam sendo articuladas no âmbito do governo federal, a partir de iniciativas externas à gestão municipal. As previsões apontadas pelo site reforçam que eventuais intervenções na cidade têm sido mais fruto de articulações externas do que de iniciativas originadas na prefeitura.

Enquanto o Executivo apresenta falas genéricas e sem comprovação de realizações, o Legislativo municipal dá sinais de organização e ação concreta. A valorização salarial anunciada por Yure Ramon se destaca não apenas pelo impacto financeiro, mas pela demonstração de que é possível agir com coerência, mesmo diante de limitações orçamentárias.

Os próximos meses devem revelar se a postura ativa da Câmara influenciará positivamente outras instâncias do poder municipal ou se o abismo entre discurso e prática continuará crescendo na gestão da chamada “Capital do Oeste Baiano”.

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Cerrado Summit discute futuro da agricultura regenerativa e ações pré-COP30 em Luís Eduardo Magalhães

Fotos: Luís Carlos Nunes

Encontro estratégico em Luís Eduardo Magalhães reúne líderes e especialistas para acelerar práticas sustentáveis no Bioma Cerrado, preparando o terreno para a COP30 e o futuro da agricultura regenerativa

Caso de Política | Luís Carlos Nunes –

Com o objetivo de consolidar o Cerrado como protagonista na agenda de sustentabilidade global e impulsionar a agricultura regenerativa, o Cerrado Summit foi aberto nesta terça-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães, Oeste da Bahia. O evento marca uma etapa preparatória para a COP30, reunindo autoridades, especialistas e produtores para debater políticas públicas, financiamento e métricas que viabilizem a transição para práticas mais sustentáveis no bioma.

Desde as primeiras falas, ficou evidente a convergência em torno da necessidade urgente de articulação entre os setores público e privado, com foco em soluções inovadoras que aliem produção agrícola, preservação ambiental e segurança alimentar. A importância estratégica do Cerrado na mitigação dos riscos climáticos e no abastecimento global foi amplamente destacada.

O evento, que antecede a COP30, reuniu autoridades, especialistas nacionais e internacionais e produtores

O encontro ocorre no auditório da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), no Complexo Bahia Farm Show, e é promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) em parceria com a Aiba e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).

Entre as autoridades presentes, estiveram o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do MAPA, Pedro Alves Corrêa Neto; o secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo; os prefeitos de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá, e de Barreiras, Otoniel Teixeira; o presidente da Aiba, Moisés Schmidt; a presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa; Marcelo Behar, conselheiro sênior do World Business Council for Sustainable Development; e Shalini Unnikrishnan, líder global de impacto social do Boston Consulting Group.

As falas das lideranças presentes – a seguir – traçaram diagnósticos e visões sobre os desafios e as oportunidades para a consolidação da agricultura regenerativa no Cerrado, sinalizando caminhos para a formulação de um plano de ação que deverá ser apresentado até a realização da COP30, em Belém.

Moisés Schmidt, presidente da AIBA

  

Não se discute o futuro do Bioma Cerrado fora de onde ele efetivamente está”, Moisés Schmidt

“A escolha de Luís Eduardo Magalhães para sediar este evento não foi por acaso. Não se discute o futuro do Bioma Cerrado fora de onde ele efetivamente está. Queremos mostrar ao mundo que o agronegócio praticado nesta região é comprometido com a sustentabilidade e vem adotando, cada vez mais, práticas de agricultura regenerativa para garantir o equilíbrio e a preservação do Cerrado.”

Arthur Ramos, Boston Consulting Group

1/4 da produção mundial de soja vem desse quase continente que a gente tem aqui”, Arthur Ramos

“É muito importante estar in loco, presente, para ver a pujança do Cerrado. Tem que lembrar que 1/4 da produção mundial de soja vem desse quase continente que a gente tem aqui. Agradeço à AIBA e ao Ministério da Agricultura e Pecuária pela parceria super importante para fazer esse tema evoluir e crescer. Acelerar essa landscape regenerativa é um desafio enorme que queremos trazer aqui para todos.”

Shalini Unnikrishnan, Boston Consulting Group

Uma luz que pode ser emulada, que pode ser copiada’ em todo o mundo”, Shalini Unnikrishnan

“Começamos esta jornada há alguns anos, por causa da necessidade de transformar o sistema alimentar agrícola globalmente. Não é apenas uma questão do Cerrado, é uma questão global, na qual este lugar em que estamos agora tem a oportunidade de ser uma luz que pode ser emulada, que pode ser copiada, e que outros, em todo o mundo, podem se inspirar.”

Marcelo Behar, World Business Council for Sustainable Development

O diálogo entre formuladores de política pública, produtores rurais, áreas de finanças e áreas de ciência”, Marcelo Behar

“Estamos com todos os principais atores na sala, fundamentais para avançarmos do modelo atual, que já é muito eficiente. O Brasil é uma potência global em agricultura e agora pode expandir ainda mais e se tornar a potência global em agricultura regenerativa e fazer com que nós sejamos a primeira nação do mundo a ser carbono positiva. Para isso, precisamos do diálogo entre formuladores de política pública, produtores rurais, áreas de finanças e áreas de ciência, conectados, montando uma nova realidade.”

Júnior Marabá, prefeito de Luís Eduardo Magalhães

Quando se discute sobre produção, muito se discute também sobre sustentabilidade”, Júnior Marabá

“Luís Eduardo Magalhães vem ocupando um protagonismo muito importante a nível nacional e a Precop simboliza isso. Quando se discute sobre produção, muito se discute também sobre sustentabilidade. E a Aiba representa isso muito bem.”

Pedro Neto, secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura (MAPA)

Tirar uma discussão sobre agricultura regenerativa de grandes centros de negócios e trazer para uma área produtiva”, Pedro Neto

“A intenção do Ministério da Agricultura, que foi aceita pelos realizadores do evento, foi tirar uma discussão sobre agricultura regenerativa, sobre paisagens regenerativas de grandes centros de negócios etc., e trazer para uma área produtiva. O Cerrado brasileiro é ainda uma fronteira agrícola em expansão que, assim como a Amazônia, é um bioma bastante sensível e que está nas grandes discussões mundiais quando se fala de sustentabilidade.”

Pablo Barrozo, Secretário de Agricultura do Estado da Bahia

Melhorar o diálogo do governo do estado com relação à outorga de água, com relação às autorizações de supressão vegetal, e com relação à melhoria do nosso sistema de energia”, Pablo Barrozo

“A proximidade da COP30, que será realizada nos impõe um momento de reflexão e ação. A agenda climática global está mais presente do que nunca. O Brasil, como potência agroambiental, tem oportunidade e responsabilidade de demonstrar que é possível produzir conservando, restaurar enquanto gera renda e liderar pelo exemplo. Temos o compromisso de melhorar o diálogo do governo do estado com relação à outorga de água, com relação às autorizações de supressão vegetal, e com relação à melhoria do nosso sistema de energia.”

O Cerrado Summit é o primeiro “Acelerador de Paisagens” promovido pela Aliança para Ação Regenerativa nas Paisagens (AARL), com o objetivo de construir um plano de ação concreto até a COP30, que será realizada em Belém no segundo semestre. O encontro tem como pilares o financiamento da transição, métricas de monitoramento e avaliação (MMRV) e políticas públicas voltadas ao Cerrado. A programação do evento se estende até o dia 16 de abril, com painéis, debates e apresentações sobre os temas centrais da agricultura regenerativa e o futuro do Bioma Cerrado.

Caso de Política | A informação passa por aqui.

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João Felipe critica duramente gestão Otoniel: saúde deficiênte, falta de transparência e Overclean no radar em Barreiras

Em entrevista, vereador aponta falhas graves na saúde, cobra informações sobre contratos investigados na Operação Overclean da Polícia Federale contesta prioridades da administração municipal

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O vereador João Felipe (PCdoB) apresentou críticas contundentes à administração do prefeito Otoniel Teixeira (União Brasil) em entrevista ao programa Impacto, da rádio Oeste FM, comandado pelo radialista Marcelo Ferraz, nesta sexta-feira (11). O parlamentar detalhou suas queixas sobre a gestão municipal, com foco na área da saúde e na falta de respostas a requerimentos de informação sobre contratos sob suspeita na Operação Overclean. As declarações do vereador refletem a fiscalização do seu mandato e denúncias apresentadas pela população.

100 dias de mandato: Fiscalização e ações concretas

Vereador João Felipe reafirma compromisso com a fiscalização do executivo: “’A função do vereador é ir além da teoria e mostrar resultados concretos”

João Felipe iniciou a entrevista destacando seu compromisso com a fiscalização do poder executivo, uma das funções primordiais e básicas do vereador. Ele ressaltou a apresentação de projetos de lei e a execução de ações concretas, como a Casa do Trabalhador e o Instituto JF, projetos sociais que, segundo ele, têm transformado a vida de milhares de barreirenses.

“Mais do que questionar ou propor, nestes 100 dias atuamos na prática, fiscalizando o executivo e dando continuidade a projetos importantes para Barreiras. Acreditamos que a função do vereador é ir além da teoria e mostrar resultados concretos para a população”, afirmou.

Ausência da base e críticas à gestão

Vereador João Felipe questiona a falta de resultados da gestão Otoniel nos primeiros 100 dias: “Não consigo visualizar nada de novo”

O vereador criticou a ausência de vereadores da base do prefeito em sessões importantes, especialmente em audiências públicas. Para ele, a situação reflete a dificuldade de defender uma gestão que não apresentou resultados significativos nos primeiros 100 dias.

“Não é tão simples ser vereador da base do prefeito, ainda mais se tratando de um prefeito que está aí que não mostrou para que veio. Se vocês me perguntarem quais foram as ações do prefeito Otoniel de destaque nesses últimos 100 dias, sinceramente eu não consigo visualizar nada de novo”, declarou João Felipe.

O parlamentar ainda alfinetou o ex-prefeito Zito Barbosa (União Brasil), afirmando que Otoniel tem dado continuidade a um projeto de 8 anos e que Zito tem se comportado como se ainda fosse o prefeito da cidade.

Saúde com deficiências e falta de respostas

 

João Felipe cobra transparência sobre obra investigada na Operação Overclean e critica a falta de acesso da população a serviços básicos de saúde: “Silêncio absoluto. Uma recusa injustificável”

O tema central da entrevista foi a situação da saúde em Barreiras. João Felipe apontou a falta de avanços e a dificuldade da população em ter acesso a exames e consultas com especialistas. Amparado pelo direito legal de fiscalizar o executivo e ter acesso a informações de interesse público, o vereador revelou que a secretária de Saúde se recusa a fornecer informações sobre a obra do posto de saúde da Vila dos Funcionários, realizada por uma empresa envolvida na Operação Overclean da Polícia Federal.

“As pessoas continuam sem ter condição de marcar um exame. As mulheres com fibromialgia, apesar das promessas, continuam sem ter acesso a um reumatologista. As mulheres continuam sem ter acesso a uma consulta com ginecologista, e a secretária de Saúde demonstra total falta de respeito com o poder legislativo, uma vez que se recusa a fornecer informações requisitadas por este vereador – informações que, inclusive, são de interesse público e fundamentais para o exercício do meu mandato”, relatou.

O vereador detalhou o pedido de informações sobre a obra do posto de saúde e a lista de espera do CER (Centro Especializado em Reabilitação), questionando os critérios de acesso aos serviços.

“Eu solicitei formalmente à secretária que me informasse o prazo para a conclusão da obra do posto de saúde da Vila dos Funcionários. Afinal, estamos falando de uma obra financiada com milhões de reais dos cofres públicos, e que está sendo executada pela mesma empresa envolvida na Operação Overclean, investigada pela Polícia Federal por desvio de recursos. Queria saber o montante exato já transferido para essa empresa e um cronograma para a inauguração. A resposta? Silêncio absoluto. Uma recusa injustificável e que levanta sérias dúvidas sobre a lisura desse contrato”, disse o vereador.

Prioridades questionáveis e propaganda excessiva

“É muita propaganda e pouca ação para quem precisa de saúde e assistência. A realidade da nossa população não combina com essa festa toda”, disse, criticando também a iluminação cênica em áreas degradadas

João Felipe também questionou o que considera prioridades questionáveis da administração municipal, com foco em festas e eventos em vez de ações concretas para melhorar a vida da população. Ele questionou a falta de políticas públicas para atender andarilhos, moradores de rua e dependentes químicos, além de criticar a iluminação cênica em áreas degradadas.

“É muita propaganda, é muita dancinha de Tik-Tok, é muito auê, muita alegria, enquanto o povo de Barreiras continua sem acesso a exames básicos, sem atendimento especializado para doenças como fibromialgia, e com a saúde pública cada vez mais precária. É preciso mais ação e menos marketing, porque a realidade da nossa população não combina com essa festa toda”, afirmou o vereador.

Ele ainda acusou a gestão de promover festas e celebrações com obras e recursos do governo estadual e federal, enquanto colegas da base criticam as esferas superiores.

Idade Viva fechado e Assistência Social precária

O vereador denunciou o fechamento do programa Idade Viva, que atendia idosos no município, desde o ano passado. Ele contrastou a situação com as atividades oferecidas gratuitamente pelo seu instituto, como pilates, hidroginástica e atendimento médico.

João Felipe reconheceu que o prefeito Otoniel foi um bom secretário de Assistência Social no passado, mas cobrou ações concretas para atender as 18 mil famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade no município.

Apoio ao diálogo e à busca por recursos

Apesar das críticas, o vereador afirmou que apoia o prefeito Otoniel na busca por recursos junto ao governo estadual e federal, destacando a importância do diálogo para o desenvolvimento da cidade.

“Ele tem meu total apoio nessa busca por recursos, e estou torcendo para que ele deixe de lado as picuinhas políticas e se una ao governo estadual em prol de Barreiras. Afinal, o desenvolvimento da nossa cidade deve estar acima de qualquer divergência ideológica”, declarou.

Transporte público e tarifa zero

João Felipe encerrou a entrevista retomando uma proposta que, segundo ele, sempre gerou polêmica: a tarifa zero no transporte público de Barreiras. O vereador revelou que está participando de um curso com parlamentares de todo o Brasil para estudar a viabilidade da implantação do programa. Ele anunciou que pretende apresentar um estudo detalhado sobre o tema em uma futura audiência pública, buscando o apoio da imprensa para levar a proposta adiante.

O povo sempre vai lembrar: João, o do Tarifa Zero!”, afirmou.

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Otoniel e Zito criam a gestão do endividamento contínuo

Gestões Otoniel-Zito em Barreiras consolidaram modelo de endividamento contínuo, elevando passivo municipal a R$1 bilhão, gerando questionamentos jurídicos e aumento de IPTU, em detrimento de um desenvolvimento sustentável e autonomia fiscal

Por Fernando Machado do Sítio ZDA – Barreiras assiste à consolidação de um modelo de gestão pública que se baseia no endividamento do município de modo a manter o funcionamento da máquina — uma prática que começou no governo de Zito Barbosa (2017 a 2024) e que encontra plena continuidade na atual administração de Otoniel Teixeira. Duas novas tentativas de contratação de empréstimo, que juntas somam R$ 70 milhões, são o mais recente capítulo do ciclo vicioso de dívidas que compromete o futuro da cidade.

As propostas de financiamento, que vão elevar o endividamento da cidade a um bilhão de reais, representam não apenas mais uma cifra a ser incorporada ao passivo municipal, mas também a consolidação de um modelo insustentável de desenvolvimento. Em vez de apostar no planejamento, na gestão eficiente de recursos próprios, no fomento à arrecadação saudável e na obtenção de parcerias com demais entes federativos, a atual administração insiste em se apoiar em empréstimos, comprometendo futuras gerações.

Não por acaso, a tentativa de mais esse endividamento levantou fortes questionamentos jurídicos. O MDB da Bahia ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Tribunal de Justiça da Bahia, pedindo a suspensão da lei por diversas ilegalidades. Em resposta, o TJ-BA deferiu liminar cautelar suspendendo os efeitos da Lei Municipal 1.627/2024, que autoriza empréstimo de 10 milhões, e todos os atos subsequentes, incluindo o próprio contrato com o Banco do Brasil.

Mas a gestão municipal não recuou. Barreiras levou o caso ao Supremo Tribunal Federal, onde o presidente da Corte, em decisão monocrática, deferiu o pedido de Suspensão de Liminar, autorizando novamente a contratação do empréstimo. O município, assim, vê-se livre para continuar empilhando dívidas — mesmo diante de graves suspeitas de inconstitucionalidade no processo legislativo.

Como se não bastasse, a Prefeitura lançou mão de outro expediente impopular: o aumento do IPTU, que tem todos os sinais de ser uma manobra para melhorar artificialmente a saúde financeira do município e assim conquistar margem de endividamento suficiente para o novo financiamento. Trata-se de uma injustiça com o contribuinte, que já sofre com serviços públicos deficientes, enquanto vê os recursos sendo usados para sustentar um modelo de gestão temerário e sem perspectiva de longo prazo.

A reincidência de empréstimos vultosos, sem transparência, sem participação efetiva da sociedade e com graves riscos de inconstitucionalidade, torna-se não apenas um padrão, mas a única forma de gestão adotada em Barreiras nos últimos anos. A cidade, em vez de caminhar para a autonomia fiscal e o desenvolvimento sustentável, vê-se presa em um ciclo de dependência financeira e fragilidade institucional.

É urgente que a população, Câmara de Vereadores, órgãos de controle e a sociedade civil organizada se posicionem. O futuro de Barreiras não pode ser hipotecado. Dívida não é sinônimo de desenvolvimento — e mais um empréstimo, sem um projeto claro e viável, é um passo perigoso rumo ao colapso das finanças municipais.

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Ausência de prefeito e vice em Barreiras escancara protagonismo de Zito Barbosa e silêncio de presidente da Câmara

Enquanto Otoniel Teixeira e Túlio Viana cumprem agenda em Brasília, ex-prefeito Zito Barbosa ocupa o centro do debate político local, em pleno marco dos 100 dias de governo. Vereador Yure Ramon, primeiro na linha sucessória, não foi citado nem acionado publicamente, levantando dúvidas sobre a legalidade da gestão e a real liderança no município

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – No dia em que a gestão de Otoniel Teixeira completou 100 dias, a cena política em Barreiras foi marcada não por um balanço de governo, mas pela ausência simultânea do prefeito e do vice, ambos em Brasília, e pela reemergência do ex-prefeito Zito Barbosa no protagonismo local. Em entrevista ao radialista Marcelo Ferraz da rádio Oeste FM, Zito revelou ter se reunido com os dois antes da viagem. Durante a transmissão, o vice-prefeito Túlio Viana enviou uma mensagem confirmando que já estava na capital federal, em cumprimento de agendas institucionais.

A entrevista ocorreu sem qualquer anúncio prévio sobre uma eventual transmissão de cargo ao presidente da Câmara de Vereadores, Yure Ramon, como prevê a linha sucessória. A falta de transparência no processo chamou atenção e levantou questionamentos sobre quem, de fato, está no comando da cidade nesse período. Por que a reunião de alinhamento foi com Zito e não com o presidente da Câmara?

Zito Barbosa falou ainda sobre temas delicados da administração, como os empréstimos de R$ 60 milhões e a liberação de R$ 10 milhões para obras, incluindo o problemático Hospital Municipal que após concluso será entregue a investidores do Bolsa de Valores de São Paulo através de uma Parceria Público Privada (PPP). Segundo ele, os recursos são essenciais para a continuidade das intervenções, defendendo a necessidade de uma PPP para a unidade hospitalar argumentando que a prefeitura não teria condições de arcar sozinha com os custos do futuro hospital.

O domínio do ex-prefeito sobre informações detalhadas da atual gestão e sua atuação enfática na imprensa, em pleno vácuo institucional, aumentam a percepção de que ele ainda exerce forte influência sobre o governo. Suas falas também indicam alinhamento estreito com Otoniel, enfraquecendo a imagem de autonomia do atual prefeito e realçando a ausência de um projeto administrativo próprio.

A falta de uma comunicação oficial sobre quem responde pela prefeitura durante a viagem a Brasília contribui para o clima de incerteza institucional. O silêncio do vereador Yure Ramon, até o momento não citado formalmente nem pela prefeitura nem pela Câmara como responsável interino, escancara uma crise na condução dos protocolos republicanos e da segurança jurídica na administração pública.

O episódio escancara, ainda, um possível desprezo pelo fortalecimento institucional, já que o vereador – primeiro na linha sucessória – foi ignorado em um momento que exigiria ação coordenada e legal. O protagonismo de Zito, nesse contexto, acaba obscurecendo as marcas dos 100 dias de Otoniel à frente da prefeitura.

Diante do cenário, crescem os questionamentos sobre a estabilidade da administração municipal. A população permanece sem resposta sobre quem está tomando as decisões mais sensíveis da cidade. A Câmara e a prefeitura ainda não se pronunciaram sobre a ausência de ato formal de transmissão de poder e sobre a razão de o presidente do Legislativo não ter sido acionado.

Barreiras vive, portanto, mais que um vácuo administrativo: assiste à consolidação de um poder paralelo, ainda sem explicações claras à sociedade. Resta saber se os próximos dias trarão esclarecimentos ou aprofundarão as incertezas sobre os rumos do governo municipal.

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Barreiras aposta em aumento da arrecadação com IPTU para viabilizar hospital e entregá-lo a uma PPP

Anterior, limita empréstimo a R$ 10 milhões; decisão do STF abre brecha, mas ação do MDB questiona legalidade

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A busca por recursos para a conclusão do Hospital Municipal Edsonnina Neves de Souza Barbosa, em Barreiras, ganha novos contornos, marcados por uma disputa judicial e pela tentativa de ampliar a arrecadação municipal. Apesar de a Lei nº 1.627/2024, de 12 de junho de 2024, ter sido aprovada pela Câmara de Vereadores durante a gestão anterior, liderada pelo ex-prefeito Zito Barbosa, limitando o empréstimo a R$ 10 milhões, a atual gestão, sob o comando de Otoniel Teixeira, intensifica outras frentes para viabilizar a obra.

A lei, que “Autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com o BANCO DO BRASIL S.A., e dá outras providências”, explicita, em seu Art. 1º, o valor de “até R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), nos termos da Resolução CMN nº 4.995”.

A legalidade dessa norma é justamente o ponto central da disputa judicial. O MDB ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), questionando a validade da Lei nº 1.627/2024. O partido argumenta que a proposta violou o devido processo legislativo, por ter sido aprovada de forma apressada e sem debate adequado.

Além disso, o MDB sustenta que a lei não apresenta estudo de impacto orçamentário, como exige o artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

Apesar dos questionamentos, a prefeitura recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que impedia a operação de crédito.

Em decisão moniocrática, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, atendeu ao pedido do município. Barroso argumentou que a suspensão da liminar se justificava para evitar grave lesão à saúde pública, já que a paralisação das obras do hospital comprometeria o atendimento à população. O ministro ponderou que o artigo 113 do ADCT estabelece uma diretriz de sustentabilidade orçamentária, mas entendeu que a lei que autoriza a operação de crédito não cria, por si só, uma nova despesa pública.

Segundo a prefeitura de Barreiras, o futuro hospital municipal deverá ser entregue a uma Parceria Público-Privada (PPP) com investidores da Bolsa de Valores (B3). Conforme publicou o portal Caso de Política, os artigos 28 e 31 da minuta do contrato, disponível para consulta pública no Anexo IV do edital, revelam a possibilidade de cobrança por “atividades acessórias”, abrindo uma brecha para a criação de um “SUS dual”, em que o acesso a determinados serviços (como quartos diferenciados, exames mais rápidos ou acompanhamento especializado) seria condicionado ao pagamento — beneficiando apenas aqueles que podem arcar com os custos. Essa dualidade fere os princípios da igualdade e da universalidade, pilares do SUS.

Especificamente, a Cláusula 28 (Remuneração Contratual) define que a concessionária será remunerada por recursos públicos e pelas “receitas acessórias” geradas. Já a Cláusula 31 (Atividades Acessórias) permite à concessionária explorar comercialmente atividades não essenciais, com aval do Poder Concedente. Essa combinação de fatores acende um alerta sobre o futuro da saúde no município.

Uma alternativa amplamente debatida para o futuro hospital seria transformá-lo em unidade universitária, a exemplo do que ocorre em Paulo Afonso, onde está sendo implantado um Hospital Universitário (HU) sob gestão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Em Barreiras, a instituição que poderia assumir essa função seria a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). Com um HU, Barreiras e toda a região Oeste da Bahia se beneficiariam muito mais de um hospital público bem estruturado, capaz de atender às demandas locais sem a intermediação de interesses privados.

Um hospital universitário federalizado, além de ser sustentado pela União, fortaleceria a rede de ensino e a capacitação profissional, formando médicos e especialistas para atuar na própria região. Do ponto de vista econômico, garantiria estabilidade financeira ao município, evitando gastos excessivos com contratações privadas e assegurando investimentos contínuos. No âmbito social, representaria um salto de qualidade na prestação de serviços de saúde, promovendo atendimento público com mais estrutura e suporte científico.

Para além do empréstimo limitado e da batalha judicial, a prefeitura busca alternativas para aumentar a arrecadação municipal. Em reunião recente, o prefeito Otoniel Teixeira (União Brasil) apresentou aos vereadores da atual legislatura dados sobre a realização do georreferenciamento e o planejamento do IPTU para 2025. Segundo o Executivo, a atualização do cadastro imobiliário, que identificou transformações em cerca de 25% dos imóveis da cidade, não visa aumentar o IPTU, mas sim adequá-lo à realidade de cada contribuinte.

De acordo com uma fonte do Caso de Política, que apresentou na prática a proposta do Executivo, “para uma pessoa que atualmente paga R$ 100,00 de IPTU, pelos cálculos da prefeitura, essa pessoa passaria a pagar R$ 2.142,86 anuais”, ou seja, o imposto individual teria um reajuste aproximado de 2.042,86%.

A apresentação aos vereadores [que democraticamente aceitaram ouvir a proposta do executivo] pode ser vista como uma estratégia para obter apoio político às medidas que visam aumentar a receita do município. Com mais recursos as custas de astronômicos reajustes do IPTU, a prefeitura poderia ter maior flexibilidade para investir na conclusão do Hospital Municipal — seja através de novas operações de crédito (dentro do limite da lei), seja por meio da destinação de outras fontes de receita.

Apesar do discurso de adequação e valorização patrimonial, o aumento do IPTU, mesmo que justificado, pode gerar descontentamento na população, que já enfrenta dificuldades econômicas. Além disso, a pendência judicial envolvendo a legalidade da Lei Municipal nº 1.627/2024 lança uma sombra de incerteza sobre o futuro financeiro da cidade.

O desfecho dessa história dependerá da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) sobre a ADI movida pelo MDB, da capacidade da prefeitura de aumentar a arrecadação sem onerar excessivamente a população e, principalmente, da transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos.

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Descaso em Barreiras: Lixão irregular cresce e prefeitura ignora apelo por fiscalização feita por Davi Schmidt

Imagens: Luís Carlos Nunes

Após denúncia viral, volume de lixo aumenta em área de descarte irregular, expondo falha na fiscalização e descaso da gestão Otoniel Teixeira com a limpeza urbana e o meio ambiente

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Pouco mais de um mês após a divulgação de um vídeo em que o empresário Davi Schmidt denunciava o descarte irregular de lixo em uma área próxima a um bairro recém-construído em Barreiras, a situação se agravou. Uma nova constatação do Portal Caso de Política, na manhã deste sábado (05), revela que o volume de lixo e entulho aumentou significativamente no local, demonstrando a ineficácia da fiscalização e o descaso da prefeitura com a questão.

Davi Schmidt, indignado denuncia descarte irregular de lixo

Em 18 de fevereiro, a indignação de Davi Schmidt viralizou nas redes sociais, com o empresário cobrando a conscientização da população e questionando a cultura de culpar políticos por problemas causados pela própria comunidade. Na época, Schmidt criticava a atitude de culpar exclusivamente os políticos pela sujeira na cidade, argumentando que o problema era causado pela falta de consciência e educação de parte da população.

“Aqui, pessoal. Tá vendo isso aqui, ó? Essa entulhada de lixo aqui, ó, de material de construção. Tá ali, ó, colchão, descarte. Tá aqui, eu estou aqui na beira de um de um bairro recém construído aqui atrás da Alfoz. Isso aqui é a estrada que vai para Cutia e daqui até a Cutia, o pessoal tá fazendo descarte irregular.” – Declarou Davi Schmidt em vídeo divulgado em 18 de fevereiro.

No entanto, a ausência de medidas efetivas por parte da gestão municipal, sob a responsabilidade do prefeito Otoniel Teixeira, permitiu que o problema se agravasse. Em comparação com as imagens divulgadas por Schmidt há pouco mais de 30 dias, o volume de lixo aumentou visivelmente, transformando a área em um verdadeiro lixão a céu aberto.

 

O mesmo local de descarte irregular, ganhou mais lixo e prefeitura se omite em fiscalizar e tomar providências

A situação expõe a gravidade do problema e a urgência de uma ação por parte da prefeitura. A falta de fiscalização e a ineficiência na coleta e destinação correta dos resíduos colocam em risco a saúde pública, o meio ambiente e a imagem da cidade.

Cabe à gestão municipal garantir a limpeza urbana, fiscalizar o descarte irregular de lixo e promover ações de conscientização ambiental. O descaso com a questão demonstra uma falha na administração e um desrespeito com a população de Barreiras.

A responsabilidade pela limpeza da cidade é compartilhada entre a prefeitura e a população. No entanto, a omissão da gestão municipal em fiscalizar e punir o descarte irregular de lixo contribui para a perpetuação do problema.

É fundamental que a prefeitura de Barreiras adote medidas urgentes para solucionar o problema do lixão irregular, como intensificar a fiscalização, promover a coleta e destinação correta dos resíduos e realizar campanhas de conscientização ambiental. A omissão da gestão municipal é inaceitável e exige uma resposta imediata para garantir a saúde e o bem-estar da população.

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Saúde em Xeque: Enquanto Paulo Afonso avança com Hospital Universitário, Barreiras aposta em PPP com riscos de cobrança e “SUS Dual”

A decisão de Barreiras de buscar investidores na Bolsa de Valores para o Hospital Municipal levanta questionamentos sobre o futuro da saúde pública na região, em contraste com o modelo de gestão universitária adotado em Paulo Afonso

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Enquanto a cidade de Paulo Afonso celebra a implantação de um Hospital Universitário (HU) sob gestão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Barreiras, sob a administração do prefeito Otoniel Teixeira (União Brasil), segue um caminho controverso: a Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão do futuro Hospital Municipal. A estratégia, que busca investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), levanta sérias preocupações sobre a garantia do acesso universal e gratuito à saúde, um direito constitucionalmente assegurado.

O Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores patrimônios sociais do Brasil, tem como pilares a universalidade, a integralidade e a equidade no acesso aos serviços de saúde. A Constituição Federal garante a todos os cidadãos o direito à saúde, sendo dever do Estado assegurar esse direito por meio de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. A busca por “eficiência” e “modernização” através de parcerias com o setor privado não pode, em hipótese alguma, comprometer esses princípios fundamentais.

A minuta do contrato da PPP em Barreiras, disponível para consulta pública no ANEXO IV DO EDITAL, revela a possibilidade de cobrança por “atividades acessórias”, abrindo uma brecha para a criação de um “SUS Dual”, onde o acesso a determinados serviços (como quartos diferenciados, exames mais rápidos ou acompanhamento especializado) seria condicionado ao pagamento, beneficiando apenas aqueles que podem arcar com os custos. Essa dualidade fere o princípio da igualdade e da universalidade, pilares do SUS.

Especificamente, a Cláusula 28 (Remuneração Contratual) define que a Concessionária será remunerada por recursos públicos e pelas “Receitas Acessórias” geradas. Já a Cláusula 31 (Atividades Acessórias) permite à Concessionária explorar comercialmente atividades não essenciais, com aval do Poder Concedente. Essa combinação de fatores acende um alerta sobre o futuro da saúde no município.

“O mais importante é garantir que o hospital seja 100% SUS”, enfatizou a defensora pública Laís Daniela Sambüc durante audiência pública, ecoando a preocupação da Defensoria Pública em defesa de um hospital 100% público e acessível a todos.

Enquanto isso, em Paulo Afonso, a parceria entre a prefeitura, o governo do estado, o governo federal e a Univasf viabiliza um Hospital Universitário, um centro de referência em alta complexidade que fortalecerá o SUS e formará profissionais de saúde qualificados para a região. O presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, ressaltou a importância da união de esforços para transformar o sonho em realidade.

A secretária de saúde da Bahia, Roberta Santana, anunciou um investimento de R$ 155 milhões, 165 leitos, sendo 30 de UTI, demonstrando o compromisso com a regionalização e a interiorização da saúde.

A insistência na PPP em Barreiras, idealizada pelo ex-prefeito Zito Barbosa (União Brasil) (que governou Barreiras por 8 anos se negando a abrir diálogo com os governos Federal e Estadual) e encampada por Otoniel Teixeira, ignora alternativas mais vantajosas, como a federalização da unidade e sua transformação em um hospital universitário vinculado à Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). Um HU em Barreiras não beneficiaria apenas a cidade, mas toda a região Oeste, garantindo atendimento público qualificado e permanente, além de formação acadêmica e pesquisa científica na área da saúde. A reitoria da UFOB já manifestou seu apoio à implantação de um hospital universitário.

A grande vantagem de um hospital universitário é a sua sustentabilidade financeira, com recursos federais garantidos. Além disso, a gestão da Ebserh, empresa estatal vinculada ao Ministério da Educação, garante a qualidade dos serviços, a formação de profissionais de saúde, a abertura de campos de estágio e a residência médica, impulsionando a produção de conhecimento científico e a inovação na área da saúde. Um HU desafogaria as contas municipais e liberaria Barreiras para focar na atenção primária em saúde, fortalecendo a rede de atendimento e prevenindo doenças.

Até o momento, já foram gastos mais de R$ 40 milhões no futuro hospital municipal de Barreiras. Recentemente, a Justiça barrou um empréstimo de R$ 60 milhões que seria utilizado para a PPP. Anteriormenter, o Procurador-Geral de Justiça, Aquiles Siquara Filho, ao analisar um agravo contra o empréstimo, alertou para “indícios robustos de perigo de dano ao patrimônio público” e para o risco de o município não conseguir honrar seus compromissos financeiros.

Afinal, qual o real motivo para a insistência na PPP? O que estaria por trás dessa busca por investidores privados na Bolsa de Valores, mesmo diante de alternativas mais seguras e vantajosas e com o histórico de entraves judiciais?

É fundamental que as autoridades competentes, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, os vereadores de Barreiras, as entidades da sociedade civil organizada e a população em geral, estejam atentas e fiscalizem de perto esse processo. Uma audiência pública deve ser convocada para debater especificamente a ideia da PPP do futuro hospital antes que seja tarde demais.

A saúde pública não pode ser tratada como uma mercadoria, e o direito fundamental à saúde não pode ser colocado em risco em nome de interesses privados.

A decisão de Paulo Afonso de investir em um Hospital Universitário demonstra que é possível construir um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade. Barreiras precisa repensar sua estratégia e priorizar o bem-estar da população, garantindo o acesso universal à saúde e evitando a criação de um “SUS Dual” que exclui os mais vulneráveis.

Afinal, quem entrega o hospital ao mercado pode precisar de senha para ser atendido.

Caso de Política | A informação passa por aqui.

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