Tensão entre Irã e Israel pode abalar o mercado de petróleo no mundo e elevar preço de combustíveis

Caso de Política com EBC – A crescente tensão entre Irã e Israel está gerando preocupações nos mercados globais de petróleo, com especialistas alertando para possíveis aumentos nos preços dos combustíveis.

No último sábado, quando os indícios de um possível conflito já eram evidentes, o preço do petróleo brent, extraído do Mar do Norte da Europa, alcançou a marca de US$ 92 por barril. No entanto, nesta segunda-feira (15), o preço recuou para US$ 89.

Para o economista e professor da Universidade de Brasília (UNB), Cesar Bergo, a cautela nos mercados está diretamente ligada às negociações que ocorrerão nos próximos dias. Ele ressalta que qualquer instabilidade pode resultar em uma alta nos preços do petróleo, afetando não apenas o mercado global, mas também o consumo interno de combustíveis, com potencial aumento dos preços.

Pedro Dallari, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), também enfatiza os possíveis impactos do conflito na região no comércio global de combustíveis. Ele menciona o incidente envolvendo um navio com bandeira portuguesa apreendido pelo Irã no Golfo Pérsico no último sábado como um exemplo do clima tenso na região.

Os especialistas alertam que uma reação mais enérgica de Israel pode acirrar ainda mais o conflito na região, gerando pressão internacional, incluindo dos Estados Unidos, por uma resposta mais moderada.

Na Bahia, A Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, nos arredores de Salvador, informou que o preço da gasolina vendida para as distribuidoras de combustíveis no Estado Bahia terão reajuste de 5,1%. O anúncio foi feito em comunicado na quinta-feira (18) e os novos valores já estão em vigor.

Segundo a empresa, os preços dos produtos da Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do barril de petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.

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Estados Unidos vetam resolução da ONU reconhecendo a Palestina como Estado Independente

Reunião do Conselho de Segurança da ONU. Foto: David ‘Dee’ Delgado/Reuters

Repórter Brasil com Agência Reuters – Em uma decisão de grande repercussão geopolítica, os Estados Unidos da América rejeitaram veementemente uma resolução proposta na Organização das Nações Unidas que buscava conceder à Palestina o status de membro pleno. Esta medida, se aprovada, abriria as portas para o reconhecimento internacional dos palestinos como um Estado soberano e independente. O governo liderado por Joe Biden surpreendeu ao ser o único membro permanente do Conselho de Segurança a vetar essa iniciativa.

A resolução, apoiada por países como Brasil, China, Rússia e diversas nações árabes, foi recebida com forte oposição por parte dos Estados Unidos. O embaixador norte-americano, Robert Wood, justificou o veto argumentando que somente através de negociações diretas entre palestinos e israelenses seria possível alcançar um reconhecimento internacional legítimo do território. “Continuaremos a nos opor a medidas unilaterais que possam comprometer o progresso das negociações”, declarou Wood.

Por outro lado, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, defendeu enfaticamente o reconhecimento do Estado palestino como membro pleno da ONU, enfatizando que esta medida representaria um passo significativo rumo à solução do conflito com Israel. “A tão almejada solução de dois Estados requer o pleno reconhecimento de ambos. É uma questão de bom senso”, argumentou Vieira.

As críticas também vieram da Rússia, que denunciou o voto americano como um sinal de isolamento do país no cenário internacional. A delegação russa afirmou que o resultado da votação reflete a verdadeira posição dos Estados Unidos em relação aos palestinos e sua legitimidade para formar um Estado.

A votação da resolução ocorreu durante uma sessão do Conselho de Segurança, nesta quinta-feira (18), onde houve 12 votos a favor do reconhecimento internacional da Palestina, duas abstenções (Reino Unido e Suíça) e o veto dos Estados Unidos.

“O Conselho de Segurança, após examinar o pedido do Estado da Palestina para sua admissão nas Nações Unidas, recomenda à Assembleia Geral que o Estado da Palestina seja aceito como membro pleno da ONU”, afirma o texto da resolução, que se destaca por sua concisão e importância diplomática.

EUA apresentam na ONU, proposta de Cessar-Fogo em Gaza

Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken

Caso de Política com Reuters – Na última quarta-feira (20), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou a apresentação de uma proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU, instando a um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza. O anúncio ocorreu durante uma entrevista realizada na Arábia Saudita.

“Acreditamos sinceramente que os países apoiarão isso. Penso que isso enviaria uma mensagem forte, um sinal forte. Mas, claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender”, afirmou Blinken, destacando a importância de garantir a libertação dos reféns como parte de qualquer acordo de cessar-fogo.

Além disso, os Estados Unidos estão trabalhando em estreita colaboração com o Egito e o Catar na busca por um entendimento que possa garantir um cessar-fogo duradouro entre Israel e o Hamas, ao mesmo tempo em que garantem a segurança e a liberdade dos reféns.

“Acreditamos sinceramente que os países apoiarão isso. Penso que isso enviaria uma mensagem forte, um sinal forte. Mas, claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender”, reiterou Blinken.

A decisão dos EUA de apresentar a resolução no Conselho de Segurança da ONU reflete um posicionamento que vem sendo discutido desde fevereiro. Vale ressaltar que, historicamente, os Estados Unidos têm sido um firme aliado de Israel e já vetaram resoluções anteriores na ONU que pediam o cessar-fogo na Faixa de Gaza, incluindo uma proposta do Brasil.

Nos últimos meses, houve uma mudança perceptível no tom adotado pelos EUA em relação ao conflito. O presidente Joe Biden expressou preocupação com a postura do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que suas ações estavam “prejudicando mais do que ajudando” o país. Biden destacou a importância de Netanyahu considerar as vidas inocentes afetadas pelo conflito, sem, no entanto, indicar uma redução na ajuda militar dos EUA a Israel.

Brasil lidera campanha pela admissão do Estado Palestino na ONU

Lula se encontra com primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, na capital da Etiópia | Foto: Ricardo Stuckert

Repórter Brasil com Ministério das Relações Exteriores – O Brasil assume um papel crucial na defesa dos direitos e na busca por uma solução pacífica no conflito israelo-palestino, liderando uma campanha para a admissão do Estado Palestino como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU). O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou em Ramallah, na Cisjordânia, neste domingo (17/mar), em um gesto significativo de apoio à causa palestina e repúdio à crise humanitária em Gaza, desencadeada pelos ataques militares israelenses.

Ao lado do chanceler palestino Riyad Al Maliki, Vieira firmou um acordo de cooperação, comprometendo-se o Brasil a liderar a iniciativa pela admissão da Palestina na ONU. Essa ação visa não apenas a ampliar a representatividade e os direitos do povo palestino no cenário internacional, mas também a fortalecer os esforços em direção a uma solução duradoura e pacífica para o conflito na região.

Durante seu discurso em Ramallah, Vieira enfatizou o compromisso do Brasil com os direitos humanos e a justiça internacional, condenando veementemente os ataques que têm afetado gravemente a população civil em Gaza. Ele destacou a importância de garantir acesso a alimentos, água, assistência médica e proteção para os mais vulneráveis, sublinhando a ilegalidade e imoralidade de tais ações.

Ao lado do chanceler palestino Riyad Al Maliki, Mauro Vieira enfatizou o compromisso do Brasil com os direitos humanos e a justiça internacional, condenando os ataques que têm afetado gravemente a população civil em Gaza

É ilegal e imoral retirar o acesso das pessoas à comida e à água. É ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, afirmou Vieira durante seu discurso em Ramallah, ressaltando o compromisso do Brasil com os direitos humanos e a justiça internacional.

Além do engajamento político, o Brasil também reforçou seu apoio financeiro à Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), com uma contribuição anual de US$ 75 mil. Embora simbólica diante das urgentes necessidades em Gaza, essa medida demonstra o comprometimento do Brasil em auxiliar os esforços humanitários na região.

A viagem de Mauro Vieira ao Oriente Médio, que inclui paradas na Jordânia, Líbano e Arábia Saudita, sinaliza a busca do Brasil por um papel ativo e construtivo na resolução dos conflitos na região. Notavelmente ausente do itinerário está Israel, que anteriormente declarou o presidente Lula como “persona non grata” devido à posição brasileira contrária aos ataques do Estado de Israel contra civis palestinos.

FAB inicia missão para repatriar brasileiros de Israel e Palestina

Airbus A330-200 com capacidade para 230 passageiros já está em Roma

O primeiro dos seis aviões que o governo brasileiro mobilizou para repatriar cidadãos brasileiros que tentam sair da Palestina ou de Israel devido ao conflito iniciado no fim de semana já está em Roma, na Itália.

A aeronave, um Airbus A330-200 convertido em um KC-30 com capacidade para 230 passageiros, pousou na capital italiana às 7h50 (horário local, 2h50 no horário de Brasília) desta segunda-feira (9), após um voo de 9 horas de duração a partir de Natal, de onde o avião decolou na tarde deste domingo (8).

A expectativa da Força Aérea Brasileira (FAB) é que o avião siga da Itália para Tel Aviv, em Israel, até esta terça-feira (10), a fim de embarcar o primeiro grupo de brasileiros dispostos a retornar ao Brasil.

Um segundo KC-30 e dois KC-390, com capacidade para 80 passageiros cada, além de duas aeronaves da Presidência da República, com capacidade para transportar até 40 passageiros cada uma, estão preparadas para participar da repatriação dos brasileiros. Segundo a FAb, o segundo KC-30 parte ainda nesta segunda-feira, às 16h, para Roma.

O Itamaraty estima que ao menos 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e outros 60 em Ascalão e em localidades na zona de conflito. Já em Israel, a embaixada brasileira já tinha reunido, até este domingo, informações de cerca de 1 mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém interessados em voltar ao Brasil. A maioria é de turistas que estão em Israel.

Nos últimos anos, as Forças Armadas realizaram quatro operações de repatriação, por ar e por terra, na Turquia, na Ucrânia, na China e na Bolívia, com cinco aeronaves e 30 viaturas, que resultaram no resgate de, aproximadamente, 6.600 pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.