PF investiga desvio de emendas parlamentares em 40 inquéritos, acendendo alerta no congresso

Polícia Federal apura irregularidades em repasses de emendas, com foco em desvios em municípios e suposta “comercialização” no Maranhão.

Retomada dos trabalhos no Congresso reacende a discussão sobre emendas parlamentares, enquanto PF intensifica investigações para garantir a correta aplicação dos recursos públicos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) deflagrou uma ampla operação de investigação sobre o desvio de emendas parlamentares, instaurando ao menos 40 inquéritos em Brasília e nos estados. Com a retomada das atividades no Congresso Nacional, a destinação desses recursos públicos volta ao centro do debate, especialmente diante das suspeitas de irregularidades nos repasses.

As investigações, conduzidas pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor) e pelas superintendências estaduais da PF, visam apurar possíveis desvios de recursos em municípios beneficiados pelas emendas. O número de inquéritos pode aumentar com o surgimento de novas frentes de apuração a partir das investigações em curso.

Em Brasília, o foco central é o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares pela Câmara dos Deputados e uma suposta manobra do então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A investigação foi aberta por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que suspendeu os repasses e ordenou a instauração do inquérito em dezembro do ano passado. Parlamentares, como o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), foram convocados a depor.

Outra linha de investigação mira um esquema de “comercialização” de emendas no Maranhão, onde ao menos R$ 7 milhões teriam sido negociados irregularmente por três políticos do PL. O caso já resultou em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e formação de maioria no STF para transformar os envolvidos em réus. As provas obtidas no Maranhão levaram à abertura de nova apuração no Tocantins, envolvendo um senador suspeito de desviar verbas de emendas parlamentares.

Apesar da amplitude das investigações, a PF ressalta que o objetivo não é “criminalizar as emendas”, mas assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma transparente e correta.

A polêmica sobre a liberação de emendas ganhou destaque em dezembro de 2022, quando o STF declarou inconstitucionais as chamadas emendas RP8 e RP9. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou uma resolução alterando as regras de distribuição de recursos por meio das emendas de relator, buscando se adequar ao entendimento da Corte.

Em fevereiro, o ministro Flávio Dino homologou o plano de trabalho elaborado pelo Congresso, que prevê a identificação dos parlamentares responsáveis pelas emendas e dos destinatários dos repasses. A decisão também resultou na liberação dos pagamentos de emendas suspensas nos últimos anos, incluindo as deste ano.

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Lindbergh Farias protocola série de denúncias contra Michelle Bolsonaro

Líder do PT na Câmara acusa ex-primeira-dama de irregularidades no programa Pátria Voluntária e desvio de recursos; defesa de Michelle classifica denúncias como “requentadas” e “mentirosas”

Caso de Política com Poder 360 – O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou cinco requerimentos em diferentes órgãos do governo federal contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As acusações envolvem supostas irregularidades no programa Pátria Voluntária e desvio de recursos públicos. Os documentos foram enviados à Casa Civil, Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF).

Detalhamento dos requerimentos

Na Casa Civil, Lindbergh busca informações sobre as viagens de Michelle, seus familiares, assessores e servidores nomeados no programa Pátria Voluntária, além de questionar o andamento de um procedimento administrativo instaurado por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o mesmo programa. O TCU apontou a necessidade de maior transparência nas informações do programa, que foi extinto no governo Lula.

À CGU, o líder do PT pede informações sobre um processo administrativo contra a empresa Cedro do Líbano, que teria feito transferências bancárias para um ex-ajudante de ordens da Presidência, com suspeitas de que os recursos foram usados para pagar despesas de um cartão de crédito utilizado por Michelle.

Já à PF, Lindbergh solicita a divulgação de informações sobre suposto desvio de recursos públicos para beneficiar Michelle, com base em quebras de sigilo telefônico do tenente-coronel Mauro Cid. Ao MPF, o petista pede a abertura de um procedimento investigatório criminal contra a ex-primeira-dama.

Íntegra dos documentos

Contraponto

Em nota, a assessoria de comunicação do PL Mulher classificou as denúncias como “requentadas” e “mentirosas”, acusando o PT de tentar desviar a atenção dos “recentes escândalos do governo petista”. A nota cita a alta no preço dos alimentos e da gasolina, além dos gastos da primeira-dama Janja da Silva.

Eis a íntegra:

Nota de repúdio

A Assessoria de Comunicação do PL Mulher, vem por meio desta manifestar repúdio e ressaltar alguns pontos em relação aos mais recentes ataques desferidos e/ou patrocinados pela extrema-esquerda petista como resultado do evidente desespero dos integrantes da sigla (PT) diante do aumento – não só dos preços dos alimentos – mas também da taxa de rejeição ao governo e ao próprio presidente Lula em todo Brasil.

O líder do PT na Câmara, que foi apelidado de “Lindinho” na lista de propinas da Odebrecht e cujo passado não “cheira” nada bem, requentou uma série de denúncias mentirosas a respeito de supostos gastos irregulares na gestão Bolsonaro que teriam, segundo ele, sido feitos pela ex-primeira-dama. Isso constitui uma louca tentativa de fazer desviar os olhos da população dos recentes escândalos do governo petista, da alta dos preços dos alimentos e da gasolina, bem como das gafes e gastos da atual primeira-dama (Janja).

Esses ataques fazem parte da velha estratégia dos militantes do partido de “assassinar reputações”[1] daqueles que representam uma ameaça aos seus projetos de poder e de dominação do povo por meio do seu empobrecimento. Os resultados das últimas pesquisas apontaram que na próxima eleição Lula perderá para Bolsonaro ou para Michelle Bolsonaro. Bastou isso para que a “metralhadora de mentiras” do PT entrasse em ação e disparasse contra a Presidente do PL Mulher e, já que não possuem nada novo, o “Lindinho” resolveu requentar investigações com o único intuito de tentar adiar a inevitável derrota.

As “pessoas amantes” dessa velha estratégia do PT estão cientes daquilo que precisam encobrir com essas falsas denúncias para que o fiasco do governo não seja ainda maior. Eles querem esconder que:

“– Lula traiu o povo!

“– o preço do ovo subiu mais de 40%. O cafezinho pode chegar a custar R$ 100/kg;

“– a picanha e a cervejinha não foram entregues como prometido;

“– os impostos estão massacrando o brasileiro, em especial os mais pobres. Nem as blusinhas da Shein escaparam das taxas, mesmo com a promessa de que isso não aconteceria;

“– a preparação (fracassada) para vasculharem as movimentações bancárias via PIX das pessoas de bem (enquanto traficantes e corruptos operam livremente). Essa violência contra o povo só não aconteceu porque a Direita não permitiu;

“– a demissão de mais uma mulher (Ministra) que foi, covardemente, exposta à fritura pública e, em seguida, trocada por mais um homem.

“– os gastos com luxos e viagens da Janja;

“– o recorde no número de mortos por dengue e o desperdício de vacinas e remédios em meio a uma grave crise financeira no país.

Enfim, é para esconder esses e tantos outros problemas do governo Lula que surgem esses ataques covardes, que contam com o apoio de uma mídia, aparentemente, comprada com o dinheiro do povo por meio de verbas de publicidade. É fácil identificar o método usado pelo PT para divulgar essas mentiras utilizando veículos que são “puxadinhos” do partido.

Eles sempre seguem o mesmo caminho que, coincidentemente, envolve os mesmos veículos, os quais recebem verbas consideráveis do governo. Veículos com muito mais audiência e bem mais relevantes, mas que criticam o governo, recebem menos do que os “puxadinhos petistas”. Pediremos aos nossos Deputados que investiguem os valores e os critérios eventualmente utilizados pela SECOM e pelas estatais para distribuição de verbas para esses veículos. Aqueles que fazem o mal, sempre deixam uma “carreirinha” de pistas que acabem revelando os seus crimes.

Por último, está claro que essa é apenas mais uma de tantas outras falsas denúncias que o PT e seus aliados estão acostumados a fazer contra a família Bolsonaro. E, assim como tem ocorrido com todas as mentiras levantadas contra Michelle e sua família, desde antes da eleição de Bolsonaro, uma a uma, elas vão caindo por terra, pois a verdade sempre prevalecerá.

Esses ataques apenas fortalecerão a nossa vitória em 2026!

[1] Vide livro Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado. Romeu Tuma Jr.

Assessoria de Comunicação do PL Mulher”

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Caso seja condenado, quais os privilégios que Bolsonaro terá se ficar preso no Exército

Ex-presidente poderá cumprir pena em unidade militar caso seja condenado, mas discussões geram controvérsia sobre riscos e condições

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A possibilidade de Jair Bolsonaro (PL) cumprir pena em uma unidade militar, caso seja condenado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela tentativa de golpe de Estado, gerou uma série de discussões no Exército. De acordo com matéria publicada pelo Diário do Centro do Mundo e informações da Folha de S.Paulo, generais do Exército analisam a possibilidade de conceder ao ex-presidente privilégios de ex-chefe de Estado em uma eventual prisão.

Por ser capitão reformado, Bolsonaro teria direito a cumprir pena em instalações militares, um benefício garantido pela legislação. A avaliação de interlocutores do comandante da Força, general Tomás Paiva, aponta que, caso o ex-presidente seja condenado, ele poderia ser detido em condições menos severas, em razão de suas prerrogativas como ex-mandatário do país. Um dos locais cogitados seria a adaptação de um espaço no Comando Militar do Planalto, em Brasília, para criar uma prisão especial para Bolsonaro.

No entanto, esses cenários ainda são tratados como hipóteses. Generais enfatizam que as discussões só se tornarão concretas caso Bolsonaro seja efetivamente condenado. Além disso, o STF teria a responsabilidade de decidir sobre a concessão de prisão especial, à semelhança de outros ex-presidentes que cumpriram pena em condições diferenciadas. Casos de ex-presidentes como Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB) servem como precedentes, onde ambos cumpriram pena em instalações com melhores condições do que os detidos em regime comum.

No Código Penal Militar, ex-presidentes têm o direito de cumprir pena em salas de Estado-Maior, locais reservados para autoridades de alto escalão das Forças Armadas. Esta sala é caracterizada por condições adequadas ao status da função desempenhada, com um ambiente que reflete o caráter dos cargos exercidos. Embora a legislação não mencione explicitamente ex-presidentes, a interpretação majoritária é que o benefício da prisão especial se estende a eles, já que foram chefes das Forças Armadas durante seus mandatos.

No entanto, há também argumentos contrários a essa ideia. Alguns generais temem que, ao ser preso em uma unidade militar, Bolsonaro poderia continuar mantendo contato com militares, o que poderia gerar um risco de instabilidade no cenário político. Para evitar tal risco, a recomendação de alguns oficiais é que o ex-presidente seja mantido em uma unidade da Polícia Federal, onde o contato com militares seria mais controlado.

Essa situação de Bolsonaro é vista de forma diferente das de outros oficiais-generais também denunciados pela PGR, como Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Estevam Theophilo. Para esses militares, caso sejam condenados, as prisões seguirão o protocolo habitual das Forças Armadas, com a separação de uma sala de Estado-Maior para cada um. No entanto, é importante destacar que, caso algum desses militares tenha suas patentes cassadas pelo Superior Tribunal Militar (STM), perderiam o direito de cumprir pena em uma unidade militar, sendo considerados indignos do oficialato.

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Operação EmendaFest da PF investiga desvio de emendas e mira deputado do PDT

PF cumpre mandados em cinco cidades gaúchas e em Brasília; investigação apura repasses ao Hospital Ana Nery e pagamentos a lobista

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação EmendaFest para apurar desvios de recursos públicos por meio de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Estrela, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Lajeado e Brasília. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino e tem como foco emendas do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS).

Durante as diligências, os agentes localizaram cerca de R$ 350 mil em dinheiro e dois celulares ocultados no forro de um escritório. A investigação revelou um contrato que previa uma “contrapartida” de 6% dos valores captados para emendas, supostamente intermediado por Cliver André Fiegenbaum, apontado como lobista. O documento indicava que os pagamentos seriam feitos em até 30 dias após o recebimento dos recursos pela entidade beneficiária.

Fiegenbaum mantinha relação próxima com Lino Rogério, então secretário parlamentar de Motta. Conversas extraídas do celular do lobista sugerem que ele intermediava a destinação de emendas em troca de vantagens indevidas. No aparelho, também foram encontradas três notas fiscais de serviço que somam R$ 509,4 mil, emitidas pelo hospital entre julho de 2023 e fevereiro de 2024, com a descrição “referente captação de recursos através de indicações de emendas parlamentares”.

As investigações apontam que, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, três emendas parlamentares de Motta destinaram aproximadamente R$ 1 milhão ao hospital. Em um dos áudios recuperados pela PF, Fiegenbaum menciona pagamentos e reforça a continuidade dos repasses:

“Os pequenos eu posso complementar e botar mais 10 em cima. Pra tu confiar na parceria e eu quero continuar com a tua parceria ano que vem”.

Funcionários do hospital também são suspeitos de atuar na intermediação desses recursos em troca de vantagens financeiras. Embora o deputado não tenha sido alvo direto das buscas, o ministro Dino considerou que a investigação deve permanecer sob a competência do STF por envolver verbas federais destinadas por um parlamentar.

A assessoria de Afonso Motta afirmou que ele ainda não teve acesso aos autos da investigação e que não houve mandado de busca e apreensão em seu nome ou em seu gabinete. Informou ainda que o secretário parlamentar investigado foi exonerado.

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Aliados preveem Bolsonaro condenado até o fim do ano e descartam anistia no STF

Defesa do ex-presidente aposta em manobras políticas, mas julgamento pode ser acelerado para evitar impacto nas eleições de 2026

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Aliados de Jair Bolsonaro (PL) projetam que o Supremo Tribunal Federal (STF) busque uma condenação do ex-presidente até dezembro deste ano, impedindo que o caso se estenda para o período eleitoral de 2026. A estimativa leva em conta o ritmo dos julgamentos recentes da Corte e a pressão para que a decisão não interfira na disputa presidencial.

Bolsonaro foi indiciado em novembro do ano passado pela Polícia Federal sob acusações de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, crimes que podem levar a uma pena de até 28 anos de prisão. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa o relatório final da investigação e deve apresentar a denúncia formal ainda em fevereiro.

A partir da acusação, o processo avançará para a Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, que avaliará se há elementos suficientes para a abertura de uma ação penal. A expectativa nos bastidores é de que a denúncia seja aceita por unanimidade. Se o cronograma for seguido conforme as projeções dos aliados mais cautelosos do ex-presidente, o julgamento poderá ocorrer entre outubro e dezembro de 2025, com possibilidade de Bolsonaro recorrer antes de uma eventual ordem de prisão.

Apesar das movimentações no Congresso para aprovar um projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, a proposta não deve prosperar. Mesmo que avance entre parlamentares alinhados a Bolsonaro, a avaliação interna do grupo é que o STF derrubaria a medida rapidamente. “A anistia não sobrevive 15 dias no Supremo”, admitiu um interlocutor bolsonarista.

Diante desse cenário, aliados do ex-presidente apostam em estratégias para adiar ao máximo o desfecho do caso. No entanto, a avaliação predominante entre juristas é de que, caso a condenação ocorra, o STF poderá impor restrições imediatas, impactando diretamente o futuro político de Bolsonaro.

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União Brasil celebra manutenção de Nunes Marques na relatoria da Overclean

Decisão de Barroso frustra PF e mantém investigação sobre desvios na Bahia com ministro nomeado por Bolsonaro

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Caciques do União Brasil comemoraram a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que manteve com o ministro Nunes Marques a relatoria da Operação Overclean. A investigação apura desvios de verbas de emendas parlamentares na Bahia e irregularidades em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com um prejuízo estimado de R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos.

A Polícia Federal havia solicitado a redistribuição do caso para o ministro Flávio Dino, que conduz investigações sobre o uso de emendas parlamentares. No entanto, Barroso rejeitou o pedido, alegando que não há conexão direta entre os casos e que a relatoria deve permanecer com Nunes Marques, sorteado inicialmente para o processo. A decisão foi respaldada por pareceres técnicos da Secretaria Judiciária do STF e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a livre distribuição da ação.

A investigação foi remetida ao STF após suspeitas recaírem sobre um deputado federal, garantindo-lhe prerrogativa de foro. A operação já identificou um sofisticado esquema de corrupção, no qual empresas de fachada e laranjas eram utilizadas para fraudar contratos públicos e lavar dinheiro oriundo de emendas parlamentares e convênios. Em 2024, suspeitos do esquema movimentaram R$ 825 milhões apenas em contratos firmados com órgãos públicos.

Entre os principais alvos da investigação estão políticos e empresários que operavam o esquema de desvios. Os empresários Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente são apontados como articuladores do esquema, juntamente com José Marcos de Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”. Empresário do ramo de limpeza urbana, Moura operava contratos em 17 estados e fazia parte do diretório e da executiva nacional do União Brasil, partido liderado por ACM Neto. Registros mostram que ele esteve na Câmara dos Deputados ao menos 27 vezes em dois anos, participando de reuniões na liderança da sigla.

Além de Moura, no setor público a PF mira Lucas Lobão, ex-coordenador do DNOCS na Bahia durante o governo Bolsonaro, e Rafael Guimarães de Carvalho, atual coordenador do órgão no estado, acusado de favorecer empresas em contratos superfaturados. Também estão sob investigação Francisquinho Nascimento, vereador de Campo Formoso e primo do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil), e Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação de Salvador.

Durante as diligências, foram apreendidos mais de R$ 3 milhões em espécie, 23 carros de luxo, três barcos, três aeronaves, seis imóveis de alto padrão, além de relógios e joias. Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.

Diante do avanço da investigação, a cúpula do União Brasil discute a possível expulsão de José Marcos de Moura do partido, na tentativa de se desvincular do escândalo. O desfecho da disputa judicial gerou reações políticas, sobretudo entre lideranças da sigla, que viram na manutenção de Nunes Marques um alívio. O ministro, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tem sido alvo de críticas por decisões alinhadas à ala conservadora e por posições que, em alguns casos, beneficiam investigados ligados ao centrão.

Nos bastidores, a decisão de Barroso é interpretada como um revés para a PF, que esperava ampliar o escopo das investigações sob a condução de Dino. A Operação Overclean segue em andamento, com desdobramentos que podem atingir novas figuras políticas ligadas ao esquema.

Leia a íntegra da decisão.

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PF encontra contrato de reforma de casa de Angra 9 vezes mais caro que valor declarado por Bolsonaro

Documento apreendido aponta obra de R$ 900 mil em imóvel avaliado em R$ 98.500 à Justiça Eleitoral

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) apreendeu um contrato de R$ 900 mil referente à reforma da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O documento foi localizado no escritório do Partido Liberal (PL), em Brasília, durante operação de busca e apreensão no âmbito do inquérito que investiga tentativas de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições de 2022. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Reforma milionária e valor declarado

Datado de 11 de outubro de 2023, o contrato foi anexado às investigações. O imóvel, declarado por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como tendo valor de R$ 98.500 nas eleições de 2022, teria recebido reformas que custariam quase nove vezes mais que esse valor.

Chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, a residência estava avaliada em R$ 98.500”, afirmou o relatório da PF.

De acordo com uma corretora consultada por O Globo, o imóvel, considerando sua localização e características, tem um valor de mercado estimado em cerca de R$ 2,5 milhões.

Detalhes do contrato e da obra

Embora o contrato não tenha sido assinado por Bolsonaro nem pela empresa responsável, ele especifica o custo de R$ 900 mil para mão de obra e materiais, com pagamento em cinco parcelas. A entrada, correspondente a 30% do valor total (R$ 270 mil), seria seguida por pagamentos escalonados durante 100 dias úteis, prazo estipulado para conclusão da obra.

Vídeos divulgados por Bolsonaro e seus aliados mostram alterações na propriedade, como a troca de janelas de madeira por blindex, substituição de pisos, instalação de novos portões e construção de uma área de churrasqueira.

Contexto das investigações

A apreensão integra o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. A PF apura se o imóvel foi utilizado para ocultação de despesas ou como parte de um esquema maior envolvendo recursos financeiros não declarados.

Os novos elementos reforçam os questionamentos sobre a compatibilidade entre os bens do ex-presidente e seu patrimônio declarado, ampliando o escopo das investigações.

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Fotos comprometedoras? PF encontra homem-bomba do STF ao lado de Eduardo Bolsonaro

Imagens e mensagens intensificam suspeitas sobre vínculos do autor do atentado com figuras públicas. Coincidência ou algo mais?

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A investigação da Polícia Federal (PF) sobre Francisco Wanderley Luiz, o “Tiu França”, autor do atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF), ganha novos contornos com a descoberta de fotografias que podem complicar o cenário. Entre as imagens encontradas no celular de Francisco, ele aparece ao lado de políticos e militares, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

As fotografias foram anexadas ao inquérito que apura as motivações e possíveis conexões do atentado. A PF também analisa mais de 2 mil mensagens de áudio enviadas por Francisco para determinar se ele agiu isoladamente ou sob orientação ou apoio de terceiros.

Os investigadores aprofundam as apurações para compreender se houve incentivo à radicalização de Francisco. Segundo informações divulgadas pela colunista Bela Megale, de O Globo, o foco é identificar elementos que possam ligar o autor a movimentos ideológicos ou a pessoas que tenham contribuído direta ou indiretamente para o ataque.

As descobertas levantam questionamentos sobre os vínculos do homem-bomba com lideranças políticas e sobre a influência de discursos extremistas que têm ganhado espaço em determinados grupos. Coincidência ou sintoma de algo maior, a investigação avança para responder se as imagens e mensagens indicam mais do que meros encontros casuais.

Em tempos de polarização, o acaso tem poucas respostas e muitas suspeitas.

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Tentativa de golpe: nova operação da PF complica ainda mais Bolsonaro

Prisões e evidências reforçam suspeitas sobre plano articulado de ruptura democrática

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19), que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal, complica ainda mais a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. As novas revelações enfraquecem a tese de que a “minuta golpista” seria um ato isolado, apontando para uma articulação estruturada que visava romper a ordem democrática.

De acordo com apuração da Veja, uma alta autoridade do Poder Judiciário afirmou que os elementos descobertos pela operação fortalecem a suspeita de um plano coordenado. A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação, cita explicitamente Bolsonaro, alegando que ele “aceitou o assessoramento” dos militares presos e chegou a revisar e “enxugar” o conteúdo da minuta golpista.

As evidências recentes configuram um quadro ainda mais grave para o ex-presidente. A minuta agora é vista como parte de uma tentativa mais ampla de manipular as instituições democráticas. Moraes destacou na decisão que as novas informações apontam para uma estratégia deliberada de desestabilização, na qual Bolsonaro teria um papel ativo.

Com o relatório final da PF em andamento, a expectativa é de que o documento recomende o indiciamento do ex-presidente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) terá a responsabilidade de decidir entre apresentar denúncia, solicitar novas diligências ou arquivar o caso.

Esses desdobramentos não apenas reforçam as suspeitas já existentes, mas também colocam Bolsonaro em uma posição de maior fragilidade perante a Justiça. A cada nova revelação, as dúvidas sobre sua responsabilidade direta na tentativa de golpe se transformam em acusações mais concretas, complicando ainda mais sua situação e levantando questionamentos sobre a gravidade das ações e omissões no episódio que marcou a democracia brasileira.

Quatro linhas é o car@lh*’, ‘como em 64’, ‘vamos pro vale tudo’: mensagens obtidas pela PF escancaram golpismo entre militares

Mensagens foram obtidas em dispositivos de Mario Fernandes, general da reserva e ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro

A prisão do general da reserva Mario Fernandes, acusado de participar de um plano golpista para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, escancarou a rede de conspiradores dentro e fora das Forças Armadas. Fernandes foi detido nesta terça-feira (19) no Rio de Janeiro, e as investigações da Polícia Federal (PF) indicam que ele desempenhou um papel central nas articulações antidemocráticas que se intensificaram após o segundo turno das eleições de 2022, relata o UOL.

As mensagens e documentos apreendidos nos dispositivos eletrônicos do general escancaram o nível de radicalismo de Fernandes, que chegou a propor uma minuta para a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, a ser instaurado após os assassinatos planejados. Além disso, ele teria mantido contato com lideranças de acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais e trocado mensagens com aliados para propagar fake news e incitar ações antidemocráticas.

A radicalização e a retórica de confronto – Um dos diálogos obtidos pela PF contém mensagens que explicitam o tom radical de Fernandes e aliados, como a frase: “Quatro linhas é o car@lh*”, em referência à expressão utilizada por Bolsonaro de que tudo que seu governo fazia estaria ‘dentro das quatro linhas da Constituição’. Outro trecho, destacado pelos investigadores, mostra o general discutindo com seus interlocutores a necessidade de uma postura “como em 64”, numa clara alusão ao golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil em 1964.

A retórica de confronto também aparece em áudios onde Fernandes e outros envolvidos falam em “vale tudo” para justificar os atos planejados. Segundo a PF, essas declarações foram usadas para incitar apoiadores e preparar um ambiente propício ao golpe.

Conexões com acampamentos golpistas – Fernandes desempenhou um papel ativo na organização de acampamentos em frente a quartéis-generais, sendo um elo entre manifestantes e lideranças militares. Ele mantinha diálogo com figuras como o casal Rodrigo Ikezili e Klio Hirano, responsáveis pela logística dos acampamentos em Brasília. Hirano, que chegou a ser presa em dezembro de 2022 após os atos de vandalismo no dia da diplomação de Lula, consultava Fernandes sobre questões práticas, como a entrada de tendas e a realização de churrascos nos acampamentos.

Fotos do general nesses acampamentos e mensagens que indicam sua coordenação direta com líderes desses movimentos foram anexadas ao relatório da PF enviado ao STF, reforçando sua atuação no núcleo estratégico das ações golpistas.

“Guerra informal” – A investigação também destaca o uso da estratégia dos “kids pretos”, um grupo militar de elite especializado em insurgências e “guerra informal”. Segundo a PF, essa abordagem combinava ações psicológicas e propaganda estratégica para amplificar o alcance das manifestações: “a organização criminosa investigada tinha o objetivo de incitar parcela da população ligada à direita do espectro político a resistirem à frente das instalações militares para criar o ambiente propício ao golpe de Estado. Para isso, utilizaram o modus operandi da milícia digital, para disseminar, por multicanais, fake news sobre possíveis fraudes nas eleições de 2022 e ataques sistemáticos a ministros do STF e do TSE. Esse modo de atuação foi robustecido pelo emprego de técnicas de ações psicológicas e propaganda estratégica no ambiente politicamente sensível pelo ‘kids pretos’, instigando, auxiliando e direcionando líderes das manifestações antidemocráticas conforme seus interesses”.

Interações com Mauro Cid e outros militares – As mensagens mostram que Fernandes também mantinha contato com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e atualmente delator em investigações sobre atos antidemocráticos. Em uma das conversas, Fernandes pediu a Cid que enviasse vídeos com conteúdos golpistas no mesmo dia em que Bolsonaro se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para discutir uma proposta de minuta golpista.

Outros diálogos incluem interações com o coronel Reginaldo Vieira de Abreu e Hélio Osório Coelho, que também conspiravam sobre a suposta fraude nas eleições e ações coordenadas com lideranças religiosas para reforçar as manifestações.

Próximos passos – A operação que resultou na prisão de Fernandes e outros militares busca desmantelar a rede de apoio ao golpismo, que envolvia desde figuras públicas até núcleos de desinformação online. As revelações aprofundam a crise de confiança nas instituições e reforçam a necessidade de responsabilização daqueles que tentaram subverter a ordem democrática.

As provas coletadas pela PF deixam clara a extensão das ações golpistas, expondo a rede de conexões e os métodos empregados para desestabilizar o regime democrático no Brasil. O caso segue em investigação, e novas operações não estão descartadas.

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Coach dos bitcoins preso por desviar r$ 260 milhões usava religião para atrair vítimas

O suposto empresário explorava discurso religioso para angariar confiança em esquema fraudulento com criptomoedas

Caso de Política | Luís carlos Nunes – Rodrigo dos Reis, conhecido como Coach dos Bitcoins, foi preso nesta quinta-feira (7) em São Paulo, acusado de lesar mais de 10 mil pessoas em um esquema financeiro que desviou R$ 260 milhões. Apontado pela Polícia Federal (PF) como membro de uma organização criminosa que cometeu fraudes contra o Sistema Financeiro Nacional, Reis teria utilizado discursos religiosos para conquistar a confiança das vítimas, prometendo ganhos elevados em investimentos de criptomoedas.

A operação, batizada de “Profeta,” mobilizou mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nas cidades de Guarulhos, Cajamar, Salto e Barueri, no estado de São Paulo, e no Rio de Janeiro. Além das detenções e apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de bens e ativos no valor de R$ 262,8 milhões, em uma tentativa de restituir as perdas das vítimas.

O caso veio à tona após denúncias de investidores que alegaram ter sido lesados por uma empresa de consultoria em investimentos em criptomoedas, supostamente liderada por Reis. A investigação revela que os recursos aplicados eram transferidos para contas no exterior através de criptomoedas, sem o conhecimento dos investidores, o que configura evasão de divisas.

A PF informa que Reis, fundador da empresa RR Consultoria, recorria a elementos de fé para construir sua imagem de credibilidade e atrair investidores. Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, ele mistura louvor e promessas de sucesso financeiro, destacando-se por frases que associam o crescimento de seu negócio ao “amor de Deus” e à “direção divina”:

Isso que está acontecendo não é porque nós somos excelentes. Nós somos ousados. O amor de Deus se aperfeiçoa nas nossas fraquezas e tem nos conduzido no crescimento de nosso negócio. Tudo isso que está acontecendo é porque a gente entende quem é que nos dá direção, o sustento, as estratégias. E é por isso que a gente sempre coloca o nome de Deus em tudo o que a gente faz”, declarou Reis em uma de suas gravações.

Além da apropriação indevida de valores, Rodrigo dos Reis é investigado por diversos outros crimes, incluindo negociação de valores mobiliários sem o devido registro, operação de instituição financeira sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional. A PF segue com as investigações para identificar possíveis cúmplices e mapear o fluxo de recursos desviados.

A prisão do Coach dos Bitcoins é mais um capítulo na luta das autoridades brasileiras contra fraudes no setor de criptomoedas, que têm se multiplicado à medida que mais investidores buscam oportunidades nesse mercado.

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