Time de Israel canta nos estádios “Somos o time mais racista do país” e “Morte aos árabes”

DCM – Nas ruas de Amsterdã, capital da Holanda, uma cena degradante ocorreu 07 de novembro entre torcedores do Maccabi Tel Aviv, de Israel, e do Ajax, válido pela Liga Europa.

Ao menos cinco pessoas tiveram que ser hospitalizadas, enquanto 62 acabaram atrás das grades. O governo de Israel enviou dois aviões para buscar os torcedores do Maccabi.

Tudo começou com a provocação dos apoiadores do Maccabi. Não satisfeitos em apenas assistir ao jogo, eles decidiram dar um show extra atacando um táxi e queimando uma bandeira palestina, conforme relatou o chefe de polícia de Amsterdã, Peter Holla.

E não parou por aí: também resolveram desfilar pelas ruas cantando louvores aos ataques de Israel na Faixa de Gaza e arrancaram uma bandeira palestina de uma casa.

Em Israel, o racismo é parte do futebol. O Beitar Jerusalem, um clube com um histórico de seis títulos nacionais, é o maior exemplo dessa tendência. Apesar dos esforços de diversos proprietários e presidentes para limpar a imagem do clube, o racismo é um adversário difícil de derrotar.

Aviram Bruchian, ex-capitão do Beitar e sobrinho de uma lenda do clube, expressou sua vontade de jogar ao lado de um jogador árabe. Foi rapidamente chamado para uma “reunião de emergência” com La Familia, o grupo de torcedores de extrema-direita do clube.

No dia seguinte, ele teve que pedir desculpas e reafirmar seu compromisso com a torcida, dizendo que se eles não querem um jogador árabe, então não haverá nenhum.

O Beitar foi originalmente formado como um clube de um movimento de direita liberal durante os anos do Mandato Britânico e tinha uma relação até amigável com clubes árabes.

David Frenkiel, responsável pelo primeiro site da Beitar e escritor na revista esportiva Shem Hamisehak, observou que a onda anti-árabe começou na segunda metade dos anos 90. Ele descreve a situação como um efeito cascata de provocações que cresceram porque ninguém queria realmente enfrentar os racistas na arquibancada.

Um dos gritos de guerra é uma ode ao “time mais racista de Israel”. Eles cantam “Morte aos Árabes” sob o lema “Para Sempre Puro” numa faixa. A letra diz o seguinte:

As estrelas no céu são testemunhas / Do racismo que é como um sonho / O mundo inteiro vai testemunhar / Não haverá árabes no time! / Não me importo com quantos e como serão mortos / Eliminar árabes me empolga / Menino, menina ou velho / Vou enterrar todos os árabes bem fundo no chão

O ex-presidente de Israel, Ruvi Rivlin, e o primeiro-ministro Ehud Olmert tiveram suas chances de intervir, mas optaram por não irritar seus apoiadores. Quando Benjamin Netanyahu celebrou um título do Beitar em 1998, ele ignorou os gritos de “Morte aos árabes”.

Em 2013, o clube contratou dois jogadores muçulmanos chechenos, Zaur Sadayev e Dzhabrail Kadiyev, provocando a ira dos torcedores.

Os chechenos foram hostilizados ao longo do campeonato. Depois de Sadayev marcar um gol, parte da torcida abandonou o estádio, um acontecimento inédito no mundo. Eles deixaram o Beitar e Israel ao final da temporada e retornaram para a Chechênia.

Slogan racista da extrema direita francesa choca: ‘Dar futuro às crianças brancas’

Frase prega racismo e xenofobia

Caso de Política com UOL – Recentemente, a extrema direita francesa tem provocado polêmica ao levantar questões sobre a dupla nacionalidade dos franceses e a capacidade do presidente Emmanuel Macron de liderar as Forças Armadas do país. Apesar de o cartaz polêmico na pequena região da França não ser diretamente ligado ao movimento de Le Pen, ele expõe a perda de qualquer constrangimento na divulgação de mensagens racistas.

O Partido de França, fundado por Carl Lang, ex-membro e secretário-geral do partido de Marine Le Pen, afirmou em seu site que o cartaz foi “um verdadeiro sucesso” e que “o estoque está esgotado”. O partido elogia seus ativistas por assumirem riscos para exibir slogans ofensivos e radicais em toda a França. Após a polêmica, o partido decidiu retirar o cartaz, mas promete substituí-lo por outro com um novo apelo à “remigração”, ou seja, a expulsão de estrangeiros. “Que eles regressem para a África!”, será a mensagem do novo cartaz.

Pierre-Nicolas Nups, candidato que lidera o grupo na região, assumiu a autoria da mensagem. Segundo ele, trata-se de “uma mensagem de esperança para a nossa juventude e nada mais”. Nups afirmou que qualquer interpretação diferente seria “maliciosa”. Em 2017, ele foi condenado a seis meses de prisão suspensa e cinco anos de inelegibilidade por incitação ao ódio homofóbico.

A prefeitura da cidade de Neuves-Maisons entrou com um processo por “provocação à discriminação e ao ódio”. Pascal Schneider, prefeito da cidade, declarou: “Esta não é uma manifestação política, é uma manifestação sectária, que demoniza e estigmatiza”.

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Intolerância Religiosa: MP denuncia mulher que associou tragédia no RS à “macumba”

Michele Dias Abreu é investigada pelo Ministério Público por crime de intolerância religiosa após comentários ofensivos nas redes sociais

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Michele Dias Abreu está sendo denunciada pelo Ministério Público (MP) por um grave crime de intolerância religiosa. A influenciadora digital associou a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul às religiões de matriz africana em suas redes sociais. Em uma publicação de 5 de maio, que rapidamente se tornou viral, Michele afirmou:

“O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido à ira de Deus. As pessoas estão brincando, misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém.”

De acordo com Metrópoles, a postagem de Michele gerou grande repercussão, alcançando mais de 3 milhões de visualizações. A reação negativa do público foi imediata, levando a influenciadora a privar suas redes sociais. No entanto, o dano já estava feito, e a resposta do Ministério Público foi rápida e contundente.

Repercussão e Ação do Ministério Público

A promotoria enfatizou que as declarações de Michele Dias Abreu são um exemplo claro de intolerância religiosa, um comportamento que não pode ser tolerado em uma sociedade plural e democrática. Associar uma tragédia a práticas religiosas específicas não só fomenta o preconceito como também incita o ódio contra grupos religiosos minoritários.

Impacto da Intolerância Religiosa

As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, têm uma história longa e rica no Brasil, contribuindo significativamente para a diversidade cultural do país. Infelizmente, seus praticantes ainda enfrentam discriminação e violência devido a preconceitos enraizados na sociedade. Comentários como os de Michele Dias Abreu perpetuam estigmas e fomentam um ambiente de hostilidade e exclusão.

Diversas organizações de direitos humanos e líderes religiosos condenaram as declarações de Michele.

“Essa atitude é inadmissível. Precisamos combater todas as formas de intolerância e garantir que todas as religiões sejam respeitadas,” afirmou Maria das Graças Silva, representante do Centro Nacional de Direitos Humanos.

A denúncia do Ministério Público serve como um alerta sobre a necessidade de promover a educação e a conscientização sobre a importância do respeito à diversidade religiosa. É crucial que a sociedade entenda que a liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Constituição Brasileira, e qualquer forma de discriminação baseada na crença religiosa é inaceitável.

A atitude de Michele Dias Abreu não é apenas um caso isolado de intolerância religiosa; ela reflete um problema mais amplo que ainda precisa ser resolvido na sociedade brasileira. Condenar e penalizar esses atos é um passo essencial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as pessoas possam praticar suas crenças sem medo de discriminação ou represália.

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O ressurgimento do fascismo e os desafios da atual realidade política

Por Luís Carlos Nunes – Nos últimos anos, temos testemunhado um preocupante ressurgimento do fascismo, do preconceito e do fanatismo religioso em diversas partes do mundo. Essa tendência não apenas representa uma ameaça aos valores democráticos fundamentais, mas também desafia a coesão social e o respeito pelos direitos humanos.

Na política contemporânea, vemos líderes e movimentos que exploram o medo e a divisão como estratégias para obter poder e influência. Discursos inflamados, repletos de retórica xenofóbica, racista e autoritária, são disseminados através das mídias sociais e ganham espaço em debates políticos e eleições.

Um dos principais desafios que enfrentamos é a propagação de ideologias extremistas que promovem a exclusão e a marginalização de grupos minoritários, sejam eles étnicos, religiosos, de gênero ou de orientação sexual. Esse tipo de discurso não apenas alimenta o ódio e a violência, mas também mina os fundamentos da democracia ao minar a igualdade e a liberdade de todos os cidadãos.

Além disso, o fanatismo religioso tem sido cada vez mais utilizado como uma ferramenta política, com líderes e grupos fundamentalistas buscando impor suas crenças e valores sobre a sociedade como um todo. Isso não apenas gera tensões sociais, mas também coloca em risco a liberdade religiosa e a separação entre Estado e religião, princípios fundamentais em uma sociedade democrática.

Diante desse cenário preocupante, é essencial que a sociedade civil, os líderes políticos e as instituições democráticas estejam vigilantes e atuantes na defesa dos direitos humanos, da justiça social e da diversidade. É necessário combater o discurso do ódio e da intolerância com educação, diálogo e políticas públicas inclusivas que promovam a igualdade e o respeito mútuo.

Em última análise, o ressurgimento do fascismo e do preconceito é um lembrete doloroso dos perigos do extremismo e da exclusão em uma sociedade. Devemos permanecer unidos em nossa rejeição a essas ideologias corrosivas e trabalhar juntos para construir um mundo onde todos sejam valorizados e respeitados, independentemente de sua origem, crenças ou identidade.

Agora, compartilho com vocês a tradução da maravilhosa letra “Soon da banda Yes, que nos convida para refletirmos sobre a importância de permanecermos firmes na luta por um mundo mais justo e compassivo. Há esperanças sim de um mundo melhor!

Em breve, oh, em breve a luz
Passe por dentro e acalme a noite sem fim
E espere aqui por você
Nossa razão para estar aqui

Em breve, oh, em breve chegará a hora
Tudo o que nos movemos para ganhar alcançará e acalmará
Nosso coração está aberto
Nossa razão para estar aqui

Há muito tempo atrás, comecei a rimar
Em breve, oh, em breve a luz
Nosso para moldar para sempre, nosso é o certo
O sol nos guiará
Nossa razão para estar aqui

O sol nos guiará
Nossa razão para estar aqui

Histórico: Vereador Camilo Cristófaro tem mandato cassado por racismo em São Paulo

O placar da votação foi esmagador, com 47 votos a favor da perda do mandato e 5 abstenções

Repórter ABC – A Câmara Municipal de São Paulo protagonizou um momento histórico nesta terça-feira (19), ao decidir cassar o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por quebra de decoro parlamentar, relacionada a um áudio racista que veio a público no plenário da Casa. O placar da votação foi esmagador, com 47 votos a favor da perda do mandato e 5 abstenções. Este episódio marca um precedente inédito na cidade de São Paulo, sendo a primeira vez que um vereador perde o mandato por atos de racismo.

É importante observar que a Câmara Municipal de São Paulo é composta por 55 vereadores, e, curiosamente, nem o vereador Camilo Cristófaro, alvo da ação, nem a vereadora Luana Alves (PSOL), que representou a acusação, participaram da votação. Além disso, uma vereadora, Ely Teruel (Podemos), não compareceu à sessão.

O processo de investigação contra Camilo Cristófaro teve início após o vazamento de um áudio chocante, onde o vereador fez uso de uma expressão racista durante uma sessão da CPI dos Aplicativos. Nas palavras do áudio, ele proferiu de maneira inaceitável: “Varrendo com água na calçada… é coisa de preto, né?”. Esse lamentável incidente desencadeou uma série de ações e debates, culminando na cassação do mandato do vereador.

A decisão da Câmara de São Paulo de punir de forma tão incisiva um representante público por atos de racismo sinaliza um posicionamento firme contra esse tipo de comportamento prejudicial à sociedade e ressalta a importância de preservar os valores de igualdade e respeito na esfera política. Este episódio histórico não apenas estabelece um precedente significativo na cidade, mas também envia uma mensagem clara de que a intolerância racial não será tolerada em cargos públicos.

Adrilles diz que EUA “tem cultura superior” e pode invadir e bombardear outros países (VÍDEO)

Extremista ganhou nototiedade na mídia após fazer uma saudação semelhante à praticada pelos nazistas

Repórter ABC – Adrilles Jorge, conhecido por suas declarações polêmicas e pela sua saudação que remete ao regime nazista, causou mais uma controvérsia ao defender, em um podcast com o Monark, o direito dos Estados Unidos de invadir e bombardear outros países baseado em uma suposta “cultura superior”.

O extremista sustentou sua argumentação afirmando que os estadunidenses possuem uma cultura tão elevada que justificaria a imposição de sua vontade sobre nações estrangeiras. Essa afirmação, que levanta questionamentos éticos e políticos, tem gerado intensos debates e críticas.

Adrilles Jorge tem se destacado por suas opiniões incendiárias e posturas controversas, reforçando ainda mais sua imagem de figura polarizadora. No entanto, suas declarações vêm despertando preocupação e indignação por parte da sociedade, que condena qualquer tipo de apologia à violência, imperialismo cultural e desrespeito aos direitos humanos.

É importante ressaltar que suas ideias e argumentos são amplamente rejeitados por grande parte da comunidade internacional, que valoriza o respeito à soberania dos países e a busca por soluções pacíficas para os conflitos internacionais.

A polêmica envolvendo Adrilles Jorge e suas opiniões extremistas serve como um alerta para a necessidade de promover um diálogo construtivo, baseado em princípios éticos e no respeito mútuo, para a busca de soluções para os desafios globais, sem recorrer à violência e à imposição de ideias.

Veja abaixo as falas ditas por Adrilles Jorge:

“Se tem uma superpotência econômica que está sedimentada em valores como democracia, em valores cristãos, como compaixão, misericórdia, perdão, acolhimento ao próximo, sem que tenham um autoritarismo implícito, se você tem essa democracia pujante economicamente, delicadamente pujante, que queira vender e propagar essa democracia, ainda que com, mas não ficou interesses econômicos eventualmente, eu vou torcer, eu dou, eu dou a salvaguarda dos Estados Unidos serem o xerife do mundo. Porque a maioria das culturas do mundo é uma merda. Por que a ONU é uma merda, que você concordou comigo? Porque é onde quer dar voz a todas as culturas nesse universo multicultural. Por isso que a maioria das culturas é uma merda. E aí você Scope. Não. A cultura americana tá muito. A cultura americana é melhor que a cultura do sul da Turquia. Tô lembrando aqui que obriga a mulher estuprada a casar com estuprador. Cultura americana, com sua democracia, com as suas imperfeições, é melhor que uma cultura Yanomami que enterra crianças recém-nascidas com o Sino Militar. Então, existe uma guerra e uma espécie de Darwinismo Cultural em que melhores elementos culturais vencem, e os melhores elementos culturais da nossa sociedade moderna ocidental são hoje a democracia, o cristianismo, o acolhimento, o perdão ao próximo, o próprio princípio de tolerância. Tolerância à cultura diferente, tolerância a culturas distintas, mas você não pode tolerar quem queira te destruir. Quem queira te destruir? O que acontece agora? Por que a França está uma merda? Porque eles abriram todas as portas para movimentos terroristas que odeiam e desprezam a própria cultura francesa. E hoje o francês está cheio de terroristas lá em Paris, querendo matar francês, querendo impôr, era abaixo uma cultura bárbara. E eventualmente está destruindo o própria pilar da cultura francesa por causa desse multiculturalismo absorvido pelo próprio vento da frase.”

Deputado e pastor Henrique Vieira lança livro sobre o Jesus periférico e negro

Henrique Vieira apresenta a história de Jesus como um homem negro e da periferia, questionando o embranquecimento de sua figura ao longo dos anos

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Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – No próximo dia 26 de maio, a editora Planeta lançará um livro que promete chamar a atenção de cristãos e não-cristãos. Trata-se de “O Jesus Negro: o grito antirracista da Bíblia”, escrito pelo deputado e pastor Henrique Vieira. Em uma obra que questiona a tradicional representação branca de Jesus, o autor apresenta o Messias como um homem negro e da periferia, que se identificava com as camadas mais vulneráveis da sociedade.

Em “O Jesus Negro”, Henrique Vieira faz uma análise crítica da história do cristianismo e de como a figura de Jesus foi embranquecida ao longo dos séculos, perdendo suas raízes africanas e semitas. Em uma época em que o racismo ainda é uma triste realidade em muitos países, a obra procura desafiar o status quo e repudiar a violência, o preconceito e as desigualdades sociais.

Para o autor, a história de Jesus é uma mensagem de esperança e transformação, que deve inspirar todas as pessoas que buscam um mundo mais justo e inclusivo. Em vez de uma figura distante e punitiva, Henrique Vieira destaca a proximidade e a solidariedade do Messias com os pobres e oprimidos.

Além disso, o livro propõe uma reflexão sobre a importância de uma fé que promova a igualdade e a justiça social, em contraposição a uma religião que reforça as desigualdades e a opressão. Com uma linguagem acessível e uma mensagem impactante, “O Jesus Negro: o grito antirracista da Bíblia” promete ser um livro fundamental para todos os que buscam compreender melhor a mensagem de amor e solidariedade deixada por Jesus. O lançamento da obra ocorrerá no dia 26 de maio e promete oferecer aos leitores uma nova perspectiva sobre a figura de Jesus e seu significado na luta contra o racismo.

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Policiais prendem suspeitos de integrar grupo neonazista com ligações internacionais em Santa Catarina

Investigadores apuram ligação de neonazistas com grupos internacionais em Santa Catarina, onde um jovem havia dito que todos os ‘mendigos, negros, nordestinos devem ser fuzilados’

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu novamente dez homens suspeitos de participação em um grupo neonazista interestadual com ligações internacionais no estado. A ação sigilosa dos agentes policiais ocorreu na última semana, mas foi divulgada na segunda-feira (24).

Segundo a polícia, o grupo havia sido detido em novembro de 2022, mas foi solto em março de 2023. As prisões foram realizadas em um momento em que há uma discussão em torno da criação de uma política nacional contra a violência nas escolas, especialmente após o massacre ocorrido no dia 5 de abril, em que um homem invadiu uma creche e matou quatro crianças em Blumenau (SC).

Nos últimos meses, a polícia catarinense descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil. De acordo com informações divulgadas pelo programa Fantástico, da Globo, um jovem que usava o nome Aniversário de Führer interagia no celular e disse:

“todos os mendigos negros nordestinos devem ser fuzilados”. A reportagem mostrou que o grupo tinha um plano para implantar no Brasil uma célula radical de supremacia branca.

As investigações apontaram que o grupo é adepto e integrante de uma organização skinhead neonazista transnacional. Durante a ação policial, toda a vestimenta utilizada por eles foi localizada, bem como toda a indumentária que os identifica como um grupo neonazista. O delegado Arthur de Oliveira Lopes afirmou:

“De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional”.

Os 10 homens apontados por neonazismo em Santa Catarina eram responsáveis pelo recrutamento de jovens já radicalizados, segundo a Polícia Civil.

“Eles buscavam futuros integrantes na internet ou em encontros entre células brasileiras e, depois, iniciavam o período de aprovação com os convidados”, conforme o delegado Arthur de Oliveira Lopes.

Outras pessoas também estão sendo investigadas como suspeitas de fazerem parte da organização. As prisões foram mais uma demonstração do combate da Polícia Civil de Santa Catarina contra a violência e o extremismo, especialmente após o recente massacre em uma creche no estado. A sociedade aguarda ações mais firmes das autoridades para coibir esses grupos e garantir a segurança e a proteção de todos os cidadãos.

Para Djamila Ribeiro, luta contra racismo no Brasil deve manter características do país

As palavras são importantes numa narrativa política e em estratégias de comunicação. Elas têm significados e significantes.

Para a ex-professora universitária e filósofa, Djamila Ribeiro, a luta contra o racismo no Brasil e o movimento negro só se fortalecem ao aplicar conceitos e palavras que traduzam a realidade do país.

Vítimas da Escravidão

Esta é a opinião da escritora brasileira que discursou na Assembleia Geral, em 27 de março, para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos.

Nesta entrevista à ONU News, Djamila Ribeiro, diz que no Brasil “pretos e pardos” são reconhecidos como “negros” pelo Censo do país, realizado pela Ibge, portanto uma pessoa negra de pele escura ou clara deve se definir como “negra”.

“De fato, sobretudo nas redes sociais, a gente tem escutado muito as pessoas usando este termo no Brasil. Só que o Brasil não é os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, faz sentido usar este contexto de black, light skin, dark skin. Acho que cada país tem o seu contexto, e a gente não pode negar as diferenças de cada território. No Brasil, o que foi de consenso do movimento negro é a utilização da palavra negro. Negro significa pretos e pardos. Então “pretos” está dentro da categoria negro assim como pardos. O Ibge vai entender negros como pretos e pardos. Negros são aqueles negros de pele escura, pardos são os negros de pele clara. Então, o que se decidiu entre do consenso dos movimentos negros, dos intelectuais negros, historicamente, no Brasil é o uso da palavra negro.”

“Invenção colonial”

A filósofa acredita que existem casos, especialmente para negros que vivem na Europa, onde outras nomenclaturas como “afrodescendente” costumam ser usadas. Ela diz respeitar a escolha, mas acredita que abordagem não funcionaria no Brasil por causa das marcas da história dos africanos traficados para o país durante o regime colonial e a escravidão

“Claro que a gente pode discordar, depender do contexto. Por exemplo, Grada Kilomba, que é portuguesa de origem de Cabo Verde, é minha amiga. E ela não gosta da palavra negro, porque negro, de fato, é uma invenção colonial. Ela vai usar afrodescendente.

Mas ali no contexto dela, que está na Europa, talvez ali faça sentido a utilização deste termo. E a gente não pode nunca perder isso de vista. E no Brasil, a gente ainda necessita falar disso, de negros, fazer essas diferenciações porque foi um país que negou durante muito tempo a existência do racismo. Um país, que durante muito tempo, romantizou as relações raciais no Brasil. Então, eu sempre falo para as novas gerações que a gente não pode importar determinados conceitos que não fazem sentido no nosso contexto e tem que respeitar, inclusive, o trabalho desses intelectuais e dos movimentos que entenderam um consenso porque tudo foi discutido, debatido, que essa seria a melhor forma de denominação para nós para a reivindicação de políticas públicas no país. Até porque, veja: eu sou uma mulher preta, eu sou uma negra de pele escura. Uma mulher negra, de pele clara, no Brasil, ela sofre racismo como eu. Mas a gente sofre de maneiras diferentes. A gente não pode universalizar a experiência de ser negro porque, no Brasil, essa questão do colorismo ainda é muito forte. Quanto mais claro, mais tolerado. Não é que a pessoa não vai ser discriminada.”

Sensibilidade para enfrentar preconceito

A escritora afirma ter vivido na pele várias situações de discriminação e preconceito. Para Djamila Ribeiro, o mais importante é ter sensibilidade para entender que na luta contra o racismo, a coletividade é um importante fator de sucesso no combate à discriminação.

“Todos os negros são discriminados no Brasil.  Mas a gente sabe que quanto mais escuro você é, você acaba tendo menos acesso a determinadas coisas e o tratamento a você é diferente. A gente não pode esquecer isso.

Uma mulher negra, de pele clara, ela tem que se entender como negra. Quando ela diz que é preta, ela está apagando a minha experiência que sou uma mulher de pele escura, e desde há muito tempo, na minha vida, venho passando por algumas situações por conta da minha cor de pele. Então, a gente tem que ter tudo muito claro, entender como essas coisas funcionam e não deturpar esses conceitos que são muito importantes para nós.”

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Ibge, mais de 56% da população brasileira são compostos de pessoas negras. Os dados são de 2021.

O número de pessoas que se declararam pretas ou pardas ao responder ao Censo aumentou de 2012 para 2021.