Uma singela análise de “Se eu me calasse seria muito pior”

Luís Carlos Nunes – O que dizer do que está escrito? À primeira vista, ao abrir o livro “Se eu me calasse seria muito pior” de Roberto de Sena e observar o sumário, pode-se sentir um choque inicial, como se o livro prometesse uma jornada pesada e depressiva. Contudo, para quem conhece Roberto de Sena – uma pessoa alegre, bem-educada e observadora – a verdade revelada em suas páginas é muito mais complexa.

Os títulos dos poemas, inicialmente sombrios, se transformam em portais para um universo de reflexões e desabafos. “Um ser do suicídio” parece um grito desesperado, mas rapidamente se mostra uma meditação profunda sobre a condição humana. Em “A história se repete”, vemos ciclos de vida, erros e redenções, enquanto “Entre aspas” e “Reticências” nos convidam a refletir nas pausas da narrativa.

A essência do livro está encapsulada no título “Se eu me calasse seria muito pior”, um manifesto de necessidade expressiva. Roberto de Sena nos guia por suas emoções, afirmando a importância de vocalizar suas verdades, oferecendo uma leitura que é um verdadeiro desabafo poético.

Cada poema, como “Mapa Mundi” e “Endinoitava”, explora territórios tanto geográficos quanto psicológicos, levando o leitor a uma jornada introspectiva e expansiva. Em “Pessoas e palavras” e “Adubo de sangue”, as ligações entre o humano e o verbal são intensamente exploradas, revelando o poder transformador das palavras.

“Liberdade de expressão”, “Mantra” e “Incorrigível” mostram a postura resiliente de Roberto de Sena, enquanto “Canto gregoriano sobre os buritizais” e “Oração de um peregrino desesperado” misturam o sagrado e o cotidiano, oferecendo uma perspectiva filosófica e poética. A contemporaneidade se encontra com a tradição em “Poemas para o zap” e “O coice da frase”, atualizando a poesia sem perder a profundidade.

Com “A construção do poema” e “Minha lei”, Roberto nos revela seus processos criativos e suas regras pessoais, enquanto “Versos e balas” e “Definição” refletem sobre a dualidade entre beleza e brutalidade. “Música”, “Fissura” e “A musa” são homenagens à inspiração e à vulnerabilidade humana, e “Esperança”, “Diorama” e “Em memória do meu irmão Romildo” tratam de perda e renovação.

Os títulos finais, como “Poema apenas com sinais gráficos e pontuação” e “Poema com sinal de matemática”, desafiam as formas tradicionais, enquanto “Preservei a fé” e “Tão nuvem” encerram a obra com notas de transcendência e esperança. “Epitáfio 2”, como um último suspiro, deixa uma marca duradoura, simbolizando a continuidade da vida e da arte.

Ler “Se eu me calasse seria muito pior” foi uma experiência reveladora, permitindo não apenas um mergulho nas profundezas da poesia de Roberto de Sena, mas também um vislumbre da alma de um amigo, cuja expressão é uma mistura de desabafo, reflexão e celebração da vida.

Roberto de Sena e Márcia Rasia fazem lançamento de livros na Bienal do Livro de Salvador

Caso de Política | Luís Carlos Nunes, com Mural do Oeste – Na vibrante atmosfera da Bienal do Livro 2024 em Salvador, os renomados escritores barreirenses Roberto de Sena e Márcia Rasia encantaram o público ao lançarem seus mais recentes livros de poesia. Márcia apresentou seu terceiro trabalho poético, intitulado AOS QUATRO VENTOS, enquanto Roberto cativou com seu décimo livro, cujo título provocativo é SE EU ME CALASSE SERIA MUITO PIOR. Ambos são não apenas parceiros na vida, mas também na poesia, sendo membros ativos da Academia Barreirense de Letras (ABL) e enxergam na Bienal uma oportunidade ímpar para destacar a produção literária de Barreiras, reconhecida como a Capital do Oeste Baiano.

O encontro com Oleone Coelho Fontes, uma figura de destaque na literatura baiana, foi particularmente emocionante e significativo para os escritores.

Além dos talentosos escritores, o artista plástico e escritor Inácio Cordeiro, acompanhado de sua esposa Magna Célia, participou ativamente da Bienal, contribuindo para a celebração da arte e proporcionando interações valiosas com artistas de toda a Bahia.

No momento dos lançamentos dos livros, várias personalidades barreirenses ilustres marcaram presença, incluindo a reitora da UNEB, Adriana Mármori, Tyssila Balbino (neta do ex-governador da Bahia, Antonio Balbino, único barreirense a governar o estado até hoje) e o professor da UNEB, Francisco Clayton.

Emoções e Memórias nas Palavras de Roberto de Sena:

Roberto de Sena compartilhou suas emoções ao lançar seu novo livro na presença de amigos queridos, como Ademir, professor da UNEB, e, especialmente, na companhia de sua amada filha, Maria Luiza Bittelbrunn de Sena. Ele revelou que seu livro reflete momentos de tristeza e perda ao longo do ano, mencionando o falecimento de sua tia-mãe Dona Detinha, seu pai Seu Juvenal e seu amado irmão Romildo Fernandes de Sena.

Reflexões e Metáforas em Aos Quatro Ventos por Márcia Rasia:

Márcia Rasia descreveu seu livro AOS QUATRO VENTOS como uma coletânea poética que aborda reflexões sobre a vida, utilizando metáforas relacionadas a ventos, amor e oportunidades.

As obras de Roberto de Sena e Márcia Rasia foram publicadas pela editora Cogito, sob a coordenação de Ivan de Almeida. Agora, os escritores estão entusiasmados para lançar seus livros na próxima Festa Literária Internacional de Barreiras (FLIB) e em outros eventos agendados, levando adiante a riqueza da literatura e da cultura de Barreiras para um público mais amplo.

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