Consórcio ABC participa de reunião com presidente Lula sobre segurança em escolas

Encontro debateu fortalecimento dos municípios para o combate à violência nas escolas

O presidente do Consórcio ABC e prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira, participou, nesta terça-feira (18/4), em Brasília, de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os chefes dos poderes Judiciário e Legislativo, ministros de Estado, governadores, entidades representativas de prefeitos e parlamentares para discutirem políticas de prevenção e enfrentamento à violência nas escolas.

O objetivo da reunião foi criar estratégias de promoção da paz nas instituições educacionais e de combate aos discursos de ódio e ao extremismo. Durante o encontro, o presidente da República ressaltou que, diante da predominância na pregação da violência no ambiente da internet, a sociedade e as famílias devem assumir a responsabilidade pelo processo educacional das crianças e adolescentes.

“Nunca antes na história deste país houve uma reunião para discutir um problema tão grave e ela só foi convocada porque tomei consciência de que sozinho não tenho a solução. Quero compartilhar um pouco da sabedoria de cada um de vocês para que possamos, um dia, levar os nossos filhos às escolas com a certeza de que são lugares de extrema segurança”, afirmou Lula.

O presidente do Consórcio ABC destacou a união dos poderes Executivo, por meio dos governos federal, estaduais e municipais, Legislativo e Judiciário para a proteção de todas as crianças.

“Discutimos também mais políticas públicas para garantir escolas seguras para todos. Estamos todos empenhados em tornar o ambiente escolar cada vez mais seguro para as crianças da nossa região”, ressaltou Marcelo Oliveira.

Governo Lula anuncia R$ 3,1 bi para prevenir violência e ataques em escolas

O Governo adiantará R$ 1,1 bi para escolas ainda neste mês. O anuncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana

Repórter ABC | Luís Carlos Nunes – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderou uma reunião nesta terça-feira (18) no Palácio do Planalto com ministros de estado, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), parlamentares, governadores e secretários de Educação para anunciar um pacote de ações integradas para prevenir a violência nas escolas. O objetivo é combater a cultura de violência, ódio e intolerância que vem afetando a sociedade brasileira.

Conforme anunciou o ministro da Educação, Camilo Santana, haverá um aporte de R$ 3,1 bilhões que serão transferidos para Estados e municípios.

Ações do pacote

O governo federal irá apoiar com um total de R$ 3 bilhões a serem transferidos para estados e municípios. Dessa quantia, R$ 1,097 bilhão será adiantado no âmbito do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A segunda parcela seria paga em setembro, mas o dinheiro já cairá neste mês nas contas das escolas.

Outros R$ 1,8 bilhão relacionados a anos anteriores e que estão parados nas contas das escolas serão liberados para outras ações dentro do programa. Além disso, serão destinados R$ 200 milhões para a criação de núcleos psicossociais, municipais, regionais ou estaduais.

Grupo interministerial

Os encontros foram resultado da criação de um grupo interministerial para tratar do tema na esfera federal. Participaram a presidente do STF, Rosa Weber, e Alexandre de Moraes, que ainda preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Formação e campanha de sensibilização

O MEC (Ministério da Educação) vai passar a disponibilizar uma cartilha de recomendações para proteção e segurança no ambiente escolar. A partir da próxima segunda-feira (24), haverá formação pelo ambiente virtual do ministério para gestores e professores implementarem essas recomendações.

Também foi anunciada a chamada Campanha Nacional de Sensibilização e Orientação para Proteção no Ambiente Escola.

Conselho da República

O governo federal promete instalar um grupo com ministros, governadores e chefes dos outros Poderes da República para discutir medidas de segurança nas escolas. Segundo Rui Costa, o objetivo é criar uma espécie de “Conselho da República” para discutir diretrizes sobre o tema.

Contexto

O anúncio das ações ocorre após recentes ataques em escolas no Brasil, como o ocorrido em uma escola particular em Blumenau (SC) onde quatro crianças foram mortas, e o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, onde um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras cinco pessoas.

Ribeirão Pires intensifica manutenções em escolas municipais

Prefeitura dá sequência às intervenções de rotina que incluem pintura, reparos e melhorias estruturais

A Prefeitura de Ribeirão Pires está realizando um trabalho intensivo de manutenção nas 33 escolas municipais, com o objetivo de proporcionar um ambiente mais seguro e apropriado para alunos e professores. Entre as intervenções realizadas estão pintura, roçagem, serralheria, serviços de elétrica e hidráulica, e troca de forros de teto.

Diversas escolas já foram contempladas com os serviços, como a Escola Municipal Cícera Benevides dos Santos Silva, que recebeu um novo forro de teto, com iluminação de LED. A diretora da escola, Rosana Cristina, destacou a aprovação da comunidade em relação ao serviço, observando que as intervenções deixam a escola mais linda e receptiva, tornando os pais mais seguros em deixar seus filhos na unidade de ensino.

O prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi, enfatizou a importância da zeladoria permanente nas escolas e das intervenções estruturais para garantir mais conforto e segurança tanto aos alunos quanto aos professores. Esses esforços fazem parte das medidas adotadas pelo governo municipal para melhorar as condições das unidades de ensino.

“As intervenções estruturais garantem mais conforto, tanto aos alunos quanto aos professores e, principalmente, fazem parte dos esforços do Governo para que as nossas unidades de ensino sejam mais seguras”, afirmou.

Investigação reduz circulação de conteúdo violento na internet, diz pesquisadora

Enquanto alguns extremistas removem conteúdo violento de plataformas de jogos online para evitar identificação, jovens anos se reúnem em comunidades de ódio que disseminam conteúdo para incentivar a radicalização

De acordo com a pesquisadora Michele Prado, as investigações realizadas contra grupos que incentivam ataques a escolas e outras formas de violência têm apresentado resultados positivos na redução da circulação desse tipo de conteúdo na internet.

A pesquisadora, faz parte do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) e monitora grupos que promovem e incentivam ataques desde 2020, observa que apesar de algumas contas suspensas terem sido recriadas, os extremistas têm restringido o acesso aos conteúdos, deixando as contas privadas ou retirando os conteúdos do ar em plataformas de jogos online.

Para Michele, diminuir o acesso a conteúdos que incitam à violência é uma forma eficaz de reduzir o risco de ataques. Ela está trabalhando em um relatório para ajudar a embasar as ações do Ministério da Justiça nesse sentido e defende a criação de um banco de dados com as impressões digitais de conteúdos que já tenham sido apontados como incitadores de violência.

Essa medida permitiria que uma plataforma com compromisso de evitar a disseminação desses conteúdos pudesse derrubá-los sem a necessidade de denúncia de usuários.

Segundo a pesquisadora, as comunidades extremistas que promovem a violência reúnem jovens entre 10 e 25 anos de idade, que se relacionam por afinidade com temas como a misantropia, misoginia e antissemitismo. Esses jovens se dedicam tanto à produção quanto à disseminação de conteúdos inspiracionais e instrucionais que incentivam a radicalização e a violência. A pesquisadora destaca que alguns desses indivíduos distribuem o conteúdo ideológico ligado à extrema direita mundial e, muitas vezes, sabem de antemão dos atentados.

As mensagens distribuídas por esses grupos também são disseminadas por meio de redes sociais e usam uma estética chamada fashwave, que remete à década de 1980 e tem sido uma marca da extrema direita em diversas partes do mundo, incluindo entre os apoiadores do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Michele Prado enfatiza que a redução da circulação desse tipo de conteúdo na internet é fundamental para diminuir o potencial de novos atentados e promover um ambiente mais seguro e pacífico.