Guerra Comercial: China mira América Latina e Europa para suprir alimentos e reduzir dependência dos EUA

Escalada nas tarifas americanas impulsiona busca chinesa por novos fornecedores de carne, grãos e laticínios no Brasil, Austrália e União Europeia

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos deve redesenhar o mapa do comércio global de alimentos. Em resposta às novas tarifas impostas por Washington, Pequim mira na América Latina e na Europa para diversificar suas fontes de importação de produtos agrícolas, antes dependentes dos EUA. As informações são da agência Reuters.

Com a imposição de tarifas retaliatórias sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, a China, maior importadora global do setor, busca alternativas para garantir o abastecimento de carne, laticínios e grãos. O Brasil, principal fornecedor de soja, a Austrália, exportadora de trigo, e a União Europeia, forte na produção de carne suína, despontam como os principais beneficiados, segundo analistas e autoridades do setor.

“Haverá um redirecionamento do comércio após as tarifas de importação da China sobre os produtos norte-americanos”, prevê Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank em Hong Kong. A especialista destaca que o setor de carne suína, incluindo miúdos, e pés de frango serão os mais impactados, abrindo espaço para um aumento nas importações chinesas do Brasil, Espanha, Holanda e outros países da União Europeia.

A medida representa uma continuidade na estratégia chinesa de reduzir a dependência do agronegócio americano, iniciada durante o governo de Donald Trump. Em 2024, a China importou US$ 29,25 bilhões em produtos agrícolas dos EUA.

Apesar das investigações antidumping sobre a carne suína e laticínios europeus, as vendas para a China não foram afetadas. A dependência dos EUA em relação aos pés de frango, iguaria apreciada na culinária chinesa, deve persistir, ao menos no curto prazo, devido à dificuldade em encontrar alternativas.

No mercado de grãos, o Brasil e a Argentina devem se beneficiar da taxação da soja americana. A Austrália também pode ampliar suas exportações de sorgo e trigo para a China.

A guerra comercial, somada às tarifas impostas por Trump sobre produtos do Canadá e do México, ameaça o setor de exportação agrícola dos EUA, que movimenta US$ 191 bilhões.

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Governo Lula e o agro: Brasil terá safra recorde em 2025, com alta de 9,4%

Produção histórica impulsiona economia, abastecimento interno e exportações

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A safra brasileira de grãos em 2025 atingirá um novo patamar histórico, com previsão de 325,7 milhões de toneladas colhidas. O volume representa um crescimento de 9,4% em relação ao ciclo anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira (13). O avanço reflete a combinação do aumento de 2,1% na área cultivada, que chega a 81,6 milhões de hectares, e da recuperação de 7,1% na produtividade média, estimada em 3.990 quilos por hectare.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou o peso da produção para o mercado interno, com ênfase na expansão de cultivos essenciais como arroz e feijão. “O arroz, por exemplo, terá uma safra de 11,75 milhões de toneladas, crescimento superior a 11% em relação ao ano passado”, afirmou. Ele também apontou as políticas públicas e o crédito rural subsidiado como fatores que viabilizaram esse desempenho.

Expectativa é de estabilidade nos preços dos alimentos com maior disponibilidade de produtos

O impacto da supersafra deve ser sentido no abastecimento e nos preços dos alimentos. A maior oferta de arroz, feijão e milho pode resultar em valores mais acessíveis ao consumidor. “Com mais produtos no mercado, a tendência é que os preços fiquem mais justos”, explicou Pretto. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou essa previsão:

“A lógica de mercado indica que uma oferta elevada contribui para a queda de preços”.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, celebrou os números e destacou o fortalecimento do Brasil como um dos maiores produtores globais de alimentos. Segundo ele, o governo já discute novas estratégias para estimular a produção e garantir maior segurança alimentar.

Soja e milho lideram expansão, culturas impulsionam crescimento e mantêm Brasil como referência no agronegócio global

A soja continua sendo o carro-chefe da produção nacional, com estimativa de 166 milhões de toneladas colhidas, um avanço de 12,4% sobre o último ciclo. A colheita já começou em estados como Mato Grosso, Paraná, Goiás e Bahia. No caso do milho, a safra deve alcançar 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5%, com forte desempenho no Centro-Oeste e no Sul.

Já a produção de arroz deve crescer 11,4%, totalizando 11,8 milhões de toneladas. O trigo, por sua vez, tem projeção de 9,1 milhões de toneladas, com plantio previsto para começar entre abril e maio nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

Brasil deve bater recorde de exportação de soja e ampliar participação no mercado global

Com a produção em alta, as exportações brasileiras também devem crescer. A Conab projeta um volume recorde de 105,4 milhões de toneladas de soja exportadas. O milho, impulsionado pela demanda internacional, também deve reforçar a balança comercial do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o governo está trabalhando para garantir que essa produção histórica beneficie a população.

“Nosso compromisso é incentivar a produtividade, garantir o abastecimento interno e fortalecer a agricultura familiar”, declarou.

Com a colheita recorde e o fortalecimento do setor agrícola, o Brasil se consolida como um dos maiores celeiros do mundo, garantindo não apenas a segurança alimentar nacional, mas também reforçando sua posição como um grande exportador de grãos.

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