ONU alerta sobre “grave crise humanitária e de proteção” no Haiti

Caso de Política com informações da ONU News – ONU alerta sobre “complexa crise humanitária e de proteção” no Haiti A situação no Haiti é cada vez mais alarmante, com a recente onda de violência de gangues levando mais de 15 mil pessoas a se deslocarem novamente nos últimos dias. O Conselho de Segurança discutiu a questão em uma reunião a portas fechadas, após a libertação de 4,5 mil presos, incluindo membros de gangues e detidos pelo assassinato do presidente Jovenel Moise.

Estima-se que 80% da capital haitiana esteja sob controle de gangues, que têm como objetivo declarado derrubar o governo. A violência desencadeada resultou na morte de 1.193 pessoas e em ferimentos em outras 692.

O alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, destacou a situação insustentável para a população do Haiti e clamou pelo envio urgente da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no país, respeitando os padrões internacionais de direitos humanos.

Com cerca de 313 mil deslocados internos devido à violência, a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, ressaltou a gravidade da situação, afirmando que a violência está fora de controle e exigindo ação imediata.

Ulrika Richardson, chefe da ONU no Haiti, alertou para a complexa crise humanitária e de proteção enfrentada pelo país. Milhares de pessoas buscam desesperadamente auxílio em meio à violência, sendo expostas a diversos riscos. Richardson pediu acesso irrestrito das organizações humanitárias às populações mais vulneráveis e destacou a necessidade de solidariedade internacional para enfrentar a crise.

“Mundo vive maior retrocesso na vacinação infantil em 30 anos”, aponta Unicef

Repórter ABC, com informações Unicef – Uma em cada cinco crianças em todo o mundo não recebeu todas as vacinas necessárias para estar completamente imunizada contra doenças preveníveis. Por exemplo, uma em cada cinco crianças no mundo não foi vacinada contra o sarampo, enquanto sete em cada oito meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV não receberam a dose que protege contra o câncer do colo do útero.

Esses dados foram divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que alerta que o mundo está experimentando o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos, impulsionado pela pandemia de COVID-19. O Unicef cobra urgência na retomada das coberturas vacinais globais, lembrando que as vacinas salvam cerca de 4,4 milhões de vidas todos os anos, um número que pode chegar a 5,8 milhões até 2030 se as metas de imunização forem alcançadas.

O relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação, divulgado pelo Unicef, mostra que 67 milhões de crianças perderam, completamente ou parcialmente, a chamada imunização de rotina entre 2019 e 2021. O documento destaca a sobrecarga dos sistemas de saúde, a falta de recursos e as mudanças na percepção sobre a importância das vacinas. A estimativa é que as coberturas vacinais tenham caído em 112 países.

As crianças que não estão recebendo vacinas vivem nas comunidades mais pobres, remotas e vulneráveis. Nos domicílios mais pobres, uma em cada cinco crianças não recebeu nenhuma vacina, enquanto nos mais ricos, apenas uma em 20. O relatório identificou que crianças não vacinadas vivem frequentemente em comunidades de difícil acesso, tais como zonas rurais ou favelas urbanas.

Para ser considerada imunizada, a criança precisa tomar todas as doses recomendadas do imunizante, incluindo os reforços, quando necessário. No caso da DTP, o esquema é composto por três doses, aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses. Para retomar as coberturas vacinais, o Unicef classifica como vital fortalecer a atenção primária e fornecer recursos e apoio aos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente.

O Unicef pede que os governos do mundo todo fortaleçam a demanda por vacinas, construindo confiança entre a população, priorizem o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde e reforcem seus sistemas de saúde, incluindo investimento e valorização de profissionais de saúde. O relatório também destaca a importância de identificar e alcançar todas as crianças, especialmente as que perderam a vacinação durante a pandemia de COVID-19. Além disso, a entidade destaca a necessidade de garantir melhores condições de trabalho para as mulheres que estão na linha de frente da distribuição de vacinas, incluindo melhores salários e oportunidades de carreira, além de medidas para garantir sua segurança.